Costa Silva admite maiores custos para o Estado na Efacec

  • ECO
  • 15 Outubro 2023

Sem se comprometer com datas nem quantificar os valores, António Costa e Silva antecipa um "final feliz" para a Efacec, com custos "algo maiores" para o Estado.

António Costa Silva reconhece que os encargos do Estado com a venda da Efacec podem ser “algo maiores” do que o previsto. “Os encargos não vão ser muito maiores do que os projetados e que estimávamos. Podem ser algo maiores”, disse em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, o ministro da Economia e do Mar. No entanto, e sem adiantar pormenores, o responsável lembrou a existência de um mecanismo, “que quando o negócio se concluir vamos revelar”, através do qual poderá existir “pelo menos uma recuperação parcial” do montante aplicado pelo Estado.

O ECO tinha revelado em primeira mão que a proposta do fundo alemão Mutares para a compra da Efacec pressupunha uma perda para o Estado de, pelo menos, 112,8 milhões de euros que injetou na empresa. Mas, além deste valor, o Banco de Fomento vai comprar até 50 milhões de euros de obrigações convertíveis em ações — não se sabe ainda a que juro — e a Parpública vai injetar mais, pelo menos, 50 milhões em capital. Além disso, desde o último trimestre de 2022, a Parpública está a injetar pelo menos dez milhões de euros por mês para assegurar fundos de tesouraria da empresa, e não há informação disponível sobre a forma como estes montantes estão a ser contabilizados.

Tal como o ECO avançou, o processo de privatização da Efacec pode estar concluído nas próximas semanas. Nas próximas semanas penso que podemos anunciar o desfecho e será um desfecho feliz”, disse o ministro, admitindo que contava que o processo tivesse sido resolvido até julho, o que não aconteceu. “As negociações são exaustivas e também tivemos que negociar com os acionistas minoritários, com todos eles”, acrescentou.

Afirmando querer transmitir “uma mensagem de serenidade”, o ministro da Economia e do Mar diz-se “completamente de acordo” com a intervenção do Estado na companhia. “Foi para salvar uma empresa que teve o colapso da sua estrutura acionista e que é muito importante para o país e para o funcionamento da economia“, afirma, sem se comprometer com uma data final para a conclusão do processo nem quantificar a derrapagem nos custos para o Estado.

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Irão adverte que “ninguém pode garantir o controlo da situação” se Israel invadir Gaza

  • Lusa
  • 15 Outubro 2023

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão advertiu este domingo, em Doha, que "ninguém pode garantir o controlo da situação" se Israel lançar uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão advertiu este domingo, em Doha, que “ninguém pode garantir o controlo da situação” se Israel lançar uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.

A advertência está expressa num comunicado do ministério iraniano, divulgado na capital do Qatar na sequência da visita de Hossein Amir-Habdollahian, no quadro de uma digressão regional que o levou também ao Iraque, Líbano e Síria.

O chefe da diplomacia iraniana foi recebido pelo emir do Qatar, Tamim ben Hamad al-Thani, com quem discutiu “a evolução da situação nos territórios palestinianos”, segundo a agência noticiosa QNA.

A República Islâmica do Irão apoia financeira e militarmente o Hamas, o movimento islamita palestiniano que lançou um ataque sangrento contra Israel a 07 deste mês, desencadeando uma guerra na Faixa de Gaza, com a consequente retaliação militar israelita.

“Se os ataques do regime sionista contra a população indefesa de Gaza continuarem, ninguém pode garantir o controlo da situação e a perspetiva de um alargamento do conflito”, afirmou Amir-Habdollahian durante o encontro com o líder do Qatar, acrescenta o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.

Israel e os Estados Unidos temem a abertura de uma segunda frente no norte de Israel, na fronteira com o Líbano, se o Hezbollah, outro movimento apoiado pelo Irão, decidir intervir maciçamente na guerra entre Israel e o seu aliado palestiniano.

O ministro disse que as partes que querem “evitar que a crise se alastre devem impedir os ataques bárbaros do regime sionista”, de acordo com o comunicado de imprensa.

Amir-Abdollahian afirmou ainda que os altos dirigentes do Hamas, com quem se encontrou em Beirute e Doha nos últimos dias, consideram “a questão dos prisioneiros civis” como “uma prioridade da agenda” e que, “se as condições estiverem reunidas, tomarão as medidas adequadas”, acrescenta o comunicado.

Sábado, o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, afirmou ser dever do mundo muçulmano apoiar o povo palestiniano e garantiu que os palestinianos “prevalecerão na guerra” contra Israel.

“Todos no mundo muçulmano têm o dever de apoiar o povo palestiniano. Com a graça de Deus, o movimento que começou na Palestina avançará e resultará na vitória completa dos palestinianos”, disse Khamenei, na rede social X (antigo Twitter), sublinhando que a Palestina e Gaza são “um exemplo da força do Islão”.

Terça-feira, Khamenei afirmou que os palestinianos estão orgulhosos do ataque surpresa contra Israel e, paralelamente, negou qualquer envolvimento do Irão no conflito.

“Beijamos a testa e as mãos dos líderes inteligentes e qualificados que organizaram esta operação e a juventude palestiniana. Estamos orgulhosos deles”, disse o ayatollah Khamenei.

O Irão e Israel têm mantido uma rivalidade que representa uma ameaça existencial mútua, uma vez que competem pela hegemonia regional e mantêm uma guerra secreta com ataques cibernéticos, assassínios e atos de sabotagens.

O Irão lidera o chamado Eixo da Resistência, uma espécie de aliança informal composta pela Síria, pelo grupo xiita libanês Hezbollah, por fações palestinianas, por milícias iraquianas e pelos rebeldes Houthi do Iémen, entre outros.

