Rendas sem travão em 2024. Governo apoia até 4,94% da subida

  • Ana Petronilho
  • 26 Outubro 2023

Rendas vão subir 6,94% em janeiro de 2024. Inquilinos com rendimentos até ao 6.º escalão do IRS e com taxa de esforço acima de 35% vão ter um apoio que cobrirá até 4,94% do aumento.

O Governo decidiu não aplicar qualquer travão à atualização das rendas em 2024, que terá um aumento máximo de 6,94%. No entanto, o Executivo vai dar um apoio às rendas para as famílias mais vulneráveis que irá cobrir a atualização da mensalidade até 4,94%.

Com esta medida, caso os proprietários atualizem a renda em 6,94%, os inquilinos vão suportar os restantes 2% do aumento.

Este apoio é dirigido aos inquilinos com rendimentos até ao 6.º escalão do IRS e com uma taxa de esforço acima de 35%, estando, pelo menos, abrangidas as 185 mil famílias que recebem o apoio extraordinário em vigor, anunciou a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, durante a conferência de imprensa do Conselho de Ministros.

O universo do apoio incide sobre “o grosso dos contratos de arrendamento” e sobre “aqueles que temos de intervir de forma mais assertiva”, disse Marina Gonçalves. O Executivo aprovou ainda o aumento de 502 para 550 euros da dedução de despesas com rendas em sede de IRS.

A título de exemplo, um agregado que pague uma renda com o valor de 800 euros por mês, com um salário de 1.600 euros, já tem atualmente um apoio de 200 euros por mês (2.400 euros por ano). A partir de janeiro de 2024, com a atualização de 6,94% a renda sobe 55,52 euros por mês (666,24 euros por ano). Este agregado terá um apoio suplementar de 39,5 euros por mês (474 euros/ ano).

Para os imóveis comerciais (lojas, supermercados, centros comerciais) será aplicada a atualização de 6,94% a partir de janeiro de 2024, tendo em conta que estas medidas aplicam-se apenas às casas, esclareceu ainda a ministra da Habitação.

No início de outubro, o primeiro-ministro já tinha feito saber que o Governo estava a desenhar um mecanismo diferente ao travão aplicado este ano, que limitou a subida do valor das rendas a um máximo de 2%, para encontrar um equilíbrio entre a medida aplicada em 2023 e os 6,94% previstos pelo INE a partir de janeiro de 2024.

“A fórmula para o próximo ano não será exatamente igual à deste ano”, mas o Governo “está a conversar com os inquilinos e os proprietários para encontrar uma medida para repartir o esforço entre os proprietários, os inquilinos e o Estado para garantir que nenhuma família fique sem condições de pagar a casa onde habita”, disse em entrevista à CNN Portugal no programa Town Hall.

A solução anunciada pelo Governo vai ao encontro das propostas dos proprietários que defendem a aplicação da lei, ou seja, que em 2024 o valor das rendas suba no máximo 6,94% e que fosse criado pelo Executivo um apoio para os inquilinos com dificuldades financeiras.

Além disso, os proprietários avisaram que um novo travão à atualização das rendas em 2024 levaria quase metade dos senhorios (46%) a rescindir o contrato de arrendamento. E 25% iria subir o valor nos imóveis que estão desocupados “para compensar as perdas a que são obrigados a sustentar”, apontou um inquérito realizado entre os dias 30 de setembro e 8 de outubro pela Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) .

Fora desta medida estão as rendas antigas anteriores a 1990, no caso do arrendamento habitacional, que têm regras diferentes, com a atualização a resultar de um processo de negociação entre senhorio e inquilino.

Também os novos contratos vão ficar fora desta atualização. Isto porque, com o pacote Mais Habitação, em vigor desde 7 de outubro, os novos contratos de arrendamento dos imóveis que estiveram no mercado nos últimos cinco anos, ficam impedidos de subir o valor das rendas mais de 2%. Regra que vai vigorar durante sete anos.

A exceção ao travão nos novos contratos é em casos que não tenham sido aplicados os respetivos coeficientes de atualização. Nessa situação, ao valor podem ser somados os coeficientes dos três anos anteriores, sendo considerado 5,43% em relação a 2023.

