Ikea duplica lucros no último ano para 1,63 mil milhões de euros

O grupo sueco contou ainda com vendas recorde de quase 48 mil milhões de euros e um aumento da margem de lucro bruta para 18% no último ano.

O grupo sueco de produção e venda de mobiliário e utensílios para a casa Inter Ikea fechou as contas do seu ano fiscal (que terminaram a 31 de agosto) com lucros líquidos de 1.639 milhões de euros, cerca de 130% acima dos 710 milhões de euros contabilizados no mesmo período de 2022.

A dar força a estes resultados esteve um abrandamento das pressões sobre os custos da operação, vendas recorde de 47,6 mil milhões de euros (mais 6,7% face a 2022) contabilizadas nas suas 71 lojas espalhadas pelo globo, e a um aumento da margem de lucro bruta de 15% em 2022 para 18% este ano.

“O ano fiscal de 2023 começou de forma negativa, com o aumento dos custos de transporte e logística e dos preços das matérias-primas e dos produtos de base, ainda em níveis muito elevados. Após o primeiro semestre do exercício de 2023, registou-se uma estabilização dos preços de compra, com uma tendência descendente no final do exercício“, refere a empresa em comunicado.

O grupo Inter Ikea, que opera como master franchise das lojas Ikea cobrando uma taxa de franchising de 3% sobre as vendas realizadas por cada um dos seus parceiros, anunciou também que irá continuar a baixar os preços de venda aos retalhistas (lojas), até que os custos de aquisição de materiais baixem.

“A tendência de descida dos custos deverá afetar positivamente os preços para os clientes da Ikea no próximo ano e nos anos seguintes”, afirmou Martin Van Dam, diretor financeiro da empresa num comunicado citado pela Reuters.

O grupo Ikea revela ainda que, apesar das vendas em termos de valor terem aumentado 6,7% no último ano, caíram em termos de volume e também ao nível de número de produtos vendidos, indicando que o crescimento das vendas foi gerado pelo efeito inflacionista dos preços.

No campo financeiro, os números apresentados esta quinta-feira pela empresa revelam também um aumento de 80% do capital próprio para 17,8 mil milhões de euros, que elevou o rácio de capital próprio do grupo sueco de 40% para 77%.

“Durante o ano, foi distribuído um dividendo de 1,9 mil milhões de euros à Interogo Holding AG, o nosso co-acionista nessa altura”, refere a empresa, sublinhando que “após as mudanças de propriedade, foi recebida uma contribuição de capital de 8,3 mil milhões de euros do nosso atual acionista, a Inter IKEA Foundation. O lucro líquido do exercício de 2023 de 1,6 mil milhões de euros será adicionado ao capital próprio”.

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Nova gestão do SNS: “Tempo perdido tem custos”, alerta Marcelo

Presidente da República criticou o atraso na implementação da nova administração que foi lançada no ano passado. "Cada mês que se perde, é mais tempo com problemas", alerta o Chefe do Estado.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, criticou esta sexta-feira os atrasos na implementação do novo modelo de gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS): “O tempo em política é essencial e não é indiferente aquilo que foi lançado em setembro do ano passado estar de pé na primavera deste ano, no verão deste ano ou só no ano que vem”.

“Esse tempo perdido tem custos e esses custos são esticar os serviços, esticar as estruturas até ao limite ou para além do limite”, alertou o Chefe do Estado à margem de uma visita ao Bazar Diplomático, no Centro de Congressos de Lisboa.

Questionado sobre o caos que se vive no SNS, Marcelo repetiu o que anda a dizer há um ano: “Quanto mais depressa a nova gestão do SNS for posta de pé, menos oportunidades há para haver caos, de esticar até ao limite ou para além do limite o funcionamento do SNS”.

O Presidente da República destacou a importância de “recuperar o tempo perdido”, porque “cada mês que se perde a por de pé a nova gestão do SNS é mais tempo com problemas”.

(Notícia atualizada às 14h03)

 

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Diesel desce meio cêntimo para a semana. Preço da gasolina não mexe

Na próxima semana, quando for abastecer, deverá pagar 1,701 euros por litro de gasóleo simples e 1,768 euros por litro de gasolina simples 95. Gasóleo desce 0,5 cêntimos e a gasolina mantém preço.

