Governo atribui incentivos financeiros a projeto de 24 milhões liderado pela Altice
Subsidiária do grupo Altice prevê faturar 585 milhões de euros até 2030 em resultado deste projeto de investigação com a Universidade de Coimbra, Instituto Pedro Nunes e Instituto de Telecomunicações.
O projeto “Power – Empowering a Digital Future”, liderado pela Altice Labs e em que participam também o Instituto de Telecomunicações, a Universidade de Coimbra (UC) e o Instituto Pedro Nunes (IPN), acaba de receber luz verde do Governo para a concessão de incentivos financeiros para a Investigação e Desenvolvimento (I&D) de um “portefólio inovador de produtos e serviços para os mercados das telecomunicações e das tecnologias da informação baseado em cloud e tecnologias cognitivas”.
Representando um investimento total de cerca de 24 milhões de euros, o projeto desta subsidiária do grupo Altice para a área da inovação, que assegura 85% das receitas com a exportação de tecnologia para mais de 60 países, foi alvo de um despacho favorável assinado pelo ministro da Economia, António Costa Silva, e pelo secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, que aprovou a minuta final do contrato de investimento a celebrar com a AICEP. Os montantes envolvidos não são detalhados na publicação em Diário da República.
“A concretização do projeto irá permitir à Altice Labs não apenas manter como também ampliar a sua quota de mercado nos mercados e geografias em que já está presente, assim como endereçar novos segmentos de negócio a nível mundial, com serviços inovadores no âmbito de IoT industrial (com base em 5G), IoT para aglomerados urbanos / cidades / municípios, e, simultaneamente, expandir para novos espaços de negócio no segmento dos serviços Big Data e de monetização de dados e analítica, e mercados digitais para algoritmia cognitiva e não cognitiva associada”, frisa o diploma.
A Altice Labs compromete-se a criar 15 postos de trabalho “altamente qualificados” afetos a atividades de I&D, enquanto a UC prevê a contratação de 17 bolseiros, correspondendo a 14 bolsas de investigação de grau de mestre, uma bolsa de pós-doutoramento e duas de licenciatura. Já o Instituto de Telecomunicações — associação privada que envolve também a Universidade de Aveiro e o Instituto Superior Técnico (IST) – vai contratar 21 bolseiros e dez investigadores auxiliares, dos quais três doutorados. Finalmente, o IPN terá quatro bolseiros e um novo doutorado para a execução deste projeto.
De acordo com a informação divulgada pelo Executivo, o “Power – Empowering a Digital Future” vai implicar uma despesa de 19,7 milhões de euros em I&D por parte da Altice Labs e ter um “impacto bastante significativo no volume de vendas internacionais da empresa, permitindo que alcance um volume de negócios acumulado resultante do projeto superior a 585 milhões de euros entre 2024 e 2030″, dos quais 380 milhões de euros resultarão de exportações.
Em junho, semanas antes de ser abalada pelo caso judicial que levou à detenção do cofundador e ao afastamento do antigo CEO em Portugal, a Altice pôs à venda o seu centro de processamento de dados localizado na Covilhã, estando o fundo Horizon Equity Partners na linha da frente para comprar este ativo, num negócio que supera os 100 milhões de euros.
O closing da venda do centro de dados da Altice, um dos maiores do país e no qual a operadora de telecomunicações investiu cerca de quatro milhões de euros para realizar a migração de toda a infraestrutura de suporte ao portal Sapo, só está previsto para o final do terceiro trimestre ou início do quarto trimestre deste ano, devido às necessárias autorizações regulatórias.
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