Portugal com “participação muito forte” em novo telescópio da ESA

  • Lusa
  • 3 Agosto 2023

A "primeira grande missão" espacial do novo telescópio "vai ter como foco as atmosferas de exoplanetas" (planetas fora do Sistema Solar).

A Agência Espacial Europeia (ESA) validou os instrumentos científicos do telescópio espacial Ariel, que vai observar as atmosferas de 1.000 planetas extrassolares, com Portugal a ter “uma participação muito forte” na missão com lançamento previsto para 2029.

A expressão é do astrofísico Pedro Machado, membro da direção do consórcio científico internacional responsável pela construção e exploração do novo telescópio espacial da ESA. Pedro Machado é investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), que hoje, em comunicado, anunciou que a ESA, da qual Portugal é Estado-membro, “validou o desenho dos instrumentos científicos”, significando na prática que “os instrumentos poderão começar a ser construídos e testados”.

À Lusa, Pedro Machado, especialista no estudo de atmosferas planetárias, disse que Portugal tem nesta missão “uma participação muito forte em termos científicos e de engenharia”. Trata-se, nas palavras do também coordenador da participação portuguesa, da “primeira grande missão” espacial que “vai ter como foco as atmosferas de exoplanetas” (planetas fora do Sistema Solar).

No caso são cerca de 1.000 exoplanetas, uns rochosos outros gasosos, uns a 4,4 anos-luz da Terra outros a mais de 100 anos-luz. O objetivo é “caracterizar as atmosferas de outros mundos”, procurar uma eventual “nova Terra, um ambiente habitável, marcadores da possível existência de vida, oceanos, nuvens…”, enumerou Pedro Machado, que lidera, ainda, o grupo de investigação que explora as sinergias entre o conhecimento sobre as atmosferas planetárias do Sistema Solar e os exoplanetas.

A astrobióloga Zita Martins, do Instituto Superior Técnico, foi escolhida pela ESA para “acompanhar a componente científica” da missão, que conta com o envolvimento de mais de 30 investigadores portugueses, a maioria do IA. O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, através do grupo de Instrumentação e Sistemas para a Astronomia, “está a desenvolver a componente de iluminação na luz visível e infravermelha” (invisível) do telescópio e “um conjunto de sensores”, de acordo com o coordenador da instrumentação portuguesa na missão, Manuel Abreu, citado no comunicado do IA.

O astrofísico Pedro Machado esclareceu à Lusa que, sem os detetores de luz infravermelha, os cientistas não conseguiriam ‘ler’ as “impressões digitais de moléculas” químicas deixadas nas atmosferas planetárias. Portugal está igualmente envolvido, através da empresa Active Space Technologies, na conceção do “sistema de absorção de luz indesejável que se introduz no telescópio” e na construção da “parte mais visível” do telescópio (a estrutura sem a lente).

Em termos de engenharia, a participação portuguesa na missão Ariel representa contratos com a ESA no valor de mais de dois milhões de euros, segundo Pedro Machado. Depois de lançado, o telescópio será colocado a cerca de 1,5 milhões de quilómetros da Terra, na mesma região onde se encontram os telescópios Euclid (enviado para o espaço há um mês) e James Webb (em órbita desde 2022).

A missão Ariel tem a duração de quatro anos, sendo esperados os primeiros dados científicos em 2030. O seu custo total (sem contar com o lançamento) está estimado em mais de 500 milhões de euros. A ESA conta com a colaboração das congéneres norte-americana (NASA), japonesa (JAXA) e canadiana (CSA). Ariel é o nome de uma lua de Urano, o sétimo planeta do Sistema Solar, e de uma das personagens de “A Tempestade”, de William Shakespeare, simbolizando a força de espírito.

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App Anda duplica uso em 2022 mas ainda não chega a 1% das validações do Andante

  • Lusa
  • 3 Agosto 2023

Em termos de vendas, a app Anda chegou aos 986 mil euros (representando 0,91% do total), também uma subida de mais do dobro face aos 450 mil euros de 2021.