(texto atualizado às 18h24 com o exemplo)

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Portugal melhora igualdade de género no trabalho e já ocupa 9.º lugar entre países da UE

Portugal tem feito progressos na igualdade entre elas e eles no mercado de trabalho, pelo que ocupa hoje o 9.º lugar entre todos os Estados-membros. Desde 2020 subiu quatro lugares, realça EIGE.

Apesar da igualdade de género ainda estar longe de ser uma realidade, Portugal tem feito progressos nos últimos anos. Na edição deste ano do índice construído pelo Instituto Europeu da Igualdade de Género (EIGE), Portugal aparece, por isso, no nono lugar entre os vários Estados-membros da União Europeia (UE), no que diz respeito especificamente à igualdade entre eles e elas no mercado de trabalho. É, aliás, no domínio laboral que o país pontua melhor, enquanto na área da saúde “as desigualdades ainda são muito pronunciadas“, destaca o instituto.

“A classificação mais elevada de Portugal (9.º entre todos os Estados-membros) é no domínio do trabalho, no qual obteve 76,5 pontos”, informou esta semana o EIGE, que realça que desde 2020 houve um aumento de 3,1 pontos e o país subiu quatro lugares.

Neste domínio, o instituto analisa, em maior detalhe, a igualdade de género no que diz respeito à participação (medida através da taxa de emprego a tempo inteiro e da duração da vida de trabalho) e à segregação e qualidade de trabalho (medidas através das perspetivas de carreira, do emprego na saúde, educação e atividades sociais, e da capacidade de tirar até duas horas do dia de trabalho para lidar com assuntos pessoais).

“Portugal apresenta melhor desempenho no subdomínio da participação com 90,0 pontos, ocupando o quinto lugar na UE. Esta é a classificação mais elevada de Portugal em todos os subdomínios, com uma melhoria de duas posições desde 2020″, salienta o EIGE.

Já na área da saúde, Portugal sai mal na fotografia. “As desigualdades de géneros são pronunciadas fortemente no domínio da saúde (84,1 pontos), daí que Portugal ocupe o 23.º lugar do índice“, é frisado na nota divulgada esta semana, que indica, nesta área, Portugal não tem feito progressos na igualdade entre elas e eles.

De modo global, Portugal ocupa a posição 15.ª no índice europeu da igualdade de género, classificação semelhante à verificada no ano passado. “Ainda assim, houve um aumento de 4,6 pontos percentuais em relação ao Index 2020, o que corresponde ao maior aumento em todos os Estados-membros da UE“, observa o EIGE. Progressos à parte, Portugal continua abaixo da média europeia no índice global.

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Hamas eleva balanço de mortos por bombardeamentos em Gaza para mais de 7.000

  • Lusa
  • 26 Outubro 2023

O Ministério da Saúde de Gaza elevou o número de mortos causados pelos bombardeamentos israelitas para 7.028, incluindo 2.913 crianças.

O Ministério da Saúde de Gaza, território controlado pelo grupo islamita palestiniano Hamas, elevou esta quinta-feira o número de mortos causados pelos bombardeamentos israelitas para 7.028, incluindo 2.913 crianças.

Segundo a mesma fonte, foram mortas 1.709 mulheres e ficaram feridas 18.484 pessoas.

A guerra entre Israel e o movimento islamita, que cumpre hoje o seu 20º dia, é a mais mortal desde a retirada unilateral de Israel deste pequeno território palestiniano em 2005, dois anos antes de o Hamas assumir o poder no enclave.

Na quarta-feira, o balanço do ministério do Hamas era de 6.546 palestinianos mortos, dos quais 2.704 crianças, 1.584 mulheres e 364 idosos, e 17.439 feridos.

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque surpresa do grupo islamita no sul do território israelita em 07 de outubro, que as autoridades de Telavive dizem ter causado mais de 1.400 mortos e mais de uma centena de reféns.

Israel prometeu aniquilar o grupo islamita palestiniano e, desde então, tem bombardeado a Faixa de Gaza. Também impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

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Ecommerce deve faturar até 130 milhões com a Black Friday em Portugal

Segundo o estudo da GFK para a blackfriday.pt, 63% dos consumidores estão ansiosos para aproveitar as promoções da Black Friday e um terço vai iniciar as pesquisas por ofertas um mês antes do evento.

O volume de negócio de ecommerce faturado durante a semana da Black Friday em Portugal deve situar-se entre os 120 e os 130 milhões de euros, revela um estudo da blackfriday.pt, realizado pela GFK, que inquiriu 502 pessoas.

