Obra de Paula Rego leiloada por valor recorde de 3,5 milhões de euros 

  • Lusa
  • 13 Outubro 2023

O painel "Avestruzes Bailarinas do filme 'Fantasia' de Walt Disney" foi arrematado por 3,54 milhões de euros, muito acima do preço base de 2,5 milhões.

O painel “Avestruzes Bailarinas do filme ‘Fantasia’ de Walt Disney”, de Paula Rego, foi esta sexta-feira leiloado em Londres por 3,5 milhões de euros, um novo recorde para uma obra da artista portuguesa, confirmou a leiloeira Christie’s.

O preço final ficou-se pelas 3,065 milhões de libras (3,54 milhões de euros no câmbio atual), superando a base estipulada de 2,2 milhões de libras (2,5 milhões de euros).

A venda aconteceu no leilão noturno de obras do século XX/XXI, onde estão 52 lotes, com obras de artistas como Lucian Freud, Peter Doig, Jean-Michel Basquiat, Andy Warhol, Damien Hirst, Gerhard Richter, Georg Baselitz, Anselm Kiefer, George Condo, Marlene Dumas e Lucio Fontana. O painel de Paula Rego correspondia ao lote 20 deste leilão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lidl chega ao TikTok com Alexandra Lencastre como protagonista

Uma versão funk da sua música, a atriz Alexandra Lencastre e o pão de alho marcam a estreia do Lidl no TikTok. A criatividade é da agência O Escritório.

 

O Lidl Portugal alargou a sua presença nas redes sociais ao TikTok. A estreia é protagonizada pela atriz Alexandra Lencastre. “A marca combinou ingredientes populares do TikTok de uma forma inédita, adaptando a conhecida música dos seus anúncios a uma versão funk, juntando a isso uma participação muito especial da atriz Alexandra Lencastre e de um dos produtos favoritos dos clientes do Lidl: o pão de alho“, descreve a marca, que contou com a criatividade d’O Escritório para este lançamento.

A linguagem do Lidl nesta rede, vai “combinar de forma nativa, o humor reconhecido nas campanhas do Lidl, a utilização de produtos da marca, o recurso a criadores de conteúdo, e as tendências mais populares de cada momento”, prossegue o Lidl.

As marcas próprias ou exclusivas Lidl, os produtos não alimentares em destaque e as semanas temáticas estarão em evidência, de uma forma “simples e divertida” neste novo espaço.

A gestão da marca nesta rede será feita internamente pela equipa do Lidl, sendo a criatividade em colaboração com a equipa da agência O Escritório, precisou a insígnia ao +M.

O Lidl Portugal está também presente no Facebook, Instagram, Youtube e Linkedin.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fenprof chumba OE2024 e acusa Governo de fazer “contas de merceeiro”

  • Lusa
  • 13 Outubro 2023

"Fazemos uma apreciação bastante negativa, porque é um Orçamento do Estado (OE) de estagnação”, disse o secretário-geral da Fenprof.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) fez esta sexta-feira uma avaliação “bastante negativa” da proposta de Orçamento do Estado para 2024, acusando o Governo de “fazer contas de merceeiro” e optar por uma “Educação de serviços mínimos”.

Fazemos uma apreciação bastante negativa, porque é um Orçamento do Estado (OE) de estagnação”, anunciou o secretário-geral da Fenprof, depois de apresentar vários números que confirmam a continuação de uma política de desinvestimento na área da Educação. Para a Fenprof, a proposta de OE2024 para o ensino básico e secundário aposta numa “Educação em serviços mínimos”, uma vez que apresenta um “aumento de 5,7% que, grosso modo, é o valor da inflação previsto”.

“No próximo ano vai ser reposto o nível de subfinanciamento deste ano” na área do ensino básico e secundário, concluiu Mário Nogueira da análise feita à proposta do Governo entregue na terça-feira no parlamento. Mário Nogueira lembrou ainda que “a vida não começa hoje” e que existe desinvestimento não recuperado: “No ano passado, tivemos uma inflação de 8,1% e um decréscimo (de verbas no OE) de 7,6%. Isto significa uma diferença de 15%”.

O Governo atribuiu a redução de verbas à transferência dos funcionários não docentes para os municípios, mas para a Fenprof “isso não justifica a diminuição”. A Fenprof considera ainda que a proposta do Governo de aumentos salariais de 3% para os trabalhadores da Função Pública significa perder poder de compra, uma vez que a inflação prevista para o próximo ano é de 3,3%.

