Sem mais medidas Medina pode ter excedente de 0,9% este ano, projeta Conselho das Finanças Públicas

Com o impulso das receitas de impostos e das contribuições sociais, o Governo poderia alcançar um excedente já este ano, calcula o CFP. Mas, excedente só é possível se não avançarem novas medidas.

Sem novas medidas, o saldo orçamental atingiria um excedente de 0,9% do PIB este ano, o maior de sempre, devido à maior receita de impostos e de contribuições sociais, projeta o Conselho das Finanças Públicas (CFP), na atualização das Perspetivas Económicas e Orçamentais 2023-2027 divulgada esta quinta-feira. O Governo prevê um défice de 0,4% este ano.

“Na hipótese de manutenção das políticas em vigor, a atualização do cenário orçamental de médio prazo aponta para que se atinja, já em 2023, um excedente orçamental de 0,9% do PIB, mais de dois terços dos quais explicados pela conjuntura económica favorável“, aponta a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral.

Estes números são uma revisão em alta face às estimativas de março do CFP, quando previam um défice de 0,6%. Esta atualização surge numa altura em que a inflação tem impulsionado a receita de impostos, sendo que o dinamismo do mercado de trabalho também tem contribuído para a evolução das contribuições sociais. A melhoria do saldo é também explicada pelo fim do efeito das medidas extraordinárias, nomeadamente as aplicadas durante a pandemia.

Se se confirmasse este excedente de 0,9%, seria o mais alto da história, sendo de recordar que o ex-ministro das Finanças Mário Centeno, agora governador do Banco de Portugal, alcançou o primeiro excedente da democracia em 2019, de 0,1%.

Este resultado também ajudaria a suportar o saldo primário, que exclui os encargos com juros, e que o CFP prevê que terá “uma posição de excedente semelhante ao verificado nos dois últimos anos pré-pandemia (em torno de 3% do PIB)”, ainda que se estime uma redução gradual devido ao “maior peso dos encargos com juros”.

No entanto, é de recordar que o CFP faz as previsões assumindo que não são tomadas mais medidas de política, e o Governo já sinalizou que deverá avançar com mais apoios para as famílias, com destaque para o crédito à habitação.

O Ministério das Finanças previa no Programa de Estabilidade para este ano um défice de 0,4% e apenas projetava para 2026 um equilíbrio do saldo orçamental. Já o Banco de Portugal estimava que, em 2024, já se ia alcançar um excedente, nas projeções divulgadas em junho deste ano.

Já para a dívida pública, o CFP projeta que o rácio se situe nos 104,7% do PIB este ano, abaixo dos 107,5% estimados no Programa de Estabilidade. Mas Medina também já tinha sinalizado que o rácio ficaria abaixo dos 107%, sem no entanto especificar valores. A instituição prevê que a dívida pública deverá ficar abaixo dos 100% do PIB em 2025, em linha com o previsto também pelas Finanças.

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Bonificação dos juros do crédito da casa sobe para máximo de 800 euros por ano

Bonificação dos juros passa a ser calculada sobre o valor do indexante acima dos 3% e já não tem em conta os rendimentos até ao sexto escalão.

A bonificação dos juros do crédito da casa vai contar com regras mais simples para que a medida possa abranger um maior número de famílias em dificuldade. Por um lado, passa a ser calculada sobre o valor do indexante acima dos 3% e já não tem em conta o escalão de rendimento, indo até ao sexto escalão. Por outro, o limite anual passa de 720 euros para 800 euros.

Eis as novas regras que foram anunciadas esta quinta-feira pelo ministro das Finanças, Fernando Medina.

Baixamos significativamente o patamar de acesso à medida. O patamar passa a ser um indexante de 3%. Significa isto que, na prática, por este critério, todos os contratos são elegíveis neste momento“, começou por explicar Medina em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, realizado em Leiria. O anterior modelo previa um agravamento de 3% (300 pontos base) entre a taxa contratada inicialmente e a atual taxa do empréstimo da casa para se beneficiar da medida.

