Hoje nas notícias: Concursos públicos, trabalho e donativos

  • ECO
  • 4 Julho 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

As adjudicações feitas ao abrigo do regime para acelerar concursos públicos são, afinal, mais lentas do que no regime normal. Estafetas e motoristas de “Ubers” podem ficar com dois empregadores. Na Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), foram pedidos donativos aos funcionários para comprar uma viatura por causa da demora no concurso para renovar a frota. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Concursos públicos simplificados demoram mais do que os normais

Os concursos públicos simplificados, criados pelo Governo em 2021 para acelerar a contratação pública e utilizar os fundos comunitários dentro do prazo, são, afinal, mais lentos do que os procedimentos normais, conclui o mais recente relatório da Comissão Independente para o Acompanhamento e Fiscalização das Medidas Especiais de Contratação Pública. Este regime de exceção devia ter terminado no final do ano passado, mas foi prolongado até 2026. Quando surgiu, suscitou muitas críticas, temendo-se que facilitasse o clientelismo e a corrupção.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

ACT admite dois empregadores nas plataformas digitais

A inspetora-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) admite que “pode haver mais que um empregador” nas plataformas digitais. “Pode haver dois. Qualquer um de nós pode, em teoria, trabalhar para duas empresas”, afirmou Fernanda Campos numa entrevista, referindo-se, por exemplo, à plataforma e a um intermediário no caso dos das aplicações de transporte como a Uber. A responsável defende que os ajustes feitos por algumas multinacionais depois das alterações ao Código do Trabalho não afastam, necessariamente, a verificação dos indícios que permitem presumir a existência de um contrato de trabalho dependente.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Diretor pede donativos a funcionários da DGEG para comprar viatura, mas diz que foi “ironia”

O diretor-geral de Energia e Geologia, João Bernardo, fez um apelo aos funcionários da DGEG para contribuírem num crowdfunding a fim de comprar um automóvel para a frota. Em causa, o atraso no concurso para renovar a frota existente, que tem levado a entidade a usar os carros dos funcionários para as suas tarefas de fiscalização e licenciamento. A última viatura adquirida pelo serviço foi em 1999. O responsável diz que a mensagem foi uma “ironia”

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

Multa de 1,2 milhões à Câmara de Lisboa arrasta-se nos tribunais

Os autos do caso “Russiagate” estão a arrastar-se nos tribunais. Depois de a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) ter aplicado uma multa de 1,2 milhões de euros à Câmara Municipal de Lisboa por infrações do RGPD, no caso dos dados pessoais de manifestantes enviados à embaixada russa, a questão sobre qual será o tribunal competente para julgar o recurso da autarquia persiste. O Juízo Local Criminal de Lisboa declarou-se incompetente e apenas em maio deste ano o Tribunal da Relação de Lisboa foi chamado. O caso está em risco de prescrição.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

Bancos brasileiros reforçam presença em Portugal

BTG Pactual, Itaú Europa, Banco Genial, Banco Master, Banco do Brasil, SPX Capital, XP Investimentos, Mercado Bitcoin ou Capitual são algumas das instituições financeiras brasileiras que estão a apostar em força no mercado português, escreve o Jornal Económico. O aumento da imigração brasileira em Portugal ajuda a explicar a tendência.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 4 de julho

  • ECO
  • 4 Julho 2023

Ao longo desta terça-feira, 4 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Do salário ao vínculo laboral. Cinco indicadores que explicam os desafios do emprego jovem

O programa "Avançar" pretende promover mais emprego e mais qualificado entre os jovens. Entre os parceiros sociais, o programa foi bem recebido.

Atingir 25 mil jovens com contrato de trabalho sem termo e salários de, no mínimo, 1.330 euros, é o objetivo do programa de apoio à contratação jovem “Avançar” que acaba de arrancar. Entre os parceiros sociais, o programa “Avançar” foi bem recebido, mas deixam alertas para a “rigidez das leis laborais” e para a necessidade de acompanhar os montantes mobilizados e a empregabilidade gerada pela medida. Em maio, havia em Portugal mais de 70 mil jovens desempregados.

Desemprego, vínculo laboral e salários são alguns dos indicadores analisados no estudo “Retrato do Emprego Jovem em Portugal”, de Paulo Marques, professor do ISCTE-IUL, que ajudam a explicar a urgência de medidas concretas à integração dos jovens no mercado de trabalho, mas também emprego menos precários e com salários que acompanhem as qualificações.

Há quase 30% de pessoas com ensino superior com contratos a termo e a registar na última década perdas de rendimentos líquidos especialmente entre os jovens mais qualificados.

