Marcelo promulga Mais Habitação
Presidente estava obrigado a promulgar pacote Mais Habitação, depois de o PS ter aprovado a lei pela segunda vez, após um veto de Marcelo.
O Presidente da República revelou este sábado, em dia de manifestações que juntaram milhares de pessoas em dezenas de cidades do país, que já promulgou o pacote do Governo conhecido como ‘Mais Habitação’. “Prefiro qualquer coisa, mesmo que curto, do que nada“, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
“Eu promulguei porque a Assembleia [da República] confirmou e eu tinha oito dias para promulgar, portanto, já promulguei antes mesmo dos oito dias a lei chamada Mais Habitação”, revelou Marcelo Rebelo de Sousa à entrada para a XXVI Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) a decorrer no Seixal, no distrito de Setúbal.
Marcelo considera que a partir de agora “o Governo tem agora à disposição as leis necessárias, e acrescenta: “Espero que corra bem e regulamente rapidamente as leis”. Depois de ter vetado a lei da Mais Habitação, o Presidente diz que não se importa de não ter razão “se o Governo conseguir fazer desta lei” algo que permita a “satisfação de milhares de portugueses” perante a dificuldade de acesso a habitação.
“Em democracia, manifestar é um direito fundamental”, afirmou Marcelo, à margem do congresso da associação de municípios. As manifestações que se viram este sábado são um “sinal que a democracia está viva por todo o país”, disse o Presidente da República. Marcelo também considera que os protestos feitos por “gentes de todas as idades” e por “gente muito diferente” são positivos.
O Parlamento, recorde-se, aprovou no dia 22, sem alterações, o programa Mais Habitação, apenas com o voto favorável do PS, numa reapreciação após o veto do Presidente da República. A confirmação do decreto, que aprova medidas no âmbito da habitação, procedendo a diversas alterações legislativas, foi viabilizada pela maioria absoluta do PS, com votos contra do PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP e Bloco de Esquerda (BE), e abstenção do Livre e Pessoas-Animais-Natureza (PAN), repetindo-se a votação final global de julho do programa.
O decreto da Assembleia da República envolve alterações legislativas ao nível do arrendamento, do alojamento local, dos imóveis devolutos e de impostos. As medidas mais contestadas são a suspensão do registo de novos alojamentos locais fora dos territórios de baixa densidade e por uma contribuição extraordinária sobre este negócio, pelo arrendamento forçado de casas devolutas há mais de dois anos e pela imposição de um limite no valor dos novos contratos de arrendamento para casas que já estão no mercado.
O pacote prevê ainda isenção da tributação de mais-valias aos proprietários que vendam casas ao Estado, o fim de novos vistos ‘gold’, o aumento da dedução por dependente no âmbito do IMI Familiar, alterações à taxa autónoma dos rendimentos prediais e isenções de impostos para proprietários que retirem as casas do alojamento local até ao fim de 2024.
Quando vetou o diploma, em agosto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assumiu em agosto um “sereno juízo analítico negativo” e criticou a ausência de consenso partidário sobre o Mais Habitação, mas a ministra da tutela, Marina Gonçalves, reafirmou a ideia de haver equilíbrio no programa e o PS disse que iria confirmar as medidas na reabertura do parlamento após o verão.
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