Mário Nogueira lembrou um estudo recente do economista Eugénio Rosa que demonstrou que “o salário líquido dos professores é cada vez mais reduzido”, tendo descido 13,3% entre 1 de janeiro de 2022 e abril de 2023. “É neste quadro que o Governo vem propor, para uma inflação de 3,3% no próximo ano, uma atualização salarial de 3%”, criticou.

Sobre o aumento de 3,5% das verbas destinadas com pessoal, Mário Nogueira disse que 3% serão para os tais aumentos salariais sobrando apenas 0,5% que, segundo as contas da Fenprof, equivalem a cerca de 26,5 milhões de euros. “Com 26 milhões de euros como é que o Governo vai conseguir dar resposta a todas as medidas que diz querer tomar”, alertou, dando como exemplo a criação de três índices salariais para os professores contratados ou o regresso dos estágios remunerados.

O Governo deverá estar “a contar com o dinheiro dos que se vão aposentar”, atirou o secretário-geral da Fenprof, acusando o executivo de fazer uma “gestão de merceeiro: Faz-se a contita e vê-se o que sobra”. “No tempo do digital e da desmaterialização, temos um Governo que para os professores e para a Educação continua com o lápis atrás da orelha para fazer as contitas e ver o que sobra daqui e dacolá”, disse, considerando que não há investimento na valorização e criação de condições de atratividade para a profissão docente.

Mário Nogueira fez ainda uma comparação entre ministérios, para demonstrar que o reforço de verbas com pessoal na Educação é “o mais baixo de todos”. Entre os inúmeros exemplos, apontou o reforço de 13% com pessoal na área da Economia e Mar, o Ambiente que cresce 17,5% ou a Habitação que sobe cerca de 168%, valores que ficam longe do crescimento percentual previsto para o ensino básico e secundário (3,5%).

Mário Nogueira apontou ainda a estimativa da percentagem de PIB que será gasto no próximo ano com o ensino básico e secundário (2,9%), que fica “a menos de meio” das recomendações das organizações internacionais que apontam para 6%. Fora do OE2024 continuam medidas como a polémica recuperação do tempo de serviço congelado – seis anos, ses meses e 23 dias – que foi a principal razão para muitas das greves realizadas no passado ano letivo.

Os professores não aceitam nem nunca aceitarão esta desconsideração e desrespeito de que são vítimas por parte do Governo e da sua maioria absoluta”, alertou Mário Nogueira. Para já, a Fenprof anunciou que aderiu à greve convocada pela Frente Comum para dia 27 e que serão anunciadas novas ações de luta na próxima semana, depois da reunião da plataforma, que junta nove estruturas sindicais, entre as quais a Fenprof e a Federação Nacional de Educação (FNE).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Foram entregues mais de mil pré-avisos de greve em oito meses

Da saúde à educação, passando pelos transportes, o ano de 2023 está a ser marcado por últimas greves. Dados oficiais mostram que é na Administração Pública que tem havido mais protestos.

O fim do ano ainda vai longe, mas já deram entrada quase tantos pré-avisos de greve como no conjunto de 2022. De acordo com os dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), em agosto ultrapassou-se a fasquia dos mil avisos prévios, sendo que a maior fatia das paralisações diz respeito à Administração Pública.

Só no oitavo mês do ano, foram entregues 31 pré-avisos de greve, menos do que os 56 que tinham dado entrada no mês anterior, mas o suficiente para colocar o acumulado até ao momento acima dos mil avisos prévios. No total, até agosto, deram entrada 1.011 pré-avisos de greve, mostram os dados da DGERT.

Em comparação, em todo o ano de 2022, tinham sido entregues 1.087 avisos prévios de paralisação, sendo que esse tinha já sido o valor mais elevado registado desde 2013.

Ora, a manter-se o atual ritmo, 2023 está a caminho de superar o ano passado, ainda que seja difícil que supere os 1.534 pré-avisos registados no conturbado ano de 2013, quando Portugal estava submetido ao programa de ajustamento acordado com Comissão Europeia, BCE e FMI e no terceiro ano consecutivo de recessão.

Os dados relativos a agosto dão conta que é no setor da Administração Pública e Defesa, e Segurança Social Obrigatória que se tem registado mais protestos deste tipo (39% dos avisos prévios que deram entrada nesse mês diziam respeito a esta atividade). Em destaque estão também as atividades de saúde humana e apoio social (16%), as atividades administrativas e dos serviços de apoio (13%) e os transportes (10%).

Além das greves que já aconteceram, para 27 de outubro está já marcada uma nova paralisação no Estado. A Frente Comum convocou uma greve para contestar a proposta do Governo de aumento salarial na Administração Pública, que garante a apenas 35% dos funcionários a recuperação de uma parte do poder de compra.