Os preços do gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, vão descer 0,5 cêntimos na próxima semana, avançou ao ECO fonte do mercado. Já a gasolina não deverá sofrer alterações. Assim, se o seu carro é a diesel, espere pela próxima semana para abastecer.

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,701 euros por litro de gasóleo simples e 1,768 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Estes preços já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis. O Governo aumentou os “descontos” nos combustíveis, em dois cêntimos por litro no gasóleo e um cêntimo por litro na gasolina. Desta forma, a redução de impostos determinada pelas medidas atualmente em vigor é de 25 cêntimos por litro de gasóleo e de 26 cêntimos por litro de gasolina.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. E é de recordar que os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, os preços do gasóleo desceram dois cêntimos e os da gasolina 0,2 cêntimos. A descida dos preços do diesel ficaram aquém da expectativa do mercado que apontava uma redução de 2,5 cêntimos, mas afinal a gasolina também desceu, ainda que marginalmente, quando se espera que os preços se mantivessem.

Os preços do petróleo caminham para a segunda queda semanal, à medida que os receios em torno do conflito entre Israel e o Hamas vão aliviando. Além disso, as perspetivas de procura do maior consumidor mundial de crude, a China, continuam incertas. Ainda assim, esta sexta-feira, os preços do brent, que serve de referência para o mercado europeu, sobem ligeiramente 0,35% para os 87,15 dólares por barril, um valor novamente inferior face à semana anterior e que traduz a perceção de menor risco dos mercados.

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Disney vai comprar parte da Hulu por 8,61 mil milhões de dólares e assumir o controlo total da plataforma

Segundo a Disney, a aquisição da participação da Comcast na Hulu por um "valor justo de mercado" visa promover os seus "objetivos de streaming".

A Disney vai comprar os 33% que lhe faltavam da Hulu, pagando 8,61 mil milhões de dólares (cerca de 8,1 mil milhões de euros) à Comcast e passando a ter total controlo sobre a plataforma de streaming.

Esta ação acontece depois de a Comcast ter exercido o seu direito de forçar a Disney a realizar a compra, refere a Disney em comunicado. Recorde-se que a Disney já era proprietária de dois terços da Hulu, sendo os restantes 33% detidos pela Comcast. Entre as duas marcas existia um acordo, de 2019, para que qualquer uma delas pudesse forçar a aquisição a partir de 2024.

No acordo de 2019, a totalidade do serviço de streaming Hulu foi avaliado em 27,5 mil milhões de dólares (cerca de 25,9 mil milhões de euros). Agora, a plataforma vai ser novamente avaliada no âmbito da venda e, caso a avaliação dite um valor superior ao estipulado em 2019, a Disney diz que irá pagar o excedente à Comcast.

A Disney espera fazer o pagamento até ao dia 1 de dezembro e prevê que o processo esteja concluído na totalidade durante o ano de 2024.

Segundo a empresa, a aquisição da participação da Comcast na Hulu por um “valor justo de mercado” visa promover os seus “objetivos no streaming“.

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EDP espera lucrar até 1,3 mil milhões em 2023. “Estamos mais fortes do que nunca”, diz CEO

"Estamos mais fortes que nunca a chegar a este último trimestre", indica o CEO da EDP, Miguel Stilwell. Empresa reportou um aumento de 83% nos lucros entre janeiro e setembro.

A EDP apresentou esta sexta-feira uma perspetiva de lucros relativos ao ano de 2023 num valor entre 1,2 mil milhões e 1,3 mil milhões de euros, acima da estimativa anterior.

Em julho, a empresa apontava para que o ano fechasse com lucros de 1,1 mil milhões de euros. A expectativa quando ao EBITDA mantém-se nos 5 mil milhões de euros, assim como os valores estimados para a dívida: 15 mil milhões de euros.

“Estamos mais fortes do que nunca a chegar a este último trimestre”, indicou o CEO da EDP, Miguel Stilwell, numa chamada com analistas a propósito da apresentação de resultados. Isto tendo em conta o “bom desempenho” em geografias como o Brasil e a Península Ibérica, e os níveis positivos de reservas hídricas.