A aplicação móvel (app) Anda, parte do sistema de bilhética Andante, da Área Metropolitana do Porto (AMP), mais do que duplicou o número de utilizações em 2022 face ao ano anterior, mas ainda não alcançou 1% do total de validações.

De acordo com o relatório e contas dos Transportes Intermodais do Porto (TIP), que gerem o sistema Andante, foram registadas 1.285.283 viagens com recurso à app móvel (para já, apenas em sistema Android) em 2022, um valor que representa mais do dobro das 613.574 registadas em 2021.

Apesar do crescimento expressivo das viagens no ano passado, as validações através da app Anda ainda ficam abaixo do 1% do total, representando cerca de 0,78% dos 164,9 milhões de validações registados em todo o sistema Andante em 2022. Em 2021, a aplicação Anda tinha registado 0,53% do total dos 116,3 milhões de validações Andante, tendo assim também subido a proporção de validações face ao total.

Quanto à proporção em termos de vendas, a app Anda chegou aos 986 mil euros (representando 0,91% do total), também uma subida de mais do dobro face aos 450 mil euros de 2021 (0,60% do total). No total do ano, a Anda registou 25.187 novas adesões, um valor superior aos 8.814 registados em 2021.

Em 2022, segundo o relatório e contas dos TIP, “foram finalmente contratados e iniciados em 2022 os trabalhos de desenvolvimento da versão para IOS (Apple), tema indagado com grande insistência, quer pelos media quer pelos clientes em geral, e que o TIP considera um objetivo essencial ao relançamento da app Anda”. De acordo com as contas dos TIP, dos 140 mil euros previstos para o desenvolvimento da app no sistema IOS, da Apple, foram gastos 70,8 mil euros em 2022.

Para este ano, além do desenvolvimento da Anda para IOS, está prevista a integração na app “de uma solução de carregamento de cartões Andante (TopUp), colocando nas mãos dos clientes um eficaz canal de interação com o Andante, evitando a necessidade de presença física nas lojas Andante e restantes canais assistidos”. Está também prevista a “integração do Anda no novo Portal Andante” e a “eventual partilha destas tecnologias com outras regiões no âmbito da plataforma 1bilhete.pt”.

Quanto a outros desenvolvimentos no âmbito da desmaterialização da bilhética, os TIP esperam lançar este ano um portal Andante integrado no novo site, “criando, com os clientes Andante, uma dinâmica de conta e de interatividade”.

“O corolário dessa relação virá da digitalização, através do Portal Andante, de um conjunto de processos relacionados com a atualização de perfis e renovação das assinaturas, tornando estes processos acessíveis de forma remota e, como tal, mais simples e cómodos para os clientes, e minorando o impacto dos mesmos sobre a infraestrutura e logística de bilhética do TIP”, pode ler-se no relatório e contas.

Já relativamente ao pagamento via cartão bancário sem contacto (contactless), foram faturados 238,2 mil euros, depois de 54,8 mil em 2021, e foram registadas 119,2 mil validações, um valor superior aos 32,1 mil registados durante seis meses de 2021.

As validações têm como origem “cartões provenientes de cerca de 130 países diferentes, tendo representado uma percentagem a rondar os 84%” do total, algo influenciado pela tecnologia estar disponível em linhas de cariz turístico (linha do aeroporto do Metro do Porto e 500 da STCP). Os TIP já disseram à Lusa que pretendem iniciar a implementação dos pagamentos sem contacto nos transportadores de toda a rede no início de 2024.

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“Na Igreja há espaço para todos”, diz o Papa

  • Lusa
  • 3 Agosto 2023

"Na Igreja, há espaço para todos, para todos. Na Igreja, nenhum sobra, nenhum está a mais, há espaço para todos, assim como somos", disse o Sumo Pontífice.

O Papa Francisco garantiu esta quinta-feira aos milhares de jovens que se encontravam no Parque Eduardo VII, em Lisboa, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que “na Igreja há espaço para todos”.

