João Galamba apresenta demissão. Leia o comunicado na íntegra
Galamba considera ainda ter condições políticas, mas demissão surge para "assegurar à [sua] família a tranquilidade e discrição a que inequivocamente têm direito".
João Galamba apresentou a demissão do cargo de ministro das Infraestruturas, na sequência da polémica que levou à saída de António Costa. Esta decisão surge apenas três dias depois de afirmar no Parlamento – na audição no âmbito do Orçamento do Estado para 2024 – que não se iria demitir. Mesmo assim, o responsável continua a considerar que tem condições políticas, justificando a decisão com a proteção da família.
“Comunico que apresentei hoje o pedido de demissão do cargo de Ministro das Infraestruturas ao Senhor Primeiro-Ministro”, lê-se no comunicado enviado pelo Ministério das Infraestruturas. “Apresentei este pedido de demissão após profunda reflexão pessoal e familiar, e por considerar que na minha qualidade de pai e de marido esta decisão é a única possível para assegurar à minha família a tranquilidade e discrição a que inequivocamente têm direito”, continua.
Galamba tinha dito na Assembleia da República esta sexta-feira que não tencionava demitir-se, perante repetidas questões dos deputados sobre se tinha condições para ficar no cargo. Agora decide o contrário, apesar de afirmar que continua a “entender que não estavam esgotadas as condições políticas de que dispunha para o exercício das funções”.
Isto já que “o trabalho feito, os seus bons resultados e o desempenho das minhas funções com absoluto respeito pela lei e com total dedicação ao País e aos portugueses são, em meu entendimento, as condições políticas necessárias para o desempenho de funções governativas”, defende o responsável, depois de enumerar um conjunto de marcos do seu percurso no Governo.
Galamba acrescenta ainda que “este pedido de demissão não constitui uma assunção de responsabilidades quanto ao que pertence à esfera da Justiça e com esta não se confunde”. Recorde-se que João Galamba é um dos arguidos na ‘Operação Influencer’, processo que envolve negócios com lítio, hidrogénio e o centro de dados de Sines.
Defende que “a ação de um membro do Governo impõe a ponderação de todos os interesses públicos presentes e a obrigação de desenvolver todos os esforços para os compatibilizar ou maximizar a sua realização quando não seja possível alcançar a realização plena de todos eles, e sempre com total obediência à lei”, reiterando que foi o que fez ao longo do percurso enquanto governante.
Nesse sentido, procurou “soluções para que todos os projetos de investimento no País” das suas áreas de atuação “lograssem concretização e trouxessem o desenvolvimento económico que os portugueses anseiam e merecem”, afirma. O governante demissionário termina a missiva com um agradecimento à família, que “tem sido a mais prejudicada nos últimos tempos”, o que diz não poder ignorar e cuja proteção o “faz apresentar, sem mais, a presente demissão”.
É de recordar que o (ainda) primeiro-ministro tinha marcado uma reunião com o Presidente da República para falar sobre a situação de Galamba, mas fica agora decidida pelo próprio com esta demissão. O Governo ainda se mantém em funções até à aprovação do Orçamento do Estado para 2024, cuja votação final global está marcada para 29 de novembro.
Leia abaixo o comunicado na íntegra:
(Notícia atualizada pela última vez às 17h05)
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