Filipe Botton: O plástico, o “patinho feio” das embalagens, perde na “guerra da comunicação”
A solução passa por "encontrar materiais que sejam mais facilmente recicláveis e permitam manter os hábitos de consumo, mas de uma forma que seja mais vantajosa para todos", afirma o empresário.
Para Filipe Botton, CEO da Logoplaste, “o problema dos plásticos é o sucesso”, na medida em que se tornou um material tão indispensável que descurou a comunicação, acabando por se tornar o “patinho feio das embalagens”.
“Os industriais acharam que eram tão bons, tão fantásticos, que nem tínhamos de nos preocupar. Podem dizer mal do plástico, mas ele é tão importante que nunca vai desaparecer. Perdemos algo de importante : a guerra da comunicação”, defende Botton.
O empresário falava como convidado do programa Conversas com Energia, uma iniciativa da Fundação EDP, em parceria com a Novo Verde e ERP Portugal, da qual o ECO/Capital Verde é media partner. A LogoPlaste, fundada em 1976 e gerida por Botton, é uma empresa produtora de embalagens de plástico.
Botton apontou situações em que o plástico é “muito mais amigo do ambiente do que o vidro”, tendo em conta o ciclo de vida, desde a energia gasta na produção até ao transporte e à utilização, mas indicou que “passar esta mensagem é complicado” e é “difícil mudar a opinião pública de que o plástico é um mau material”.
Neste sentido, sublinhou que os problemas associados ao plástico, como a prevalência de grandes quantidades destes resíduos no oceano, estão associados a comportamentos humanos. “80% de todo o lixo no oceano vem basicamente de 10 rios“, tendo origem sobretudo no sudeste asiático e em África, diz.
Sendo que considera viver hoje sem plástico “impossível”, dado que este material está em todo o tipo de artigos, desde roupa até artigos médicos, a solução passa por “encontrar materiais que sejam mais facilmente recicláveis e permitam manter os hábitos de consumo, mas de uma forma que seja mais vantajosa para todos“. Além disso, a ação individual é importante, realça. “O simples atrasar em um ano a troca de um telemóvel, que é feito de plástico, tem impacto.
Neste momento, sublinha, os países que mais reciclam são os do Norte da Europa. Alemanha e Países Escandinavos, destaca, apontando como motivo o sistema de depósito ou consignação nestes países, que leva as pessoas a devolver as embalagens.
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