Ministro admite que estagnação da economia “é uma preocupação” e prevê “desfecho positivo” na Efacec
Costa Silva reconhece alguns “sinais preocupantes”, mas afasta cenário de recessão no segundo semestre. Quanto à venda da Efacec, assegura que “muito provavelmente terá um desfecho positivo".
Após um arranque do ano acima das expectativas, a economia portuguesa arrefeceu no segundo trimestre, ao estagnar face ao trimestre anterior e com o crescimento a abrandar para 2,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. António Costa Silva disse esta quarta-feira que “é evidente que é uma preocupação”, embora aponte à “resiliência” nacional para “responder aos desafios”.
O ministro da Economia, que em declarações aos jornalistas também expressou “a crença” de que paragem da Autoeuropa vai ser encurtada, fez questão de sublinhar que “a conjuntura internacional é muito desfavorável”, tal como o impacto que o aumento das taxas de juro pode ter no consumo. “Há alguns sinais positivos e outros que são preocupantes. Vamos ver como é que a economia se vai comportar”, completou.
Em particular, o governante lembrou que a Alemanha conseguiu evitar a recessão no último trimestre, do ponto de vista técnico, “embora [ao] estar na situação anémica em que está, arrasta toda a Europa” e avoluma desta forma as preocupações no seio do Executivo socialista. Ainda assim, Costa Silva salientou que, no caso português, “um cenário de recessão não está em cima da mesa”.
Sem querer antecipar a discussão sobre uma eventual aceleração da meta para a subida do salário mínimo nacional para os 900 euros antes de 2026, notando que o Governo ainda está a “analisar os números” do próximo Orçamento do Estado, o responsável desvalorizou os dados que mostram que Portugal voltou a ser o terceiro país com maior peso dos precários na União Europeia.
“Em relação aos temporários, há toda a Agenda do Trabalho Digno, há conversações com os parceiros sociais e com as empresas. Temos de caminhar para uma situação em que a precariedade no trabalho tem de diminuir e de se reduzir significativamente. Os salários têm de ser justos e equilibrados. E isso depende também do funcionamento da economia, no seu todo”, concluiu.
Venda da Efacec vai “chegar a bom porto”
Minutos depois de participar na apresentação dos resultados do programa Bairros Comerciais Digitais, questionado sobre o dossiê da reprivatização da Efacec, a menos de uma semana da reunião de obrigacionistas da empresa industrial, que estava inicialmente prevista para agosto, António Costa Silva acredita que as negociações vão “chegar a bom porto”.
“Acho que há uma compreensão generalizada de todos os intervenientes do processo de que todos temos de fazer a nossa parte. Temos conversado com todos os atores e o que posso assegurar é que muito provavelmente poderemos ter um desfecho positivo. Espero sinceramente que isso aconteça, em benefício da economia nacional”, resumiu.
Como o ECO noticiou, a proposta do fundo alemão Mutares pressupõe uma perda para o Estado de, pelo menos, 112,8 milhões de euros que injetou na empresa, com a Parpública a aceitar a perda total deste montante e os bancos 80% da dívida. Já aos obrigacionistas é pedido um corte de 50% e é nas suas mãos que reside o futuro deste negócio. No total, a proposta da Mutares tem subjacente um perdão de dívida de quase 182 milhões de euros.
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