Segundo o estudo, a maioria dos portugueses (72%) planeia gastar em média 290 euros durante a Black Friday, naquele que é um aumento do valor de 11% em comparação com o ano anterior.

No entanto, para 30% dos potenciais compradores, o valor de compras terá um teto máximo de 100 euros, situando-se assim abaixo do valor médio apurado. Por outro lado, 24% referem que pretendem gastar entre 101 e 300 euros. Onze por cento dos inquiridos dizem ainda não ter a certeza sobre o valor que vão gastar, numa percentagem significativamente menor em comparação com os 27% registados no ano passado.

O estudo destaca também que 63% dos inquiridos estão ansiosos para aproveitar as promoções da Black Friday – valor em linha com o ano anterior – e que um terço dos consumidores vai iniciar as pesquisas por ofertas um mês antes do evento. Já 29% planeiam fazê-lo na semana antes e 21% no próprio dia do evento.

Quarenta e dois por cento dos inquiridos indicam o setor da moda (vestuário, calçado e acessórios) como aquele em que pretendem aproveitar as promoções da Black Friday, sendo que o top três de preferências é completado pelos eletrodomésticos (29%) e livros (27%).

Pouco mais de metade dos consumidores portugueses (54%) planeiam fazer as compras na Black Friday, tanto online como offline durante o evento, com 25% a dizerem que preferem comprar online e 16% a optarem pelas lojas físicas.

Apesar das opiniões contraditórias relativamente à Black Friday e à Cyber Monday, 71% dos inquiridos têm uma opinião positiva, o que representa um aumento de 9% em comparação com 2022. A principal razão, indicada por 64% dos consumidores, deve-se ao facto de considerarem que a Black Friday lhes permite poupar dinheiro”, refere Jérôme Amoudruz, CEO da blackfriday.pt, citado pelo estudo.

O e-mail é o canal mais “conveniente” para funcionar como fonte de informação sobre ofertas da Black Friday para 38% dos consumidores, refere o estudo, seguindo-se as redes sociais Facebook (37%) e Instagram (31%). As lojas virtuais e o site da blackfriday.pt surgem em quarto lugar nas preferências dos consumidores para obtenção de informação destas promoções.

O estudo revela ainda que 52% das compras online durante a Black Friday serão feitas por mulheres e a maior percentagem (35%) de compradores está localizada na região norte do país.

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Coimbra, Condeixa-a-Nova, Mealhada e Miranda do Corvo criam empresa intermunicipal de água

Coimbra, Condeixa-a-Nova, Mealhada e Miranda do Corvo firmam protocolo para realização de estudo técnico. Só depois decidem os moldes da empresa intermunicipal.

As câmaras de Coimbra, Condeixa-a-Nova, Mealhada e Miranda do Corvo estão a decidir se criam uma empresa intermunicipal conjunta ou uma em Coimbra onde cada um dos municípios estará representado, para explorar e gerir os sistemas municipais de abastecimento de água, saneamento, resíduos sólidos domésticos e águas pluviais.

A decisão terá por base um estudo técnico que foi, esta quinta-feira, protocolado pelos autarcas José Manuel Silva (Coimbra), Nuno Moita (Condeixa), António Franco (Mealhada) e Miguel Batista (Miranda do Corvo), assim como pelo presidente da Águas de Coimbra, Alfeu de Sá Marques, e do vogal, Filipe Carrito, no salão nobre da Câmara Municipal de Coimbra.

Assinatura do protocolo entre os quatro municípios e as Águas de Coimbra

Este contrato estabelece os pressupostos da adjudicação do intitulado “Estudo Técnico, Económico e Financeiro de Viabilidade da Gestão Integrada do Ciclo Urbano da Água, dos Sistemas de Drenagem de Águas Pluviais e da Recolha de Resíduos Sólidos Domésticos nos Municípios de Coimbra, Condeixa-a-Nova, Mealhada e Miranda do Corvo”.

“Os quatro municípios assumem a responsabilidade e os custos da contratação da aquisição de serviços, na forma de concurso limitado por prévia qualificação, através de uma quota de 5% igual para os quatro, sendo os restantes 80% dos custos divididos de acordo com a proporção do número de habitantes de cada um nos Censos 2021, ou seja, 74,7% para Coimbra, 8,8% para Condeixa, 10,2% para a Mealhada e 6,3% para Miranda do Corvo“, adianta a autarquia de Coimbra em comunicado.