Além das previsões mais otimistas até ao final de 2023, a empresa diz estar “muito confortável” com o cenário para 2024, embora ainda esteja a ser trabalhado.

A EDP reportou um salto de 83% nos lucros até setembro, contabilizando um lucro de 946 milhões de euros, acompanhado de um EBITDA de 3,8 mil milhões e uma dívida de 16,9 mil milhões.

Quanto à carga fiscal no país, o CEO preferiu não adiantar previsões concretas quanto à Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), uma vez que ainda estão a ser discutidas alterações no âmbito da discussão da proposta do Orçamento do Estado para 2024. O gestor destacou, contudo, uma das alterações a que está atento: “a CESE não será aplicada a investimentos alinhados com a taxonomia europeia, investimentos verdes”.

Quanto à tarifa social, o líder da EDP espera “custos mais baixos”, tendo em conta a iniciativa aprovada este mês em reunião de Conselho de Ministros, que prevê que os encargos sejam suportados por mais operadores, além da EDP — algo semelhante ao que acontece em Espanha, salientou o CEO.

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Kremlin assegura que a Rússia vai ultrapassar as novas sanções americanas

  • Lusa
  • 3 Novembro 2023

Moscovo tem sido alvo de várias restrições desde 2014, especialmente desde 2022, por causa da invasão de territórios ucranianos. Na quinta-feira, os EUA anunciaram uma nova série de sanções.

O Kremlin afirmou esta sexta-feira que a Rússia vai ultrapassar as novas sanções norte-americanas anunciadas por Washington na quinta-feira, acrescentando que as empresas se adaptaram, numa altura em que se cumprem 21 meses de guerra.

As sanções “colocam alguns problemas, mas aprendemos a ultrapassá-los”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, aos jornalistas. “Adaptámo-nos às sanções, aprendemos a proteger-nos contra os riscos associados às restrições“, disse.

Moscovo tem sido alvo de uma multiplicidade de restrições desde 2014, especialmente desde 2022, por causa da invasão russa de territórios ucranianos.

Na quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram uma nova série de medidas contra empresas envolvidas no fornecimento de armas à Rússia. Entre estas empresas estão implicadas 130 pessoas e entidades ligadas ao comércio com a Rússia que, segundo Washington, permitem a Moscovo obter “tecnologias e equipamentos necessários” para a ofensiva na Ucrânia.

Estão envolvidas cerca de dez empresas da Turquia, vinte dos Emirados Árabes Unidos e três da República Popular da China. Washington também visou entidades e cidadãos russos alegadamente envolvidos no comércio de equipamento e tecnologia estrangeiros, bem como na investigação e desenvolvimento.

Por último, os Estados Unidos reforçaram as sanções existentes contra o setor financeiro russo, acrescentando à lista sete instituições e os dirigentes de vários bancos.

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Portugueses têm o sexto rendimento mais baixo da União Europeia

Rendimento médio dos europeus cresceu em 2022, mas perduram assimetrias entre os Estados-membros. Pior do que Portugal neste indicador só estão a Bulgária, Eslováquia, Roménia, Hungria e Grécia.

O rendimento disponível dos europeus tem aumentado, mas perduram assimetrias entre os diferentes Estados-membros. Enquanto no Luxemburgo, o rendimento médio por cidadão, expresso em Paridades de Poder de Compra (PPC), ronda os 33 mil euros anuais, na Bulgária nem chega aos 10 mil euros. Já em Portugal é de cerca de 12 mil euros, saindo o país mal nesta fotografia europeia.

“Em 2022, o rendimento médio por habitante na UE, expresso em PPC, foi de 18.706 euros, acima dos 18.011 euros registados em 2021″, indicou esta manhã o Eurostat, que destaca que há ainda alguma desigualdade entre os vários países que compõem o bloco comunitário.

Vamos, então, aos rendimentos registados nos vários Estados-membros. No topo da tabela, surge o Luxemburgo (33.214 euros, expresso em PPC), seguindo-se a Holanda (25.437 euros, expresso em PPC), a Áustria (25.119 euros, expresso em PPC) e a Bélgica (24.142 euros, expresso em PPC).