“Claro que depois há os outros critérios”, acrescentou o ministro aos jornalistas. “Mantemos o critério do rendimento máximo de acesso a esta medida, o sexto escalão de IRS“, apontou. Mas há uma mudança neste critério: deixa de haver uma diferenciação entre os escalões, como existia no anterior modelo.

Depois, alargou-se a parcela de juros a bonificar. “Quando a taxa de esforço é entre 35% e 50%, bonificamos 75% do acréscimo [dos juros]. Quando a taxa de esforço for superior a 50%, para as famílias com maiores necessidades, o Estado bonificará 100% dessa diferença”, esclareceu Medina. Sendo que o limite da bonificação aumenta dos 720 euros por ano para os 800 euros.

O reforço da medida da bonificação dos juros integra um pacote de medidas que o Governo aprovou esta quinta-feira para mitigar o impacto da subida das taxas nas famílias com crédito da casa, incluindo o “desconto” de 30% sobre a Euribor que vai permitir baixar a prestação ao adiar uma parte da mensalidade durante dois anos. Esta medida chega em novembro.

É indiscutivelmente o problema mais sério que as famílias enfrentam. Queremos que as medidas sejam eficazes, concretas e resolvam um problema, ajudando as famílias a ultrapassarem a subida das taxas de juro que estão muito altas”, justificou Fernando Medina.

(Notícia atualizada às 15h46)

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Moratória sobre os juros do crédito à habitação chega em novembro

A nova medida de apoio do Governo para o crédito à habitação vai permitir amenizar a fatura da prestação da casa até 30% durante dois anos e poderá ser pedida pelas famílias em novembro.

O Governo apresentou esta quinta-feira mais uma medida para apoiar as famílias com crédito à habitação, que viram a prestação da casa disparar no último ano, por conta da subida galopante das taxas de juro. Segundo Fernando Medina, a nova ferramenta permitirá às famílias “poupar” no presente até 30% da prestação da casa, empurrando esse encargo para o futuro, como o ECO noticiou, e poderá ser solicitada por todas as famílias com empréstimos à habitação indexadas à taxa variável ou taxa mista, em período de taxa variável.

O ministro das Finanças revela ainda que as famílias podem solicitar a moratória a partir de 2 de novembro até ao primeiro trimestre de 2024. No entanto, Fernando Medina destaca que as famílias podem também solicitar ao banco que seja feita uma proposta de uma prestação constante durante dois anos e mais baixa àquela que ficam a pagar ao abrigo da moratória, concedendo assim às instituições bancárias a possibilidade de apresentarem essa solução até 15 dias após o pedido.

O ministro das Finanças esclareceu que esta medida abrange todos os créditos contratados até 15 de março deste ano, com prazo residual igual ou superior a cinco anos e também todos os contratos que tenham sido alvo de transferência de contratos.

Após decisão tomada em Conselho de Ministros, que decorreu esta quinta-feira em Leiria, o ministro das Finanças explicou em conferência de imprensa que o desconto sobre a prestação da casa será aplicado sobre 70% da taxa Euribor a 6 meses, independentemente do indexante do contrato de crédito à habitação, com a prestação a ficar fixa durante dois anos.

Porém, caso o indexante do crédito à habitação baixe para níveis inferiores à taxa de juro resultante da aplicação da moratória, que gere assim uma prestação mais baixa do que aquela oferecida pela moratória, as famílias podem voltar ao regime anterior sem qualquer penalização.

Fernando Medina adiantou ainda que os juros que ficam por pagar no presente por aplicação da moratória serão pagos pelas famílias ao fim de quatro anos após os dois anos da celebração da moratória. Isto significa que, por exemplo, uma família com um contrato indexado à Euribor a 12 meses que adira à moratória em março de 2024, além de ficar com a prestação fixa durante dois anos (até março de 2026), só começará a pagar os valores diferidos a partir de março de 2030 (quatro anos após o fim da moratória), diluídos anualmente até ao término do contrato.

No entanto, o ministro das Finanças refere que “a diferença [dos juros] poderá ser amortizada antecipadamente, sem qualquer comissão ou encargo.”

