Super Bock vai “de imediato” recorrer da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa

  • Lusa
  • 21 Setembro 2023

"A empresa mantém a firme convicção de que a decisão é injusta, pois sempre pautou toda a sua atividade no estrito cumprimento da lei, em especial das regras da concorrência", indica a Super Bock.

A Super Bock vai “de imediato” recorrer da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa que confirmou uma infração às regras da concorrência e uma coima de 24 milhões de euros, disse esta quinta-feira à Lusa fonte oficial. O Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a infração da Super Bock às regras da concorrência e respetiva coima de 24 milhões de euros aplicada à empresa, anunciou a Autoridade da Concorrência (AdC).

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Super Bock Bebidas (SBB) disse que a empresa “discorda da decisão proferida pelo Tribunal da Relação de Lisboa e vai, de imediato, apresentar os competentes recursos”. A Super Bock refere que, “entre os diversos fundamentos alegados pela SBB, está a inconstitucionalidade referente à apreensão de correio eletrónico, a qual já foi julgada inconstitucional pelo Tribunal Constitucional no âmbito deste processo contraordenacional”.

Além disso, “o Tribunal de Justiça da União Europeia deu razão à SBB na questão levantada referente à necessidade de serem analisados os efeitos nocivos no mercado da alegada infração, o que a SBB sempre defendeu”, prosseguiu a mesma fonte, em resposta escrita à Lusa.

“A empresa mantém a firme convicção de que a decisão é injusta, pois sempre pautou toda a sua atividade no estrito cumprimento da lei, em especial das regras da concorrência”, acrescenta, salientando que “a SBB jamais fixou, seja de que forma for, os preços pelos quais os seus distribuidores devem vender os seus produtos, nem exerceu qualquer controlo ou retaliação sobre eles, pelo que não hesitará em usar todos os meios legais ao seu alcance para defender a sua reputação, valores e integridade”.

Aliás, a “SBB tem inclusivamente implementado um vasto programa no sentido de assegurar o cumprimento escrupuloso das regras da concorrência, assegurando a proteção efetiva de todos os seus stakeholders, incluindo os seus colaboradores e os fornecedores, clientes e consumidores dos seus produtos”, conclui.

Segundo um comunicado da AdC, “o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) confirmou a condenação da Super Bock por infração às regras da concorrência, sancionada pela AdC em julho de 2019, bem como o montante integral da coima de 24 milhões aplicada à empresa”.

O acórdão, de 12 de setembro, “considerou improcedentes os recursos apresentados pela Super Bock e por dois responsáveis da empresa, da decisão do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS) que tinha também confirmado integralmente a sanção aplicada pela AdC”, avança o regulador.

Segundo o regulador, o acórdão refere ainda que, “apesar da ausência de antecedentes contraordenacionais dos recorrentes em matéria de infrações à concorrência, a motivação recursória evidencia a desvalorização da conduta infratora e a auto-desresponsabilização dos visados, importando que a sanção a aplicar seja suscetível de promover a consciencialização, não só social e comunitária, como dos próprios infratores, demovendo-os da prática de novos ilícitos, assim como retraindo o surgimento de cartéis ou práticas semelhantes restritivas da concorrência por parte dos demais operadores designadamente no mercado cervejeiro, tão lesivas dos direitos dos consumidores”.

De acordo com o mesmo comunicado, o TRL endereçou um pedido de reenvio prejudicial ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), a propósito do caso, e também este se pronunciou no sentido de “os acordos de distribuição exclusiva da Super Bock nos quais fixava, nomeadamente, preços mínimos de revenda poderem ser contrários ao direito da concorrência”.

Em 25 de julho de 2019, a AdC condenou a Super Bock Bebidas S.A., um administrador e um diretor da empresa ao pagamento de coimas de valor global superior a 24 milhões de euros por fixação de preços mínimos e outras condições de transação aplicáveis à revenda dos seus produtos a hotéis, restaurantes e cafés (canal HoReCa), durante mais de dez anos (2006-2017).

A AdC considerou que o comportamento da Super Bock constituiu uma restrição grave da concorrência, proibida por lei. Esta decisão da AdC, objeto de recurso pelos visados para o TCRS, viria a ser confirmada integralmente pelo tribunal, em outubro de 2021.

