Egito quer avançar com “roteiro para relançar processo de paz” israelo-árabe
Presidente egípcio deu a entender que a reabertura da passagem fronteiriça de Rafah, por onde entra ajuda humanitária na Faixa de Gaza, poderia assumir um caráter mais definitivo.
O Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, disse hoje que a crise em Israel não será resolvida sem uma “solução justa”, afirmando que está a trabalhar “num roteiro para relançar o processo de paz” na região.
“Quero deixar claro ao mundo que esta crise não será resolvida sem uma solução justa. Hoje começamos a trabalhar para chegar a um acordo sobre um roteiro para relançar o processo de paz; um roteiro que começará com um cessar-fogo imediato que conduza ao estabelecimento de um Estado palestiniano independente”, afirmou, citado pela Europa Press, Al Sisi no discurso de abertura de uma cimeira dedicada ao conflito entre Israel e o grupo islamita Hamas que decorre hoje no Egito, na chamada Nova Capital Administrativa.
No mesmo discurso, o Presidente egípcio deu a entender que a reabertura hoje da passagem fronteiriça de Rafah, a única que liga o Egito à Faixa de Gaza, poderia assumir um caráter mais definitivo nas próximas horas ou dias, na sequência de um acordo que terá alcançado com o Presidente norte-americano, Joe Biden.
Segundo al-Sisi, esta reabertura “continuada” será feita sob a supervisão das Nações Unidas e do Crescente Vermelho palestiniano enquanto se aguarda para saber o que acontece às centenas de pessoas que esperam para entrar no Egito a partir do lado palestiniano da fronteira.
Hoje, 20 camiões com ajuda humanitária atravessaram o terminal de Rafah (Egito) a caminho do enclave palestiniano de Gaza, segundo um funcionário do Crescente Vermelho egípcio.
Mais de 200 camiões carregados, com cerca de 3.000 toneladas de ajuda, estão perto do posto fronteiriço há vários dias, à espera de autorização para entrar.
A embaixada dos Estados Unidos no Egito alertou para o “ambiente potencialmente caótico” que a abertura da fronteira pode criar, com uma corrida para o Egito por parte de cidadãos com dupla nacionalidade que fogem de Gaza e com as entregas dos primeiros socorros.
À medida que o conflito entra na sua terceira semana, a ajuda é desesperadamente necessária para os habitantes de Gaza, território que está a ser bombardeado por Israel, que prometeu “aniquilar” o Hamas.
O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O terminal de Rafah, no sul de Gaza e a única passagem para o Egito, vai permitir que a ajuda humanitária chegue ao território palestiniano. O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
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