Galamba tem reunião marcada com CEO da Altice para “demonstrar normalidade”

O ministro das Infraestruturas já tem reunião marcada com a CEO e presidente da Altice em Portugal, Ana Figueiredo, mas pretende também falar com Patrick Drahi, dono da Altice Internacional. O objetivo destes encontros não está diretamente relacionado com a Operação Picoas, mas passa antes por “demonstrar relativa normalidade“, disse João Galamba em declarações aos jornalistas, transmitidas pela CNN.

Galamba não adiantou datas para as reunião mas referiu que estas vão acontecer “rapidamente” de modo a responder às preocupações dos trabalhadores, que foram transmitidas ao ministro através dos sindicatos da empresa numa reunião que teve lugar esta quarta-feira.

Segundo o ministro, as conversações com os principais decisores da Altice – a nível nacional e internacional – são importantes tendo em conta que essa é já uma atividade normal de acompanhamento da empresa por parte do Governo, tendo sublinhado a importância da manutenção do investimento da empresa no país.

Conversações essas que não são “novas” tendo em conta que, ao longo do tempo, o Governo tem falado com vários dos responsáveis da Altice, tanto em Portugal como em França. No entanto, “face às mudanças recentemente conhecidas, pareceu-nos importante – além do diálogo normal que mantemos com a empresa em Portugal e tendo em conta os desafios estratégicos importantes, nomeadamente na questão do 5G e do data center – um compromisso firme da empresa com investimentos e com certas áreas de negócio“, disse João Galamba.

Quanto à possível eventualidade de a Operação Picoas vir a influenciar estes investimentos da Altice em Portugal, João Galamba afirmou: “Esperemos todos que não”.

“Trata-se de uma grande empresa que, independentemente, de vicissitudes particulares que possam acontecer em relação a um ou outro gestor, é uma empresa que transcende este ou aquele gestor e, obviamente, tem um compromisso e investimentos em Portugal”, disse.

A Operação Picoas revelou um alegado esquema financeiro em torno da Altice, detentora da antiga PT, que terá lesado o Estado e o grupo empresarial em centenas de milhões de euros.