Fernando Medina revelou também que a medida pressupõe uma mera reestruturação de timing do pagamento dos juros, em que é assumido um cálculo atuarialmente neutral para as famílias e bancos, com a “cláusula de salvaguarda de o capital em dívida nunca aumentar”. Isto significa que os juros que ficam por pagar no presente serão sujeitos a uma capitalização da taxa de juro no futuro.

Além desta moratória, o Governo aprovou também em Conselho de Ministros, que decorreu esta quinta-feira em Leiria, um alargamento das medidas e dos apoios da bonificação dos juros do crédito à habitação. As duas medidas poderão funcionar em conjunto.

O ministro das Finanças estima que o número de famílias que poderá beneficiar da fixação da prestação poderá chegar às 900 mil a 1 milhão, “na medida da estabilização da prestação e da redução dos encargos com a prestação.” Relativamente aos juros bonificados, o Governo estima que a medida poderá abranger cerca de 200 mil famílias.

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Governo apresenta novas medidas para apoiar famílias. Siga aqui

  • ECO
  • 21 Setembro 2023

No final do Conselho de Ministros, o Governo apresenta agora as decisões tomadas, incluindo medidas para apoiar as famílias com crédito à habitação em maiores dificuldades.

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Regulação clara e consistente é “fundamental” para renováveis crescerem, diz Stilwell

Miguel Stilwell d'Andrade falou na ONU em Nova Iorque e foi claro na estratégia necessária para ajudar a energia 'verde' a superar os desafios: regulação melhor e mais previsível.

O CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, aproveitou a participação numa cimeira sobre o clima organizada pela ONU em Nova Iorque para pedir uma melhoria na regulamentação das energias renováveis para desbloquear os desafios e permitir ao mundo chegar mais rapidamente às metas ‘verdes’.

“Uma coisa que está clara para nós é que isto é um imperativo. Isto não é uma escolha, é algo que vai acontecer”, afirmou na Climate Ambition Summit , organizada pela ONU no âmbito da Climate Week, e na qual a EDP foi a única empresa a participar.

"A idade da pedra não terminou por falta de pedra, e não acredito que a era dos combustíveis fósseis acabe por falta de combustíveis fósseis, espero que fiquem lá, enterrados por muito tempo.”

Miguel Stilwell d'Andrade, CEO da EDP

O CEO da energética portuguesa vincou que a energia limpa e renovável, além de não ter emissões, “é incrivelmente barata hoje em dia“, ilustrando o ponto com o facto de a energia solar ter caído caiu 95% em termos de custo na última década. “A energia renovável é perfeitamente competitiva com outras fontes, e vemos isso todos os dias em muitos mercados em que estamos presentes, e isso traz independência energética e torna-a mais democrática em termos de acesso à energia em muitos países”, explicou.

A par destes aspetos positivos, Miguel Stilwell d’Andrade também destacou os desafios que os players no setor das renováveis enfrentam.

“Conexões de rede, interconexões, autorizações complexas, licenciamento, questões relacionadas com reações adversas das comunidades locais, questões NIMBY (Not In My Backyard, termo em inglês para descrever a posição de oposição local a projetos de energia) todas estas são dificuldades de execução que dificultaram a expansão das energias renováveis ​​no curto prazo“, referiu o CEO.

Para o presidente da EDP “uma regulamentação clara e consistente é absolutamente fundamental“, porque os investidores “necessitam de uma regulamentação previsível e estável para poderem tomar decisões de investimento e isso é um pré-requisito”. Recordou que houve grandes avanços nesta matéria nos EUA, na Europa e em muitos outros países, acrescentando no entanto que “ainda vemos muita desinformação e fragmentação, e isso precisa ser resolvido”.

Stilwell d’Andrade recordou que 85% da energia produzida pela EDP já vem de fontes renováveis, face a apenas 20% há 15 anos. “Por isso estamos a avançar claramente nesse caminho, mas ainda há muito mais a fazer e iremos investir significativamente, 25 mil milhões de euros nos próximos quatro anos”, concluiu.

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Porto Business School lança curso online gratuito sobre “futuro da indústria”

O curso tem uma duração aproximada de 12 horas e as inscrições decorrem até 11 de dezembro. Um dos objetivos da formação passa por encorajar os jovens a criar o próprio negócio.