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Iniciativa Liberal compara Costa a mendigo “à espera da esmola de Bruxelas”

  • Lusa
  • 15 Outubro 2023

OE "não resolve nenhum problema essencial" dos portugueses e atira o país para o tempo dos "crescimentos medíocres (1,5%)", defendo o líder da IL.

O presidente da Iniciativa Liberal (IL) acusou este domingo o primeiro-ministro de não ter soluções para o país e de se comportar como um mendigo, sempre à espera de mais um fundo comunitário.

“Não nos revemos num primeiro-ministro que, sistematicamente, age como um mendigo, sempre à espera da esmola de Bruxelas, de mais dinheiro que lhe caia pela porta dentro“, disse Rui Rocha, em Coimbra, na intervenção inicial do Conselho Nacional do partido.

Num discurso em que explicou as razões do voto contra no Orçamento de Estado (OE) para 2024, o dirigente liberal salientou que “não é por acaso que António Costa já defendeu um Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) permanente“. “É porque não tem soluções para o país e quer condenar Portugal à dependência permanente”, sublinhou.

Para Rui Rocha, o OE para 2024 “não resolve nenhum problema essencial” dos portugueses e atira o país para o tempo dos “crescimentos medíocres (1,5%), que não permitem gerar riqueza e não permitem às empresas e aos portugueses “crescer na vida”.

O líder da IL acusou o primeiro-ministro de, em 2024, aumentar os impostos indiretos em 8,9%, enquanto a receita dos impostos diretos “praticamente fica igual”, apesar da descida anunciada no Imposto sobre Rendimentos Singulares (IRS).

Neste capítulo, anunciou que, na discussão do OE para 2024, o seu partido vai apresentar a proposta de descida do IRS “mais desafiadora de todas as bancadas parlamentares”.

Há um agravamento da receita fiscal de 4,8% e há mais um recorde de carga fiscal que António Costa vai, mais uma vez, bater“, enfatizou o dirigente, acusando o Governo de, em 39 medidas do OE, apenas três se destinarem às empresas, que “são fundamentais para riqueza”.

Pelos cálculos do líder da IL, o país tem mais dinheiro investido pelo Estado na Efacec “do que neste OE está previsto para as empresas”.

Na sua intervenção, desafiou ainda o Governo a baixar a tributação dos rendimentos do arrendamento para “ter mais casas no mercado para resolver o problema da habitação dos portugueses“.

Rui Rocha exortou ainda o primeiro-ministro a baixar o IVA da construção, “porque se a habitação é um bem essencial e se há uma crise na habitação”, então não se pode tratar esta questão do ponto de vista da tributação “como um bem supérfluo ou de luxo”.

Além do primeiro-ministro, também o PSD foi bastante criticado pelo líder dos liberais, que acusou os social-democratas de exigirem agora a redução do IRS, quando votaram contra uma proposta da IL nesse sentido.

O PSD tem cartazes agora pelo país a dizer ‘baixar impostos já’, mas na proposta que apresentámos para baixar em 2023 o IRS nos primeiros cinco escalões, de rendimento mais baixo, tivemos o PSD a votar contra”, recordou.

Salientando que a IL é o “principal” fator de oposição à governação socialista”, Rui Rocha considerou que o seu partido “é rápido nos diagnóstico e nas soluções que trazem diferença para os portugueses”.

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Médicos em Gaza alertam que milhares de feridos podem morrer sem bens essenciais

  • Lusa
  • 15 Outubro 2023

Nas ruas os civis tentam encontrar comida, água e procuram segurança, antes de uma aguardada ofensiva terrestre israelita, em resposta ao ataque mortal do Hamas.

Médicos em Gaza alertaram domingo que milhares de pessoas podem morrer se os hospitais, lotados com feridos, ficarem sem combustível e sem produtos essenciais.

Nas ruas os civis tentam encontrar comida, água e procuram segurança, antes de uma aguardada ofensiva terrestre israelita, em resposta ao ataque mortal do Hamas na semana passada.

As forças israelitas, apoiadas por um crescente destacamento de navios de guerra norte-americanos na região, posicionaram-se ao longo da fronteira de Gaza e prepararam-se para o que Israel disse ser uma vasta operação para desmantelar o grupo.

Uma semana de ataques aéreos violentos demoliu bairros inteiros, mas não conseguiu travar os disparos de foguetes do Hamas contra Israel.

O Ministério da Saúde de Gaza afirmou que 2.329 palestinianos foram mortos desde o início dos combates, mais do que na guerra de 2014 em Gaza, que durou mais de seis semanas.

O número avançado faz desta a mais mortífera das cinco guerras de Gaza. Mais de 1.300 israelitas foram mortos, a grande maioria civis, no ataque do Hamas em 07 de outubro.

O grupo islamita Hamas, considerado terrorista pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos, lançou a 07 deste mês um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza, que controla desde 2007, e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está “em guerra” com o Hamas.

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Catorze distritos sob aviso amarelo por previsão de chuva e vento

  • Lusa
  • 15 Outubro 2023

Catorze dos 18 distritos de Portugal Continental vão estar sob aviso amarelo devido às previsões de chuva e vento a partir da meia-noite de segunda-feira, anunciou o IPMA.

Catorze dos 18 distritos de Portugal Continental vão estar sob aviso amarelo devido às previsões de chuva e vento a partir da meia-noite de segunda-feira, anunciou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Num comunicado divulgado este domingo, o IPMA também colocou sob aviso amarelo devido à possibilidade de períodos de chuva ou aguaceiros, por vezes fortes, os distritos de Vila Real, Viana do Castelo e Braga entre as 12:00 e as 18:00 de segunda-feira.

