Seguradoras portuguesas pagam 1.295 euros por cada reparação de um automóvel
Na Península Ibérica é em Portugal que as seguradoras mais pagam por reparação de veículos. O que não impede os consumidores de preferirem pagar um carro novo a prestações.
A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) deu conta que o custo médio por cada reparação de veículos por sinistros é de 1.295 euros em Portugal. Este valor é superior em cerca de 60% às reparações em Espanha, que totalizam por processo aberto 810 euros, de acordo com as conclusões da Gestroauto, avançadas pelo jornal Infotaller. Os dados relativos a Portugal têm em conta valores não diretamente imputáveis a reparações de veículos em oficinas, como a atribuição de veículos de substituição, acrescenta a associação.
Segundo o Infotaller, em França o custo por reparação é, em média, 1.400 euros e na Alemanha esse valor é de 2.400 euros.
Antonio Escribano, CEO da empresa de gestão de sinistros, Gestroauto, aponta várias justificações pelo baixo preço pago pelas seguradoras às oficinas em Espanha, nomeadamente, uma visão particular dos espanhóis sobre os seguros, que, habitualmente, usam as suas poupanças para arranjar o carro e trocam rapidamente de seguradoras (às vezes por uma diferença de 10 euros).
Para resolver o problema e para que o valor médio das reparações seja maior, Antonio Escribano incentiva as oficinas a envolver o cliente e dar-lhe a conhecer os seus direitos.
Carro novo, novo seguro?
A troca de seguros é também praticada entre os consumidores portugueses. Só no ano passado foram registados mais 185.291 veículos, segundo os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP). Com a compra de um novo automóvel, muitos clientes que já possuam veículo próprio podem optar por “contratar um novo seguro para o novo veículo, por procurarem ter uma cobertura mais completa” e também se receberem uma melhor oferta, afirma a DS Auto, marca do setor automóvel do Grupo Decisões e Soluções, ao ECOseguros.
Ainda assim, “há clientes que optam por transferir o seguro anterior para o novo carro”, por estarem satisfeitos com a seguradora, por ser mais conveniente dar continuidade à cobertura sem interrupções e, em alguns casos, pelos “benefícios ou descontos oferecidos pela seguradora para os clientes existentes”, explica a marca.
De acordo com a DS Auto, é comum a escolha do cliente entre manter o seguro ou contratualizar um novo é motivado pela vontade do consumidor em preservar o seu recente investimento e, por isso, pesquisa mais e compara as ofertas das seguradoras. Os consumidores acabam por escolher a apólice que identifiquem como sendo a mais abrangente ou a mais vantajosa quanto aos prémios, franquias e benefícios adicionais.
Portugueses preferem comprar carro a crédito
A maioria dos portugueses prefere comprar carro recorrendo a crédito (62%). Assim, não é de espantar que também a maioria dos portugueses prefiram adquirir um novo veículo em stands que ofereçam soluções de intermediação de crédito (68%), como revela um estudo conduzido pela DS Auto.
Segundo a DS auto, quando se recorre ao crédito na compra de um veículo, é comum este “ter incluído o seguro de proteção ao crédito, que cobre o valor do crédito em caso de morte ou invalidez e aí há vários tipos de cobertura diferente”. Podendo o seguro cobrir o saldo do devedor total ou parcialmente, por exemplo.
O mesmo estudo dá conta das preferências dos consumidores quanto à tipologia dos stands: a maioria dos inquiridos (cerca 80%) prefere comprar um carro numa marca que tenha uma rede de stands, desses 53,5% prefere stands multimarca e 28% de stands de marca própria e 18% elegem os stands de usados.
Segundo Luís Rosa, Diretor Coordenador Nacional da DS AUTO, “nos tempos que correm, poucos são os portugueses que conseguem comprar um automóvel sem recorrer a financiamento, por isso, é normal que valorizem tanto os stands que disponibilizem um serviço de intermediação de crédito”.
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