“Amigos, quero ser claro convosco, que sois alérgicos à falsidade e à palavra vazia. Na Igreja, há espaço para todos, para todos. Na Igreja, nenhum sobra, nenhum está a mais, há espaço para todos, assim como somos”, afirmou Francisco, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, na cerimónia de acolhimento da JMJ.

Segundo o chefe da Igreja Católica, “jovens e velhos, saudáveis e doentes, justos e pecadores, todos, todos, todos, na Igreja há lugar para todos”. Às centenas de milhares de jovens, “todos juntos”, pediu que dissessem e repetissem “todos, todos”.

O Papa Francisco pediu ainda aos jovens para não se deixarem enganar pelas ilusões do mundo virtual, na cerimónia de acolhimento na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa. “São as ilusões do virtual e devemos estar atentos para não nos deixarmos enganar, porque muitas realidades que nos atraem e prometem felicidade depois mostram-se pelo que são, coisas vãs, coisas supérfluas, coisas que não servem e que nos deixam vazios por dentro”, disse Francisco, no Parque Eduardo VII, denominado por estes dias Colina do Encontro.

Antes, Francisco disse aos jovens, tratando-os por tu, que muitos, hoje, não são chamados pelo nome.

“Com efeito, o teu nome é conhecido, aparece nas redes sociais, é processado por algoritmos que lhe associam gostos e preferências. Mas tudo isso não interpela a tua singularidade, mas a tua utilidade para estudos de mercado”, alertou, questionando: “Quantos lobos se escondem por trás de sorrisos de falsa bondade, dizendo que sabem quem és, mas sem te querer bem, insinuando que creem em ti e prometendo que serás alguém, para depois te deixarem sozinho, quando já não lhes fores útil”.

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JMJ: Mais de um milhão de pessoas controladas nas fronteiras

  • Lusa
  • 3 Agosto 2023

Nas fronteiras terrestres foi recusada a entrada a 102 pessoas e nas aéreas 57.

Mais de um milhão de pessoas foram controladas nas fronteiras portuguesas desde que se iniciou o controlo documental no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), tendo sido recusada a entrada a 159, segundo dados divulgados esta quinta-feira.

O controlo documental nas fronteiras aéreas, marítimas e terrestres no âmbito da JMJ entrou em vigor em 22 de julho e está a ser feito de forma seletiva e direcionado com base em informações e análise de risco. Um balanço feito pelo Sistema de Segurança Interna (SSI) indica que foram controladas, até quarta-feira, 15.390 viaturas nas fronteiras terrestres, 1.436 embarcações nas marítimas e 5.171 aviões nas aéreas.

Segundo o SSI, nas fronteiras terrestres foi recusada a entrada a 102 pessoas e nas aéreas 57, sendo a maioria por falta de visto válido, não comprovação dos objetivos da estada, interdição de entrada em espaço Schengen e ausência de visto adequado à finalidade pretendida.

O SSI indicou ainda que 56.987 pessoas foram controladas, desde 22 de julho, nas fronteiras terrestres e 72.254 passageiros nas fronteiras marítimas pelo SEF e GNR, enquanto nos aeroportos o SEF e a PSP controlaram 896.696 pessoas. O controlo documental nas fronteiras aéreas, marítimas e terrestres no âmbito da JMJ vai ser feito até à próxima segunda-feira.

Lisboa está a ser palco da Jornada Mundial da Juventude, com a presença do Papa Francisco e que, até domingo, deve reunir mais de um milhão de peregrinos de todo o mundo.

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Cetelem abre candidaturas para programa de trainees

O programa possibilitará aos selecionados realizar percursos em áreas como analytics, finance, marketing & sales e people & transformation. 

O BNP Paribas Personal Finance, detentor da marca Cetelem em Portugal, lança, este verão, o programa de trainees Rising Talents. As candidaturas decorrem até ao fim de agosto e os estágios terão início a partir de janeiro de 2024 nos escritórios em Lisboa ou no Porto, em modelo híbrido. O programa possibilitará aos selecionados realizar percursos em áreas como analytics, finance, marketing & sales e people & transformation.