Taxa de desemprego

O desemprego jovem não tem dado tréguas, tendo registado um crescimento muito acelerado durante as crises financeiras e da dívida soberana (2010-2014), uma redução acelerada nos anos da recuperação económica (2015-2019), tendo voltado durante a pandemia da Covid-19 a registar um crescimento, que, só no caso dos jovens que completaram o Ensino Superior, é que inverteu totalmente, aponta o estudo “Retrato do Emprego Jovem em Portugal”.

Assim, o desemprego jovem é mais elevado entre os pouco qualificados: 25% dos desempregados entre os 25 e os 29 anos concluíram apenas o ensino básico.

Evolução da taxa de desemprego dos jovens qualificados em Portugal e na UE, entre 2010 e 2022"Os desafios do emprego jovem"

Olhando apenas para a taxa de desemprego de jovens qualificados, com o ensino superior, a trajetória é mais animadora. Se, durante as crises financeira e da dívida soberana, se registava uma divergência com a União Europeia muito significativa, desde 2017 que Portugal tem vindo a convergir com a média dos Estados-membros da UE, embora continue com uma taxa superior.

Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) dão disso conta. Em maio, 338.600 pessoas estavam desempregadas no país, dos quais 70.500 jovens. A taxa de desemprego jovem era de 18,6%, mais do triplo da registada para os adultos (5,5%) e uma subida de 0,5 pontos percentuais face a abril e de 0,1 pontos percentuais relativamente ao período homólogo.

No mesmo mês, havia 2,696 milhões de jovens (com menos de 25 anos) desempregados na UE, dos quais 2,226 milhões na Zona Euro. A taxa de desemprego dos jovens era, contudo, inferior à nacional: 13,9% tanto na UE como na Zona, dão conta os dados do Eurostat.

Contratos temporários

Também a percentagem de jovens com contratos temporários tem vindo a diminuir, mas, neste caso, os valores nacionais continuam ainda longe da UE, onde a percentagem de jovens com contratos com termo é bem mais reduzida. E exatamente o mesmo acontece se analisarmos a representação desde tipo de contrato laboral entre os jovens com o ensino superior.

Percentagem de jovens qualificados com contratos temporários
entre 2010 e 2022, em Portugal e na UE27
"Os desafios do emprego jovem"

A percentagem de pessoas com ensino superior com contratos a termo reduziu 11% (40% em 2010 e 29% em 2022), embora ainda estejamos distantes da média da União Europeia, de 17%, elenca o estudo levado a cabo pelo ISCTE.

Um dos objetivos do programa “Avançar” é precisamente reduzir a precariedade, já que o apoio às empresas no âmbito deste programa pressupõe que o jovem tenha um contrato de trabalho sem termo. A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, foi ainda mais longe e anunciou que o principal objetivo é atingir 25 mil jovens com este tipo de vínculo laboral.

Salários líquidos reais

Já no que toca aos ordenados, “entre 2021 e 2022, os qualificados perdem bastante em termos salariais“, conclui o professor Paulo Marques. “Quanto aos restantes, a situação não se alterou significativamente.”

De 2021 para 2022, apenas os jovens mais qualificados registaram uma perda nos seus rendimentos líquidos, passando dos 1.128 euros para os 1.061 euros (uma diminuição de 67 euros). Já os jovens com ensino secundário e os jovens com o ensino básico registaram aumentos salariais líquidos de 13 e dez euros, respetivamente.

Evolução dos salários líquidos reais entre 2011 e 2022, por nível de escolaridade"Os desafios do emprego jovem"

O estudo “Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal”, realizado anualmente pela Fundação José Neves (FJN) mostrou há pouco mais de duas semanas que o ganho salarial associado a uma formação de ensino superior está em “mínimos históricos”. Apesar do aumento do salário nominal em 3,6%, a subida da inflação acabou por resultar numa quebra do poder de compra dos portugueses.

O salário real caiu 4% entre 2021 e 2022 tendo esse impacto sido sentido de forma muito pronunciada entre os jovens qualificados: tiveram uma queda de 6% no seu salário real. O diferencial entre os ordenados dos jovens portugueses com ensino superior e dos jovens com ensino secundário atingiu, assim, mínimos históricos, diminuindo de cerca de 50%, em 2011, para 27%, em 2022, revelou a edição de 2023 deste relatório.

Carlos Oliveira, presidente da FJN, considera que “é muito positivo que o país reconheça e o Governo tome medidas para colmatar o problema de precariedade no emprego dos jovens, e que é determinante tomar medidas para reverter esta situação”.