Entretanto, a Federação Nacional de Professores (Fenprof) vai aderir à greve nacional de 27 de outubro e admite avançar para novas formas de luta juntamente com outras estruturas sindicais, como um novo ciclo de greves por distritos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dívidas à Segurança Social atingem valor recorde de 16,8 mil milhões de euros

Valor por cobrar a empresas, trabalhadores e beneficiários de prestações sociais é o mais elevado de sempre. Estado não espera recuperar cerca de oito mil milhões de euros.

As dívidas à Segurança Social de empresas, trabalhadores e beneficiários dispararam, no ano passado, para 16,8 mil milhões de euros, o valor mais alto de sempre, de acordo com o levantamento feito pelo ECO, partindo do parecer do Conselho Económico e Social (CES) sobre a Conta Geral do Estado de 2022 que foi discutido e aprovado esta sexta-feira pela Assembleia da República com cinco abstenções e nenhum voto contra.

Para esta evolução podem ter contribuído “os choques geopolítico e pandémico”, segundo o CES. Dada a justificação bastante vaga, o ECO já questionou o Ministério do Trabalho sobre os motivos que podem estar na origem deste recorde de dívidas de terceiros à Segurança Social e aguarda respostas.

Em relação a 2021, ano que registou uma dívida de 13.336 milhões de euros, os valores por cobrar aumentaram 3.504 milhões de euros ou 26%, para 16.840 milhões de euros, de acordo com as contas do ECO e o parecer do CES.

Os balanços dos últimos anos da Segurança Social nunca tinham sido tão negativos. E a tendência tem sido de agravamento consecutivo. Por exemplo, em 2010, um ano antes da entrada da troika em Portugal, a dívida de terceiros era de 7.270,1 milhões de euros. Em 2011, saltou para 8.503,15 milhões de euros. E, neste momento, já quase duplicou para 16,8 mil milhões de euros.

Dívidas à Segurança Social

Contas gerais do Estado

“O valor bruto das dívidas de terceiros, que abrange os contribuintes, outros devedores e prestações sociais a repor é muito significativo, ascendendo a 16.840,2 milhões de euros, o que corresponde a 6,9% do valor do PIB provisório para 2022”, destaca o Conselho Económico e Social.

Do montante em dívida, “8.325,4 milhões de euros encontra-se provisionado, tendo em conta o risco de cobrança e elevada maturidade, sendo que este provisionamento representa um aumento de dois pontos percentuais (p.p.) face a 2021″. Isto significa que o Estado não tem grande esperança em recuperar esse valor, que representa quase (49,4%) dos 16,8 mil milhões de euros em dívida.

Deste modo, “O CES reitera a sua preocupação com o elevado montante das dívidas dos contribuintes”, lê-se no mesmo relatório. “Em 2022, as dívidas de médio e longo prazo aumentaram 26,43%, para 2.240 milhões de euros, e as dívidas de curto prazo aumentaram 15,74%, para 3.748,8 milhões de euros”, alerta ainda o organismo presidido pelo socialista Francisco Assis.

O parecer conclui que “o ano de 2022 interrompe uma trajetória de crescimento modesto na recuperação da dívida, embora a esta evolução não sejam alheios os choques geopolítico e pandémico”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fundo da Segurança Social encolhe e só dá para pagar 17 meses de pensões

Almofada deveria cobrir dois anos de prestações. O parecer do CES sobre a Conta Geral do Estado de 2022 considera ainda que o excedente do ano passado não deve ser sobrevalorizado.

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), que serve de almofada para pagar pensões quando o Sistema Previdencial entrar em défice, encolheu no ano passado e só dá para suportar despesa com aposentações durante 17,3 meses ou um ano e cerca de cinco meses, segundo o parecer do Conselho Económico e Social (CES) sobre a Conta Geral do Estado de 2022, que foi discutido e aprovado esta sexta-feira pela Assembleia da República com cinco abstenções e nenhum voto contra.

Recorde-se que a meta é garantir pelo menos dois anos de pensões, objetivo que nunca foi conseguido desde a sua fundação em 1989, mas que deverá ser alcançado em 2025, revelou, esta quarta-feira, a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, durante a apresentação do Orçamento do Estado para 2024.

O FEFSS registou, em 2022, uma desvalorização de 188 milhões de euros (-0,8%), ficando com uma taxa de rentabilidade global de -13,04%, menos 16,74 ponto percentuais (p.p.) do que no ano anterior, quando a rentabilidade estava em 3,7%, indica o CES no mesmo documento.