Já à empresa Águas de Coimbra compete o procedimento adjudicatório do contrato administrativo e, “como como entidade adjudicante, adianta todos os montantes necessários, devendo ser ressarcida do valor remanescente pelas outras partes”.

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Operação Picoas: Carros de luxo de Hernâni Vaz Antunes são arrestados

Pelo menos 10 viaturas de luxo de Hernâni Vaz Antunes, arguido no processo Operação Picoas, foram arrestadas esta quinta-feira, avança a Sic Notícias.

Pelo menos 10 viaturas de luxo de Hernâni Vaz Antunes, arguido no processo Operação Picoas, foram arrestadas esta quinta-feira, avança a Sic Notícias. As contas bancárias de Vaz Antunes já tinham sido arrestadas em julho.

Os veículos em causa, que estavam na casa em Pedralva, em Braga, são de alta cilindrada e vão ser levados por uma empresa privada contratada pelo Estado. Segundo a Sic Notícias, o valor destes bens móveis pode chegar aos 20 milhões de euros.

Na quarta-feira, tribunal substituiu a medida de coação de prisão domiciliária de outro arguido do processo, Armando Pereira, por uma caução de 10 milhões de euros. O ex-CEO da Altice encontra-se em prisão domiciliária desde julho sem qualquer vigilância, eletrónica ou policial, tal como Hernâni Vaz Antunes.

Neste processo está em causa uma “viciação decisória do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência” que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva e para crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais. Os investigadores suspeitam que, a nível fiscal, o Estado terá sido defraudado numa verba superior a 100 milhões de euros.

A Armando Pereira são imputados seis crimes de corrupção ativa agravada no setor privado, com referência a colaboradores da Altice – como Luís Alvarinho, Alexandre Fonseca -, um crime de corrupção passiva no setor privado, com referência a decisões da Altice, quatro crimes de branqueamento de capitais e ainda crimes de falsificação de documentos.

Já Hernâni Vaz Antunes, braço direito do cofundador da Altice, terá contra si sete crimes de corrupção ativa agravada no setor privado, com referência a Armando Pereira e Alexandre Fonseca, oito crimes de fraude fiscal, seis crimes de branqueamento de capitais e ainda falsificação de documentos e falsas declarações.

Em causa estão ainda indícios de “aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira” através da domiciliação fiscal fictícia de pessoas e empresas, a que se soma a suspeita da utilização de sociedades offshore, indiciando os crimes de branqueamento e falsificação.

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“A economia na Zona Euro está fraca e permanecerá assim até ao final do ano”, avisa Lagarde

Lagarde revelou, pela primeira vez, que o mercado de trabalho na Zona Euro está a começar a dar sinais de enfraquecimento, indicando que melhorias na economia só deverão acontecer mais tarde.

A economia da Zona Euro está longe de estar de boa saúde. Na conferência de imprensa após o anúncio da manutenção das taxas de juro após dez aumentos consecutivos, Christine Lagarde sublinhou que a “economia da Zona Euro está fraca e irá manter-se assim até ao final do ano”. No entanto, salientou também que o facto de “termos mantido hoje as taxas não significa que não voltaremos a subir.”

A presidente do Banco Central Europeu refere que a pressionar o fraco desempenho da economia no espaço da moeda única está uma “fraca procura e a restrição do financiamento que estão a travar o consumo”, destacando a queda contínua dos níveis de produção industrial e do setor dos serviços.

Lagarde revelou também que a decisão de manutenção das taxa de juro foi uma “decisão unânime” e, pela primeira vez, que o mercado de trabalho na Zona Euro está a começar a dar sinais de estar a enfraquecer, indicando assim que melhorias na economia só deverão acontecer mais tarde.

Ao nível da inflação, apesar de o Conselho do BCE, que se reuniu nos últimos dois dias em Atenas, ter sublinhado que a “inflação desceu consideravelmente em setembro” e que, por isso, manteve inalterada as taxas diretoras, Lagarde reforçou a ideia de o BCE estar pronto para de tudo fazer para trazer a taxa de inflação para o objetivo de 2% no médio prazo.

