Chefe do grupo Wagner acusa unidade russa de atacar paramilitares
Elementos do grupo Wagner que estavam a limpar minas "foram atacados por fogo proveniente das posições do Ministério da Defesa", denunciou Yevgeny Prigozhin.
O chefe da organização paramilitar Wagner anunciou esta segunda-feira ter prendido um oficial russo cuja unidade terá atacado os seus homens, em mais uma indicação de tensões entre o grupo armado e o exército regular da Rússia.
“No dia 17 de maio, homens do Ministério da Defesa [russo] foram vistos a abrir estradas atrás das posições das unidades Wagner”, escreveu Yevgeny Prigozhin num relatório enviado ao ministério divulgado esta segunda-feira pelo grupo paramilitar.
Elementos do grupo Wagner que estavam a limpar minas “foram atacados por fogo proveniente das posições do Ministério da Defesa”, segundo a mesma fonte citada pela agência francesa AFP.
Prigozhin disse numa gravação áudio que acompanha o texto que o incidente estava a ser investigado e que muitos factos não podiam ser tornados públicos, mas que remetia um relatório preliminar juntamente com provas em vídeo.
O chefe de Wagner divulgou também um vídeo do interrogatório do alegado oficial russo, que se apresentou como “comandante da 72.ª brigada motorizada, tenente-coronel Roman Vinevitenov”.
No vídeo, o homem admite ter atacado o grupo Wagner, acrescentando que atuou “num estado de embriaguez, guiado por uma animosidade pessoal”.
No sábado, Prigozhin acusou as forças de Moscovo de cederem território na região de Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia e tem sido alvo de intensos bombardeamentos e ataques terrestres nos últimos dias.
Disse ainda que estava pronto para enviar as unidades do grupo Wagner para defender “territórios russos que estão de facto a ser conquistados”.
No dia anterior, Prigozhin tinha garantido que 99% das tropas Wagner tinham abandonado Bakhmut, no leste da Ucrânia, entregando o território ao exército regular.
O grupo Wagner reivindicou a tomada da cidade de Bakhmut em 20 de maio.
A batalha por Bakhmut foi considerada a mais longa e sangrenta da guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa em 24 de fevereiro de 2022.
Desconhece-se o balanço de baixas militares e civis desta batalha, bem como da guerra, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que será elevado.
A Ucrânia tem contado com o apoio dos aliados ocidentais no fornecimento de armamento.
O Ocidente também impôs sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade russa de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
O conflito mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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