Assim, “no final de 2022, o valor do Fundo passou a corresponder a 144,3% (151,3%, em 2021) da despesa anual com pensões suportada pelo Sistema Previdencial de repartição, contrariando a tendência de crescimento que se manifestou nos últimos 10 anos”, o que se traduziu “numa capacidade de resposta de apenas 17,3 meses destes encargos, inferior ao ano anterior (18,2 meses) e aquém do objetivo de cobertura de 24 meses”, alerta o órgão de consulta e concertação social liderado pelo socialista Francisco Assis.

Ou seja, em 2022, o Fundo conseguia garantir pensões durante cerca de um ano e cinco meses, menos um mês do que em 2021, quando tinha reservas para pagar mais de um ano e meio de prestações.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Excedente tem de ser avaliado com cautela

Em 2022, o saldo orçamental da Segurança Social atingiu os 4.059 milhões de euros, mais 1.711 milhões de euros do que no ano anterior, sobretudo devido ao aumento das contribuições. Trata-se do “maior excedente orçamental em mais de uma década na ótica da contabilidade orçamental pública, excluindo as operações relativas ao Fundo Social Europeu (FSE) e do Fundo Europeu de Auxílio às Pessoas Mais Carenciadas (FEAC)”, concluiu, no ano passado, o Conselho das Finanças Públicas (CFP).

Ainda assim, o CES alerta que este excedente “não deve ser sobrevalorizado na análise das contas do sistema, designadamente na aferição da sustentabilidade da Segurança Social, pois esta não deve ser determinada por evoluções conjunturais positivas ou negativas”.

Entre as várias medidas adotadas em 2022 de mitigação dos impactos da pandemia e da guerra na Ucrânia, o CES salienta que os apoios no âmbito da Covid-19, de 599,2 milhões de euros foram financiados, na íntegra, por transferências do Orçamento de Estado (OE), “ao contrário do que se observou na execução do OE 2021, na qual este financiamento foi apenas parcial”.

Contudo, “os dados da execução orçamental em 2022 não permitiram identificar se o Orçamento de Estado também financiou as medidas de mitigação do choque geopolítico, no valor de 1.320,8 milhões de euros”, de acordo com o mesmo relatório.

“Tal como em anos anteriores, o CES faz notar que o financiamento de medidas excecionais da Segurança Social por parte do Orçamento de Estado constitui a metodologia mais adequada para situações desta natureza”, lê-se no parecer.

Por isso, “o CES propõe que a execução orçamental publicada mensalmente pelo Instituto da Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS) explicite todas estas medidas e o respetivo financiamento pelo OE, com o detalhe adequado, de modo a tornar as contas da Segurança Social mais transparentes”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Crescimento impulsionado pela procura interna pode ser “sustentável”, mas há riscos

Exportações portuguesas serão penalizadas pelo abrandamento das economias parceiras de Portugal. Procura interna vai suportar crescimento do PIB, mas sustentabilidade dependerá da criação de valor.

Com o abrandamento da economia internacional, com destaque para a União Europeia, as exportações vão deixar de dar um impulso significativo ao crescimento económico português. A procura interna vai assumir um papel mais central de suporte ao crescimento do PIB, um modelo que pode ser “perfeitamente sustentável”, mas depende de vários fatores, nomeadamente do “processo de criação de valor”, apontam os economistas ouvidos pelo ECO. Tem ainda riscos como o protecionismo ou um crescimento desequilibrado, alertam.

O Orçamento do Estado elaborado pelo Governo para 2024 tem já em vista este cenário, contando que, “em 2024, o crescimento do PIB assentará sobretudo na procura interna, num contexto em que se antecipa um menor dinamismo das exportações, particularmente de bens, fruto de uma conjuntura internacional mais adversa”, como se lê na página de apresentação do OE2024.

O reforço dos rendimentos dos portugueses é um dos pilares deste Orçamento, que terá de depender mais do consumo das famílias residentes. Como comentou o Presidente da República: o “Orçamento injeta dinheiro tentando fazer subir a procura interna, para equilibrar aquilo que deixa de ser recebido do exterior”.

O economista Ricardo Ferraz também destaca ao ECO que o Governo está a adotar estas medidas “porque a conjuntura externa se agravou e quer estimular a procura interna”. Mas salienta que mesmo se não desse estes apoios, “o excedente seria muito grande”, pelo que “era lógico que o Governo tinha de fazer algo”, destaca — ainda que considere que existia margem para uma descida mais pronunciada do IRS.

Mas será que um crescimento baseado na procura interna é um modelo viável? Para o economista João César das Neves, “é perfeitamente sustentável”. Como diz ao ECO, “tem de ser equilibrado, e é mais fácil basear-se na procura externa, que é mais vasta, mas na falta desta a procura interna é perfeitamente adequada”.