Veja aqui o comentário rápido de Shrikesh Laxmidas, Diretor Adjunto do ECO, sobre as principais mensagens transmitidas pelo BCE:

No entanto, Lagarde salientou que a maioria das medidas tomadas em matéria de política monetária estão a contribuir para “reduzir a inflação subjacente”, mas notou que, em função dos acontecimentos recentes em matéria de geopolítica a previsão dos preços da energia tenderão a ser menos previsíveis.

Além disso, a presidente do BCE chamou a atenção para a possibilidade de os salários poderem pressionar a inflação e sublinhou que “continua a haver uma pressão elevada sobre os preços domésticos.”

Nesse sentido, Lagarde voltou a salientar a necessidade de “os governos reverem as medidas de apoio ao controlo dos preços dos bens energéticos”. Além disso, a responsável recordou que “reformas estruturais poderão reduzir as pressões inflacionais”.

A presidente do BCE garantiu também que as reservas mínimas do programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (PEPP) não foram discutidas, assim como também não foi alvo de discussão qualquer possibilidade o BCE proceder a cortes de taxas. “Isso seria prematuro”, referiu Lagarde, sublinhando ainda que não é o tempo certo para fazer projeções para os próximos meses e que a política monetária do BCE deverá ser “estável”.

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Empresa têxtil de Esposende já veste bebés e crianças em 40 países 

A Play Up emprega 50 pessoas, fatura oito milhões de euros e exporta 90% da produção. Focada em reduzir o desperdício e a pegada ambiental, a marca vai lançar um loja online de roupa em segunda mão.

Fundada em 2004, em Esposende, a Play Up, marca de vestuário infantil com design e fabrico 100% português, produz entre quatro a cinco milhões de peças de roupa por ano, exporta 90% da produção para 40 mercados, trabalha com 900 clientes multimarca em todo o mundo, emprega 50 pessoas e fatura oito milhões de euros. Com foco na economia circular, a marca, que pertence à têxtil Etfor, prepara-se para abrir no próximo mês um loja online de roupa Play Up em segunda mão.

Na liderança da Play Up estão os irmãos Bruno e Susana Correia que adquiriam toda a experiência na indústria têxtil com os pais Lúcia Lages e Artur Correia que fundaram uma confeção familiar em 1988, a Etfor. Atualmente, a empresa mãe emprega 120 pessoas e fatura 25 milhões de euros.

“A Etfor só produzia para clientes e surgiu a ideia de criar uma marca própria. Em 2004, a Etfor criou uma marca roupa de criança que é a Play Up. É um projeto familiar que foi desde sempre concebido dentro da empresa, dentro do seio familiar”, explica ao ECO/Local Online, Bruno Correia, managing director da Play Up.

A Etfor só produzia para clientes e surgiu a ideia de criar uma marca própria. Em 2004, a Etfor criou uma marca roupa de criança que é a Play Up. É um projeto familiar que foi desde sempre concebido dentro da empresa, dentro do seio familiar.

Bruno Correia

Managing director da Play Up

Bruno Correia, que começou a trabalhar na empresa dos pais em 2002, assume que a primeira década da Play Up foi “muito difícil” e de “muita aprendizagem. O gestor que pertence à segunda geração da Etfor explica que “existiam processos ao nível de marca que não dominavam, como o design, posicionamento e rede comercial”. Perante as dificuldades, o gestor formado em design gráfico na Escola Superior de Artes e Design (ESAD), conta que foi um “orgulho ver o projeto a vingar e a singrar”.

A marca de Esposende nasceu em 2004, mas só em 2017 é que começa a afirmar-se no mercado nacional e internacional. Nesse ano, Susana Correia, diretora criativa da marca, formada em arquitetura da Universidade do Minho, aposta no rebranding da marca e na sustentabilidade.

Foi a partir dessa altura que acontece a grande mudança que acabou por influenciar este crescimento e todo este desenvolvimento na parte da sustentabilidade, que começou a ser trabalhado aí”, refere a diretora criativa da marca que entrou na empresa-mãe em 2012.

Focada em reduzir o desperdício e a pegada ambiental, a Play Up tem vindo a implementar várias estratégias ao longo do caminho. Para além de usar fibras biológicas e recicladas, a empresa usa tingimentos naturais à base de minerais e pigmentos naturais. A marca conta com várias certificações, entre elas a Global Organic Textile Standard (GOTS), o Global Recycled Standard (GRS), o Organic Content Standard (OCS), Recycled Claim Standard (RCS) e OEKO-TEX.

