Ministro do ambiente Duarte Cordeiro sobre Operação Influencer: “Não sou arguido”
O processo da Operação Influencer pode não ficar por aqui e mais arguidos podem ser constituídos nos próximos tempos, já que a investigação foi dividida em partes.
O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, esclareceu, em declarações ao Observador que não foi constituído arguido.“Não fui constituído arguido. E não tive qualquer indicação do Ministério Público nesse sentido”, diz o membro do Executivo, referenciado por várias vezes no despacho de indiciação do Ministério Público relativo à Operação Influencer.
Mas este processo pode ficar por aqui e mais arguidos podem ser constituídos nos próximos tempos, já que a investigação foi dividida em partes e, tal como o ECO já tinha avançado, as detenções e constituição de arguidos já feitas só estão relacionadas com o negócio da empresa Start Campus.
Existem três frentes sobre as quais incidem esta investigação: duas concessões de lítio – um das minas do Romano, em Montalegre, e outra da mina do Barroso, em Boticas; um projeto de hidrogénio em Sines, e o centro de dados da Start Campus, também em Sines. No despacho de indicação do DCIAP, que o ECO consultou, os factos que podem vir a ser crime reportam-se apenas à exploração do hidrogénio e da construção do data center da Start Campus.
Numa fase posterior, o Ministério Público (MP) vai investigar suspeitas relacionadas com a extração de lítio e do hidrogénio verde que envolvem o ex-ministro do Ambiente Matos Fernandes ou o atual ministro Duarte Cordeiro. Estes podem ser ainda constituídos arguidos, bem como outros governantes, ex-governantes, autarcas e empresários.
Na terça-feira, foram conhecidas buscas à residência oficial do primeiro-ministro e diversas buscas e detenções de ex e atuais membros do Governo levadas a cabo pela PSP. Em causa estariam negócios relacionados com a área de energia. O dia acabou com o pedido de demissão do primeiro-ministro de António Costa.
Diogo Lacerda Machado foi detido, tal como o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, e ainda Nuno Mascarenhas, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, numa investigação que visaria os casos dos negócios do lítio, do hidrogénio e do centro de dados em Sines, chamada de “Operação Influencer”. Nesse mesmo dia, foram ainda constituídos arguidos o ministro João Galamba e Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Em causa estariam alegadas “irregularidades” em investimentos em projetos de exploração do lítio, hidrogénio e da construção do data center, que podem ter superado os 1.000 milhões de euros.
A Start Campus, da qual fazem parte da administração dois dos visados e detidos no processo, tem sede em Sines e dedica-se a energias renováveis e à construção de ecossistemas verdes, tais como a exploração de hidrogénio. A empresa está a finalizar a construção do primeiro de nove edifícios alimentados a 100% por energias renováveis a instalar até 2028 em Sines. A Start Campus é controlada pelos fundos Davidson Kempner e Pioneer Point Partners, sendo Diogo Lacerda Machado consultor deste último.
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