Montenegro diz que o Governo acabou e que foi o próprio PS que o admitiu
O líder do PSD considerou que o Governo acabou e que foi o próprio presidente do PS, Carlos César, que o admitiu quando pediu um "algum refrescamento" no executivo socialista na sequência do caso TAP.
O líder do PSD, Luís Montenegro, considera que o Governo acabou e que foi o próprio presidente do PS, Carlos César, que o admitiu quando pediu um “algum refrescamento” no executivo socialista. “Este Governo, de alguma maneira, acabou. E quem o diz não sou eu. Quem o diz é o presidente do Partido Socialista”, afirmou o presidente social-democrata, em declarações aos jornalistas durante uma visita à feira agropecuária Ovibeja.
Montenegro salientou que quando o presidente do PS diz que “o Governo tem de ser regenerado e refrescado” significa que “está a assumir que aquilo que este Governo fez, nestes 13 meses, foi um falhanço e que estes governantes não servem“. “Nesse aspeto, eu estou de acordo com ele”, sublinhou.
O presidente do PSD disse acreditar que, se houver eleições legislativas antecipadas, os portugueses “escolherão outro partido para liderar o Governo e esse partido é indiscutivelmente o Partido Social Democrata“. Porém, ressalvou, a marcação de eleições antecipadas “está na mão de duas pessoas”, ou seja, está sujeita a decisões do primeiro-ministro ou do Presidente da República, pelo que é preciso “respeitar a posição de um e de outro”.
“Este Governo falhou e acabou do ponto de vista do seu espaço de manobra para motivar e mobilizar a sociedade portuguesa“, insistiu, defendendo que o executivo PS “não pode ficar embrulhado em toda esta bagunça que envolve a sua atividade”.
Advertindo que “ou o Governo muda ou o país tem de mudar de Governo”, Luís Montenegro afiançou que, se houver eleições, o PSD está preparado para “assumir a condução de uma política governativa que transforme a vida das pessoas para melhor”.
“Andamos há 13 meses embrulhados em questões internas com um primeiro-ministro que já mostrou não ser capaz de ultrapassar a situação. O que é hoje uma evidência é que o primeiro-ministro perdeu a sua capacidade de liderar o Governo“, realçou.
Questionado pelos jornalistas sobre se o ministro das Infraestruturas tem condições para continuar no cargo, devido à polémica com o seu antigo adjunto, o presidente do PS respondeu que “vários ministros que estão diminuídos politicamente”.
“Há muitos que estão diminuídos politicamente e que estão frágeis, mas isso também emana da falta de autoridade e capacidade de liderança do primeiro-ministro“, apontou, acusando o Governo de não ter capacidade para mobilizar os portugueses.
Numa entrevista ao Interesse Público, publicada no Jornal Público, o presidente do PS, Carlos César, defendeu que o primeiro-ministro deve avaliar se há ou não necessidade de “algum refrescamento” no Governo, considerando ser preciso “maior rigor e disciplina” para evitar casos como os que têm envolvido a TAP.
Em conferência de imprensa, no sábado, o ministro das Infraestruturas considerou ter “todas as condições” para estar no Governo, negou contradições e realçou que os factos mostram que houve cooperação com a comissão de inquérito à TAP.
João Galamba disse que informou a ex-presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, sobre a reunião preparatória pedida pelo PS e que podia participar, se quisesse, tendo recebido confirmação do interesse mais tarde, presença à qual não se opôs. O governante afirmou ainda que reportou ao secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro e à ministra da Justiça o roubo de um computador pelo adjunto exonerado Frederico Pinheiro, tendo-lhe sido dito que deveria comunicar ao SIS e à PJ.
O adjunto exonerado acusou o Ministério das Infraestruturas de querer omitir informação à comissão de inquérito à TAP sobre a “reunião preparatória” com a ex-CEO.
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