Dormidas de turistas residentes caem pelo segundo mês consecutivo

  • Joana Abrantes Gomes
  • 31 Agosto 2023

Apesar da quebra, o alojamento turístico em Portugal continua a superar os números registados antes da pandemia. Em julho, teve um total de 3,2 milhões de hóspedes e 8,8 milhões de dormidas.

As dormidas de turistas residentes em Portugal caíram 2,9% em julho face a igual mês de 2022, de acordo com as estatísticas rápidas do Instituto Nacional de Estatística (INE). Foi o segundo mês consecutivo de quebra nas dormidas geradas pelo mercado interno, depois de, em junho, terem descido quase 7%.

Enquanto o mercado interno totalizou 2,8 milhões de dormidas, os mercados externos representaram a larga maioria de dormidas (6,0 milhões), equivalendo a uma subida homóloga de 3,4%, menor, contudo, do que a registada em junho (+8,7%). Face ao período pré-pandemia, verificaram-se aumentos de 11,5% nas dormidas de residentes e de 4,6% nas de não residentes.

No total, o setor do alojamento turístico contabilizou 3,2 milhões de hóspedes e 8,8 milhões de dormidas no mês passado, valores que traduzem crescimentos de 4,1% e 1,3%, respetivamente. Comparativamente a julho de 2019, o número de hóspedes é 10,7% superior e o de dormidas 6,7%.

Resultados gerais do setor de alojamento turístico. Fonte: INE

Os dados do gabinete estatístico destacam uma ligeira descida nas dormidas em hotelaria (-0,2%) no mês de julho, sendo a primeira queda neste segmento desde março de 2021. Nas dormidas em estabelecimentos de alojamento local (peso de 15% do total), registou-se um crescimento de 8,0% (+8,6% face a julho de 2019), enquanto as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 4,6%) aumentaram 8,5% (+46,1% comparando com o mesmo mês de 2019).

Dormidas nos Açores, Algarve e Madeira em queda

Pela primeira vez desde março de 2021, as dormidas no arquipélago dos Açores e no Algarve diminuíram em termos homólogos (-2,8% e -1,8%, respetivamente). Na ilha da Madeira, julho foi o segundo mês consecutivo em que as dormidas caíram (-1,3%), após um período de crescimento que teve início em abril de 2021, assinala o INE.

Ainda assim, o Algarve (32%) superou a Área Metropolitana de Lisboa (22,7%) enquanto região com o maior número de dormidas, seguindo-se o Norte (16,2%). No entanto, face a julho de 2019, as dormidas aumentaram em todas as regiões — especialmente no Norte (+21,7%) e na Madeira (+21,1%) — menos no Algarve (-6,0%).

A taxa líquida de ocupação por cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (59,2%) baixou 1,9 pontos percentuais em julho, o segundo mês consecutivo em que ficou ligeiramente abaixo do valor observado no mesmo mês de 2019. Simultaneamente, a taxa líquida de ocupação por quarto (67,0%) caiu 1,4 pontos percentuais, mas ficou acima do valor registado no mês homólogo de 2019.

De referir ainda que a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,78 noites) diminuiu 2,7% no mês em análise, excetuando no Norte e nos Açores. Entre os residentes (2,29 noites) registou-se um decréscimo de 4,3% e entre os estrangeiros que visitam Portugal (3,09 noites) houve uma queda de 2,3%.

No acumulado dos primeiros sete meses do ano, o INE observou que o alojamento turístico registou 16,7 milhões de hóspedes e 42,8 milhões de dormidas, que correspondem a aumentos homólogos de 17,6% e 14,7%, respetivamente. Face ao período pré-pandemia, o número de dormidas subiu 9,8%, crescendo 12,7% nos residentes e 8,6% nos não residentes.

Turistas do Canadá crescem mais de 30%

Entre os dezassete principais mercados emissores (86,8% do total de dormidas de não residentes), nove registaram decréscimos nas dormidas face a julho do ano passado: Finlândia (-23,9%), Bélgica (-14,6%), Dinamarca (-8,6%), Suécia (-7,1%), Países Baixos (-6,9%), Polónia (-5,4%), Espanha (-4,7%), França (-1,3%) e Brasil (-0,9%).

Por sua vez, o Canadá continua a ter o maior crescimento homólogo de turistas estrangeiros a visitar Portugal (+31,4%), mas o mercado norte-americano mantém-se em grande destaque, tendo registado aumentos de 14,2% face a julho de 2022 e de 58% em relação ao mesmo mês de 2019.

As dormidas de turistas britânicos (18,9% do total das dormidas de não residentes em julho) aumentaram 4,7% relativamente ao período pré-pandemia, contrariamente aos turistas espanhóis, que, embora tenham representado o segundo principal mercado em julho, tiveram uma quebra de 0,6% face a julho de 2019.

Dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico por principais (17) mercados emissores: Taxa de variação homóloga mensal e acumulada. Fonte: INE

(Notícia atualizada às 12h55)

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