“Mas, claro que em Portugal as exportações, mesmo com o abrandamento europeu, continuam a ser essenciais”, admite. Enquanto em 2022 as exportações cresceram 17,4%, o número cai para 4,3% em 2023 e 2,5% em 2024, segundo as previsões inscritas no OE.

O Governo prevê um crescimento de 2,2% este ano, que desacelera para 1,5% em 2024. Ainda que a procura interna já desse um contributo importante para o desempenho económico, agora vai ter de suportar o crescimento. Isto já que para o próximo ano, o Governo espera que o contributo desta rubrica para o PIB seja de 1,8 pontos percentuais, enquanto a procura externa líquida traz um contributo negativo de 0,3 pontos.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Já para o economista José Reis, “quer estejamos a falar de crescimento impulsionado pela procura externa como pela interna, há sempre uma questão essencial que antecede cada um dos dois modelos: saber como vai ser internamente o processo de criação de valor”.

“Uma grande questão é quando passamos para um modelo de crescimento mais assente na procura interna, não estamos a falar de produção”, destaca o professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Assim, “se formos desenvolver essa procura interna, o que interessa saber é se vai ser um modelo que vai impulsionar a criação de valor nacional ou não”. “Se não for, continua em desequilíbrio”, nota.

O economista argumenta ainda que também não era porque o crescimento assentava na procura externa que era inerentemente bom. “Estávamos a exportar com baixo conteúdo nacional incorporado e o turismo também acrescenta pouco valor, porque os salários são baixos e vendemos turismo barato”, nota.

Desta forma, “se a mudança para um modelo de crescimento baseado na procura interna estiver articulado com uma capacidade nacional de maior criação de valor, é bom”, conclui.

Já no que diz respeito aos riscos de um crescimento suportado pela procura interna, César das Neves aponta que o primeiro “seria evidentemente o protecionismo ou a substituição de importações, que está de novo na moda, a subir um pouco por toda a economia mundial”. É “um desastre económico”, alerta o economista. Há também riscos de um “crescimento desequilibrado, que esquecesse a competitividade e o investimento”, acrescenta.

É de destacar que a procura interna agrega três componentes. Por um lado, tem o consumo privado, cuja previsão é de um crescimento de 1,1%, o mesmo que em 2023. Contempla também o consumo público, para o qual o Governo projeta uma subida de 2,3%, enquanto o investimento deverá crescer 4,1% no próximo ano, muito impulsionado pelos fundos europeus, nomeadamente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O investimento ganha assim também uma importância redobrada. Para César das Neves, o investimento público “foi sacrificado durante muitos anos de política de “contas certas”, mas agora regressou graças ao PRR”. “Só que o investimento público, em si, nada significa”, diz. “Temos de ter bom investimento público, senão é desperdício” e os primeiros passos do PRR “não estão a ser animadores”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trabalhadores das empresas de distribuição marcam greve para 11 de novembro

  • Lusa
  • 13 Outubro 2023

Os trabalhadores reivindicam o aumento geral dos salários, a valorização das carreiras profissionais e a revisão do contrato coletivo de trabalho, que não é revisto desde 2016.

Os trabalhadores das empresas de distribuição vão estar em greve no dia 11 de novembro, reivindicando o aumento dos salários, a valorização das carreiras e a revisão do contrato coletivo de trabalho, anunciou um sindicato.

Na próxima segunda-feira, 16, pelas 17:00, vários membros da direção nacional do CESP [Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal] sairão do encontro da estrutura sindical para entregar à APED (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição), o pré-aviso de greve dirigido aos trabalhadores das empresas de distribuição, marcada para o próximo dia 11 de novembro”, avançou, em comunicado.

A direção nacional do CESP vai estar reunida para debater a sua política reivindicativa para 2024. Os trabalhadores reivindicam o aumento geral dos salários, a valorização das carreiras profissionais e a revisão do contrato coletivo de trabalho (CCT). Segundo a estrutura sindical, o CCT já não é revisto desde 2016.

Não aceitamos que num mesmo setor convivam lucros milionários para as empresas e salários muito próximos do salário mínimo nacional, quer entrem hoje, quer trabalhem no mesmo local há décadas, para os trabalhadores”, vincou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Macron pede união dos franceses face à “barbárie do terrorismo islâmico”

  • Lusa
  • 13 Outubro 2023

"Faremos a escolha de não ceder ao terror, de não permitir que nada nos divida", disse o Presidente francês, Emmanuel Macron.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou esta sexta-feira aos franceses para que permaneçam unidos face à “barbárie do terrorismo islâmico”, após o ataque mortal a um professor com uma faca, numa escola em Arras. “Estamos unidos e permaneceremos unidos”, disse o chefe de Estado francês no pátio da escola secundária onde ocorreu o ataque que matou um professor e fez ainda mais dois feridos.

