Volume de negócios na indústria recua, mas emprego resiste
O volume de negócios na indústria caiu 7,7% em julho, mas o emprego aumentou 0,7% e os salários cresceram 6%.
O volume de negócios na indústria caiu quase 8% em julho, mas o emprego, as remunerações e as horas trabalhadas mantiveram-se em terreno positivo, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. Alguns segmentos do setor industrial estão a ser afetados de modo significativo pela escassez de encomendas e o Governo já está a preparar uma nova medida para evitar despedimentos.
“O índice de volume de negócios na indústria registou, em termos homólogos e nominais, uma redução de 7,7% em julho, 0,2 pontos percentuais (p.p.) menos intensa que a verificada em junho”, salienta o gabinete de estatísticas esta manhã.
Por mercados, enquanto o índice relativo às vendas feitas em Portugal caiu, em termos homólogos, 4,1%, o indicador referente às vendas para o mercado externo recuou 12,5%.
E enquanto no mercado nacional foi verificada uma atenuação da tendência negativa (de 1,7 p.p.) face à variação registada no mês anterior, no mercado externo houve um agravamento (de 1,9 p.p.).
Contas feitas, o índice de vendas com destino ao mercado nacional contribuiu -2,3 p.p. para a variação total do índice de volume de negócios na indústria. Já as vendas para o mercado externo originaram um contributo de -5,4 p.p., dá conta o INE.
Por outro lado, numa análise por agrupamentos, há a destacar que os bens intermédios deram o contributo mais expressivo para a variação do índice total, ao terem caído 13,3%, mais 3,4 p.p. do que a variação registada no mês anterior.
Já a energia atenuou o decréscimo em 10,5 p.p. para -16,4%. Quantos aos bens de consumo e bens de investimento, julho foi sinónimo de aumentos de 2,3% e 3,7%. Em comparação com as variações registadas em junho, concluiu-se, contudo, que houve um abrandamento neste agrupamento.
Se olharmos, porém, especificamente para o mercado nacional, foi a energia a dar o contributo mais influente em julho, ao ter caído 11%. Em contraste, no mercado externo, foram os bens intermédios que mais pesaram.
Com estas variações como pano de fundo, o emprego na indústria cresceu 0,7%, menos 0,2 p.p. do que em junho. Já os salários aumentaram 6%, desacelerando face à subida de 8,4% registada no mês anterior.
Por outro lado, as horas trabalhadas avançaram 0,1%, recuperando do recuo de 0,6% contabilizado em junho.
Alguns dos segmentos do setor industrial estão a ser castigados pelo cenário internacional, que tem levado a uma redução das empresas. É o caso, por exemplo, do têxtil. O Governo está a preparar, por isso, um novo programa de formações, que suportará uma parte do salário dos trabalhadores destas empresas e tentará evitar, assim, os despedimentos.
Notícia atualizada às 11h29
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