Segundo a AdC, “os mercados afetados no presente caso assumem uma importância crucial na vida dos consumidores em geral. Trata-se da distribuição de cervejas, águas (lisas e com gás), refrigerantes, iced tea, vinhos, sangrias e sidras em hotéis, restaurantes e cafés, o que corresponde, grosso modo, a todo o consumo fora do lar”. “A prática em causa é, portanto, suscetível de prejudicar de forma direta e imediata o bem-estar dos consumidores”, refere a autoridade.

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Rupert Murdoch vai deixar a presidência da Fox e News Corp

Lachlan Murdoch – o filho mais velho de Rupert Murdoch, que se tornou co-presidente da News Corp em 2014 – parece ser o sucessor, depois de ter sido elogiado pelo pai numa nota aos funcionários.

Rupert Murdoch vai deixar a presidência da Fox e News Corp em novembro, refere o The Wall Street Journal. Murdoch, com 92 anos, abandona o cargo numa altura em que já completou mais de setenta anos numa carreia que o consolidou como um magnata dos media. “Durante toda a minha vida profissional, estive diariamente envolvido com notícias e ideias, e isso não vai mudar. Mas é o momento certo para eu assumir funções diferentes”, refere Murdoch numa nota aos funcionários.

Lachlan Murdoch, o filho mais velho que se tornou co-presidente da News Corp em 2014, parece ser o seu sucessor, indica o The Guardian, tendo em conta que o magnata escreveu na nota aos funcionários que o seu primogénito é um “líder apaixonado e com princípios” que pode conduzir as empresas para o futuro.

Em comunicado, Lachlan Murdoch parabenizou o pai por uma “notável carreira de 70 anos“, em seu nome e em nome dos diretores, chefias e acionistas da Fox e da News Corp. “Agradecemos-lhe a sua visão, o seu espírito pioneiro, a sua determinação inabalável e o legado duradouro que deixa às empresas que fundou e às inúmeras pessoas que impactou”, disse, citado pelo Guardian.

Atualmente com 92 anos, o Rupert Murdoch será presidente emérito das duas empresas, informou também a empresa em comunicado.

O abandono da presidência por parte de Rupert Murdoch surge cinco meses depois de a Fox News ter aceitado pagar 787,5 milhões de dólares (cerca de 719,5 milhões de euros) para não ir a julgamento por difamação, num processo levantado pela Dominion, sistema de voto eletrónico usado nas eleições norte-americanas.

A Dominion acusava a Fox News de ter transmitido acusações falsas de fraude eleitoral na altura da derrota de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, em 2020, argumentando que a Fox News tinha culpado “falsa e intencionalmente” a Dominion pela derrota de Donald Trump para Joe Biden.

As partes acabaram por chegar a acordo depois de o canal, pertencente ao império de Rupert Murdoch, ter concordado pagar cerca de metade dos 1,6 mil milhões de dólares (cerca de 1.462 milhões de euros) pedidos inicialmente pela Dominion.

Rupert Murdoch entrou no negócio dos jornais durante a década de 1950, tendo comprado a Twentieth Century Fox em 1985. O crescimento do império aconteceu com a aquisição de várias estações televisivas norte-americanas e com a criação da Fox Broadcasting. Em 1996 lançou a Fox News, o seu canal mais famoso.

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Governo aprova regras para as empresas irem buscar dinheiro ao fundo de compensação

Governo aprovou esta tarde "a modelação dos momentos" em que as empresas vão poder mobilizar as verbas do fundo de compensação do trabalho para financiar, por exemplo, a formação dos trabalhadores.

Desde maio que as empresas já não fazem descontos para o fundo de compensação do trabalho (FCT), mas faltava o Governo aprovar “a modelação dos momentos” em que as empresas vão poder mobilizar essas verbas para financiar, por exemplo, a formação dos trabalhadores e a construção de creches. Deu “luz verde” a esse diploma no Conselho de Ministros desta quinta-feira.

“Foi aprovado o decreto-lei que altera os regimes jurídicos do fundo de compensação do trabalho e do fundo de garantia de compensação do trabalho, concretizando-se assim umas das principais medidas do acordo de médio prazo de melhoria dos rendimentos, dos salários e da competitividade“, anunciou o Governo, em comunicado.

Firmado em outubro do ano passado, o acordo de rendimentos prevê o fim das contribuições para o FCT e a sua reconversão para permitir às empresas que para ele tenham contribuído, nomeadamente, financiar a formação e qualificação dos trabalhadores e apoiar a autonomização dos jovens trabalhadores, “suportando uma parte dos encargos com habitação”. Prevê também que a suspensão, durante a vigência do acordo, dos descontos mensais para o Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT).