De acordo com o IPMA, o aviso amarelo, o menos grave de uma escala de três, é emitido sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

O aviso amarelo para o distrito de Lisboa é válido na terça-feira entre as 00:00 e as 12:00, devido à previsão de períodos de chuva ou aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoada e vento forte do quadrante sul, com rajadas até 75 km/h, sendo até 100 km/h nas serras.

Pelas mesmas condições climatéricas, o IPMA colocou avisos amarelos para Vila Real, Viana do Castelo e Braga, mas que são válidos entre as 00:00 e as 18:00 de terça-feira.

Para Bragança, Viseu, Porto e Aveiro, os avisos amarelos por precipitação e vento foram são válidos entre as 00:00 e as 18:00 de terça-feira.

Para o distrito de Santarém, o IPMA emitiu um aviso amarelo por precipitação válido na terça-feira entre as 00:00 e as 18:00 e outro por vento válido entre as 00:00 e as 18:00.

O distrito de Leiria também tem dois avisos amarelos a partir das 00:00 de terça-feira, um por precipitação até às 12:00 e outro por vento até às 18:00.

Castelo Branco tem dois avisos amarelos a partir das 00:00 de terça-feira, um por vento válido até às 18:00 e outro por precipitação válido até às 15:00.

Como a maioria dos outros distritos, o de Coimbra tem um aviso amarelo por vento até às 18:00 e outro por chuva até às 15:00.

Na terça-feira, o distrito da Guarda tem um aviso amarelo por vento entre as 00:00 de as 18:00 e outro por precipitação entre as 3:00 e as 18:00.

O distrito de Setúbal tem só um aviso amarelo, por vento, entre as 00:00 e as 12:00 de terça-feira.

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Novos imigrantes brasileiros em Portugal são de grandes cidades e têm entre 20 e 40 anos

  • Lusa
  • 15 Outubro 2023

No final de 2022 viviam em Portugal 239.744 brasileiros, sendo a segunda maior comunidade fora do Brasil, só atrás dos Estados Unidos. Uma das novidades é "um protagonismo da mulher".

A crescente vaga de migração brasileira em Portugal vem predominantemente das grandes cidades, em família, de várias classes sociais e tem entre 20 e 40 anos, disse à Lusa a coordenadora da plataforma de dados de brasileiros no exterior.

É uma população altamente heterogénea, com condições sociais e económicas muitas impactadas pela situação que elas tinham no Brasil e que elas encontram em Portugal também“, explicou à Lusa Camila Escudero.

Além disso, há uma tendência de “migração não só da pessoa, mas da família toda, com filhos ainda pequenos“, sublinhou, estimando que a “faixa etária está entre os 20 e os 40 anos“.

No início do fluxo migratório brasileiro, na década de 1990, a maioria dos brasileiros migrantes era proveniente “das pequenas cidades, do interior”, só que hoje “verifica-se a saída das grandes cidades, das capitais“, explicou à Lusa Camila Escudero.

Em 2013, segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a comunidade brasileira em Portugal cifrava-se em 92.120 pessoas e já era a principal comunidade estrangeira residente.

Uma década mais tarde esse número quadruplicou: Numa resposta enviada à Lusa em setembro, o SEF precisa que 393.000 cidadãos brasileiros residem em Portugal, com maior incidência nos concelhos de Lisboa, Cascais, Sintra, Porto e Braga, sendo que no final de 2022, viviam em Portugal 239.744 brasileiros.

Este número não abrange as pessoas com dupla nacionalidade.

A professora da Universidade Metodista de São Paulo, responsável pelo projeto criado em 2022 com a missão de sistematizar, organizar e dar visibilidade aos dados que envolvem a presença de brasileiros no exterior, detalhou que, ao contrário das migrações anteriores, o desejo de regressar ao Brasil é “menos explicito”.

“As pessoas vão e se der certo vão ficando. Existe a ideia de regressar mas isso é menos explícito”, sublinhou, acrescentando que no caso de Portugal há também um entendimento do país “como uma porta de entrada para outros países da Europa”. “Em Portugal a gente ainda não percebe essa intenção de regresso”, frisou.

A investigadora, que reconhece existir falta de dados sobre a matéria, visto que muitos brasileiros emigram sem notificarem as autoridades locais, afirmou que “o trabalho e a busca por uma vida melhor são fatores predominantes de motivação, desse tipo de emigração” e que esta comunidade procura “condições de vida melhor no que diz respeito à segurança e educação”.

Há também um crescimento dos brasileiros com um nível de escolaridade superior, em relação às migrações anteriores, disse, referindo-se à nova comunidade brasileira em Portugal, a segunda maior do mundo fora do Brasil, só atrás dos Estados Unidos, que acolhe quase dois milhões de brasileiros.

“Muitas pessoas vindas de classe média/alta aqui do Brasil, que têm alguns recursos financeiros para se manter em Portugal, ainda que não tenham licença para trabalhar nas suas respetivas áreas de formação”, sublinhou.

Camila Escudero analisou ainda as diferentes motivações das classes sociais.

Se nas classes mais baixas a razão é económica, “nas classes mais altas, principalmente, é melhorar a qualidade de vida no que diz respeito à segurança”, à educação e “a própria localização de Portugal, que é estratégica na Europa”.

Uma novidade nos últimos anos da comunidade brasileira é “um protagonismo da mulher”.

No caso das classes mais baixas, explicou Camila Escudero, a mulher “vai para poder ter uma vida melhor e sustentar a família que tem aqui no Brasil”. E nas classes mais altas, numa questão de “independência e empoderamento feminino”, considerou.

