Depois da “canelada” da falência, SAK troca Viseu por Barcelos e entra no têxtil
A SAK, empresa de caneleiras das estrelas de futebol, que faliu em 2020 devido à pandemia, está de regresso depois de ter sido recuperada por três empreendedores portugueses.
As caneleiras “contra pontapés” da portuguesa SAK chegaram às pernas das maiores estrelas de futebol do mundo, mas a pandemia atirou a startup de Viseu para fora das quatro linhas. Três anos depois de ter falido, a SAK está de regresso pela mão de três novos investidores e aponta para a indústria têxtil. Além das caneleiras, vai produzir equipamentos e outros produtos.
“A Pandemia Abanou. O Público Pediu. A SAK Voltou”. É desta forma que a marca portuguesa anunciou o seu regresso. Referência na produção de caneleiras personalizadas para as grandes estrelas do futebol mundial, como o francês Pogba, o argentino Messi ou o brasileiro Neymar, a empresa não resistiu à crise de 2020 e acabou por pedir insolvência, tendo seguido para liquidação, com uma dívida de 608 mil euros.
Com os ativos colocados à venda, na sequência do processo de insolvência, um grupo de três empreendedores portugueses juntaram-se e compraram, há cerca de ano e meio, a marca SAK Project. João Pestana Vasconcelos, João Pedro Martins e Joana Serra, antiga jogadora de futebol feminino, são os três investidores e têm vindo desde então a recuperar a empresa, mantendo a sede e a fábrica em Portugal.
“Neste período desde a falência, muitos jogadores de elite mundial continuaram a pedir as nossas caneleiras”, adianta Joana Serra, uma das investidoras e membro da equipa de gestão da SAK Project, que acrescenta que a marca portuguesa, que trabalhava com os principais clubes mundiais, está neste momento a recuperar esses contactos. As caneleiras são usadas pelos “internacionais” portugueses Otávio, Florentino, André Horta, ou Bruno Fernandes.
“É nossa intenção reativar estes acordos [com os três ‘grandes’ do futebol português] e com outros clubes internacionais”, adianta. “É uma marca portuguesa, com produção em Portugal mas com foco mundial”, salienta a antiga jogadora de futebol feminino, lembrando que a SAK tinha presença em 80 países.
Escolhemos Barcelos porque vamos trabalhar outro tipo de produtos ligados à área têxtil e temos aqui todos os meios para termos a melhor empresa e ter os melhores produtos, em termos de equipamentos e meias.
Apesar de continuar em Portugal, a fábrica muda de morada, trocando Viseu pela zona Norte do País. “Escolhemos Barcelos porque vamos trabalhar outro tipo de produtos ligados à área têxtil e temos aqui todos os meios para termos a melhor empresa e ter os melhores produtos, em termos de equipamentos e meias”, adiantou ao ECO Joana Serra, uma das investidoras e membro da equipa de gestão da SAK Project.
Para lá da parte estética, que permite a personalização de caneleiras e modelos que a empresa considera “verdadeiras obras de arte”, a SAK distingue-se pela utilização de tecnologia de ponta. “A empresa reuniu, ao longo dos anos, scans 3D de pernas de milhares de jogadores de elite do futebol mundial. Utilizando algoritmos de inteligência artificial, desenvolveram perfis de perna únicos, permitindo o fabrico de caneleiras feitas sob medida para cada perna, garantindo segurança e conforto, algo que supera os padrões internacionais da indústria”, detalha a empresa.
É precisamente este know-how que a marca quer colocar agora ao serviço da criação de novos produtos, nomeadamente equipamentos e meias, recorrendo ao material 3D usado nas caneleiras para as roupas, conforme explicou Joana Serra ao ECO.
Além das caneleiras, a SAK refere que possui também uma linha de roupa de compressão, a STORM, projetada para melhorar a performance muscular, regular a temperatura corporal e prevenir lesões durante a prática desportiva.
“Na SAK acreditamos no poder da inovação e na capacidade de transformar, não apenas a maneira como os produtos são feitos, mas como se adaptam e elevam a performance dos atletas. O nosso compromisso é impulsionar a excelência, oferecendo soluções que, não só superem expectativas, mas que redefinam os padrões da indústria desportiva globalmente”, adiantou Joana Serra, em comunicado.
Com a produção já a avançar, a empresa está agora a entrar na fase de arranque de vendas e quer vestir os jogadores de renome mundial.
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