Desde maio, com a entrada em vigor da Agenda do Trabalho Digno, que as empresas já não têm de fazer esses descontos, mas faltava o Governo definir o modelo em que poderão ir buscar os mais de 600 milhões de euros que estão atualmente no FCT.

Ora, o decreto-lei aprovada esta quinta-feira estabelece “a modelação dos momentos de mobilização das verbas do FCT para as finalidades para as quais este fundo foi convertido”, indicou o Governo.

Em comunicado, o Governo não detalha o calendário, mas, com base na proposta apresentada aos parceiros sociais, é possível perceber que as empresas poderão começar a ir buscar essas verbas a partir do último trimestre do ano.

Atualizada às 16h20

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Novo regime do setor do táxi aprovado em Conselho de Ministros

Munido de uma autorização do Parlamento, o Governo aprovou em Conselho de Ministros o decreto-lei que institui o novo regime jurídico do táxi, melhorando e modernizando o setor.

O Governo aprovou em Conselho de Ministros o novo regime jurídico do setor do táxi, ao abrigo de uma autorização legislativa concedida pelo Parlamento no passado mês de maio. Espera-se que a nova lei estabeleça que os municípios fixam o contingente de táxis em cada concelho e passa a prever a gestão intermunicipal em certos casos, para eliminar as tarifas de retorno.

“Foi aprovado o decreto-lei que estabelece o regime jurídico do serviço público do transporte de passageiros em táxi, aplicável a todo o território nacional, reafirmando a sua função de serviço público, com especial ênfase nos territórios de baixa procura, onde surge como elemento essencial para a conetividade das populações”, indica o comunicado enviado após a reunião Conselho de Ministros.

O objetivo do Executivo é modernizar um setor que, segundo o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, opera com base num regime de 1998 “globalmente obsoleto”. A nova lei reformula também o modelo tarifário do setor e consagra novos modelos de prestação de serviços de transporte em táxi com reserva digital, à semelhança dos “Ubers”.

A aprovação pelo Governo deste novo regime acontece depois de, em 2020, ter sido constituído um grupo de trabalho para preparar uma proposta de decreto-lei, que incluiu representantes do setor do táxi. O Executivo pediu, depois, uma autorização legislativa ao Parlamento, discutida e votada em maio, e aprovada pelo PS, PCP, BE e Livre, com abstenções do PSD, Chega, Iniciativa Liberal e PAN.

A autorização legislativa já era acompanhada do projeto de decreto-lei, que as associações setoriais consideraram permitir “melhorar e rentabilizar” a atividade. Depois de receber a “luz verde” da Assembleia da República, o ministro do Ambiente prometeu agendar “imediatamente” a aprovação É o que acontece agora, cerca de quatro meses depois.

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Vai ter mais um ano para amortizar o crédito da casa sem comissões

Custo de 0,5% do capital devolvido continuará suspenso por mais um ano. Medida abrange apenas contratos para compra de habitação própria e permanente com taxa variável.

A suspensão da comissão de amortização do crédito para compra de habitação própria e permanente, indexado à taxa variável Euribor, vai ser alargada por mais um ano, vigorando até 31 de dezembro de 2024, anunciou esta quinta-feira o ministro das Finanças, Fernando Medina, durante o briefing do Conselho de Ministros que decorreu em Leiria, no âmbito do programa Governo Mais Próximo.

“A comissão é de 0,5% do capital amortizado”, ou seja, cinco euros por cada mil euros amortizados, “é um custo muito grande para as famílias e limitava muito a amortização e com a eliminação da comissão assistimos a um grande aumento de amortizações parciais e totais. Mais de seis mil milhões de euros de contratos de créditos à habitação foram amortizados”, revelou Fernando Medina, em jeito de balanço da medida que entrou em vigor a 26 de novembro do ano passado e que iria terminar em dezembro de 2023.

O Conselho de Ministros desta quinta-feira aprovou então a prorrogação da suspensão da comissão por mais um ano, até 31 de dezembro de 2024.

A medida aplica-se a créditos à aquisição ou construção de habitação própria e permanente, com taxa variável, sem limite de capital em dívida, sendo que a amortização pode ser total ou parcial. De ressalvar ainda que não há lugar ao pagamento de quaisquer impostos.

Excluídos desta suspensão estão os créditos à habitação com taxa fixa, em que a comissão é de 2%, ou seja, de 20 euros por cada mil euros reembolsados.