“O Rising Talents tem como objetivo proporcionar uma experiência profissional, com a duração de 12 meses, a recém-graduados, de forma a que possam conquistar competências fundamentais para o seu futuro profissional”, lê-se em comunicado.

Os selecionados serão integrados em várias áreas, dotando-os de diversas soft skills e competências transversais. A iniciativa prevê igualmente a participação em projetos de responsabilidade social e de aculturação nos valores da empresa.

Além da elegibilidade ao programa Estágios ATIVAR, os candidatos devem ser recém-graduados em Economia, Finanças, Gestão, Marketing, Matemática, Data Science e áreas similares, bem como ter um domínio sólido da língua inglesa. As candidaturas não contemplam a necessidade de experiência profissional prévia.

As inscrições podem ser submetidas através do formulário disponível aqui.

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Empresa mãe vende posição de 10,74% na Ibersol

  • Joana Abrantes Gomes
  • 3 Agosto 2023

A sociedade Fergie, detida na totalidade pela IES, adquiriu mais de 4,5 milhões de ações da Ibersol à ATPS no final de julho.

A ATPS, empresa mãe da holding que controla a Ibersol, vendeu 4.551.450 ações desta empresa à Fergie – Serviços de Gestão, S.A., que passou a deter 10,74% do capital e dos direitos de voto da empresa sediada no Porto.

Em comunicado enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Ibersol indica que, na sequência da transação, realizada no dia 28 de julho, a ATPS passou a deter 21.452.754 ações da empresa portuguesa, correspondentes a 50,64% do capital e dos direitos de voto. Antes da operação, a ATPS detinha 26.004.204 ações.

Com base na cotação de fecho de 28 de julho, quando a operação teve lugar, aquela posição na Ibersol estava avaliada em 31,8 milhões de euros.

A sociedade Fergie – Serviços de Gestão, S.A. é 100% detida pela IES – Engenharia Indústria e Serviços, que por sua vez é detida por Pedro André Gonçalves Teixeira (50%), Pedro Barbosa Vaz Pinto de Sousa (25%) e Diogo Barbosa Vaz Pinto de Sousa (25%) – que partilham apelidos com os atuais presidente e vice-presidentes da Ibersol, António Leal Teixeira e António Pinto de Sousa, respetivamente.

O ECO contactou a Ibersol mas até ao momento não foi possível obter mais informações sobre a operação.

(Notícia atualizada às 18h21)

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Insegurança alimentar afetou 250 milhões de pessoas em 2022

  • Lusa
  • 3 Agosto 2023

Dos dez países mais expostos à pressão climática, sete estão em situação de conflito e, de facto, seis desses sete têm uma missão de paz ou uma missão política especial da ONU no seu território.

Cerca de 250 milhões de pessoas sofreram de insegurança alimentar em 2022, “o número mais elevado dos últimos anos”, disse esta quinta-feira no Conselho de Segurança a coordenadora da ONU para a prevenção e resposta à fome, Reena Ghelani.

A diplomata australiana, que ocupa o cargo recém-criado desde novembro passado, alertou para o facto de a fome e a insegurança alimentar estarem ligadas à existência de conflitos armados. “A fome e os conflitos alimentam-se mutuamente”, afirmou.

Especificamente, Ghelani explicou que os sete países onde foram registadas situações que podem ser qualificadas como fome no ano passado estavam a sofrer conflitos armados ou “níveis extremos de violência” na altura, e cinco deles – Afeganistão, Haiti, Somália, Sudão do Sul e Iémen – estão na agenda regular dos trabalhos do Conselho de Segurança.

Ghelani também apontou as condições climáticas como um acelerador dos conflitos e da fome, um “multiplicador de ameaças” nas suas palavras, uma vez que a falta de água e as catástrofes naturais resultam sempre numa competição extrema pelos recursos e na deslocação de pessoas.