E frisou: “Faremos a escolha de não ceder ao terror, de não permitir que nada nos divida”. “O professor que foi morto interveio primeiro e, sem dúvida, salvou muitas vidas”, disse ainda o Presidente francês, que se deslocou à escola em Arras, no norte de França, para “prestar homenagem a todos os professores” e para “saudar a capacidade de resposta de todos os serviços de segurança interna”.

O agressor, que já foi detido pela polícia, identificado como Mohammed Mogouchkov, com cerca de 20 anos, é de origem chechena, com nacionalidade russa, tendo chegado a França em 2008, segundo fontes policiais. O homem – que tinha sido já sinalizado pelas autoridades pelo potencial perigo que representava para a segurança do Estado – estava sob vigilância dos serviços de informações franceses (DGSI).

O irmão do atacante, de 17 anos, também foi detido pelas autoridades de segurança francesas. A procuradoria nacional antiterrorismo anunciou que abriu uma investigação sobre este caso. Emmanuel Macron indicou ainda que houve uma outra “tentativa de ataque”, noutra região do país, que foi frustrada graças a uma intervenção das forças policiais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Santos Silva em Berlim no parlamento federal alemão e com a comunidade portuguesa

  • Lusa
  • 13 Outubro 2023

Augusto Santos Silva estará em Berlim a convite da sua homóloga, a presidente do Bundestag, Bärbel Bas.

O presidente da Assembleia da República realiza uma visita oficial a Berlim, entre segunda e terça-feira, tendo encontros institucionais no parlamento federal alemão e com a comunidade portuguesa, e uma homenagem a António Lobo Antunes.

De acordo com uma nota divulgada esta sexta-feira pela Assembleia da República, Augusto Santos Silva estará em Berlim a convite da sua homóloga, a presidente do Bundestag, Bärbel Bas, sendo acompanhado por uma delegação parlamentar constituída pelos deputados Pedro Delgado Alves (PS) e Isabel Meireles (PSD).

Na segunda-feira, a meio da tarde, Augusto Santos Silva, ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, visita os funcionários que trabalham nas instalações da embaixada e da secção consular de Portugal, tendo a seguir um encontro com jovens da Associação de Pós-Graduados Portugueses na Alemanha (ASPPA). O primeiro dia de dois na capital alemã termina com uma receção à comunidade portuguesa no Centro Cultural da Embaixada de Portugal em Berlim.

Na terça-feira, o presidente da Assembleia da República tem um pequeno-almoço de trabalho com o Grupo Parlamentar de Amizade Alemanha-Portugal, e reúne-se com os presidentes das comissões de Negócios Estrangeiros, Michael Roth, e de Assuntos Europeus, Anton Hofreiter. Depois, terá um encontro, seguido de almoço, com a Presidente do parlamento federal da Alemana, o Bundestag, Bärbel Bas.

Antes de regressar a Lisboa, durante a tarde de terça-feira, Augusto Santos Silva terá um encontro com docentes portugueses em Berlim e estará numa homenagem ao escritor António Lobo Antunes, no Instituto Ibero-americano, em Berlim.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Media Capital retira oferta de compra da Cofina Media

A Media Capital retirou a oferta de compra da Cofina Media, informou o grupo liderado por Paulo Fernandes. A venda da dona do Correio da Manhã será decidida a 26 de outubro.

A Media Capital retirou a oferta de compra da Cofina Media, informou o grupo liderado por Paulo Fernandes. A decisão surge na sequência de a administração do grupo ter aconselhado os acionistas a optarem pela proposta que inclui os gestores do grupo, alguns acionistas e também Cristiano Ronaldo.

Com o MBO (management buy out) a ser aconselhado, e a best and final offer (BAFO) da Media Capital em segundo lugar, o grupo presidido por Mário Ferreira retirou então a proposta de compra do grupo dono do Correio da Manhã, do Jornal de Negócios e do Record.

Informamos que a Media Capital remeteu carta à Cofina SGPS através da qual comunicou que, tendo em conta que a Sociedade selecionou e aceitou a BAFO do MBO, tendo já sido, inclusivamente, celebrado o contrato de compra e venda de ações incluído na BAFO do MBO e cuja conclusão da transação está igualmente condicionada
à aprovação em Assembleia Geral, considera que a BAFO da Media Capital deixou de ter validade”, comunicou a Cofina à CMVM na tarde desta sexta-feira.