Além do Governo, o papel das empresas é fundamental para dar um novo impulso à valorização do emprego dos jovens, que lhes permita encontrar em Portugal as condições para poderem progredir profissionalmente, com remunerações adequadas e competitivas, e condições de trabalho atrativas.

Carlos Oliveira

Fundação José Neves

“O programa ‘Avançar’ é uma medida importante, e que está em linha com dois eixos do ‘Pacto para Mais e Melhores Empregos para os Jovens’: atrair e reter os jovens, e garantir emprego de qualidade aos jovens. É uma obrigação nacional fazer o que for necessário para mudar o estado das coisas”. “Além do Governo, o papel das empresas é fundamental para dar um novo impulso à valorização do emprego dos jovens, que lhes permita encontrar em Portugal as condições para poderem progredir profissionalmente, com remunerações adequadas e competitivas, e condições de trabalho atrativas”, conclui.

Na próxima segunda-feira, as empresas signatárias e parceiras do Pacto –– na primeira fase houve 50 empresas a aderir a este compromisso — vão reunir e dar novos passos para contribuir para a melhoria do emprego jovem no nosso país, adianta ainda o líder da FJN ao Trabalho by ECO.

Saída de emigrantes portugueses

Outro dos temas analisados no estudo realizado pelo ISCTE incide sobre a emigração e a saída do talento do mercado nacional. Entre 2010 e 2013 verificou-se um aumento muito rápido da emigração, em linha com a subida do desemprego. Posteriormente, a trajetória tem vindo a ser decrescente, especialmente durante a pandemia — em que, devido às restrições de mobilidade, as saídas de emigrantes portugueses registaram o valor mais baixo desde, pelo menos, 2010 (45.000 saídas). Corrigindo essa diminuição “forçada”, em 2021, 60.000 portugueses emigraram.

Prevê-se que, nos próximos anos, a emigração estabilize em torno das 70 mil saídas anuais, próximo do valor verificado em 2010″, lê-se no documento a que o Trabalho by ECO teve acesso.

Saídas de emigrantes portugueses entre 2021 e 2021"Os desafios do emprego jovem"

Saída de talento que agrava o problema de escassez que país está a atravessar — há falta de pessoas para setores fundamentais da economia como turismo ou construção — e que há que contrariar com medidas de fixação.

O país está “numa competição muito feroz entre organizações e entre países pelo talento”, lembrou Ana Mendes Godinho, no início do ano, durante a apresentação do “Pacto Mais e Melhores Empregos para os Jovens”.

“Os jovens são o nosso bem mais valioso para o nosso destino coletivo”, afirmou, considerando “crítico fixar o talento em Portugal”, tanto o nacional como atraindo para o mercado nacional talento internacional como os nómadas digitais, lembrou a ministra do Trabalho.

Emprego no setor dos serviços

“Em 2010 Portugal tinha uma percentagem muito reduzida de emprego nos serviços intensivos em conhecimento. No entanto, verificou-se uma tendência positiva nos últimos anos, em linha com o aumento do nível de escolaridade da população portuguesa”, analisa o docente do ISCTE.

Proporção do emprego no setor dos serviços
entre 2008 e 2022, por intensidade de conhecimento, em Portugal
"Os desafios do emprego jovem"

E, recordando que a Suécia é um dos destinos da emigração portuguesa qualificada, Paulo Marques destaca este país nórdico como “exemplo em matéria de emprego qualificado”. “A percentagem de emprego nos serviços intensivos em conhecimento é muito elevada, sendo que tal já sucedia em 2010.”

Como reter os jovens qualificados em Portugal?

Em jeito de síntese, o responsável pelo estudo menciona a “redução acelerada do desemprego jovem, especialmente entre os qualificados”, a “melhoria muito acelerada das qualificações dos jovens” e os “ganhos salariais verificados no período pré-crise inflacionista” como os aspetos mais positivos.

Já a “elevada emigração (ainda que inferior ao verificado durante as crises financeira e da dívida soberana)”, a “evolução negativa dos salários no período 2021-2022, nomeadamente para os jovens qualificados” e os “salários baixos, especialmente quando comparados com os observados nos principais destinos da emigração portuguesa” são os indicadores mais negativos, e onde constam os maiores desafios do emprego jovem em Portugal.

Agora que a taxa de desemprego entre os muito qualificadas é reduzida, podemos ser mais ambiciosos na estratégia de retenção dos muito qualificados.