Assim, dos dez países mais expostos à pressão climática, sete estão em situação de conflito e, de facto, seis desses sete têm uma missão de paz ou uma missão política especial da ONU no seu território; quatro dos quais têm um milhão de pessoas à beira da fome, detalhou.

A diplomata australiana foi a primeira oradora nesta sessão do Conselho dedicada especificamente à insegurança alimentar e aos conflitos, uma sessão convocada pelos Estados Unidos e presidida pelo seu secretário de Estado, Antony Blinken.

Como era esperado, Blinken criticou a Rússia por ter abandonado os chamados “acordos do mar Negro”, que permitem a exportação segura de cereais ucranianos e de alimentos e fertilizantes russos, e salientou que este abandono e o consequente fim do mecanismo irão agravar a situação alimentar nas regiões do mundo onde esta já é mais grave.

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Administradora executiva suspensa pela Altice France nega irregularidades

  • Lusa
  • 3 Agosto 2023

Tatiana Agova-Bregou, responsável pelos conteúdos, aquisições e parcerias da Altice France, foi suspensa na quarta-feira na sequência da investigação da justiça portuguesa.

A dirigente da Altice France suspensa no âmbito da investigação interna na sequência da ‘Operação Picoas’ em Portugal, Tatiana Agova-Bregou, contestou esta quinta-feira qualquer “irregularidade”, de acordo com um comunicado dos seus advogados enviado à agência de notícias France Presse (AFP).

Num comité social e económico (CSE) na quarta-feira, Arthur Dreyfuss, presidente da Altice France, anunciou que tinha suspendido a administradora executiva de conteúdos, aquisições e parceria do grupo, Tatiana Agova-Bregou, alegadamente envolvida nas escutas da justiça portuguesa, disseram à AFP fontes sindicais.

De acordo com a agência noticiosa francesa, que cita os media portugueses, a gestora teria beneficiado de presentes luxuosos e de um imóvel na região parisiense de Armando Pereira, o empresário e cofundador do grupo Altice que está no centro do escândalo que levou os investigadores a realizar uma série de buscas, nomeadamente na sede da Altice Portugal, em Lisboa.

De acordo com a investigação portuguesa, a que Lusa teve acesso, há um imóvel em Paris, adquirido em nome da empresa Primevilla Investments SA, que é controlada pelo arguido Hernâni Vaz Antunes, que nunca viu o mesmo imóvel, já que este foi entregue para uso de Tatiana Agova-Bregou, identificada como “pessoa do relacionamento pessoal” de Armando Pereira.

Entretanto, “Tatiana Agova-Bregou (…) estranha que o seu nome esteja associado ao alegado desvio financeiro alegadamente cometido por pessoas do grupo Altice“, escrevem Avi Bitton, Nelson de Oliveira e Lois Pamela Lesot, num comunicado.

A administradora executiva “estima não ter cometido qualquer ato repreensível”. “Considera ter demonstrado probidade ao longo da sua carreira profissional exemplar” e “coloca-se à disposição da justiça, caso necessite de ser ouvida, e recorda que ainda não foi notificada para comparecer em tribunal“.

No centro das investigações está Armando Pereira, que fundou a Altice com o multimilionário franco-israelita-português Patrick Drahi, e que foi conselheiro do CEO e da Comissão Executiva da Altice France.

A ‘Operação Picoas’, desencadeada em 13 de julho, levou a várias detenções – entre as quais a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira –, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP). Esta foi uma ação conjunta do MP e da Autoridade Tributária (AT).

Desde 19 de julho, Ana Figueiredo passou a acumular o cargo de chairwoman [presidente do Conselho de Administração] da Altice Portugal com o de presidente executiva (CEO), depois de Alexandre Fonseca ter suspendido as suas funções no âmbito das atividades empresariais executivas e não executivas de gestão do grupo em diversas geografias, incluindo as posições de chairman em diversas filiais, entre as quais a da Altice Portugal, tal como o administrador da Altice Portugal João Zúquete da Silva, que tinha a área do património.

