“Puigdemont ou bloqueio”. O que diz a imprensa espanhola sobre as eleições
Um travão ao avanço da extrema-direita, uma vitória amarga e um renascer das cinzas. É desta forma que a imprensa espanhola descreve os resultados das eleições legislativas que deram a vitória ao PP.
Após os resultados das eleições legislativas antecipadas de domingo, a imprensa espanhola assinala a vitória da esquerda ao impedir uma maioria absoluta de direita, apesar da vitória do Partido Popular (PP).
El País
O jornal espanhol El País destaca esta segunda-feira que, até há uma semana, o PP sonhava com 168 lugares e uma vitória esmagadora que lhe permitisse governar com maioria, sem o Vox. No entanto, uma resistência à esquerda superior ao que era esperado deixou Alberto Núñez Feijóo com uma vitória apertada, após o PSOE melhorar em muito os seus resultados de 2019.
O jornal avança que “PSOE renasce das cinzas do 28-M para melhorar o resultado de 2019”, fazendo referência à derrota socialista nas municipais e regionais de maio, com o Sumar a agarrar-se a um possível restabelecimento do governo de coligação.
El Mundo
Já o El Mundo abre com a vitória de Feijóo, mas ressalva que Carles Puigdemont poderá fazer de Sánchez presidente, à medida que o PP vence as eleições, mas sem alcançar a maioria procurada, numa referência ao dirigente catalão demitido pelo governo espanhol em 2017 por ter tentado proclamar um sistema republicano na Catalunha.
O El Mundo destaca, tal como o El País, que os resultados do PSOE mostraram ânimo face ao obtido há quatro anos, deixando o PP sem a maioria absoluta e bem abaixo das expectativas inicialmente projetadas. Neste domingo, a vitória foi amarga para o PP e a derrota doce para o PSOE, avança o diário.
ABC
Para o ABC, os espanhóis votaram ontem por meio de uma equação política diabólica, entregando a Feijóo a vitória eleitoral com 136 assentos, mas dando a Pedro Sánchez a oportunidade de uma oposição, juntamente com os seus aliados e com o partido de Carles Puigdemont. Em aberto fica a possibilidade de um bloqueio político se não houver lugar à negociação.
No editorial, o ABC refere que apesar das previsões, os resultados eleitorais frustraram as expectativas dos conservadores e tornaram improvável uma alternativa ao governo de Pedro Sánchez.
La Vanguardia
O La Vanguardia escreve que Espanha travou a onda Meloni naquilo que foi uma surpresa para Madrid, todo o país e mesmo para a Europa. Pedro Sánchez conseguiu assim resistir ao golpe de 28 de maio com o contributo decisivo dos eleitores catalães, negando desta forma os avanços da extrema-direita, que tem estado a ganhar popularidade desde o início da guerra na Ucrânia.
El Economista
A publicação especializada El Economista refere que os resultados das eleições espanholas apontam para um cenário de difícil governança, apesar de Núñez Feijóo e Pedro Sánchez terem opções para liderar o país, e caracteriza a “mudança de ciclo” e a “maré azul” do PP como uma vitória inútil pela falta de maioria com o Vox.
O PP conquista 136 lugares, contra 122 do PSOE, sendo que seriam precisos 176 para a maioria absoluta. Em terceiro lugar fica Abascal com 33 assentos, enquanto a coligação Sumar surge com 31, resultados que ficam abaixo dos números de 2019 em ambos os casos.
Com apenas sete assentos de diferença face à maioria absoluta, Feijóo e Sánchez terão de fazer “malabarismos”, para governar, avança o El Economista, sendo que o problema para Feijóo é encontrar o apoio necessário.
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