Paulo Marques

Professor no ISCTE e coordenador do Observatório do Emprego Jovem

Olhando especificamente para a percentagem de jovens com contratos temporários e para o peso do emprego nos serviços intensivos em conhecimento, Paulo Marques considera que se “verificam melhorias, mas persistem problemas”.

Para reter os jovens qualificados em Portugal, o docente e coordenador do Observatório do Emprego Jovem deixa ainda seis linhas de ação:

  1. “Expansão dos setores intensivos em conhecimento (articulação de políticas públicas é decisivo)”;
  2. “Alinhamento entre oferta formativa e procura no mercado de trabalho (ensino superior politécnico e universitário)”;
  3. “Promover o aumento dos salários (políticas de emprego e negociação coletiva)”;
  4. “Quebrar a armadilha do emprego precário (implementar as alterações feitas à legislação de proteção no emprego)”;
  5. “Outras dimensões da qualidade do emprego (conciliação entre trabalho e vida familiar; direito a teletrabalho; oportunidades de formação, entre outras)”;
  6. “Políticas de habitação (os jovens são os mais atingidos pelos elevados preços da habitação)”.

“Agora que a taxa de desemprego entre os muito qualificadas é reduzida, podemos ser mais ambiciosos na estratégia de retenção dos muito qualificados”, conclui.

Parceiros sociais aplaudem medida

Entre os parceiros sociais, o programa “Avançar” foi bem recebido. “A Confederação Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) considera que este tipo de medidas é positivo para a integração de jovens no mercado de trabalho”, começa por comentar o presidente da CCP, João Vieira Lopes, em declarações ao Trabalho by ECO.

Mas, ao mesmo tempo, deixa um alerta: “As questões da precariedade são mais complexas e prendem-se, nomeadamente, com a rigidez das leis laborais, mas num contexto de falta generalizada de trabalhadores e uma significativa mobilidade dos mesmos, nomeadamente dos jovens, faz menos sentido colocar as questões em termos de precariedade.”

As questões da precariedade são mais complexas e prendem-se, nomeadamente, com a rigidez das leis laborais, mas num contexto de falta generalizada de trabalhadores e uma significativa mobilidade dos mesmos, nomeadamente dos jovens, faz menos sentido colocar as questões em termos de precariedade.

João Viera Lopes

Presidente da CCP

A UGT, num parecer enviado ao Ministério do Trabalho sobre a portaria publicada esta segunda-feira em Diário da República sobre o programa “Avançar”, considera que o objetivo estratégico a que se propõem estas medidas é de “extrema importância”, uma vez que vem ao encontro de “uma das lacunas nacionais, que é o potencial na retenção de jovens e talento no nosso mercado de trabalho, lacuna essa muito resultante do nosso modelo económico de baixos salários”. Assim, “se bem monitorizada e divulgada”, a medida tem “um elevado potencial de sucesso”.

“Será também importante para a UGT que haja um acompanhamento dos montantes mobilizados e da empregabilidade que advier da implementação do presente programa, de modo a não frustrar as elevadas expectativas junto dos jovens trabalhadores”, acrescenta a organização sindical.

O Trabalho by ECO contactou igualmente a CGTP, mas até ao momento da publicação não obteve qualquer comentário.

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Setor imobiliário aprova revisão da taxa de esforço, mas alerta para riscos de endividamento

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Julho 2023

Agências e consultoras imobiliárias antecipam possibilidade de maior endividamento das famílias ou de nova bolha imobiliária, mas sublinham importância da medida em especial para os jovens.

A revisão do cálculo da taxa de esforço no acesso ao crédito à habitação, anunciada no fim de semana pelo Banco de Portugal (BdP), está a ser vista com bons olhos pela generalidade dos operadores do setor imobiliário. Ainda assim, ao ECO, agências e consultoras imobiliárias alertam para a possibilidade de consequências como um eventual endividamento excessivo das famílias, um aumento do risco de incumprimento ou até uma nova bolha imobiliária.

Faz sentido revermos a recomendação macroprudencial“, afirmou Clara Raposo, vice-governadora do banco central, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, assinalando que há “vontade” de a decisão vir a ser tomada ainda este ano, de modo a permitir que mais famílias possam aceder a crédito.

A taxa de esforço, de acordo com o BdP, corresponde à “proporção do rendimento de um agregado familiar afeto ao pagamento de um empréstimo“, que visa “medir a capacidade do agregado em cumprir as responsabilidades assumidas com um empréstimo”. Atualmente, a recomendação do BdP é que a taxa de esforço não ultrapasse, no máximo, os 35%.

