Recuperação da Groundforce aprovada com mais de 90% dos votos
Os credores da empresa de serviços de assistência em escala aprovaram o plano de insolvência que abre a porta a uma nova fase na vida da Groundforce.
O plano de insolvência da Groundforce foi aprovado com mais de 90% dos votos na assembleia de credores que se realizou esta quarta-feira nas instalações do Tribunal de Monsanto, devido à necessidade de acomodar a elevada afluência.
Mais de dois meses depois está dado o principal passo para a recuperação da empresa de assistência em escala e a entrada do novo acionista, a britânica Menzies, detida pela Agility, do Koweit.
Os credores reclamam cerca de 46 milhões de euros em dívidas efetivas da empresa de handling, com destaque para os 15,5 milhões da TAP, os 12,75 milhões da ANA – Aeroportos de Portugal e os 2,1 milhões da Fidelidade. Outra parte substancial do bolo diz respeito aos trabalhadores, que têm 2,87 milhões em créditos efetivos reclamados.
O plano agora aprovado terá ainda de ser homologado pelo tribunal. O que depende do cumprimento de algumas condições prévias. Uma delas é o visto do Tribunal de Contas à renovação do contrato de handling entre a TAP e a Groundforce.
A reestruturação prevê a redução de capital de 500 mil euros para zero, para cobertura de prejuízos, o que extingue a participação de 50,1% da Pasogal (pertencente ao empresário Alfredo Casimiro), de 43,9% da TAP SA e de 6% da Portugália, como avançou o ECO.
Segue-se um aumento de capital de 4,98 milhões, dos quais 2,5 milhões são subscritos pelo novo acionista, a britânica Menzies. Os restantes 2,48 milhões cabem à TAP, através da conversão de parte dos 15,5 milhões que a Groundforce lhe deve. Só depois da sentença de homologação do plano é que a Menzies poderá entrar na administração da empresa.
A empresa britânica compromete-se a colocar até 10 milhões de euros adicionais. Mas só o fará se também a TAP entrar, na respetiva proporção do capital (49,9%), com um limite de 9,96 milhões. No caso da companhia aérea, através da conversão de créditos em capital, dos quais já não será ressarcida.
Apesar da recuperação do transporte aéreo e das receitas da empresa de handling, a sustentabilidade a prazo depende de poupanças nos custos com pessoal, que o documento cifra em 8,74 milhões a partir de 2024. O que passará por um programa de rescisões por mútuo acordo com cerca de 300 trabalhadores, de um total de mais de três mil.
Fez este mês dois anos que foi declarada a insolvência da SPDH (a designação societária da Groundforce), a pedido da transportadora aérea portuguesa, que é também a sua maior cliente, em conflito com o empresário Alfredo Casimiro.
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