Já na base do ranking, com os menores rendimentos disponíveis per capita surgem a Bulgária (9.671 euros, expresso em PPC), a Eslováquia (9.826 euros, expresso em PPC), a Roménia (10.033 euros, expresso em PCC) e a Hungria (10.841 euros, expresso em PPC).

Portugal não aparece muito distante destes últimos países. Com um rendimento médio por habitante de 12.266 euros, expresso em PCC, é o sexto país que pontua pior no quadro europeu.

Apesar do anúncio do Governo de que a valorização dos salários é uma prioridade e do crescimento dos ordenados — só este ano, a subida ronda os 8% –, Portugal continua, ano após ano, a destacar-se pela negativa no espaço europeu no que diz respeito aos vencimentos.

As Paridades de Poder de Compra permitem comparações mais rigorosas, uma vez que eliminam os efeitos das diferenças nos níveis dos preços entre os países.

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Caso EDP. Juíza tem até fevereiro para concluir julgamento de Pinho e Salgado

O Conselho Superior da Magistratura deliberou que o julgamento do caso EDP têm de ser finalizado até fevereiro e o acórdão tem de ser sair até final de março de 2024.

O julgamento de Manuel Pinho, Ricardo Salgado e Alexandra Pinho, no âmbito do caso EDP, têm de ser finalizado até fevereiro e o acórdão tem de ser sair até final de março de 2024, segundo a deliberação do Conselho Superior da Magistratura.

“Foi deliberado por unanimidade concordar com o despacho do Exmo. Senhor VicePresidente de 14.07.2023 (…), mantendo-se tal suspensão até ao final do mês de fevereiro de 2024, a fim de concluir com a maior celeridade possível o julgamento no processo n.º 184/12.5TELSB, de natureza urgente e excecional complexidade e extensão, e prolatar o acórdão até final de março do mesmo ano, conforme o parecer do Exmo. Senhor Inspetor Judicial”, lê-se na ata nº 23/2023, do dia 26 de setembro.

Atualmente o julgamento encontra-se parado, tendo a sessão desta sexta-feira sido anulada, devido à “extensão e a complexidade dos autos”. Os trabalhos só vão ser retomados no dia 10 de novembro, tendo a presidente do coletivo de juízes decidido repetir as audições das testemunhas ouvidas nas últimas três sessões.

A interrupção e a repetição das inquirições das testemunhas Rui Silveira, Joaquim Goes, Carlos Andrade, Maria Vilar, Manuel Espírito Santo Silva, Carlos Beirão da Veiga e Carlos Cortez devem-se ao afastamento da juíza-adjunta Margarida Ramos Natário, após notícias de que tinha sido casada com António Miguel Natário Rio Tinto, que desempenhou diferentes cargos em diversas entidades do GES e que este teria recebido 1,2 milhões de euros através da sociedade ES Enterprises, considerado o ‘saco azul’ do GES.

No processo EDP – que acabou separado do que envolvia António Mexia, Manso Neto e o próprio Pinho no que toca aos CMEC – o antigo ministro da Economia está em prisão domiciliária desde dezembro de 2021 e é acusado de corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal.

A sua mulher, Alexandra Pinho, está a ser julgada por branqueamento e fraude fiscal – em coautoria material com o marido -, enquanto o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, responde por corrupção ativa para ato ilícito, corrupção ativa e branqueamento.

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Municípios contra retenção de transferências que afeta 77 câmaras

  • Lusa
  • 3 Novembro 2023

Sanção sobre as retenções das transferências mensais correntes pelo Estado sobe para 20% no próximo ano. Luísa Salgueiro diz que "não faz sentido penalizar os municípios".

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) criticou, esta sexta-feira, a retenção de 10% das transferências do Estado para 77 municípios que não reportem dados de desempenho financeiro e sobre a execução das competências recebidas no âmbito da descentralização.

Segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), em debate na especialidade no parlamento, esta sanção sobre as retenções das transferências mensais correntes pelo Estado sobe para 20% no próximo ano. Segundo a presidente da ANMP, Luísa Salgueiro, que foi ouvida na Assembleia da República, “não faz sentido penalizar os municípios que não consigam fazer este reporte adequadamente“, até porque o processo é muito burocrático e penaliza sobretudo os municípios mais pequenos.

