“Não está em cima da mesa” compensar operadoras pela exclusão da Huawei, diz Galamba
Ministro das Infraestruturas disse que "neste momento" não está "em cima da mesa" compensar as operadoras de telecomunicações pela exclusão de fornecedores como a Huawei das redes 5G.
O ministro das Infraestruturas disse esta quarta-feira que “não está em cima da mesa” compensar as operadoras de telecomunicações pela exclusão dos fornecedores de alto risco das redes 5G em Portugal. É o caso da tecnológica chinesa Huawei, que até já avançou com uma ação administrativa em tribunal para tentar travar a decisão do Estado na Justiça.
“Neste momento, isso não está em cima da mesa. [Em] todas as questões ligadas com o tema que refere, temos mantido um diálogo com os operadores e esse diálogo continua”, referiu João Galamba, em resposta a uma questão colocada pelo ECO à margem da inauguração do Centro de Interligação de Redes Internacionais da Altice.
O ministro não mencionou diretamente a Huawei, embora a pergunta tenha sido feita nesse sentido. Em causa está a deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança, assinada em maio, que obriga as operadoras a deixarem de usar tecnologia e de recorrer aos serviços de empresas que, entre outros critérios, tenham sede em países que não pertençam à União Europeia, à OCDE ou à NATO.
Essas empresas são consideradas pela Comissão Europeia como de “alto risco” para a segurança nacional, nomeadamente ao nível da cibersegurança e dos dados. Alguns governos europeus, e também o norte-americano, suspeitam que a Huawei, em particular, pode ser um veículo de espionagem ao serviço de Pequim, uma acusação que a empresa sempre negou com veemência.
A posição de João Galamba, embora não seja fechada – por referir o “diálogo” com o setor –, poderá frustrar as operadoras, que fizeram investimentos no 5G com tecnologia chinesa e que passa agora a ser proibida. Mais, empresas como a Meo, Nos e Vodafone vão ter obrigações de cobertura para cumprir cuja primeira fase termina já no fim deste ano.
Contudo, o Governo tem argumentado que a exclusão não é negociável e o Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, onde se insere a referida comissão, já argumentou que esta medida zela “pela utilização segura das redes de comunicações eletrónicas nacionais, procurando mitigar as ameaças e riscos sobre as mesmas, para que se possa implementar e usar, de forma segura, a nova tecnologia de comunicações móveis 5G, que deverá ser escrutinável, transparente e confiável para o Estado, para os cidadãos e para as empresas”.
(Notícia atualizada pela última vez às 18h23)
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