Quanto às migrações que depois acabam por não correr como o esperado, a investigadora afirmou que “com a popularização ao acesso das tecnologias de comunicação” uma franja da sociedade brasileira acaba por emigrar sem a preparação necessária e muitas vezes com falsas esperanças.

“Em relação aos migrantes, principalmente de classes mais baixas, que saem do Brasil com um sonho, têm pouco acesso à informação e quando têm acesso é uma informação enviesada“, disse.

“Os próprios brasileiros que já migraram, criam canais no youtube, para falar ‘vem para cá, aqui é ótimo, aqui tem tudo” e isso “tem um impacto e um imaginário grande na pessoa”, afirmou, apelando a uma migração ordenada, planeada e consciente.

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Ministro da Economia acredita que Portugal poderá crescer mais de 1,5% em 2024

  • ECO
  • 15 Outubro 2023

Costa Silva acredita na conclusão da reprivatização da Efacec nas próximas semanas, mas não se compromete com uma data. Reconhece que encargos para o Estado com a venda possam ser "algo maiores".

O ministro da Economia acredita que Portugal poderá ter um crescimento superior aos 1,5% inscritos no Orçamento do Estado para o próximo ano. Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, António Costa Silva revelou que “há algumas medidas” do OE20224 “que podem ser melhoradas em função das conversas com o PSD”.

Costa Silva elogiou a capacidade de resposta das empresas, e por isso antecipa que, tal como no ano passado, os aumentos salariais poderão ser superiores aos 5%, acordados na concertação social. O ministro da Economia garante que, apesar de a CIP não ter assinado o acordo, o diálogo com a Confederação dos Empresários de Portugal vai continuar para criar outras plataformas de entendimento.

Costa Silva acredita na conclusão do processo de reprivatização da Efacec nas próximas semanas, tal como o ECO avançou, mas não se compromete com uma data. Será possível “anunciar um desfecho feliz”, diz. António Costa Silva reconhece que os encargos para o Estado com a venda possam ser “algo maiores” do que os inicialmente previstos, mas reitera que será criado um mecanismo através do qual será possível uma recuperação parcial de todas as verbas injetadas pelo Estado.

Na mesma entrevista, o responsável garantiu que os reembolsos de apoios europeus em atraso junto do IAPMEI a 136 empresas, no valor global de 9,7 milhões, já estão a ser pagos no âmbito do Portugal 2020 e que o PRR está a entrar em velocidade de cruzeiro e quer chegar ao final do ano com 3 mil e quinhentos milhões de pagamentos feitos.

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Lei e Justiça apoia-se na solidez da economia para renovar maioria na Polónia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 15 Outubro 2023

Apesar da inflação acima da média da UE, a economia polaca prospera com um dos maiores crescimentos. Este domingo, o Lei e Justiça (PiS) joga a manutenção no poder, mas solução de governo é incerta.

Uma subida das prestações sociais, combinada com valores cristãos e conservadores, sustentados por uma economia sólida, ou um regresso ao caos. Estes são os dois cenários que, segundo o Lei e Justiça (PiS, na sigla polaca), que governa a Polónia há oito anos, estão em jogo nas eleições legislativas deste domingo no país. A campanha eleitoral do partido do primeiro-ministro Mateusz Morawiecki tem sido marcada por um afastamento da Ucrânia, com o objetivo de “roubar” votos à extrema-direita e assim revalidar a maioria. Porém, as sondagens antecipam uma votação renhida, sem garantias da formação de uma coligação que funcione, tanto à direita como à esquerda.

O que parece que vai acontecer é ter mais um caso de um Parlamento na Europa incapaz de apresentar uma solução de Governo“, nota Henrique Burnay, consultor em assuntos europeus, em declarações ao ECO. A mais recente sondagem do IBRIS (Instituto de Pesquisa Social e de Mercado), publicada na quinta-feira, mostra o PiS com 33,5% das intenções de voto, abaixo dos 37,6% que, em 2015, deram o poder ao partido e ainda mais longe da vitória expressiva em 2019, em que angariou 43,6% dos votos.

Estando em risco a garantia de um terceiro mandato do PiS com maioria, o partido conservador e nacionalista, liderado pelo vice-primeiro-ministro Jarosław Kaczyński, tem-se aproximado, ao longo da campanha eleitoral, de algumas posições do Confederação, uma força política de extrema-direita que rejeita firmemente a oferta de mais ajuda à Ucrânia e que conta com 9% das intenções de voto.

Em setembro, a menos de um mês para as eleições, o chefe do Governo polaco, Mateusz Morawiecki, anunciou que o país vai deixar de fornecer armamento à Ucrânia e passar a focar-se “no reforço do seu próprio arsenal”. Antes, decidira proibir a importação de cereais ucranianos para proteger os agricultores do país, que por sinal constituem uma parte importante do eleitorado do PiS.

Embora tenha sido depois esclarecido que o Executivo se referia a uma arma recentemente comprada para o exército polaco e que a Polónia não iria deixar de fornecer à Ucrânia o armamento que já tinha sido acordado, ficou a nu a clivagem entre os dois países. Estava previsto um encontro do Presidente polaco, Andrzej Duda, com o homólogo ucraniano em Nova Iorque, durante a Assembleia Geral da ONU, mas a equipa de Duda disse que houve um choque de agendas e o encontro não aconteceu, o que contrasta com os múltiplos encontros e abraços calorosos dos 18 meses anteriores, em que a Polónia estava na linha da frente do apoio a Kiev.

