Paridade salarial entre homens e mulheres só deverá chegar a Portugal em 2051
Portugal é o 15.º país da União Europeia com a maior disparidade salarial de género. A paridade só deverá chegar dentro de 28 anos e só se for capaz de contrariar a dinâmica dos últimos três anos.
A desigualdade salarial entre homens e mulheres em Portugal é ainda significativa e, segundo o Eurostat, está a aumentar há três anos consecutivos. De acordo com dados divulgados recentemente pelo gabinete de estudos da União Europeia, o rácio de paridade passou de 8,9% em 2018 para 11,9% no final de 2021.
Entre os 25 países da União Europeia que o Eurostat recolheu dados, apenas Portugal e mais três países (Hungria, Roménia e Noruega) registaram um aumento do desfasamento salarial entre homens e mulheres neste período.
Mesmo adotando uma visão mais otimista, considerando que no futuro a disparidade salarial entre homens e mulheres em Portugal irá reduzir-se ao ritmo dos últimos cinco anos (-0,4 pontos percentuais por ano), só em 2051 é que se assistirá a uma paridade salarial entre homens e mulheres em Portugal, segundo cálculos do ECO.
Entre os 25 países do bloco europeu que o Eurostat apresenta dados, Portugal será somente o 15.º país em que a paridade salarial por género será alcançada mais cedo, ficando atrás de países como o Luxemburgo, que atingiu a paridade em 2021, Espanha (2029), Bélgica (2046) ou Alemanha (2047). Mesmo assim, será 35 anos mais cedo que a média dos países da União Europeia e 104 anos mais cedo que o World Economic Forum estima para alcançar a paridade no mundo.
As datas previstas para alcançar a paridade salarial de género espelham bem o enorme desafio que os países têm pela frente, mas também mostram o quão atrasado a sociedade europeia está em termos de desenvolvimento.
Em Portugal, os últimos três anos foram marcados por um revés no combate a este flagelo social, com o rácio de paridade a aumentar 3,4 pontos percentuais para 11,9%. Isto depois dos progressos alcançados entre 2015 e 2018, com a disparidade salarial a cair de um máximo de 16% em 2015 para 8,9% três anos depois.
Significa que, em média, segundo o Eurostat, o fosso salarial entre homens e mulheres afundou bruscamente entre 2018 e 2021, com as mulheres a auferirem atualmente salários 11,9% abaixo dos homens, considerando as mesmas condições de trabalho e formação, e tomando em conta a realidade em empresas com dez ou mais funcionários. Estes números colocam Portugal na 15.ª posição no ranking dos países da União Europeia com o maior rácio de paridade salarial entre homens e mulheres.
Fonte: Eurostat.
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