Amorim abre linha de “financiamento verde” com a CGD para fornecedores de cortiça
Fornecedores do grupo industrial de Santa Maria da Feira beneficiam de um desconto no spread do financiamento concedido pelo banco público, em funções de critérios de sustentabilidade.
A Corticeira Amorim, através da subsidiária Amorim Florestal, fechou um acordo com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) para reformular uma linha de financiamento dedicada exclusivamente aos fornecedores de cortiça, com “condições particularmente vantajosas ligadas a critérios de sustentabilidade”.
Com esta parceria, os fornecedores beneficiam de um desconto no spread do financiamento concedido pelo banco público, em função do seu nível de classificação ESG (Environmental, Social and Governance) e da obtenção da certificação florestal da Forestry Stewardship Council (FSC), “diretamente proporcional ao respetivo nível de desenvolvimento das práticas ESG e de gestão florestal”.
“Trata-se do primeiro financiamento supply chain concretizado pela Corticeira Amorim com o objetivo de incentivar as melhores práticas ESG na sua cadeia de fornecimento. A iniciativa também marca a sexta operação financeira ESG da empresa, incluindo obrigações e programas de emissão de papel comercial verde e sustainability linked, num total contratado de 141,6 milhões de euros”, contabiliza a empresa de Santa Maria da Feira, em comunicado.
Esta é a sexta operação financeira ESG da Corticeira Amorim, incluindo obrigações e programas de emissão de papel comercial verde e sustainability linked, num total contratado de 141,6 milhões de euros.
Como o ECO noticiou na semana passada, mais de metade da dívida da gigante corticeira já é “financiamento verde e sustentável”, com a administradora financeira (CFO), Cristina Rios de Amorim, a sublinhar que a empresa tem um “benefício efetivo” em termos financeiros neste tipo de operações, além das vantagens que retira ao nível da “visibilidade que dá no mercado e em termos reputacionais”.
“Além das nossas próprias operações, queremos criar oportunidades para que os nossos fornecedores também possam adotar práticas responsáveis e sustentáveis. Implementamos anualmente diversas ações para conservar e expandir as áreas de montado de sobro. Estes esforços vão muito além das áreas florestais sob a nossa gestão direta e incluem programas de certificação florestal, segurança no trabalho, formação técnica e apoio aos proprietários florestais”, resume a gestora, que é irmã do CEO, António Rios de Amorim, e faz parte da quarta geração da família.
No mesmo comunicado, a líder mundial no setor da cortiça destaca igualmente os “investimentos significativos” que está a realizar em projetos de gestão florestal e que ocupam uma área total de 8.181 hectares, como na Herdade da Baliza, na Herdade da Venda Nova e na Herdade de Rio Frio – cuja aquisição teve um custo total aproximado de 50 milhões de euros e que ficou completa no verão de 2022 na sequência de um acordo com o Novobanco.
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