“Há burocracia, o excesso de burocracia exige mais recursos e, portanto, nem todas as autarquias terão os mesmos recursos, sobretudo as mais pequenas. Mais uma vez, a tal equidade de que temos de gerar e, portanto, nós defendemos que não deve haver essa penalização“, disse.

Isto é quase uma sanção pecuniária compulsória, obrigar os municípios a ficarem com estas verbas retidas para acelerarem esse cumprimento das regras. Mas naturalmente que a associação de municípios não está de acordo com esta intenção e, por isso, propomos que estas regras possam ser alteradas.

Luísa Salgueiro

Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses

A autarca destacou que “neste momento são 77 as autarquias que estão nesta situação”, embora as verbas sejam devolvidas assim que as autarquias regularizem o reporte.

“Isto é quase uma sanção pecuniária compulsória, obrigar os municípios a ficarem com estas verbas retidas para acelerarem esse cumprimento das regras. Mas naturalmente que a associação de municípios não está de acordo com esta intenção e, por isso, propomos que estas regras possam ser alteradas“, afirmou.

No parecer sobre a proposta de OE2024 que entregou na Assembleia da República, a ANMP já tinha realçado que os municípios têm reclamado de “grandes dificuldades em elaborar os reportes solicitados” pela Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL), “quer pela sua complexidade, quer pela dificuldade em obter a informação com a desagregação e detalhe solicitados”.

“Trata-se, entendemos, de dificuldades normais — de parte a parte — em processos com esta dimensão e complexidade e que, esperamos, sejam transitórias. No entanto, os incumprimentos, por parte dos municípios, deste dever de informação, têm originado a retenção efetiva de 10% do duodécimo das transferências correntes, o que nos parece excessivo e desproporcionado, não só pelas razões apontadas acima, mas também porque a própria Administração Central não tem sido capaz de disponibilizar, com o detalhe considerado indispensável, a informação relativa ao FFD” (Fundo de Financiamento da Descentralização), destacam os municípios.

A proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2024 foi aprovada na terça-feira no parlamento, na generalidade, com votos a favor da maioria absoluta do PS e abstenções dos deputados únicos do PAN e do Livre.

Votaram contra PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP e Bloco de Esquerda, numa votação igual à da proposta de Orçamento do Estado para 2023.

A votação final global está marcada para 29 de novembro.

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Anos consecutivos de quebra de castanha alarmam produtores de Valpaços

  • Lusa
  • 3 Novembro 2023

Este ano, os castanheiros foram afetados por uma doença que provoca a queda precoce das folhas, mas os produtores de Valpaços queixam-se de quebras na produção de castanha ao longo dos últimos anos.

Os produtores de castanha de São João da Corveira, concelho de Valpaços, queixam-se de anos consecutivos de diminuição de produção e, nesta campanha, mostram-se preocupados com a quebra do preço de venda do fruto.

“Mesmo quem não tem castanha, vive da castanha. É uma bola de neve, se eu não ganho, eles não ganham”, afirmou à agência Lusa a presidente da Junta de Freguesia de São João da Corveira, Fátima Machado, localizada na serra da Padrela, área da Denominação de Origem Protegida (DOP), salientando que há três campanhas consecutivas que a produção de castanha diminui neste território.

Com seis aldeias anexas – Rio Bom, Sobrado, Junqueira, Vilarinho do Monte, Nozedo e Varges – e uma comunidade de cerca de 450 residentes, a freguesia do distrito de Vila Real tem na produção de castanha a sua principal fonte de rendimento, sendo que existem produtores, três empresas ligadas à castanha (compra, venda e transformação) e quem viva do trabalho diário nos soutos (podas, apanhas).

Este ano, foi a septoriose que afetou os castanheiros, uma doença que provoca a queda precoce das folhas, que ficam castanhas, como se tivessem sido queimadas, e ainda do ouriço. Este fungo surge em função das condições meteorológicas, nomeadamente em alturas em que se verifica um tempo húmido e depois calor intenso, como aconteceu em setembro e início de outubro.

