“O país precisa de um sobressalto cívico, político, empresarial” diz Montenegro
Luís Montenegro defende uma mudança profunda de políticas públicas para evitar a contínua saída de mão-de-obra qualificada do país, e isso passa por uma diferente orientação dos fundos do PPR.
O líder do maior partido da oposição mostrou defendeu este sábado a importância de o país apostar mais na sua comunidade de portugueses no estrangeiro. “As comunidades portuguesas têm de ser encaradas como um conjunto de pessoas a quem nós queremos dar o mesmo que a qualquer outro português, seja em que condições for, quer estejam cá ou lá”, referiu Luís Montenegro, presidente do PSD num encontro com a comunidade portuguesa no estrangeiro em Albufeira.
Parte do processo para alcançar essa meta, Luís Montenegro defende a aposta numa maior participação cívica e política dos emigrantes, destacando que, na proposta para revisão do projeto constitucional do PSD, consta a possibilidade da lei eleitoral consagrar o voto eletrónico.
O líder do PSD acusou ainda que o PS de, “em termos económicos, estar a desperdiçar um mar de oportunidades que a nossa comunidade emigrante no estrangeiro oferece” nomeadamente na atração de mais investimento estrangeiro para o país.
Recorrendo a um estudo recente de Pedro Brinca, professor da Nova SBE, que relata a saída de 194 mil portugueses para o estrangeiro entre 2000 e 2019, que “custaram” cerca de 18 mil milhões de euros ao Estado em formação, Luís Montenegro diz que “não podemos olhar para o lado achando que isto não está a acontecer.”
“O país precisa de um sobressalto cívico, político, empresarial”, refere o líder do PSD, sublinhando que o país tem de “conseguir absorver no nosso mercado de trabalho os milhares de jovens que todos os anos saem das nossas universidades e dos nossos institutos politécnicos, e colocá-los ao serviço do nosso país.”
Para conseguir isso, Montenegro defende uma política diferente em termos de investimento público, nomeadamente no que se refere à aplicação dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PPR).
“Estamos a gastar esse dinheiro em obras que o PS não fez nos últimos anos, porque preferiu engavetar, cativar esse dinheiro”, diz, salientando que os outros países europeus estão a utilizar os fundos do PPR para “desenvolverem a atividade industrial” e o crescimento e o desenvolvimento da economia.
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