(Notícia atualizada às 16h09)

 

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Andersen muda sede de escritório em Lisboa

O novo escritório tem cerca de 1.000 metros quadrados de área bruta, o dobro da área da anterior sede que era no Saldanha. O espaço terá 14 gabinetes, quatro salas de reuniões e dois open spaces.

A Andersen mudou a sede do escritório de Lisboa para o Edifício nº 38 da Rua Alexandre Herculano. A inauguração decorre esta esta quinta-feira.

“Este movimento procura corresponder ao crescimento expressivo da sociedade em Portugal e reforçar a aposta de alargamento da sua equipa com vista a afirmar-se como escritório de referência no mercado nacional”, refere o escritório em comunicado.

O novo escritório tem cerca de 1.000 metros quadrados de área bruta, o dobro da área da anterior sede que era no Saldanha. Ao todo, o espaço terá 14 gabinetes, quatro salas de reuniões e dois open spaces. “As novas instalações acomodam espaços abertos à tecnologia e inovação, cuja flexibilidade prevê futuras incorporações na equipa como parte do processo de expansão previsto no Plano Estratégico da sociedade”, explicam.

José Mota Soares, managing partner da Andersen em Portugal, sublinhou que esta mudança traduz a ambição do escritório em “prestar um melhor serviço aos seus clientes. “A aposta em Portugal é firme como, de resto, comprovam os resultados alcançados. Desde a integração de Lisboa na estrutura da Andersen Iberia, em 2021, que se registou um aumento significativo das capacidades da sociedade, que acabou por se refletir num crescimento inédito“, disse.

A Andersen, que iniciou a sua operação em Portugal em 2017, conta atualmente com mais de 50 colaboradores – advogados, consultores e assistentes – que se distribuem por várias áreas de prática, nomeadamente Direito Público, Fiscal, Laboral, Imobiliário, Comercial e Societário e Contencioso e Arbitragem.

O líder da Andersen Portugal, avançou que a faturação da firma duplicou no primeiro ano e que a expectativa é a de que 2023 termine com um “aumento de 150% face a 2021”.

Íñigo Rodríguez-Sastre, sócio e co-managing partner da Andersen Espanha; José Mota Soares, sócio e líder do escritório em Portugal; e José Vicente Morote Sarrión, sócio e co-managing partner da Andersen Espanha.

Também José Vicente Morote, co-managing partner de Andersen da Península Ibérica, garante que este movimento assinala o “firme compromisso com Lisboa e Portugal”. “Estamos convictos de que Portugal contribuirá decisivamente para a evolução da Andersen e, nesse sentido, apostámos na mudança de escritórios com o objetivo de aumentar a capacidade de resposta às necessidades da equipa e exigências dos clientes para lhes garantir um serviço de máxima qualidade”, disse.

O co-managing partner elogiou a extraordinária cultura de trabalho portuguesa e o bom funcionamento do projeto conjunto da Andersen na Península Ibérica”, que considera ser resultado da “coesão e solidez” entre as equipas dos dois países, que “partilham a mesma visão de negócio, a ideia de crescimento e desenvolvimento de boas práticas”.

José Vicente Morote realçou ainda a evolução positiva da Andersen na Península Ibérica, nomeadamente com a triplicação dos resultados no espaço de cinco anos, tendo iniciado a operação em 2017 com um orçamento de 13 milhões de euros e 150 colaboradores e encerrado 2022 com mais de 400 colaboradores e uma faturação superior a 40 milhões. “A nossa perspetiva é atingir os 52 milhões de eiros este ano, objetivo para o qual o contributo do escritório em Portugal vai ser decisivo“, disse.

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Jornalista francesa detida por divulgar segredos da Defesa. França acusada de atacar liberdade de imprensa

A investigação a Ariane Lavrilleux pelas autoridades francesas teve início em julho de 2022, quando o ministério das Forças Armadas fez uma queixa por "violação dos segredos de defesa nacional".

Uma jornalista francesa foi detida e questionada pela polícia na noite desta quarta-feira em virtude de um artigo publicado em 2021 que revelou uma alegada operação de espionagem francesa no Egito, que originou mortes de civis, refere a BBC.

A polícia terá revistado a casa de Ariane Lavrilleux no dia 19 de setembro, tendo depois levado a jornalista sob custódia, libertando-a uma noite depois. Virginie Marquet, a sua advogada, adiantou entretanto que Lavrilleux foi interrogada como parte de uma investigação relacionada com o “comprometimento da segurança nacional”, cita a BBC.