É o cancro, depois é a tinta, a vespa, é muita, muita doença. Temos que andar todo o ano nisto e depois chega-se a esta altura e não há nada?”, lamentou Maria Emília Costa que apontou para um “ano péssimo” e de ter sido “apanhada de surpresa”. A produtora disse não ter sido avisada para realizar os tratamentos preventivos contra a septoriose, queixa que foi também destacada por outros agricultores da freguesia.

Nos seus 4.800 castanheiros costuma colher entre 25 a 30 toneladas de castanha, mas este ano teme apanhar apenas à volta de cinco toneladas. No entanto, garante que as castanhas que sobreviveram e estão, agora, a ser apanhadas estão “boas, bonitas, brilhantes e grandes”.

Este ano verificaram-se queixas quanto à qualidade do fruto, principalmente o colhido numa fase mais inicial da campanha, o que se está a refletir no preço de compra ao produtor, que ronda entre 1,20 e 1,50 euros o quilo. Questionada sobre o preço de venda, Fátima Machado aponta o dedo precisamente às castanhas apanhadas numa primeira fase da campanha, porque se aguentavam pouco tempo.

É um grande investimento. Dizem que temos que caldear os castanheiros como se faz às videiras. Se calhar de 15 em 15 dias, quem é que aguenta? É que é uma área muito grande.

Maria Emília Costa

Produtora de castanha

O valor que está a ser oferecido aos agricultores, segundo Maria Emília Costa, não paga os custos de produção, destacando a mão-de-obra e os produtos usados para tratar os soutos. A produtora exemplificou que paga 60 euros por dia a cada trabalhador e que dá ainda o transporte e salientou que, por cada tratamento que faz aos soutos, gasta cerca de 1.800 euros.

“É um grande investimento. Dizem que temos que caldear os castanheiros como se faz às videiras. Se calhar de 15 em 15 dias, quem é que aguenta? É que é uma área muito grande”, referiu.

Daniel Carneiro iniciou a apanha esta semana e antevê uma quebra de produção, no mínimo, “entre os 60 a 70%” nos seus 700 castanheiros adultos. “Eu apanhava mais castanha há sete, oito anos com metade dos castanheiros que tenho hoje“, afirmou, referindo que o que vendeu até agora foi a 1,20 euros o quilo o que, nas suas contas, serve apenas para pagar “ao pessoal”. É, acrescentou, para “não a deixar no souto”.

Eu apanhava mais castanha há sete, oito anos com metade dos castanheiros que tenho hoje.

Daniel Carneiro

Produtor de castanha

Fátima Machado, que é autarca e produtora, apontou para um “acumular de despesa“, com combustíveis e produtos fitofármacos cada vez mais caros, referindo que já colheu oito toneladas de castanha mas que no ano passado foram apenas colhidas duas toneladas e que este ano prevê que a quebra seja mais acentuada. Há dois anos foi a septoriose que afetou os castanheiros, no ano passado foi a seca e, este ano de novo, a septoriose.

A presidente junta a sua voz aos que pedem por avisos atempados para travar a doença. “Ninguém está a pedir ajudas porque ninguém nos vai dar nada, mas já que temos tantas associações e universidades, que nos ajudem. É muita doença numa só árvore“, frisou.

Micael Borges tem cerca de 500 castanheiros e prevê uma quebra de produção das três toneladas para os 600 a 700 quilos. “É o máximo que vou conseguir”, lamentou. “Estava a ser um bom ano até ao início de setembro e depois, de repente, passamos a nada”, acrescentou, referindo que concilia o emprego com a produção de castanha, que é uma importante ajuda no orçamento familiar.

Este é já, acrescentou, o terceiro ano “sempre a diminuir a produção”. “Veremos como será o próximo”, salientou, mostrando-se preocupado com o futuro do setor.

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4ª Conferência ECOseguros: O caminho é para uma experiência totalmente automatizada e “não dependente de decisão humana”

  • ECO Seguros
  • 3 Novembro 2023

Debateu-se sobre a incorporação das novas tecnologias nas cadeias de valor das seguradoras: confessam ainda ter um longo caminho a percorrer, mas já se provaram resilientes. Assista aqui o debate.