Henrique Burnay considera que as sondagens ajudam a explicar o posicionamento do Governo polaco. “Perante umas eleições em que a probabilidade de conseguirem manter a maioria é evitando o crescimento do partido à direita deles, o que o PiS tenta fazer é dizer coisas que possam agradar a esse eleitorado, sendo que umas coisas são, de facto, muito contraditórias com aquilo que tinha dito até agora”, assinala o também professor convidado no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.

Alguns analistas consideram que a mudança no discurso dos políticos do Lei e Justiça acerca da Ucrânia não passa de retórica eleitoral e que os seus efeitos serão diminutos, mas há quem defenda que as afirmações dos responsáveis do Governo causaram danos, especialmente porque vêm do principal aliado desde a primeira hora.

O Governo polaco “está agora subitamente imprevisível”, afirmou Piotr Sula, diretor-adjunto do Instituto de Ciência Política da Universidade de Breslávia, na Polónia, citado pela Bloomberg, considerando que “esta mudança na retórica em relação à Ucrânia não vai desaparecer depois das eleições e é também perigosa”, pois já se estão a ver fissuras no consenso europeu em relação à ajuda a Kiev. Ainda assim, este académico polaco admitiu ao ECO que não consegue “imaginar o PiS a ganhar e a não ajudar a Ucrânia”.

O PiS está a tentar ir buscar o eleitorado do Confederação. As sondagens ajudam-nos a explicar o posicionamento do Governo polaco. Perante umas eleições em que a probabilidade de conseguirem manter a maioria é evitando o crescimento do partido à direita deles, o que o PiS tenta fazer é dizer coisas que possam agradar a esse eleitorado, sendo que umas coisas são, de facto, muito contraditórias com aquilo que tinha dito até agora.

Henrique Burnay

Consultor em assuntos europeus

“Esmolas” já não garantem vitória clara do PiS

A 7 de agosto, um dia antes de anunciar que as eleições legislativas se realizariam a 15 de outubro, o Presidente polaco aprovou o aumento do abono de família mensal, pago a todas as famílias com filhos até aos 18 anos, de 500 zlotys (cerca de 110 euros, à taxa de câmbio atual) para 800 zlotys (quase 177 euros) no próximo ano.

Em setembro, as crianças que começaram a frequentar o quarto ano receberam vales no valor de 2.500 zlotys (cerca de 552 euros) para comprarem computadores portáteis mediante uma lista de fornecedores aprovados pelo Governo. Além disso, o Executivo prometeu aumentar o salário mínimo em 18% em 2024. “É um clássico dos partidos muito à direita terem políticas sociais assistencialistas fortes. Os partidos muito conservadores não são, normalmente, partidos muito liberais do ponto de vista económico“, justifica, ao ECO, o consultor Henrique Burnay.

Medidas de cariz social como estas têm garantido a popularidade do PiS sobretudo junto das classes económicas com menos posses, tendo ajudado a elevar o nível de vida da população para 80% da média da União Europeia (UE), com base no Produto Interno Bruto (PIB) per capita ajustado pelo poder de compra, o que compara com 69% quando o partido assumiu o poder em outubro de 2015.

Sob a liderança do Lei e Justiça, também os salários quase duplicaram e o desemprego foi reduzido para metade nos últimos oito anos, tendo atualmente uma das taxas mais baixas entre os Estados-membros da UE. O afluxo de milhões de refugiados ucranianos à Polónia proporcionou uma injeção muito necessária na mão-de-obra do país, dos quais mais de 700 mil estão registados como trabalhadores regulares, além de que o emprego não registado de ucranianos é provavelmente também elevado.

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Ao mesmo tempo, a Polónia tem gozado de um forte crescimento económico nas últimas décadas, impulsionado sobretudo pela capacidade de atrair capital estrangeiro, o desenvolvimento tecnológico e o poderio militar. Após uma contração da atividade económica em 2020 (2%) causada pela pandemia de Covid-19, o crescimento real do PIB foi de 6,9% em 2021, tendo-se verificado uma ligeira desaceleração em 2022 (5,1%), segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Até ao surgimento da pandemia de Covid-19, era o país com o crescimento económico mais prolongado, registando quase 30 anos consecutivos de aumento. E, mesmo no primeiro trimestre deste ano, de acordo com o Eurostat, foi o país do bloco comunitário que mais cresceu em termos mensais (3,9%). O PIB vale, atualmente, cerca de 655 mil milhões de euros, o que torna a Polónia a maior economia dos países do leste da UE.

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Mas, apesar dos indicadores sólidos, a economia polaca sofreu numerosos choques no último ano e meio, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia. Em termos homólogos, o PIB caiu no primeiro e no segundo trimestre deste ano (-0,3% e -0,5%, respetivamente). Mesmo as perspetivas para o resto do ano não são muito otimistas, já que, na semana passada, o banco ING reviu em baixa a sua previsão de crescimento económico do país para 2023, de 1% para apenas 0,4% (a previsão do FMI é ligeiramente mais alta, de 0,6%).

É na resiliência das exportações e do investimento fixo, bem como a queda das importações, que deverá estar a chave para fugir a uma recessão. Dada a sua localização central na Europa, a Polónia é uma importante plataforma para outros mercados da região, nomeadamente a Alemanha, que em 2021, segundo a Comtrade, surgia destacada (28,6%) entre os seus principais clientes. Nesse ano, as exportações polacas totalizaram 318 mil milhões de dólares (cerca de 302 mil milhões de euros).