Lavrilleux terá assim sido interrogada por policias do serviço de inteligência francês, a DGSE (Direction Générale de la Sécurité Extérieure), tendo em conta um artigo seu de 2021 para o qual usou informação proveniente de documentos confidenciais.

Esses documentos terão servido de base para alegar que as autoridades egípcias tinham utilizado inteligência francesa para bombardear contrabandistas na fronteira entre o Egipto e a Líbia, entre 2016 e 2018. Segundo este artigo, publicado no site de jornalismo de investigação Disclose, as forças francesas estiveram implicadas em “pelo menos 19 bombardeamentos” contra civis, refere o The Guardian.

O Disclose já reagiu à detenção, criticando que o objetivo “deste atentado inadmissível à liberdade de imprensa” passa por “identificar as fontes que ajudaram a revelar a operação militar ‘Sirli’ liderada pela França no Egipto em nome da ditadura do Marechal Sissi”.

Por parte da Amnistia Internacional, Katia Roux mostrou-se “muito preocupada” com a detenção: “Colocar sob custódia policial uma jornalista por fazer o seu trabalho, ainda para mais por revelar informação de interesse público, pode ser uma ameaça à liberdade de imprensa e à confidencialidade das fontes“, refere a BBC.

A organização Repórteres Sem Fronteiras também já se posicionou em defesa da jornalista francesa, referindo que teme que as ações das autoridades francesas “comprometam o sigilo das fontes”.

A investigação a Ariane Lavrilleux pelas autoridades francesas teve início em julho de 2022, quando o ministério das Forças Armadas fez uma queixa por “violação dos segredos de defesa nacional“. O Ministério Público de Paris abriu depois uma investigação formal, a qual foi entre à DGSE que argumenta que a informação publicada poderia ter identificado “um agente protegido”, refere o Guardian.

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Altice anuncia cobertura total da ilha do Corvo com fibra ótica

  • Lusa
  • 21 Setembro 2023

O arquipélago dos Açores apresenta agora cerca de 94% de cobertura de fibra ótica e 72,8% em rede 5G, contando com 30 estações de rede móvel 5G, de acordo com a Altice.

A Altice Portugal anunciou esta quinta-feira a cobertura total da ilha do Corvo, Açores, com fibra ótica, cumprindo “o compromisso realizado pela Comissão Executiva” na visita à região exatamente há um ano.

“A cobertura integral da ilha do Corvo materializa o compromisso realizado pela Comissão Executiva da Altice Portugal na sua última visita à região, em setembro de 2022″, onde se inclui “uma vaga de novos investimentos em redes, tecnologia e inovação, que previa a expansão de fibra ótica e modernização de toda a rede móvel do arquipélago”, refere a dona da Meo, em comunicado.

Com um dos índices de cobertura “dos mais elevados a nível nacional, o arquipélago dos Açores apresenta agora cerca de 94% de cobertura de fibra ótica e 72,8% em rede 5G, contando com 30 estações de rede móvel 5G”, adianta a Altice Portugal.

Há um ano comprometemo-nos com o Governo Regional e com todos os açorianos a colocar os Açores no topo das nossas prioridades. Hoje, anunciamos mais um passo rumo a esse objetivo ao anunciarmos a cobertura integral em fibra ótica da Ilha do Corvo”, afirma a presidente executiva (CEO) da Altice Portugal, Ana Figueiredo, citada no comunicado.

Este é “um contributo expressivo da Altice Portugal para a atenuação das desigualdades territoriais, indicativo do seu investimento no desenvolvimento das economias locais e do país como um todo”, remata a responsável.

A Altice Portugal “mantém-se na vanguarda da inovação e do progresso tecnológico, atingindo, no segundo trimestre de 2023, 6,3 milhões de casas passadas com fibra em todo o país, e 95% da população com 5G e 99,9% com 4G”, lê-se no comunicado.

O plano de cobertura 100% fibra da Altice Portugal “arrancou em 2019 com o objetivo de transformar Portugal no primeiro país da Europa com uma cobertura de fibra ótica praticamente integral”, um “objetivo rapidamente atingido e que contribui para aumentar a inclusão digital e promover o desenvolvimento económico, assim como acelerar a aptidão digital de toda a sociedade”, acrescenta a dona da Meo.