A Plataforma NAU e a Porto Business School estão a promover o curso online “O Futuro da Indústria”, com o objetivo de “preparar os empreendedores do amanhã, capacitando-os para enfrentar os desafios e riscos do mundo empresarial“. O curso é gratuito e as inscrições decorrem até 11 de dezembro.

“Esta formação é uma oportunidade para não só conhecer os atuais e futuros desafios do setor, como também para desenvolver competências fundamentais ao empreendedorismo como a criatividade, inteligência emocional, negociação e persuasão”, explica a plataforma NAU em comunicado.

O curso é organizado em quatro módulos e a formação tem uma duração aproximada de 12 horas. “Com este curso será possível compreender a evolução da indústria e o seu panorama atual, bem como desafios e oportunidades futuras. Visa estimular um espírito empreendedor e motivar a criação do próprio emprego“, de acordo com a NAU.

A Porto Business School corrobora a ideia da Nau e acredita que com este curso os jovens vão ficar “mais preparados para desenvolver uma ideia de negócio, implementá-la, ultrapassar os desafios futuros e lidar com o risco, aumentando assim, a probabilidade vir a criar a própria startup”. Os interessados podem candidatar-se aqui.

Com quatro anos de existência, a NAU, dedicada ao ensino e à formação à distância, tem funcionado, até agora, como uma plataforma de cursos abertos. Conta com mais de 205 mil utilizadores, 460 mil inscrições, 130 cursos e ainda 45 entidades parceiras.

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Tribunal da Relação de Lisboa confirma coima de 24 milhões de euros à Super Bock

  • Lusa
  • 21 Setembro 2023

O Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a infração da Super Bock às regras da concorrência e respetiva coima de 24 milhões de euros aplicada à empresa, anunciou a AT.

O Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a infração da Super Bock às regras da concorrência e respetiva coima de 24 milhões de euros aplicada à empresa, anunciou esta quinta-feira a Autoridade da Concorrência (AdC).

Segundo um comunicado da AdC, “o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) confirmou a condenação da Super Bock por infração às regras da concorrência, sancionada pela AdC em julho de 2019, bem como o montante integral da coima de 24 milhões aplicada à empresa”.

O acórdão, de 12 de setembro, “considerou improcedentes os recursos apresentados pela Super Bock e por dois responsáveis da empresa, da decisão do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS) que tinha também confirmado integralmente a sanção aplicada pela AdC”, avança o regulador.

O TRL afirma que “sopesando todas as circunstâncias analisadas, afigura-se-nos que as coimas aplicadas se mostram proporcionais e adequadas, atenta a gravidade da conduta (acordo vertical entre empresas, de fixação de preços, com o objetivo de impedir, restringir ou falsear, de forma sensível, a concorrência), a dimensão do mercado afetado (abrangente de quase todo o território nacional), a longa duração da infração (11 anos) e as consequentes vantagens daí resultantes para a visada Super Bock, a situação económica da visada e o seu volume de negócios”, revela a AdC.

Segundo o regulador, o acórdão refere ainda que, “apesar da ausência de antecedentes contraordenacionais dos recorrentes em matéria de infrações à concorrência, a motivação recursória evidencia a desvalorização da conduta infratora e a auto-desresponsabilização dos visados, importando que a sanção a aplicar seja suscetível de promover a consciencialização, não só social e comunitária, como dos próprios infratores, demovendo-os da prática de novos ilícitos, assim como retraindo o surgimento de cartéis ou práticas semelhantes restritivas da concorrência por parte dos demais operadores designadamente no mercado cervejeiro, tão lesivas dos direitos dos consumidores”.

De acordo com o mesmo comunicado, o TRL endereçou um pedido de reenvio prejudicial ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), a propósito do caso, e também este se pronunciou no sentido de “os acordos de distribuição exclusiva da Super Bock nos quais fixava, nomeadamente, preços mínimos de revenda poderem ser contrários ao direito da concorrência”.