Em relação a Portugal, a balança comercial de bens é favorável à Polónia: em 2022, o valor das exportações portuguesas para a Polónia foi de 1.070 milhões de euros e o das importações de 1.795 milhões de euros, o que representou um défice do nosso país de 725 milhões de euros. No que toca ao investimento de empresas nacionais no mercado polaco, o destaque vai para o grupo Jerónimo Martins, que tem na Polónia cerca de 3.400 lojas da cadeia Biedronka (setor da distribuição alimentar), sendo líder de vendas no retalho alimentar do país, e ainda 300 lojas da cadeia Hebe (saúde e beleza). No seu conjunto, perfizeram vendas de quase 18 mil milhões de euros em 2022.

Exportações e importações entre Portugal e a Polónia (2018-2022). Fonte: AICEP

Também a Mota-Engil está presente na Polónia, desde o final da década de 1990, quando comprou duas empresas locais. Em 2004, o grupo fundiu as suas participadas no país, criando a Mota-Engil Polska, mais tarde renomeada Mota-Engil Central Europe, que é uma das maiores empresas de construção polacas, especializada em construção de estradas e pontes, ferrovias e eletricidade.

Não obstante, onde a guerra na Ucrânia mais se fez sentir foi, como em todo o continente europeu, no aumento dos preços aos consumidores. Em fevereiro deste ano, a inflação atingiu um pico de 18,4% na Polónia, tendo caído para 8,2% em setembro. Apesar da desaceleração significativa, esta taxa está, ainda assim, acima da média da UE (de 5,9% em agosto). “A inflação afeta o poder de compra dos polacos”, além de que “o número de consumidores aumentou graças aos ucranianos”, nota Piotr Sula.

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Espera-se que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) da Polónia, financiado pela “bazuca” europeia, apoie o investimento público, mas o Banco Mundial adverte que quaisquer novos atrasos nos pagamentos dos cheques representam um risco negativo. Atualmente, a Comissão Europeia está a reter 36 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos, principalmente devido a preocupações com o Estado de direito.

No entanto, com o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) a lançar já a quarta deliberação a condenar as alterações introduzidas pelo Governo do PiS ao sistema judicial polaco, estão ainda mais limitadas as probabilidades de a Polónia receber em breve o dinheiro do Fundo de Recuperação. Segundo o académico Piotr Sula, caso o Lei e Justiça vença as eleições, o partido “não irá alterar a sua política e as tensões (com a União Europeia) irão manter-se”.

Oposição promete desbloquear fundos, mas o caminho para o poder é igualmente difícil

A Plataforma Cívica, que conta com Donald Tusk, antigo presidente do Conselho Europeu (2014-2019) e ex-primeiro-ministro da Polónia (2007-2014), como figura de proa, é o principal partido da oposição. Nas sondagens, surge com até menos sete pontos percentuais face ao Lei e Justiça, atingindo em algumas perto de 30% das intenções de voto.

O Confederação não se comprometeu a formar uma aliança pós-eleitoral com o PiS se este sair vencedor das eleições. É, aliás, o primeiro a rejeitá-la, como afirmou Krzysztof Bosak à Euronews: “Somos a favor da liberdade económica: de impostos simples e baixos, de menos regulamentação, da possibilidade de gerir o nosso dinheiro em vez de o ver desviado para o orçamento. Os nossos slogans são pró-empresariais e cristãos. Não vemos qualquer hipótese de implementar as nossas ideias programáticas com os partidos Lei e Justiça ou Plataforma Cívica, pelo que prevemos que estaremos provavelmente na oposição após as eleições.”

Contudo, o regresso ao poder de Donald Tusk também se afigura improvável, já que teria de juntar o partido centrista Terceira Via com o partido Nova Esquerda, cada um com percentagens de intenções de voto a rondar os 10%. Embora os dois partidos tenham admitido, também ao canal Euronews, formar coligação com a Plataforma Cívica, a chave do Executivo poderá estar no terceiro partido mais votado. Está também em cima da mesa a possibilidade de se repetir a votação.

O antigo presidente do Conselho Europeu é líder do maior partido da oposição na Polónia, a Plataforma Cívica, e concorre às eleições deste domingo.

Aleks Szczerbiak, professor de política na Universidade de Sussex, em Inglaterra, que escreve regularmente um blogue sobre a política polaca, considera que uma vitória de Tusk resultaria num “grande regresso simbólico da Polónia à corrente europeia”. Mas, se o partido no poder continuar no Governo, espera que “o establishment político da UE aceite o facto de o Lei e Justiça ter vindo para ficar e tenha de trabalhar com ele”.

A incapacidade de o partido de Donald Tusk se diferenciar do PiS, pelo menos do ponto de vista económico, deverá ser uma das razões que o impedem de alcançar melhores resultados. O antigo presidente do Conselho Europeu prometeu, no entanto, “desbloquear os fundos da UE” no seu primeiro dia de mandato. Junta-se a este argumento o objetivo de inverter as políticas do atual Governo em domínios como o aborto e os direitos das minorias sexuais.

Se a Plataforma Cívica conseguir formar governo, o académico britânico avisa que tal exigirá a união de políticos que vão desde os conservadores sociais aos esquerdistas radicais. Para além disso, uma governação de Tusk pode ser limitada pelo Presidente Duda, que tem pouco menos de dois anos de mandato pela frente. “Tudo o que não seja uma maioria do Lei e Justiça significa, quase de certeza, um período de instabilidade política“, realça, citado pela Bloomberg.

Se for o PiS (a ganhar as eleições), imagino que este partido não irá alterar a sua política e as tensões (com a União Europeia) irão manter-se.

Piotr Suła

Diretor-adjunto do Instituto de Ciência Política da Universidade de Breslávia (Polónia)

Porém, o consultor de assuntos europeus Henrique Burnay diz que “em Bruxelas ninguém está a contar que o Tusk ganhe“. “Não quer dizer que não gostassem que ganhasse, mas não me parece que haja essa expectativa”, aponta, acrescentando que os líderes das instituições europeias estão convencidos “de que as coisas vão continuar como estão”.