Retirada a proposta, a Media Capital pede que a BAFO que apresentou não seja disponibilizada aos acionistas da Cofina SGPS, devendo ser tratado de forma reservada, o que acontecerá.

Perto da meia noite da última quarta-feira, a Cofina agendou uma assembleia-geral de acionistas para 26 de outubro, na qual será deliberada e venda da totalidade das ações da sua subsidiária Cofina Media. O objetivo é deliberar sobre a venda da Cofina Media. Decidida esta, da ordem de trabalhos faz também parte a aprovação da proposta final apresentada pela Expressão Livre, selecionada pela administração em primeiro lugar. Só esta sendo chumbada é que se passaria à proposta da Media Capital.

Recorde-se que, a 22 de setembro, o conselho de administração da Cofina SGPS decidiu recomendar a venda da sociedade Cofina Media aos quadros da empresa que integram o management buy out (MB), em consórcio com Cristiano Ronaldo e alguns dos atuais acionistas, por um valor de 56,8 milhões de euros (equity value).

Uma semana ante, o consórcio do MBO e a Media Capital entregaram as propostas finais de aquisição de 100% do capital da Cofina Media, com ofertas separadas por apenas 800 mil euros. A Media Capital ofereceu 56 milhões de euros e o MBO uma proposta ligeiramente superior, de 56,8 milhões, ambos os valore de capital (equity value).

 

( notícia atualizada às 17h48)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Super Bock investe mais de 3 milhões no Beato. Browers abre até junho de 2024

Uma micro produção de cerveja artesanal e uma cultura de lúpulo de "uma variedade nova e portuguesa" no rooftop da Factory são algumas novidades do Browers Beato.

Browers Beato implicou um investimento total de mais de 3 milhões

Mais de três milhões de investimento depois, o grupo Super Bock prepara-se para abrir no “primeiro semestre de 2024” o projeto Browers Beato, no Hub Criativo do Beato (HCB). Uma micro produção de cerveja artesanal e uma cultura de lúpulo de “uma variedade nova e portuguesa” no rooftop da Factory são algumas novidades do projeto, adianta Tiago Brandão, project director da The Browers Company, ao ECO.

O projeto do grupo cervejeiro para o HCB – hoje a casa da Unicorn Factory Lisboa – foi conhecido em 2018 e chegou a ter outubro de 2019 como data de abertura. Com 700 metros quadrados, o Browers Beato tinha previsto uma micro produção de cerveja, um espaço de restauração – a cargo da agora Plateform (antiga Multifoods) – e para eventos, com o trabalho de transformação e reabilitação do edifício da antiga central elétrica a cargo do arquiteto Eduardo Souto Moura e Nuno Graça Moura. Em tudo isto, o Grupo Super Bock planeava investir três milhões de euros.

Prepara-se agora para abrir no primeiro semestre do próximo ano. Um atraso que os responsáveis apontam à pandemia da Covid-19. “Não podemos dizer que o projeto ‘derrapou’. O que aconteceu é que fizemos um reajuste no cronograma por um motivo de força maior, chamado pandemia. Mantemos os mesmos pressupostos, sendo que o investimento teve que ser ajustado ao contexto de inflação que vivemos nos últimos três anos”, afirma Tiago Brandão, project director da The Browers Company, spin-off do grupo Grupo Super Bock, responsável pelo Browers Beato, quando questionado sobre o impacto das novas datas no investimento previsto no projeto.

“Não pretendemos avançar com um valor de investimento, mas posso dizer que, somando a nossa parte e a dos nossos parceiros, estamos perante um investimento superior aos três milhões iniciais. A alteração deste valor só reforça a nossa ambição em contribuirmos para um conceito/espaço icónico, mas também a nossa responsabilidade perante os compromissos assumidos com a Start-up Lisboa e a CML para o conceito HCB”, garante.

A base do Browers Beato mantém-se mas, passado quase cinco anos, “o que vai acontecer é que vamos adequar algumas vertentes do conceito original ao ‘novo mundo'”, assegura o responsável, prometendo “revelar mais novidades daqui a uns meses, aquando da inauguração do espaço, que está prevista para o primeiro semestre de 2024.”

Somando a nossa parte e a dos nossos parceiros, estamos perante um investimento superior aos três milhões iniciais. A alteração deste valor só reforça a nossa ambição em contribuirmos para um conceito/espaço icónico, mas também a nossa responsabilidade perante os compromissos assumidos com a Start-up Lisboa e a CML para o conceito HCB.