A Play Up acaba de lançar a primeira coleção cápsula chamada “Closethe Loop” em que olha para os resíduos têxteis como uma oportunidade. “Com o nosso resíduo pós-industrial criamos uma fibra que é 100% reciclada e reciclável. Com este fio já conseguimos desenvolver cerca de 15% das nossas coleções, não estamos dependentes de fibras e estamos a conseguir ter essa autonomia e uma gestão consciente do nosso resíduo“, afirma com orgulho, Susana Correia.

Com o nosso resíduo pós-industrial criamos uma fibra que é 100% reciclada e reciclável. Com este fio já conseguimos desenvolver cerca de 15% das nossas coleções, não estamos dependentes de fibras e estamos a conseguir ter essa autonomia e uma gestão consciente do nosso resíduo.

Susana Correia

Diretora criativa da Play Up

Para “fechar o ciclo”, a empresa tem a iniciativa Take Back onde as peças podem ser devolvidas à empresa com o objetivo de serem vendidas em segunda mão ou transformadas em novos materiais caso apresentarem danos irreparáveis. Com base na economia circular, a Play Up vai apostar numa loja online de roupa em segunda mão já no próximo mês.

A marca, que veste bebés dos três aos 36 meses e crianças até aos 14 anos, está disponível em Portugal em mais de 40 pontos venda de norte a sul do país. Para além dos pontos de venda, Play Up apostou na loja online no final de 2018 e, atualmente, este canal já representa entre 20% a 25% da faturação da marca.

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Primeiro ferryboat elétrico português começa a navegar em dezembro na ria de Aveiro

Ferryboat elétrico construído nos estaleiros da Navaltagus fará a ligação entre São Jacinto e o Forte da Barra, num investimento de 7,3 milhões de euros. Falta instalar o sistema de carregamento.

Já está pronto a navegar o primeiro ferryboat 100% elétrico do país, que a partir de dezembro fará a ligação entre São Jacinto e o Forte da Barra, em Aveiro, num investimento de 7,3 milhões de euros. Depois da cerimónia de batismo, realizada esta quinta-feira no estaleiro da Navaltagus, no Seixal, a partida para Aveiro está dependente das condições meteorológicas e marítimas. Falta concluir a instalação do sistema de carregamento em Aveiro, avança Ribau Esteves ao ECO/Local Online.

“O Salicórnia é o primeiro ferryboat elétrico fabricado em Portugal e por uma empresa portuguesa”, ainda que com componentes fabricados noutros países, destaca o autarca social-democrata que preside à Câmara de Aveiro.

Aveiro posiciona-se, assim, a nível nacional e internacional na dimensão ambiental, social e económica. “Vamos ter um ganho ambiental – 300 toneladas de CO2 que deixam de ser emitidas -, manter o serviço público de transporte com comparticipação municipal e teremos mais um instrumento de marketing territorial porque é um episódio inovador”, realça Ribau Esteves.

Vamos ter um ganho ambiental – 300 toneladas de CO2 que deixam de ser emitidas -, manter o serviço público de transporte com comparticipação municipal e teremos mais um instrumento de marketing territorial.

Ribau Esteves

Presidente da Câmara Municipal de Aveiro

Depois de ter passados os testes em mar, o ferryboat “Salicórnia” vai navegar desde os estaleiros da Navaltagus, do grupo ETE, com destino a Aveiro para integrar a operação AveiroBus. A partir da primeira quinzena de dezembro, assegura, a embarcação reforça a capacidade de transporte para 260 passageiros e 19 viaturas, mais 90% e 30%, respetivamente. Acrescem os baixos níveis de ruído e o conforto para os passageiros.

Vieram inspetores de todo o mundo. O ferryboat passou todos os testes em mar e tem todas as condições para navegar para Aveiro“, conta o social-democrata, orgulhoso com esta obra municipal. O primeiro momento-chave foi o batismo, “um ato muito importante na navegação”. “Obviamente que é importante para a câmara, que é a dona da obra, mas para a empresa construtora, que é portuguesa, é um momento a assinalar que o navio está pronto”, acrescenta.