Em 25 de julho de 2019, a AdC condenou a Super Bock Bebidas S.A., um administrador e um diretor da empresa ao pagamento de coimas de valor global superior a 24 milhões de euros por fixação de preços mínimos e outras condições de transação aplicáveis à revenda dos seus produtos a hotéis, restaurantes e cafés (canal HORECA), durante mais de dez anos (2006-2017).

A AdC considerou que o comportamento da Super Bock constituiu uma restrição grave da concorrência, proibida por lei.

“A interferência de um fornecedor na determinação dos preços e outras condições de transação praticados por distribuidores independentes, que adquirem os seus produtos para revenda, restringe a capacidade de estes competirem entre si, na medida em que elimina a concorrência pelo preço dos produtos, em prejuízo dos consumidores, que ficam limitados nas suas opções de escolha e deixam de poder beneficiar de produtos a preços reduzidos”, afirma o regulador.

Esta decisão da AdC, objeto de recurso pelos visados para o TCRS, viria a ser confirmada integralmente pelo tribunal, em outubro de 2021.

Segundo a AdC, “os mercados afetados no presente caso assumem uma importância crucial na vida dos consumidores em geral. Trata-se da distribuição de cervejas, águas (lisas e com gás), refrigerantes, iced tea, vinhos, sangrias e sidras em hotéis, restaurantes e cafés, o que corresponde, grosso modo, a todo o consumo fora do lar”.

“A prática em causa é, portanto, suscetível de prejudicar de forma direta e imediata o bem-estar dos consumidores”, refere a autoridade.

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Santander lança 1.300 bolsas para apoiar estudantes universitários

  • Trabalho
  • 21 Setembro 2023

O Santander está a disponibilizar 1.300 bolsas para apoiar os estudantes universitários residentes em Portugal. As candidaturas estão abertas até 15 de novembro.

Se é estudante universitário e está a precisar de um apoio, saiba que a Fundação Santander Portugal acaba de lançar 1.300 bolsas de estudo para o ano letivo que acaba de arrancar. Os interessados têm até 15 de novembro para se inscreverem, sendo que as bolsas variam entre 500 euros e mil euros.

“A Fundação Santander Portugal, em conjunto com o Santander Universidades, acaba de lançar 1.300 bolsas de estudo para apoiar financeiramente os estudantes universitários no ano letivo 2023/2024. As bolsas têm um valor que varia entre os 500, 750 e 1000 euros, dependendo da instituição de ensino superior, e representam um investimento total de 900 mil euros“, foi anunciado esta quinta-feira.

Estas bolsas destinam-se aos alunos residentes em Portugal e inscritos numa das 29 instituições de ensino superior aderentes ao programa. As candidaturas devem ser feitas online até 15 de novembro.

“As Bolsas Santander Apoio Universitário fazem parte de um dos maiores programas de apoio social promovidos pela Fundação Santander Portugal, com o objetivo de contribuir para a estabilidade financeira dos estudantes universitários. A experiência nacional e internacional tem demonstrado que a disponibilização de bolsas de estudo tem sido, não só um elemento fundamental para prevenir o abandono do ensino universitário por parte dos bolseiros, como um fator proporcionador de sucesso escolar”, explica o Santander, numa nota enviada às redações.

Estas bolsas são acumuláveis com as bolsas atribuídas pela Direção Geral do Ensino Superior ou outros apoios de que os alunos beneficiem.

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Câmara de Setúbal vai reabilitar 445 fogos no Bairro da Bela Vista por mais de 40 milhões

  • Lusa
  • 21 Setembro 2023

A obra tem um prazo de execução de 800 dias e foi adjudicada por mais 3,6 milhões de euros acima do preço base definido no concurso público.

A Câmara de Setúbal aprovou a adjudicação de uma empreitada para reabilitação de 445 fogos no Bairro da Bela Vista, no valor global de mais de 40 milhões de euros, anunciou esta quinta-feira a autarquia.

“A empreitada, enquadrada na Estratégia Local de Habitação do concelho de Setúbal, tem financiamento assegurado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, ao qual a Câmara Municipal de Setúbal submeteu uma candidatura para a reabilitação daquele bairro do parque habitacional municipal”, refere a nota de imprensa divulgada.

