Costa visita empresa coreana de renováveis que aposta no hidrogénio e offshore
A Hanwha afirmou-se em Portugal na energia solar, mas tem vindo a investir (lá fora) noutras energias limpas, como o eólico offshore e o hidrogénio verde, áreas que o Governo quer desenvolver por cá.
A Hanwha Q-Cells é uma das empresas coreanas que o primeiro-ministro, António Costa, irá visitar numa passagem pela Coreia do Sul, que se prolonga por terça e quarta-feira, avançou a Lusa. Esta empresa começou por apostar forte em energia solar e introduziu-se em Portugal como a grande vencedora do leilão fotovoltaico de 2020, arrecadando seis dos doze lotes. Mas a Hanwha tem vindo a alargar os horizontes com outras energias limpas, como o eólico offshore e o hidrogénio verde, áreas que o Governo está a procurar desenvolver por cá.
“A Q Energy [do grupo Hanwha Q-Cells] está a acelerar a entrada no mercado de energias renováveis da Europa através do desenvolvimento de energia eólica onshore e offshore”, lê-se no site da empresa. Na nota, a empresa refere que está a “investir agressivamente” no hidrogénio verde, desde a produção e armazenamento até ao transporte e utilização.
O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, espera que o setor energético em Portugal mobilize, até 2030, 60 mil milhões de euros de investimento, sendo que uma das grandes fatias diz respeito ao leilão de eólico offshore – entre 4,3 e 4,7 mil milhões de euros. O primeiro-ministro anunciou que este leilão deverá realizar-se até ao último trimestre deste ano.
No solar, a empresa intitula-se como a líder global da indústria, estando presente em toda a cadeia de valor, desde a produção de células e painéis até ao desenvolvimento de parques solares e venda de energia. Lidera, em quota de mercado, no mercado de módulos solares nos Estados Unidos, e tem vindo a expandir a atividade na Ásia, Europa e Austrália. Na Hanwha estão a ser desenvolvidas também soluções mais inovadoras como os painéis fotovoltaicos flutuantes, algo que a EDP estreou o ano passado em Portugal com uma construção no Alqueva.
Investimento em Portugal ronda 1,5 mil milhões
De acordo com fonte do setor, a Hanwha Q-Cells tem de momento 2 gigawatts de projetos solares em Portugal, em fases distintas de licenciamento. Os mais avançados são três, de cerca de 30 megawatts cada, e vão situar-se no Alentejo – deverão ser os primeiros projetos solares com baterias em Portugal, e a construção deverá começar ainda este ano. Estes projetos ocuparão três dos lotes garantidos pela empresa em 2020. Os restantes três estão em fases menos avançadas do licenciamento, pelo que a construção não deve começar antes do final deste ano ou início do próximo.
Além dos projetos decorrentes do leilão de 2020, a Hanwha tem mais oito em carteira. Estes estão no final do processo de licenciamento ambiental ou em fase de pedido de licença de produção. Em cima da mesa estão ainda pedidos de sobreequipamento, para aumentar a capacidade dos projetos em curso.
Segundo estimativas a preços de mercado, o investimento total da empresa em Portugal deverá rondar os 1.500 milhões de euros, tendo por base a capacidade instalada em causa.
Da pólvora ao solar
A Hanwha tem 71 anos de história, sendo que o começo da empresa coincidiu com o fim da guerra entre a Coreia do Sul e Coreia do Norte. Iniciou-se como empresa de explosivos, numa altura em que estes eram necessários para relançar a infraestrutura do país e em que a Coreia estava dependente das importações do Japão.
Em 1965 deu-se a primeira diversificação: a Hanwha entrou na indústria petroquímica. Quatro anos depois, esta foi a primeira empresa a deter uma central termoelétrica privada. Nos anos 70, chegou a vez de entrar no mundo dos serviços financeiros, para, já em 2002, juntar ao portefólio uma seguradora. Nos anos seguintes investiu ainda no fabrico de componentes da indústria automóvel até que, em 2010, deu os primeiros passos na energia solar.
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