IPMA prevê temperaturas e precipitação “acima do normal” no outono
Ministro do Ambiente aponta que seca meteorológica no país e armazenamento nas barragens estão melhores face ao ano passado. Barragens no Algarve estão 30% abaixo do ano passado.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê que nos próximos três meses as temperaturas e o nível de precipitação em Portugal estejam “acima do normal”, acompanhando a tendência de chuva que se irá verificar nas próximas semanas. Apesar das previsões, e da situação de seca meteorológica estar melhor face ao ano passado — altura em que 97% do território se encontrava em situação de seca extrema e severa –, o ministro do Ambiente e da Ação Climática deixa claro que a “chuva não retirará [o país] da situação de seca”.
O ponto de situação foi feito esta sexta-feira durante uma conferência de imprensa em conjunto com a ministra da Agricultura, Maria do Céu, no seguimento da 16.ª Reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca. Durante a sua intervenção, Duarte Cordeiro deu conta que 48% do território em situação de seca severa a extrema. Apesar de serem valores distantes da realidade de 2022, nas regiões do Alentejo, Algarve, e na zona do Tejo a situação “mantém-se idêntica” ao ano passado.
A seca meteorológica não deverá melhorar nem perante as previsões do IPMA que dão conta da probabilidade de 40% a 50% de níveis de precipitação “acima do normal” no outono, indicou o governante, acrescentando também está prevista “alguma precipitação em todo o país” nas próximas semanas. “Obviamente, é uma precipitação que ajudará o país mas não nos retirará da situação de seca”, alertou perante os jornalistas.
Barragens do Algarve têm menos 30% de água
Quanto às albufeiras, cuja monitorização é feita pela Agência Portuguesa do Ambiente, neste momento a capacidade total situa-se nos 72%, valor acima dos 58% de capacidade registados em agosto do ano passado, e até mesmo os 57% contabilizados em outubro, altura em que começa o ano hidrológico.
“Estamos numa situação de arranque do ano hidrológico melhor que a do ano passado”, sublinhou Duarte Cordeiro, salientando, no entanto, que no Algarve a “situação está pior”. Naquela região, o volume de armazenamento das barragens está 30% abaixo face ao ano passado.
Perante os baixos volumes de água armazenada nas albufeiras no Algarve, o Governo vai reforçar a barragem de Odelouca, no Algarve, em 25 hectómetros cúbicos face à discrepância entre a capacidade existente e a água disponível. A obra, avaliada em cinco milhões de euros, será financiada pelo Fundo Ambiental.
Segundo Duarte Cordeiro, esta é uma “medida estrutural” que apenas deverá começar a produzir “efeitos práticos daqui a dois anos”. Ademais, e tal como já tinha sido avançada na reunião anterior, será reforçada a monitorização das captações de água e a utilização indevida de furos.
No que diz respeito a restrições no consumo de água no setor agrícola na região do Algarve, o ministro dá conta de que as medidas não serão agravadas, uma vez que estão a produzir efeitos. “[Em junho], foi determinada uma redução de 20% na utilização da água. Neste momento temos uma redução de 14%“, acrescentando que a água reciclada foi alargada a mais dois campos de golfe naquela região.
Quanto ao consumo de água urbano, Duarte Cordeiro diz que este se encontra “em linha” com o ano passado, sendo por isso necessário continuar a “desenvolver trabalho”, nomeadamente, no reforço das campanhas de sensibilização e na adoção de medidas que produzam maiores níveis de eficácia. “Era desejável uma redução no consumo de água no setor de serviços de hotelaria“, admitiu.
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