De acordo com a proposta, aprovada na sessão pública de câmara de quarta-feira, está prevista a requalificação do denominado Bairro Amarelo da Bela Vista, para criar melhores condições de conforto, comodidade e habitabilidade de 445 fogos, estando prevista a “execução de um conjunto de ações de incremento térmico, de eficiência energética e acessibilidades”.

A obra, esclarece o município sadino, é feita em quatro lotes, adjudicados à empresa Tecnorem — Engenharia e Construções, S.A. por um montante global de 40,26 milhões de euros, sem IVA incluído.

A deliberação do executivo liderado por André Martins (eleito pela CDU) refere ainda que a intervenção, com um prazo de execução de 800 dias (dois anos e dois meses e meio) foi adjudicada por mais 3,6 milhões de euros acima do preço base definido no concurso público.

A autarquia considera, no entanto, que os quatro lotes foram adjudicados por “valores aceitáveis face aos atuais preços do mercado de construção, uma vez que grande parte dos materiais utilizados na empreitada são derivados do petróleo, registando este uma volatilidade muito grande no seu preço”.

O Bairro da Bela Vista, refere informação disponibilizada no site do município, foi construído na década de 1970 no âmbito do Plano Integrado de Setúbal, promovido pelo ex-Fundo de Fomento de Habitação.

Tem 45 edifícios, com um total de 840 fogos, dos quais 454 são habitados por inquilinos da câmara. Os restantes tornaram-se propriedade privada.

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Abreu Advogados lança a 6ª edição do Law and Technology Award dedicada à Inteligência Artificial Generativa

As candidaturas da nova edição do Law and Technology Award encerram no dia 25 de setembro e prémio será de 1.000 euros, com possibilidade de realizar estágio profissional na Abreu Advogados.

A Abreu Advogados lançou mais uma edição do Law and Technology Award, um concurso destinado a promover o interesse pela relação entre Direito e Tecnologia. O objetivo da iniciativa é facilitar a integração na Abreu Advogados de novos profissionais, preparados para exercerem a profissão no âmbito de um novo paradigma tecnológico.

“A inovação é parte do ADN da Abreu Advogados, e o Instituto de Conhecimento tem tido um papel ativo na reflexão sobre a transição digital que atravessamos. A Inteligência Artificial Generativa veio trazer questões jurídicas novas que vão marcar os próximos anos“, refere Luís Barreto Xavier, consultor para a inovação e presidente do Instituto de Conhecimento da Abreu Advogados.

As candidaturas já estão abertas e podem concorrer a este prémio os finalistas da licenciatura em Direito e também os licenciados em Direito que frequentem atualmente mestrado ou LL.M.

O vencedor do Law and Technology Award receberá um prémio monetário no valor de 1.000 euros e, desde que aprovado em posterior entrevista, será convidado a realizar o estágio profissional na Abreu Advogados.

” Através do Law & Technology Award, pretendemos dar uma oportunidade aos estudantes de Direito de apresentarem as suas soluções inovadoras, que possam contribuir para o desenvolvimento do mercado jurídico e da sociedade, que serão claramente impactados pela utilização expansiva de ferramentas de inteligência artificial. Com iniciativas como esta procuramos a integração de talentos de futuro, que possam trazer visões renovadas ao trabalho que temos realizado nos últimos 30 anos“, referiu Luís Barreto Xavier.

A candidatura deverá ser feita através da submissão de uma resposta ao desafio: “A Inteligência Artificial Generativa desafia os mais variados setores, entre os quais o Direito. Escolhe um dos temas em que terá impacto e propõe soluções” para [email protected] até dia 25 de setembro.

Os candidatos pré-selecionados são convidados a apresentar as suas respostas oralmente no dia 9 de outubro, perante um júri da Abreu Advogados, nos escritórios da sociedade portuguesa. Os três melhores candidatos serão posteriormente entrevistados para seleção do vencedor.

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Aposta nos Certificados de Aforro afunda para mínimos de 14 meses

Portugueses praticamente perderam o interesse nos Certificados de Aforro. Emissões líquidas atingiram os 258 milhões de euros em agosto, o valor mais baixo em 14 meses.