Também o genro de Armando Pereira, Yossi Benchetrit, responsável pela área de compras e imobiliário da Altice USA, está de licença.

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Governo italiano adia criação do salário mínimo

  • Lusa
  • 3 Agosto 2023

O governo de Meloni conseguiu adiar, por 60 dias, o debate em torno de uma proposta de criação de um salário mínimo em Itália, de 9 euros por hora.

O governo italiano defendeu esta quinta-feira a supressão gradual do rendimento mínimo, acusando a oposição de fomentar a agitação social, e adiou por dois meses o debate sobre uma proposta de criação de um salário mínimo.

A câmara dos deputados (câmara baixa) aprovou uma moção apresentada pela maioria da coligação que apoia o governo de Meloni no sentido de adiar, por 60 dias, o debate em torno de uma proposta de criação de um salário mínimo em Itália, de 9 euros por hora, apresentada em conjunto por praticamente todas as forças da oposição.

Ao ser anunciado o resultado da votação – 168 votos a favor do adiamento, 128 contra e três abstenções –, os deputados das bancadas da oposição gritaram em coro “vergonha”, com a líder do PD a acusar o Governo de “fugir quando confrontado com um problema” e de mostrar que “não quer saber das pessoas que sofrem”, ao adiar esta discussão para o início de outubro.

A Itália é um dos cinco países da União Europeia (UE) sem um salário mínimo instituído, juntamente com Finlândia, Suécia, Dinamarca e Áustria, sendo os rendimentos determinados em sede de negociação coletiva entre patronato e sindicatos.

Em paralelo, a ministra do Trabalho, Maria Elvira Calderone, apresentou perante o senado italiano um relatório sobre a eliminação gradual do chamado “rendimento de cidadania” e argumentou que o mesmo “custou aos italianos 25 mil milhões de euros em três anos sem produzir os resultados esperados, nem em termos de redução da pobreza, nem em termos de apoio social”.

A governante sublinhou que, em alternativa ao subsídio anti-pobreza – medida emblemática do Movimento Cinco Estrelas (M5S) e introduzido durante o primeiro dos dois governos de Giuseppe Conte, em 2019 –, o Governo de coligação de direita e extrema-direita liderado por Giorgia Meloni criou dois outros instrumentos.

Esses novos instrumentos são o “subsídio de inclusão”, que entrará em vigor em janeiro de 2024 e abrangerá as famílias mais carenciadas com pelo menos um menor, uma pessoa com deficiência ou uma pessoa com mais de 60 anos, e um “apoio à formação e ao trabalho”, dirigido a pessoas consideradas aptas para trabalhar e que terão a obrigação de procurar emprego.

Confrontada com o facto de, nos últimos anos, mais de um milhão de famílias terem podido contar com um apoio médio de mais de 500 euros por mês, a ministra respondeu: “Aqueles que procuram trabalho receberão 350 euros por mês”. Numa altura em que cerca de 159 mil famílias já foram informadas, por mensagens de texto via telemóvel (SMS), que deixam de beneficiar do subsídio de cidadania, persistem muitas dúvidas sobre como aceder aos novos instrumentos, o que tem aumentado o descontentamento social.

Prova disso têm sido as frequentes manifestações de contestação, sobretudo no sul de Itália, a região mais pobre do país e onde se concentra grande parte da população que beneficiava do rendimento. Calderone disse que 112 mil das 159 mil pessoas que receberam as mensagens de texto podem participar em programas de formação para terem direito a um apoio financeiro, e garantiu que mais de um terço destas pessoas já estava envolvido em programas que lhes permitirão começar a receber em setembro.

A ministra acusou ainda os partidos da oposição de estarem a alimentar a contestação popular à supressão do rendimento mínimo, depois de a líder do Partido Democrático (PD), Elly Schlein, ter acusado o Governo de travar uma “guerra contra os pobres”, e de Giuseppe Conte ter afirmado que a medida é “uma vingança” do executivo de Meloni contra o M5S e “uma guerra ideológica” declarada aos pobres, antecipando “um outono de tensões”.