A 4.º Conferência Anual ECOseguros contou com o painel intitulado de “Tecnologia: efeitos práticos na eficiência da atividade seguradora” moderado por Francisco Botelho, diretor do ECOseguros e com a participação de João Veiga, diretor-executivo e fundador da Elysian Consulting, Jorge Oliveira, diretor de operações da Randtech Computing, André Piolty Esteves, Insurance Director da NTT Data Portugal, Rita Almeida, diretora comercial de mediação tradicional da Liberty Portugal e Irlanda e Teresa Xavier, Head of Corporate Business Portugal da Future Healthcare.

Francisco Botelho moderou o debate que contou com a participação de João Veiga, Jorge Oliveira, André Piolty Esteves, Rita Almeida e Teresa Xavier.

Os oradores concordaram que o setor segurador, ainda que se esteja a modernizar e a digitalizar, tem um longo caminho pela frente. Caminho que foi encurtado pela adesão às tecnologias durante a pandemia da COVID-19, que também forçou o setor a adaptar-se. Neste vídeo, irá descobrir as estratégias dos agentes para se adaptarem às novas exigências dos consumidores. Assista o debate aqui:

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Presidente do STJ denuncia “corrupção instalada” em Portugal e critica poder político

  • Lusa
  • 3 Novembro 2023

O presidente do Supremo Tribunal de Justiça Henrique Araújo denunciou a "corrupção instalada" em Portugal e critica o poder político pela falta de vontade em fazer do setor judicial uma prioridade.

O presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Henrique Araújo, denuncia, em entrevista, a “corrupção instalada” em Portugal e critica o poder político pela falta de vontade em fazer do setor judicial uma prioridade.

“A justiça não é uma prioridade para o poder político. (…) Não vejo que haja por parte dos responsáveis políticos a vontade de alterar alguma coisa”, afirmou o juiz conselheiro e presidente do STJ, em entrevista ao jornal Nascer do Sol, publicada esta sexta-feira.

Entre os problemas para os quais defende mudanças na legislação, Henrique Araújo apontou aos megaprocessos e às leis processuais, onde sublinhou haver “imenso trabalho para fazer”; ao fim do efeito suspensivo das decisões judiciais nos recursos para o Tribunal Constitucional, que defendeu ser “facílimo de alterar”; e, sobretudo, ao combate à corrupção, que disse estar instalada no país, começando pela criação do crime de enriquecimento ilícito.

Seria um bom instrumento para combater o fenómeno da corrupção que está instalada em Portugal e que tem uma expressão muito forte na administração pública. Isto não é uma simples perceção, é uma certeza”, referiu o presidente do STJ, continuando: “Sabemos que os casos de corrupção têm aumentado e, apesar de a investigação a este tipo de criminalidade ter aumentado, os resultados ficam muito aquém daquilo que se sabe que existe”.

Apesar de admitir ter uma “relação institucional excelente” com a ministra da Justiça, notou que Catarina Sarmento e Castro não conseguiu ainda executar as mudanças necessárias ou dar atenção às propostas de alterações apresentadas.

“É uma pessoa de diálogo, tem vontade de alterar a situação e quer resolver os problemas. Mas sinto que há algo que a transcende e que poderá estar a impedi-la de levar a cabo algumas das coisas que gostaria”, observou.

Reconhecendo que, apesar dos alertas feitos ao longo do tempo, “nada” de significativo mudou na justiça desde que assumiu a presidência do STJ (há cerca de dois anos e meio), Henrique Araújo vincou também a necessidade de consagrar a separação do poder judicial do poder político através de uma verdadeira autonomia financeira, a ser levada a cabo pelo Conselho Superior da Magistratura (CSM).

Quem fornece os meios aos tribunais é o Ministério da Justiça e isto está errado. Tudo deveria estar concentrado no CSM. O Orçamento do Estado deveria atribuir ao CSM uma verba, que este deveria poder supervisionar. Só assim é que se pode falar em completa separação de poderes”, destacou.

Por último, o magistrado deixou também reparos à lei da amnistia por causa da vinda do Papa Francisco a Portugal, nomeadamente na questão das infrações disciplinares a penas de suspensão, como ocorreu entre os juízes, com o CSM a arquivar nove casos de infrações graves e muito graves. “Esta lei, ao amnistiá-los, apagando essas infrações, está a dar um péssimo sinal à sociedade”, sentenciou.

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