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SATA Air Açores amortiza 60 milhões de dívida

  • Lusa
  • 21 Setembro 2023

Companhia aérea vai poupar cerca de 1,2 milhões de euros em 2023 e "reduzirá os encargos anuais com financiamentos ao longo dos próximos três anos, o que totaliza cerca de 17 milhões de poupança".

A SATA Air Açores amortizou 60 milhões de euros de dívida, um reembolso antecipado que permite à companhia aérea açoriana “poupar cerca de 18 milhões de euros em encargos anuais com financiamentos“, foi anunciado esta quinta-feira.

Numa nota de imprensa, o Grupo SATA indica que a SATA Air Açores — Sociedade Açoriana de Transportes Aéreos, S.A. “executou com sucesso” o reembolso antecipado da totalidade do empréstimo obrigacionista de 60 milhões de euros, emitido em dezembro de 2022.

A companhia aérea responsável pelas ligações dentro do arquipélago vai, assim, poupar cerca de 1,2 milhões de euros em 2023 e “reduzirá os encargos anuais com financiamentos ao longo dos próximos três anos, o que totaliza cerca de 17 milhões de euros de poupança nesse período”.

No seguimento do plano de reestruturação aprovado pela Comissão Europeia em 07 de junho de 2022, e de acordo com as obrigações nele definidas, sem aval do Governo Regional dos Açores, em dezembro de 2022 a empresa necessitou de contratar um financiamento de 60 milhões de euros junto da J.P. Morgan Societas Europaea (J.P.Morgan), através da emissão de 600 obrigações com o valor nominal de 100 mil euros cada, com maturidade a 20 de dezembro de 2026.

“Essa emissão teve como finalidade a amortização antecipada de dívida financeira antiga, processo que ficou concluído no final de 2022, com a liquidação de financiamentos no valor total aproximado de 40,8 milhões de euros”, explica ainda o grupo SATA.

Citada na nota enviada às redações, a CEO (diretora executiva) do grupo, Teresa Gonçalves, sublinha que se trata de “um momento histórico para a SATA e para todos os colaboradores que, diariamente, têm contribuído para a evolução positiva do negócio”.

“É um sinal claro de que estamos a fazer todos os esforços para recuperar a SATA e criar as melhores condições para garantir a sua continuidade de forma sustentada”, diz.

A CEO ressalva que a companhia poderia ter optado por não amortizar já esta dívida, mas tal implicaria continuar “a ter custos financeiros muito significativos com este financiamento, o que, a prazo, seria muito penalizador”.

“E se esta decisão revela o esforço que tem sido feito, é também importante que haja a consciência da responsabilidade e importância que a mesma tem, exigindo de cada um de nós um rigor cada vez maior em tudo aquilo que fazemos na companhia, com o objetivo de continuar a crescer receita com a máxima otimização de custos”, afirma.

Este, acrescenta, é mais um passo “no caminho da consolidação das suas contas e da redução do nível de endividamento”.

As empresas do universo do grupo, a SATA Air Açores e Azores Airlines, registaram um resultado negativo de 30 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023.

Segundo o relatório das demonstrações financeiras referentes a esse período, registaram-se 23 milhões de euros negativos na SATA Internacional (responsável pelas ligações de e para o arquipélago) e sete milhões na SATA Air Açores.

O passivo da Azores Airlines cresceu 108,7 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, em relação ao período homólogo.

Na SATA Air Açores, o passivo foi reduzido em 142,2 milhões de euros do primeiro trimestre de 2022 (475.993.071 euros) para o mesmo período de 2023 (333.708.307 euros).

O Grupo SATA encontra-se sob um plano de reestruturação financeira na sequência da submissão de um pedido à Comissão Europeia.

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Conselho das Finanças Públicas prevê crescimento de 2,2% este ano e inflação de 5,2%

Conselho das Finanças Públicas revê em alta crescimento para 2023, mas é mais pessimista que previsões do verão do BdP e FMI. Perspetiva inflação mais baixa que o estimado em março.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) prevê que a economia portuguesa vai crescer 2,2% em 2023, naquela que é uma revisão em alta face às estimativas que divulgou em março, mas mais pessimista do que as previsões divulgadas por instituições como o Banco de Portugal, OCDE e FMI no início do verão (entre 2,5% e 2,7%). Já para 2024 estimam um crescimento do PIB de 1,6%, com o alerta de que os números podem ser mais negativos dadas as incertezas. Já para a inflação, os valores foram revistos em baixa para 5,2% este ano e 2,8% em 2024.