Este Governo está a usar cada hora do seu tempo, através de incentivos ao trabalho e apoio aos nossos concidadãos mais frágeis, para combater e reduzir a agitação social que alguns estão a insuflar numa tentativa de criar descontentamento”, declarou Maria Elvira Calderone.

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Arábia Saudita prolonga cortes na sua produção de petróleo

  • Lusa
  • 3 Agosto 2023

"A Arábia Saudita vai prolongar a sua redução de um milhão de barris por dia, que entrou em vigor em julho, por mais um mês", anunciou o Ministério da Energia saudita.

A Arábia Saudita anunciou esta quinta-feira que vai prolongar por um mês a redução de um milhão de barris diários na sua produção de petróleo para impulsionar os preços.

Os analistas já esperavam este segundo prolongamento dos cortes, depois de a política saudita, que tem sido seguida pela Rússia, ter conseguido uma ligeira subida nos preços do petróleo, após várias semanas em baixa. “A Arábia Saudita vai prolongar a sua redução de um milhão de barris por dia, que entrou em vigor em julho, por mais um mês”, anunciou o Ministério da Energia saudita em comunicado.

A política de redução continuará assim em setembro e pode depois ser de novo “prolongada”, ou mesmo “prolongada e reforçada”, disse o ministério. “A produção do reino para o mês de setembro de 2023 será de cerca de nove milhões de barris por dia”, segundo o comunicado.

Ao anunciar esta estratégia em junho, a Arábia Saudita indicou que os cortes podiam ser prolongados. Os produtores de petróleo têm sido confrontados com uma descida dos preços e uma forte volatilidade dos mercados devido às consequências da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022 e a uma recuperação económica vacilante na China.

Esta quinta, os preços do crude, que recuavam antes da decisão saudita ser anunciada, registaram depois uma ligeira subida. O barril de Brent (de referência na Europa) para entrega em outubro atingia 83,62 dólares e o barril de petróleo norte-americano West Texas Intermediate (WTI) para entrega em setembro avançava para 79,97 dólares.

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Europa não pode ser egoísta ou “perde oportunidade histórica”, diz Marcelo

  • Joana Abrantes Gomes
  • 3 Agosto 2023

A Europa "chegou cedo às alterações climáticas, mas está a chegar tarde à abertura a África e outros continentes, a ter uma política comum de migrações", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta quinta-feira que a Europa “está a chegar tarde” à abertura a outros continentes e a ter uma política comum de migrações, apelando a que não seja “egoísta”, caso contrário “pode perder uma oportunidade histórica”.

“Em muitos aspetos, a Europa está a ir tarde, noutros não: chegou tarde à pandemia, chegou cedo às alterações climáticas, mas está a chegar tarde à abertura a África e outros continentes, a chegar tarde a ter uma política comum de migrações”, disse, em declarações aos jornalistas antes da cerimónia de acolhimento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que tem início às 17h45 no Parque Eduardo VII.

Marcelo Rebelo de Sousa comentava as declarações do Papa Francisco acerca do papel da Europa no mundo, defendendo que “tem toda a razão”. “No fundo, (o Papa) disse da Europa o seguinte: ‘Neste momento de guerra, de reconstrução da paz, ou está à altura do seu papel, ou fica marginalizada, porque evidentemente há outras potências mundiais, como os EUA e a China, que quererão jogar e desempenhar um papel económico, social e político no mundo“, apontou.

Para o Chefe de Estado, o continente europeu “tem um conjunto de valores que são seus, mas ou mantém a unidade, é fiel aos seus valores, projeta-se para fora e tem a capacidade de compreender que se tem de dar com a África, a América Latina, a Ásia e não ser egoísta, ou então perde uma oportunidade histórica“.

