Alexandre Fonseca critica “decisões erráticas” que inibem investimento em Portugal
Antigo líder da Altice Portugal criticou o que disse serem "decisões erráticas" que prejudicam o investimento.
Alexandre Fonseca, antigo presidente executivo da Altice Portugal, que atualmente lidera o grupo Altice a nível internacional, criticou esta quinta-feira o que considerou serem “decisões erráticas que não dão estabilidade” e que inibem o investimento no país. O gestor português criticou ainda a atual legislação laboral.
Historicamente, enquanto líder da Meo, o responsável foi sempre muito crítico das medidas regulatórias da Anacom, que, entende, prejudicaram o setor. Mas a declaração desta quinta-feira também pode ser vista à luz da recente decisão do Estado português de impedir o uso de equipamentos e serviços de empresas como a chinesa Huawei nas redes 5G.
Para Alexandre Fonseca, o país deve “valorizar quem investe”, assim como os gestores e os empresários. “É preciso tratar melhor as empresas”, rematou.
Numa intervenção na cerimónia do sétimo aniversário da Altice Labs, que decorre esta quinta-feira em Aveiro, o gestor, que disse estar muito satisfeito por “voltar a Portugal”, também fez mira à legislação laboral portuguesa: “o atual Código do Trabalho não funciona, é preciso dizê-lo.” Uma declaração que se enquadra no contexto da entrada em vigor das medidas que resultaram da Agenda do Trabalho Digno.
Alexandre Fonseca mostrou-se preocupado com a “dificuldade” que existe em “atrair e reter talento” e disse que o grupo quer “atrair para os quadros” jovens profissionais, retendo-os, mas não “à força” — “reter porque se sentem bem a trabalhar connosco”, esclareceu. “Estes são alguns dos desafios que temos hoje enquanto gestores”, declarou, num “mundo em que os novos paradigmas do trabalho” estimulam a rotação dos trabalhadores.
Na mesma ocasião, o gestor falou ainda em “decisões políticas” que levaram à descontinuação das Parcerias Público-Privadas (PPP) na Saúde, com “consequências diretas para os utentes” do Serviço Nacional de Saúde (SNS). E falando deste setor, denunciou a “falta de interoperabilidade entre setor público e privado”, e, em alguns casos, “mesmo dentro do setor público”.
(Notícia atualizada às 13h25 para clarificar que Alexandre Fonseca não se referiu diretamente à recente decisão do Governo)
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