Ribau Esteves realça ainda o “relevante serviço público” que o município passa a disponibilizar à população, principalmente a de São Jacinto, que precisa deste transporte para fazer a transposição do canal da ria de Aveiro. A autarquia garante que vai continuar a comparticipar este serviço. Caso contrário, frisa, “os bilhetes seriam muito caros e [o custo] seria incomportável para as pessoas”. Este apoio custa meio milhão de euros por ano aos cofres municipais, calcula.

Por enquanto, a câmara vai manter o preço atual praticado no “velho” ferryboat, que será agora substituído. “Vamos fazer a análise de custos nos primeiros meses de operação para confirmarmos se vamos ter a tal redução de custos de funcionamento que está no projeto”, explicou. “Confirmada essa redução”, o passo seguinte será refletir essa mesma redução de custos de operação no tarifário a praticar, garante o social-democrata.

A execução dos sistemas de carregamento para a operação do novo ferryboat 100% elétrico foi adjudicada por 1.329.697 euros ao agrupamento de empresas constituído pelas Ahlers Lindley e pela ETG – Empresa de Gestão e Transporte S.A.. Deverá estar concluído até ao final de novembro.

A par do ferryboat, ainda este ano, Aveiro vai integrar na atual frota mais dez autocarros elétricos novos. “Estamos a terminar o sistema de carregamento elétrico dos nossos moliceiros que fazem os passeios turísticos nos canais da cidade. Ainda este ano disponibilizaremos o sistema para os operadores começarem a instalar os motores elétricos”, afiança o edil.

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“Pausa não impede que BCE volte a subir os juros”, diz Lagarde. Reveja aqui a conferência da presidente do BCE

  • ECO
  • 26 Outubro 2023

Após subir dez vezes consecutivas as taxas diretoras, o BCE decidiu fazer uma pausa, mantendo as taxas de juro inalteradas. O que vai fazer a seguir? A presidente Christine Lagarde explica a decisão.

Como era esperado, o conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) anunciou uma pausa na subida das taxas diretoras após dez aumentos consecutivos desde julho de 2022. O que vai fazer a seguir?

No decorrer da conferência de imprensa, Christine Lagarde anunciou que a pausa que o Conselho do BCE tomou esta quinta-feira não significa que “o BCE volte a subir as taxas de juro”. Acompanhe aqui a conferência de imprensa com a presidente da autoridade monetária da Zona Euro.

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“A boa estratégia é trabalhar para não depender de fundos” da UE, defende comissária Elisa Ferreira

  • Lusa
  • 26 Outubro 2023

"A dependência é sempre algo de mau. Portanto, o objetivo dos fundos estruturais não é - utilizando aquele velho e muito estafado provérbio chinês - dar peixe, é dar canas de pesca", diz comissária.

A comissária europeia Elisa Ferreira defendeu esta quinta-feira que a boa estratégia deve ser “trabalhar para não depender de fundos” estruturais, após o ministro das Finanças dizer que Portugal não tem refletido o suficiente sobre essa consequência do alargamento europeu.

“Aquilo que eu acho é que a estratégia para todos os países, a boa estratégia, é trabalhar para não depender de fundos. Acho que essa ambição deve ser muito clara e muito explicitada politicamente, de maneira a contaminar, no sentido positivo, todos os atores que estão envolvidos na utilização de fundos”, disse esta quinta-feira a comissária da Coesão e Reformas em Santiago de Compostela, na Galiza (Espanha).

A comissária europeia respondia a uma questão da Lusa acerca das declarações do ministro das Finanças, Fernando Medina, na quarta-feira, em que disse que Portugal “não tem refletido de forma suficiente e aprofundada” sobre o alargamento a leste da União Europeia, que fará com que Portugal altere a sua posição entre os que “beneficiam significativamente de fundos da política de coesão”.

A dependência é sempre algo de mau. Portanto, o objetivo dos fundos estruturais não é — utilizando aquele velho e muito estafado provérbio chinês — dar peixe, é dar canas de pesca“, ilustrou esta quinta-feira Elisa Ferreira, numa conferência de imprensa durante o evento anual do programa de apoios europeus transfronteiriços Interreg, que decorre esta semana na capital galega.

Para Elisa Ferreira, esta lógica é sobretudo importante para instituições como universidades e centros de investigação, empresas que precisam de absorver inovação e novas tecnologias.

