Metas de resíduos para 2035 “estão longe” de serem alcançadas, admite ministro do Ambiente
Apesar de Portugal ter sido pioneiro na definição de compromissos a nível ambiental, Duarte Cordeiro reconhece que a nível de gestão de resíduos Portugal está "longe" de alcançar as metas para 2035.
O Ministro do Ambiente e da Ação Climática (MAAC) admite que, apesar de Portugal ter sido pioneiro na definição de metas ambientais a nível mundial, o país está longe de alcançar as metas a nível de gestão de resíduos previstas para 2035.
“Portugal tem sido pioneiro nos compromissos que temos assumido, naquilo que foi a definição de metas para alcançar a neutralidade carbónica. Temos, por isso, uma enorme responsabilidade. E nós não estamos com os mesmos resultados em todas as áreas a nível ambiental“, sinalizou esta segunda-feira, no arranque das Conferências de Março realizadas pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), em Lisboa.
Relembrando que o Conselho de Ministros aprovou, na passada quinta-feira, 2 de março, o Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU2030), e o Plano Nacional de Gestão de Resíduos (PNGR2030), Duarte Cordeiro aponta que estas duas estratégias visam acelerar as políticas de gestão de resíduos urbanos uma vez que são “um dos pontos em que o país tem que recuperar e progredir mais”.
“Temos que corrigir um conjunto de metas que, neste momento, não são sustentáveis do ponto de vista ambiental e social. Portugal tem um volume de resíduos em aterro muito elevado e estamos muito longe das metas que estabelecemos para 2035“, reconheceu durante a sua intervenção, apontando que o melhor aproveitamento das infraestruturas existentes e o apoio às autarquias na capacidade de recolha e tratamento de biorresíduos são duas soluções prioritárias.
“Não é sustentável um país continuar a ter a mesma dependência dos aterros“, atirou.
Em 2017, os 27 Estados-membros, chegaram a acordo para impor o objetivo de reciclagem obrigatória de resíduos urbanos, que deverá crescer gradualmente até atingir os 65% em 2035, devendo atingir antes uma percentagem de 55% em 2025, 60% em 2030.
Nessa altura, também ficou acordado reduzir para 10% o desperdício urbano que acaba em aterros sanitários em 2035. Em 2021, de acordo com os dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Portugal registou uma taxa deposição de resíduos urbanos em aterro de 53%.
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