Ao todo, são mais de 29 milhões os eleitores que vão às urnas este domingo para eleger os 460 membros do Sejm (câmara baixa do Parlamento) e os 100 membros do Senado para os próximos quatro anos. Simultaneamente, votam num referendo que inclui questões como a admissão de imigrantes, pensões e as políticas climáticas. Burnay deixa o alerta: “Se ninguém conseguir formar uma maioria razoável, não é muito evidente o que é que pode acontecer”.

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Exército israelita ataca Síria após alerta aéreo nos montes Golãs anexados

  • Lusa
  • 14 Outubro 2023

A artilharia israelita atacou a Síria, após terem soado alertas aéreos na parte dos montes Golãs anexada por Israel em 1967, anunciou o Exército israelita. Líderes europeus reúnem na terça-feira.

A artilharia israelita atacou este sábado à noite a Síria, após terem soado alertas aéreos na parte dos montes Golãs anexada por Israel em 1967, anunciou o Exército israelita. “Na sequência de um primeiro relato de sirenes que soaram nas comunidades de Avnei Eitan e Alma, a artilharia [israelita] está atualmente a atacar a origem dos disparos na Síria“, declarou o Exército em comunicado.

Segundo fontes de ambos os lados da fronteira entre a Síria e Israel, grupos armados presentes na província meridional síria de Deraa lançaram hoje pelo menos um ‘rocket’ para o território de Israel, que respondeu com artilharia e morteiros, no segundo incidente deste tipo ocorrido nos últimos três dias.

Líderes europeus em conselho extraordinário

O presidente do Conselho Europeu convocou os líderes dos 27 para uma reunião extraordinária, por videoconferência, na terça-feira, para definir uma posição comum sobre o conflito entre Israel e o Hamas. “As cenas trágicas que se desenrolam na Faixa de Gaza, resultantes do cerco e da falta de [acesso] a necessidades básicas, combinadas com a destruição provocada por bombardeamentos significativos [de Israel], estão a fazer soar o alarme para a comunidade internacional”, dá conta uma carta endereçada por Charles Michel aos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE).

Por essa razão, o presidente do Conselho convocou “um Conselho Europeu extraordinário, que vai realizar-se por videoconferência na terça-feira”, às 17h30 locais (16h30 em Lisboa). “É da maior importância que o Conselho Europeu, em linha com os tratados e os nossos valores, estabeleça uma posição comum e uma linha de ação clara e unificada que reflita a complexidade da situação que se desenrola”.

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Vila Galé abre hotel em Tomar com “meia dúzia” de projetos em carteira

  • Ana Petronilho
  • 14 Outubro 2023

Este mês arrancam as obras no Paço do Curutêlo, em Ponte de Lima, e nas Casas de Elvas, um conjunto de 43 casas geminadas no centro da cidade. Abre ainda portas a primeira unidade do grupo em Cuba.

O Vila Galé abre este fim de semana em Tomar o quarto hotel este ano, com um investimento que derrapou quatro milhões de euros, passando de 11 milhões inicialmente previstos para 15 milhões. Mas este “estouro” no orçamento não arrefece os investimentos previstos do segundo maior grupo hoteleiro nacional, que conta com “meia dúzia de projetos” em carteira, sendo que alguns arrancam com obras ou abrem portas este mês, revelou em conferência de imprensa Jorge Rebelo de Almeida, presidente e fundador do Vila Galé.

É o caso do Paço do Curutêlo, uma casa senhorial semelhante a um castelo, em Ponte de Lima, que será restaurado e transformado numa unidade focada em enoturismo. O imóvel foi comprado pelo Vila Galé em 2022 mas só este mês arrancam as obras depois de atrasos com licenciamento.

Além disso, arrancam ainda este mês as obras para o projeto Casas de Elvas – cidade onde o grupo, através do Revive, já está a explorar um hotel com 79 quartos, onde funcionava o Convento de São Paulo. O Casas de Elvas passa pela recuperação de um conjunto de 43 casas geminadas no centro da cidade, onde em tempos funcionava a antiga fábrica da ameixa, os antigos edifícios do Aljube Eclesiástico e do Conselho de Guerra.

Fora de Portugal, abre portas, também este mês, em Cuba, o primeiro hotel com a marca do grupo. Trata-se do resort Vila Galé Cayo Paredón Grande, com 638 quartos. A entrada em Cuba era um sonho antigo do grupo hoteleiro, que acontece depois de o Vila Galé ter vencido um concurso da Gaivota – a empresa pública de turismo que controla o desenvolvimento de hotéis no país – para a exploração das duas unidades. A partir do próximo ano, o Vila Galé vai ainda assumir a gestão de um segundo hotel em Cuba, desta vez em Havana, no edifício que é “a torre mais alta da cidade” com 594 quartos.

Jorge Rebelo de Almeida revelou ainda que aguarda para breve o resultado do concurso Revive para o Paço Real de Caxias, em Oeiras. O Vila Galé foi o único candidato para recuperar o imóvel em avançado estado de degradação para ser transformado num hotel de 120 quartos, assumindo a concessão do espaço por um período de 50 anos. A renda anual prevista é de 174.912,00 euros e a área total de construção é de 5.816,93 metros quadrados, de acordo com o concurso que abriu a 4 de agosto de 2022.

Na mira do fundador do Vila Galé para o próximo ano está ainda abrir um hotel com 100 quartos na Figueira da Foz, onde funcionava o emblemático Grande Hotel da Figueira, até agora integrado na Accor. Este projeto conta com um investimento de dois milhões de euros.