Questionado sobre as conversas privadas com o líder da Igreja Católica, Marcelo respondeu que aquilo que o Papa Francisco diz nos discursos “é o que diz e pensa em privado”. “O Papa tem tido tempo para tudo; além do que estava programado, ocupa os tempos disponíveis para ir ouvindo sobre os temas que acha fundamentais”, realçou.

Reafirmando que “é preciso substituir o medo pelo sonho”, como disse o Papa num dos seus discursos, o Presidente da República sublinhou ainda que, depois da JMJ, o sonho é “converter em realidade aquilo que foi falado (na Jornada) como sonho para a juventude”.

(Notícia atualizada às 16h32)

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Câmara de Oeiras disponibiliza-se para recolocar cartaz sobre abusos da Igreja

  • Lusa
  • 3 Agosto 2023

O vice-presidente da Câmara de Oeiras disse que o município se associa às vítimas e à causa, que considera "importantíssima" e de interesse público.

A Câmara de Oeiras disponibilizou-se esta quinta-feira para receber a organização que colocou o cartaz que denunciava abusos sexuais de menores na Igreja Católica, entretanto retirado pela autarquia, e encontrar uma solução para voltar a colocá-lo de forma legal. “Hoje, ao fim da tarde, podemos encontrar uma solução para colocar a tela de forma urgente, se necessário durante a madrugada”, assegurou o vice-presidente da Câmara de Oeiras, no distrito de Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, Francisco Rocha Gonçalves, sublinhou que o município se associa às vítimas e à causa, que considera “importantíssima” e de interesse público. Um dos três cartazes em que se denunciam os abusos sexuais a crianças na Igreja portuguesa, colocado em Algés, no concelho de Oeiras, foi retirado por ordem do município por ser “publicidade ilegal”, uma vez que toda a publicidade ilegal no concelho é retirada, justificou a autarquia.

De acordo com o vice-presidente, a Câmara de Oeiras está disponível para ceder uma estrutura pública do município sem custos onde o cartaz seja colocado, desde que se respeite a legalidade, lamentando que o grupo que promoveu a colocação dos cartazes não tenha contactado a autarquia.

Os cartazes sobre abusos sexuais a crianças na Igreja foram colocados em Lisboa, Loures e Algés.Lusa

“Nós não sabemos quem é [o grupo que promoveu a colocação dos cartazes], porque nunca fomos contactados formalmente por eles”, sublinhou, reiterando que o painel onde o cartaz foi afixado não está licenciado para aquele efeito e que o município deveria ter sido previamente informado.

Os cartazes em causa, em que se lê a frase “Mais de 4.800 crianças abusadas pela Igreja católica em Portugal”, em inglês, ilustrada por 4.800 pontos que representam cada uma das vítimas, foram colocados na madrugada de quarta-feira em Lisboa, Loures e Algés.

A ideia deste movimento “This is our memorial” (Este é o nosso memorial) nasceu no Twitter e os promotores fizeram uma recolha de fundos que permitiu a colocação dos cartazes. A iniciativa desse grupo de pessoas surgiu nas redes sociais antes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) considerou esta quinta que a remoção do cartaz é um ato de censura e de subserviência do executivo à Igreja Católica, alegando que o problema “nunca foi a estrutura ou a sua legalidade, mas a mensagem contida no cartaz”. Instado pela Lusa a reagir a estas declarações, o vice-presidente da Câmara de Oeiras recusou que se trate de censura, reafirmando que se trata apenas de uma questão de cumprimento da legalidade.

Em novembro de 2021, mais de duas centenas de católicos defenderam que a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) deveria “tomar a iniciativa de organizar uma investigação independente sobre os crimes de abuso sexual na Igreja”. Poucos dias depois, o pedopsiquiatra Pedro Strecht era nomeado pela CEP como coordenador da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja.

Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão. No relatório, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais “devem ser entendidos como a ‘ponta do iceberg'” deste fenómeno. Na sequência destes resultados, algumas dioceses afastaram cautelarmente sacerdotes do ministério.

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