Tiago Brandão

Project Director da The Browers Company

Apesar de instalados no mesmo local que quer ver nascer novos unicórnios, a Browers Beato não será um espaço de ‘incubação’ de startups. “Não somos uma incubadora. Quando muito, pela natureza do nosso espaço, vamos contribuir para que muitos empreendedores possam reunir-se na Browers Beato (e até organizar eventos no nosso espaço) para praticarem o networking entre startups e investidores”, precisa Tiago Brandão. Embora, ressalva, “o ecossistema que o HCB vai desenvolver pode desafiar-nos a ponderar algumas parcerias… ou um endosso ao nosso acionista de algumas oportunidades que reconheçamos em startups que aqui se desenvolvam/incubem”.

Estou certo que o Super Bock Group nos vai envolver na sua agenda de empreendedorismo, sustentabilidade e inovação. Estou em ligação permanente com os meus pares em termos de marketing, vendas, sustentabilidade e relações institucionais, de modo a que vejam a The Browers Company com um ativo do Grupo, sempre que for interessante um espaço para “testar”, “experimentar”, “interagir”, “co-criar”, etc.”, continua o project director da The Browers Company.

Espaço de ignição de ideias

Mas, nas intenções do projeto está manter uma ligação com o ecossistema de empreendedorismo. Tiago Brandão levanta a ponta do véu. “Posso já antecipar algumas iniciativas como: a nossa participação no projeto Beato Living Lab – em que vamos implementar no rooftop do edifício da Factory uma cultura de lúpulo de uma variedade nova e portuguesa; a nossa presença nos eventos organizados no HCB com cervejas Browers e, é claro, que não melhor referência do que o do próprio Beer Ato, como um exemplo de promoção do ecossistema local”, elenca. Esta sexta-feira arranca, de resto, a segunda edição do Beer Ato, evento de entrada livre, organizado pela The Browers Company, que decorre no HCB até 15 de outubro.

“Queremos ser uma parte da fábrica de unicórnios através da utilização do nosso espaço, tornando-o uma espécie de ‘espaço de ignição de ideias e contactos’. Há melhor “cola social” do que a cerveja?”, aponta Tiago Brandão, quando questionado sobre potenciais iniciativas para promover ligação da Browers Beato ao ecossistema.

Tiago Brandão, Project Director da The Browers Company

Integramos o projeto da Unicorn Factory enquanto parceiros, pelo que pretendemos contribuir ativamente para as ideias de negócio e/ou startups que esse projeto de Lisboa aqui desenvolva“, continua. “Temos algumas ideias sobre colaborações e parcerias – tanto na vertente cervejeira propriamente dita, como na interface com a gastronomia e cultura – que vamos tentar dinamizar aqui no nosso espaço”, diz.

“Queremos que aqui nasçam histórias como as que sei nasceram em locais com o Peter’s Café, nos Açores/Horta, onde as pessoas se encontram e a “magia” acontece… histórias como as reportadas no “Efeito de Medici”, do Frans Johansson”, refere ainda.

Micro produção de cerveja artesanal

Uma micro produção de cerveja artesanal é outro dos elementos distintos deste projeto do grupo Super Bock. “Podemos produzir até 100-120 mil litros anualmente, em fabricos de 1.000 litros de cada vez. Mas nem só de produção local viverá o espaço no que às cervejas aqui servidas diz respeito. Há muitas convidadas externas que se irão juntar à nossa”, promete Tiago Brandão.

E não será apenas de produção da casa. “Não teremos amarras, nem teremos preconceitos. E sim, já vamos colaborando com alguns cervejeiros nacionais no desenvolvimento e produção de cervejas de muito pequena escala e com características e estilos associados ao ecossistema artesanal. Também estaremos aqui para ajudar a viabilizar essas produções. Baltic Porters, Barleywines, Pilsners, Tropical Lagers, IPA, todas estas saem já dessas colaborações e muitas outras se seguirão!”, garante.

A navegar em pleno, o projeto representará a criação de postos de trabalho, mas Tiago Brandão não precisa números. “Sendo este um projeto de intraempreendorismo, alocamos ao Browers Beato, para já, recursos recrutados no Super Bock Group. Desde a gestão do projeto, à produção de cervejas, ou mesmo à negociação e compra dos equipamentos e afins, fizemos praticamente tudo com a “prata da casa”, indo ao encontro da mentalidade empreendedora que o Grupo propaga”, começa por referir.

“Uma vez aberto o espaço, e havendo a intenção de desenvolvermos a Browers Beato nas suas valências de produção e venda de cerveja e organização de eventos, temos previsto recrutar algumas pessoas”, diz, lembrando que “o espaço será concessionado pela parceria com a Plateform, que terá muito mais postos de trabalho a recrutar para o nosso espaço no Beato. Com efeito, a produção em si requer poucas pessoas, ainda que mais especializadas nessa arte!”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.