Os portugueses praticamente perderam o entusiasmo nos Certificados de Aforro depois de o Governo ter cortado a remuneração. As emissões líquidas destes títulos atingiram os 258,3 milhões de euros em agosto, o valor mais baixo em 14 meses.

Desde junho, quando entraram em comercialização os novos certificados da Série F com uma taxa de juro mais baixa, que o interesse das famílias neste produto de poupança se vem desvanecendo de mês para mês. O montante líquido emitido pelo IGCP no mês passado ficou dez vezes abaixo da média mensal de emissões que se verificou nos cinco primeiros meses do ano, na ordem dos 2.580 milhões de euros, mostram os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

Ainda assim, o stock de Certificados de Aforro continuou a crescer e atingiu o valor mais elevado de sempre nos 33,9 mil milhões de euros em agosto.

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Já os Certificados do Tesouro registaram mais saídas do que entradas, com o saldo líquido das emissões realizadas no mês passado a manter-se em terreno negativo pelo 22.º mês seguido. O stock destes certificados caiu 202,6 milhões de euros e totaliza agora os 11,9 mil milhões.

Ao todo, os portugueses confiam ao Estado mais de 45,7 mil milhões de euros das suas poupanças. Cerca de 16% da dívida pública está nas mãos dos particulares, sendo que Portugal é mesmo dos países onde as famílias tem mais peso no financiamento do Estado.

(Notícia atualizada às 12h20)

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Após 14 subidas, Banco de Inglaterra mantém taxa de juro inalterada nos 5,25%

A decisão foi influenciada pela surpresa na inflação de agosto, que ficou abaixo das previsões do banco central.

O Banco de Inglaterra (BoE) esta quinta-feira manteve inalterada a taxa de juro diretora nos 5,25%, um dia depois de dados da inflação de agosto terem revelado uma desaceleração mais expressiva do que esperada.

Trata-se da primeira pausa num ciclo de subidas que viu o banco aumentar as taxas de juro 14 vezes desde dezembro de 2021, quando o custo do dinheiro britânico estava em 0,25%.

“O Comité de Política Monetária votou por uma maioria de 5–4 para manter a taxa de juro em 5,25%”, referiu o BoE, em comunicado. Quatro membros preferiram aumentar a taxa Bancária em 0,25 pontos percentuais, para 5,5%.

“O Comité também votou por unanimidade para reduzir o stock de compras de obrigações do governo do Reino Unido detidas para fins de política monetária e financiadas pela emissão de reservas do banco central, em 100 mil milhões de libras durante os próximos doze meses, para um total de 658 mil milhões”, adiantou.

A taxa de inflação homóloga dos preços no consumidor arrefeceu para 6,7% em agosto face aos 6,8% de julho, afastando-se ainda mais do pico de 11,1% registado em outubro. Uma sondagem de economistas da Reuters apontava para uma aceleração para 7%, enquanto o próprio BoE na reunião de agosto referiu que previa uma subida de preços de 7,1%. A meta do banco central é de inflação nos 2%

Antes da divulgação desse indicador a maioria dos analistas (cerca de 80%) apontava para uma nova subida da taxa de juro, de 25 pontos base, para 5,50%. No entanto o aliviar do ritmo da inflação veio equilibrar as probabilidades com vários bancos a apostarem numa pausa nas subidas pelo banco central liderado por Andrew Bailey.

“Espera-se que a inflação medida pelo IPC caia ainda mais significativamente no curto prazo, refletindo a menor inflação anual dos produtos energéticos, apesar da renovada pressão ascendente dos preços do petróleo”, afirmou o BoE esta quinta-feira.

O banco central britânico alertou no entanto para o efeito da política monetária nas projeções de crescimento. “Há sinais crescentes de algum impacto de uma política monetária mais restritiva no mercado de trabalho e na dinâmica da economia real em geral”, afirmou.

O BoE reduziu a previsão de crescimento económico no período julho-setembro para apenas 0,1%, face à previsão de agosto de 0,4%, e apontou para sinais claros de fraqueza no mercado imobiliário.

[Notícia atualizada às 12h16]

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