Em março, o CFP projetava um crescimento do PIB português de 1,2% em 2023 e de 1,8% em 2024. Agora, na atualização das Perspetivas Económicas e Orçamentais 2023-2027, já estimam que a economia vai crescer mais este ano, devido ao “desempenho robusto observado no consumo privado e exportações durante a primeira metade do ano“. De facto, o crescimento no arranque do ano surpreendeu os economistas e fez também com que Fernando Medina atualizasse as previsões do Programa de Estabilidade (PE), que apontavam para um crescimento de 1,8%, para 2,7%.

Já no próximo ano o cenário, traçado numa lógica de políticas invariantes, é mais sombrio. A instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral reviu em baixa as previsões de março, por antever um abrandamento “no ritmo de crescimento das exportações e da FBCF, em resultado da degradação das perspetivas económicas para os principais parceiros comerciais de Portugal e da incerteza e do agravamento dos custos de financiamento da economia, respetivamente”.

Como explica a instituição no documento, esta desaceleração na atividade económica é “determinada pela expectativa de um abrandamento do consumo privado, penalizado pelo aumento das taxas de juro diretoras do BCE e pela inflação, bem como pela desaceleração nas exportações, em linha com a expectativa de arrefecimento dos principais mercados das exportações portuguesas”.

Por outro lado, estes fatores são compensados pela aceleração do investimento, nomeadamente impulsionada pela “expectativa de uma maior execução dos fundos comunitários associados ao PRR e ao PT2030″.

Quanto à inflação, o abrandamento projetado para o preço dos bens alimentares e energéticos nos mercados internacionais levou o CFP a rever em baixa as estimativas. Prevê agora que a inflação, medida pelo ritmo de crescimento do vai ser de 5,2% em 2023, o que mesmo assim é ligeiramente acima daquela prevista pelo Governo no PE (5,1%). Já para 2024 apontam para 2,8%, abaixo dos 2,9% que Medina estimava em abril.

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Fim das medidas Covid compensa impacto orçamental dos apoios para mitigar choque da guerra e inflação

O Conselho das Finanças Públicas destaca o efeito positivo da dissipação das medidas aplicadas durante a pandemia, que permite contrabalançar o impacto das medidas de resposta à guerra e à inflação.

Apesar de o Governo ter tido de avançar com várias medidas para mitigar o choque da guerra e da inflação, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) considera que a dissipação quase integral do impacto das medidas Covid-19 vai mais do que compensar esse efeito negativo no saldo das Administrações Públicas.

Na atualização das Perspetivas Económicas e Orçamentais 2023-2027 divulgada esta quinta-feira, o CFP “considera que, em 2023, o impacto das principais medidas de política económica implique uma melhoria do saldo orçamental das Administrações Públicas de 616 milhões de euros, apesar do efeito negativo de medidas one-off“. “Esta evolução decorre na sua maior parte da dissipação quase integral do impacto das medidas Covid-19, que por si só beneficiará o saldo em 1.529 milhões (0,7 p.p. do PIB), mais do que compensando o efeito negativo de 434 milhões previsto com as medidas de mitigação do choque geopolítico e da inflação”, lê-se.

Fazendo a avaliação do impacto das medidas de política económica do lado da receita, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral salienta que se verifica “uma redução da receita pública de 2.330 milhões de euros”, que é “explicada quase exclusivamente pela diminuição da receita fiscal de 2.245 milhões, dos quais 1.317 milhões nos impostos diretos”, sobretudo devido a medidas como a atualização dos escalões do IRS e a redução transversal das taxas.

O CFP destaca ainda outras medidas não relacionadas com a crise pandémica, com o choque geopolítico e a inflação, nem com one-offs, que vão implicar “uma redução da despesa pública de 1.189 milhões, dos quais 881 milhões na despesa de capital, destacando-se o efeito de base decorrente do apoio financeiro à TAP em 2022 no valor de 990 milhões”.

Já para o próximo ano “estima-se que as medidas de política económica impliquem uma melhoria do saldo orçamental das AP de 1.220 milhões”, nomeadamente com a retirada das medidas de mitigação do choque geopolítico e da inflação.