Em 2024, vai ainda inaugurar o Vila Galé Isla Canela, um resort com tudo incluindo que marca a estreia do grupo em Espanha.

Para já, o grupo inaugura este fim de semana o Vila Galé Collection em Tomar, que abriu portas a 1 de julho para assinalar a Festa dos Tabuleiros. A unidade funciona junto ao rio Nabão em dois edifícios históricos: o Convento de Santa Iria, erguido no século XVI – onde Santa Iria terá sido apunhalada, segundo reza a lenda, e no antigo edifício do colégio feminino Nun’Álvares, fundado em 1932.

A unidade conta com 100 quartos com o orçamento inicial a derrapar em quatro milhões por causa da “subida dos custos dos materiais, dos atrasos nas obras e de melhorias no projeto” revelou Jorge Rebelo de Almeida. Os 15 milhões inclui o valor da compra do imóvel à autarquia, que rondou os 700 mil euros.

O fundador do grupo Vila Galé revela ainda que esta foi uma “obra sofrida” tendo em conta que o edifício estava “em cacos”. Para Jorge Rebelo de Almeida o Vila Galé Collection Tomar – que conta com 50 trabalhadores – é mais um resultado da aposta do grupo no interior do país.

Todos, incluindo as empresas, devemos ter a responsabilidade de apostar no interior do país e de valorizar o território com ofertas diferenciadas, também aliviando o litoral que está muito carregado”, frisa o presidente do Vila Galé,

Atualmente o grupo conta com um total de 41 hotéis, dos quais 31 funcionam em Portugal e dez no Brasil.

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Plano para 2022-2025 de combate à pobreza apresentado na terça-feira

  • Lusa
  • 14 Outubro 2023

A Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030, que foi aprovada no final de 2021, visa, entre outras medidas, reduzir para 10% a população em situação de pobreza até ao final da década.

O plano de ação para o período 2022-2025 da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza vai ser apresentado na terça-feira, anunciou sábado a ministra do Trabalho e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

O plano foi aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros e será apresentado na terça-feira, data em que se assinala o Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza.

Ana Mendes Godinho, que falava aos jornalistas em Portalegre, à margem da 16.ª Festa da Solidariedade, organizada pela Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), escusou-se a revelar os valores que o plano envolve, remetendo essas explicações para terça-feira.

No dia 17 [terça-feira] é que será mesmo apresentado e nesse dia será divulgado exatamente o que consta do plano até 2025, seja o detalhe das várias medidas, muitas das medidas, aliás, são medidas que já iniciaram em 2022“, disse.

A título de exemplo, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social abordou o tema da gratuidade nas creches, uma medida “estratégica” no combate à pobreza.

A governante referiu ainda que o Orçamento do Estado para 2024 é um “instrumento determinante” para este plano de ação, sublinhando que se trata do “maior investimento social estrutural e permanente de sempre” em Portugal.

Para sustentar esta afirmação, a ministra recordou que o Orçamento do Estado para 2024 vai trazer um “reforço” nas prestações dos apoios diretos às famílias com crianças, com o aumento do abono de família em “22 euros por mês por criança”, o aumento da garantia para a infância para “122 euros”, o alargamento da gratuitidade das creches para “120 mil crianças” em setembro de 2024 e o aumento do complemento solidário para idosos.

Ainda em relação à pobreza em Portugal, Ana Mendes Godinho referiu que nos últimos anos o país tem conseguido ter “uma grande capacidade de mobilização conjunta”, para retirar pessoas da situação de pobreza, recordando que “cerca de 700 mil pessoas desde 2015” saíram dessa situação. “Mas temos muito a fazer”, alertou.

O Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira o plano de ação para o período 2022-2025 no âmbito da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza, identificando mais de 270 atividades para reduzir as desigualdades e situações de exclusão social.

Segundo o comunicado, o plano de ação hoje aprovado “é um instrumento de planeamento fundamental” e fixa seis eixos de atuação e 14 objetivos estratégicos.

Entre as principais metas da estratégia nacional contra a pobreza estão a redução da pobreza nas crianças e nos jovens, além das suas famílias; a promoção da integração plena dos jovens adultos, diminuindo os riscos de pobreza; o fomento do emprego e da qualificação; o reforço de políticas de inclusão social e de proteção de pessoas mais desfavorecidas; a garantia de coesão territorial e desenvolvimento local; e a elevação do combate à pobreza como desígnio do país.

O Conselho de Ministros sublinhou também que a elaboração do plano de ação até ao ano 2025 contou com a participação de várias áreas do Governo e de entidades públicas, tendo também sido ouvidos membros da comissão técnica responsável pela proposta da estratégia nacional de combate à pobreza e instituições da sociedade civil.

A Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030, que foi aprovada no final de 2021, visa, entre outras medidas, reduzir para 10% a população em situação de pobreza até ao final da década.

 

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🎥 Despesas de teletrabalho isentas de descontos

  • ECO
  • 14 Outubro 2023

A lei explica que as despesas que devem ser compensadas são as relativas à aquisição de bens e ou serviços de que o trabalhador não dispunha antes.

Desde o início de outubro, a compensação paga pelas empresas aos trabalhadores para cobrir as despesas associadas ao teletrabalho ficou isenta de descontos.

A compensação paga pelas empresas aos teletrabalhadores ficou isenta até ao valor de um euro por dia, ou seja, 22 euros por mês. Esses montantes podem, contudo, ser majorados em 50%, se forem acordados em sede de negociação coletiva.

http://videos.sapo.pt/2J06yjdfDD93FtwhnQOz

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