“Quando falamos de uma nova maneira de produzir, não estamos a teorizar. De facto, a agenda está em movimento rapidíssimo, todos os processos produtivos têm que ser transformados, no sentido de passarem de uma base dependente de energias poluentes para energias limpas”, vincou.

Para Elisa Ferreira, os fundos que estão atualmente a ser utilizados são uma oportunidade “única” e “histórica”. “Têm de ser utilizados numa perspetiva de não precisarmos deles no futuro“, assinalou aos jornalistas.

Questionada sobre se isso está a acontecer no caso português, a comissária europeia, ex-administradora do Banco de Portugal e ministra do Ambiente e do Planeamento, disse esperar que as instituições “se estejam a preparar para o futuro”.

“Há meios excecionais, o PRR, os fundos 2021-2027, é uma obrigação. É um país maduro, com uma democracia já madura, de dimensão média na União Europeia, é um velho país da Coesão, e portanto tem de sair da situação que aparece ainda nas estatísticas, que é a de chegar a um valor que não chega a país desenvolvido, porque as suas regiões não são regiões desenvolvidas“, afirmou.

Para Elisa Ferreira, Portugal tem de “definir, neste momento, a estratégia que arranque para uma dimensão que já não é uma dimensão baseada em infraestruturas básicas”, mas sim “no conhecimento e na capacidade de dar oportunidades aos jovens que são muito qualificados”, transferindo para as empresas “todo o saber” ainda contido nas universidades, entrando “em áreas de concorrência internacional e de cooperação internacional”.

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BCE coloca pé no travão e faz uma pausa na subida dos juros pela primeira vez em 15 meses

Após um ciclo de dez subidas consecutivas das taxas de juro, o Banco Central Europeu decidiu fazer uma pausa e manter as taxas diretoras inalteradas.

Ao fim de dez subidas consecutivas das taxas de juro ao longo dos últimos 15 meses, que encareceram o preço do euro em 450 pontos base, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu fazer uma pausa e manter inalteradas as taxas diretoras do euro.

A decisão não foi uma surpresa para o mercado, que já antecipava esta decisão por parte do Conselho de governadores do BCE, numa altura em que a taxa de inflação na Zona Euro está a abrandar e os receios de uma recessão no espaço da moeda única estão bem presentes.

Desta forma, a taxa de juro de facilidade permanente de depósito mantém-se nos 4%, e as taxas de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez permanecem nos 4,50% e 4,75%, respetivamente.

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Com base na sua atual avaliação, o Conselho do BCE considera que, para trazer a inflação para o objetivo de médio prazo de 2%, “as taxas de juro diretoras estão em níveis que, se forem mantidos por um período suficientemente longo, darão um contributo substancial para esse fim”, refere o BCE em comunicado.

De acordo com a avaliação do BCE, “a informação que tem vindo a ser disponibilizada confirmou amplamente a anterior avaliação das perspetivas de inflação a médio prazo“, sublinhando que “a inflação desceu consideravelmente em setembro, incluindo devido a fortes efeitos de base, e a maioria das medidas da inflação subjacente continuou a abrandar”.

Todavia, a autoridade monetária da Zona Euro destaca que “ainda se espera que a inflação permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo, e as pressões internas sobre os preços permanecem fortes“.

Além de manter as taxas diretoras inalteradas, o Conselho do BCE decidiu também manter tudo na mesma em relação à carteira do programa de compra de ativos (asset purchase programme – APP) e ao ao programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (pandemic emergency purchase programme – PEPP).

Segundo o BCE, a carteira do APP está “a diminuir a um ritmo comedido e previsível, dado que o Eurosistema deixou de reinvestir os pagamentos de capital de títulos vincendos”, enquanto o conselho do BCE voltou a reforçar a sua intenção de reinvestir os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no contexto do PEPP até, pelo menos, ao final de 2024. “Seja como for, a futura descontinuação gradual da carteira do PEPP será gerida de modo a evitar interferências com a orientação de política monetária apropriada”, lê-se no comunicado.

Sobre as operações de refinanciamento, o BCE refere que, “como os bancos estão a reembolsar os montantes dos empréstimos obtidos no contexto das operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas, o conselho do BCE avaliará regularmente a forma como estas operações e a continuação do reembolso das mesmas estão a contribuir para a sua orientação da política monetária”.

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