É de notar ainda assim que estas projeções são feitas ainda sem ter em conta eventuais novas medidas do Orçamento do Estado para 2024, sendo que o CFP destaca também que não incorporou “o pacote de medidas dirigido aos jovens (alargamento do IRS Jovem, devolução de propinas, passes gratuitos até aos 23 anos, entre outras), anunciado de forma genérica pelo primeiro-ministro no passado dia 6 de setembro, por não se encontrarem legisladas nem quantificadas”.

Nestas projeções, o CFP estima mesmo que 2023 poderá terminar com um excedente de 0,9% do PIB, sem novas medidas, o que compara com a previsão de um défice de 0,4% inscrita por Fernando Medina no Programa de Estabilidade. “Em 2024, a dissipação do efeito de medidas de mitigação do choque geopolítico e de medidas one-off contribuirão ainda para um nível projetado de excedente de 0,8% do PIB, num ano em que o desempenho da receita fiscal e contributiva deverá refletir a desaceleração perspetivada para as bases macroeconómicas relativas ao consumo privado nominal e às remunerações”, indica o organismo.

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Investimento volta a ficar abaixo do esperado, mas em 2024 vai crescer mais do que o PIB

Elevada incerteza nos mercados e inflação elevada, que fazem empresários a adiar investimentos e atrasos na execução do PRR levam a forte revisão em baixa do investimento este ano.

A incerteza quanto à evolução da procura, quer seja interna ou externa, e os atrasos na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) fazem com que o investimento fique, este ano, novamente abaixo do esperado. Mas, de acordo com as previsões do Conselho das Finanças Públicas, em 2024, o investimento vai crescer mais do que o Produto Interno Bruto (PIB).

“A formação bruta de capital fixo (FBCF) tem vindo a apresentar uma evolução abaixo do projetado no exercício de março, penalizada pelo agravamento das condições de financiamento, uma maior incerteza relativamente à procura interna e externa e uma execução do PRR abaixo do esperado”, lê-se no relatório do CFP divulgado esta quinta-feira.

A instituição liderada por Nazaré Costa Cabral estima que este ano, o investimento cresça 0,6% em volume, “uma forte desaceleração face ao ritmo de crescimento de 3,1% observado em 2022”. Esta projeção, feita num cenário de políticas invariantes, ou seja, não são consideradas novas medidas de política, nem mesmo medidas já anunciadas, mas ainda não legisladas nem quantificadas, assenta sobretudo na expectativa de redução da procura (quer interna, quer externa) e de agravamento significativo dos custos de financiamento, decorrentes da maior restritividade da política monetária, e que se traduziram num fraco desempenho desta componente na primeira metade do ano”, justifica o CFP. “Estas condicionantes, associadas a um contexto de elevada incerteza nos mercados e de persistência de inflação elevada, tendem a agravar os custos de produção, deterioram o nível de confiança dos empresários, bem como as perspetivas de produção, conduzindo ao adiamento de decisões de investimento”, acrescenta o documento.

Mas, graças à expectativa de aceleração da execução dos fundos europeus, particularmente do PRR, “maioritariamente através da sua componente pública”, mas também do Portugal 2030, o ritmo de crescimento da FBCF total deverá acelerar para 3,7% no próximo ano e para 4,7%, em 2025. Já no último ano de execução do PRR, o crescimento do investimento deverá ser de 3,9%. Mas, este desempenho do investimento “também incorpora a expectativa de progressiva normalização da procura externa e a dissipação da incerteza nos mercados globais”, explica o relatório.

Em termos de contributos, o investimento vai contribuir em 0,2 pontos percentuais para o crescimento de 2,2% do PIB previsto para este ano, um contributo que aumentará para 0,3 pp no ano seguinte, embora a economia desacelere para 1,6%. O maior contributo do investimento para o PIB será alcançado em 2025 (0,6 pp), acompanhando o perfil de execução do PRR que termina em 2026.

“Com base na análise dos contributos líquidos de importações, conclui-se que a trajetória de abrandamento projetada para o PIB real em 2023 resulta sobretudo da dinâmica de desaceleração antecipada para as exportações e para o consumo privado, e em menor escala, para o investimento. No médio prazo, o perfil de crescimento do PIB é determinado, sobretudo, pela dinâmica do contributo da procura interna, especialmente através do consumo privado e investimento, e também do contributo das exportações, que deverá convergir para valores em torno de 0,7 p.p”, sublinha o documento que faz previsões para os várias indicadores até 2027.

O CFP recorda que é “desejável e necessária” uma “maior dinâmica” do investimento “dada a reconhecida carência da economia portuguesa em capital físico, privado e público”.

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