Economia portuguesa contraiu 0,2% no terceiro trimestre devido a “redução expressiva” das exportações
"Redução expressiva" das exportações de bens explica contração da economia no terceiro trimestre deste ano. Já a procura interna passou de um contributo negativo para positivo no terceiro trimestre.
A economia sofreu uma contração de 0,2% no terceiro trimestre, devido à “redução expressiva” das exportações de bens, revela o Instituto nacional de Estatística esta terça-feira. Em termos homólogos, o PIB cresceu 1,9%, um abrandamento face à progressão homóloga de 2,6%, valor revisto em alta.
“Comparando com o segundo trimestre de 2023, o PIB registou uma diminuição de 0,2%, após um crescimento em cadeia de 0,1% no trimestre anterior“, avança o INE, que reviu em alta os valores do segundo trimestre, no qual se registava uma estagnação em cadeia, dada a informação nova incorporada.
“O contributo da procura externa líquida para a taxa de variação em cadeia do PIB, passou a negativo, após ter sido positivo no segundo trimestre, refletindo a redução das exportações quer de bens, quer de serviços, incluindo o turismo”, explica a estimativa rápida. Os economistas ouvidos pelo ECO antecipavam todos uma quebra das exportações que, no caso dos bens terá sido agravado pela paragem da Autoeuropa, e nos serviços por uma desaceleração do turismo.
Já o contributo da procura interna “passou de negativo a positivo no terceiro trimestre, observando-se aumentos do consumo privado e do investimento”, acrescenta a mesma nota. O economista-chefe do Santander explicou que “os principais drivers do crescimento” continuaram a ser “a procura interna, com o consumo privado a ter um contributo bastante positivo”. Já quanto ao investimento, Rui Constantino dizia que “terá prosseguido numa trajetória de fraco crescimento face ao contexto de custos de financiamento mais elevados”.
Em termos homólogos, ou seja face ao terceiro trimestre de 2022, a economia desacelerou para 1,9% após a progressão de 2,6% no trimestre precedente. “O contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB diminuiu em relação ao verificado no trimestre anterior, em resultado da desaceleração significativa das exportações de bens e serviços em volume, tendo a componente de bens registado uma redução expressiva”, justificou o INE.
Já as importações de bens e serviços “registaram uma redução moderada devido à componente de bens”. Quanto aos termos de troca, acrescenta o instituto de estatísticas, “a redução do deflator das importações em termos homólogos no terceiro trimestre foi mais intensa que a do deflator das exportações, verificando-se ganhos dos termos de troca mais elevados que no trimestre anterior”.
Em sentido contrário, a procura interna registou um contributo positivo para a variação homóloga do PIB, superior ao do trimestre anterior, verificando-se uma aceleração do investimento e um abrandamento do consumo privado.
Os economistas consultados pelo ECO foram unânimes em assumir o abrandamento do crescimento no terceiro trimestre, antecipando que poderia ficar entre 2,4% e 1,7% em termos homólogos.
O INE explicou que as revisões em alta de 0,1 pontos percentuais nas taxas de variação homóloga e em cadeia do PIB referentes ao segundo trimestre se devem à incorporação de nova informação primária, nomeadamente no que se refere ao comércio internacional de bens do terceiro trimestre de 2023.
(Notícia atualizada com mais informação)
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