Num comentário enviado ao ECO, o CEO da Century 21, Ricardo Sousa, lembra que já defende esta revisão “desde o início do ano”. “Num contexto de taxas de juro negativas, o procedimento de simular taxas de esforço com valores superiores à taxa de referência era fundamental, porque a subida dos juros seria inevitável”, nota.

Ricardo Sousa, CEO da Century21D.R.

Mas, contrapõe Ricardo Sousa, tendo em conta que a Euribor está nos 4%, “impor um stress adicional de 3% eleva de tal forma a taxa de esforço que retira a muitas famílias e jovens a possibilidade de aceder a um crédito à habitação“.

“A revisão das condições de acesso ao crédito à habitação será uma medida benéfica, se houver uma abrangência maior de famílias que desta forma não fiquem inibidas de recorrer ao crédito à habitação”, diz, por sua vez, Patrícia Barão, Head of Residential da consultora JLL.

“Todas as medidas que surjam no sentido de facilitar o acesso ao crédito e à compra de casa são positivas e serão sempre apoiadas por nós”, diz o CEO da Era Portugal. “De facto, o sistema de avaliação que estava implementado no cálculo da taxa de esforço era conservador e impedia o acesso a muitas famílias. Assim sendo, esta medida em particular é, sem dúvida, positiva, mas creio que surtirá pouco efeito de forma isolada“, admite Rui Torgal.

“Quando avaliamos o peso fiscal na compra da casa, nomeadamente impostos de selo e de transação, percebemos que a via mais direta para facilitar o acesso à compra de casa prende-se com os impostos diretos associados às transações. Para os portugueses sentirem um real impacto no acesso à habitação, esta medida terá de ser acompanhada por outro tipo de incentivos fiscais para cidadãos portugueses”, sugere o responsável da Era.

Já a responsável da JLL chama a atenção para a necessidade de existir uma “partilha de risco entre as famílias e as instituições financeiras”, embora “não se perspetive um regresso às condições anteriores a 2018”. Desta forma é possível fazer “uma análise do risco associado” a determinada família, para se “garantir a viabilidade e liquidez da mesma em fazer face aos encargos que são assumidos num dado momento”, aponta.

Já Miguel Mascarenhas, que lidera a Imovendo, é mais cauteloso, assinalando que “a alteração da taxa de esforço no crédito à habitação pode ter riscos e consequências que devem ser sempre cuidadosamente considerados”. Ainda que, no curto prazo, possa estimular o setor da construção, impulsionar a economia e aumentar a procura de imóveis, rever a taxa de esforço poderá ao mesmo tempo levar a um “endividamento excessivo por parte das famílias, um possível aumento do risco de incumprimento, um aumento nas taxas de juros pelo aumento de risco de incumprimento e, com isso, um impacto negativo na estabilidade financeira”, argumenta.

O CEO da Imovendo considera também que, a longo prazo, a medida do BdP pode contribuir para uma nova bolha imobiliária e fazer com que as taxas de juro continuem a subir. “Para um mercado imobiliário ser saudável é importante ter um crédito à habitação acessível e ao mesmo tempo garantir a estabilidade do mesmo”, afirmou Miguel Mascarenhas, em declarações ao ECO.

“Porquê agora?”. A questão é colocada pelo presidente da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, que considera que “quando os bancos admitem alargar o âmbito da taxa de esforço de quem recorre a um crédito hipotecário, estão a dar um sinal de que confiam no valor dos imóveis, porque é a garantia que têm quando alguém não consegue cumprir com a sua responsabilidade de pagamento”.

Para Paulo Caiado, “todos ganham” se a decisão do banco central se traduzir num aumento do número de transações imobiliárias. “Ganha o Estado, porque arrecada mais impostos, e ganham as pessoas em geral, porque a economia mostra-se mais ativa e há mais fluxos económicos que beneficiam todos”, afirma o presidente da APEMIP ao ECO.

Não obstante, “é fundamental acautelar que daí não resulta nenhum risco excessivo”, nomeadamente no que toca ao endividamento das famílias, sublinha, ressalvando, porém, que os dados do BdP mostram que não houve alterações significativas no crédito malparado no primeiro semestre deste ano, o que significa que “aquele temor da dificuldade que as taxas de juro poderiam representar para muitas famílias, não teve, felizmente, o nível de impacto que se pensou que poderia ter”.

Quando os bancos admitem alargar o âmbito da taxa de esforço de quem recorre a um crédito hipotecário, estão a dar um sinal de que confiam no valor dos imóveis, porque é a garantia que têm quando alguém não consegue cumprir com a sua responsabilidade de pagamento, são os imóveis que serviram como garantia.

Paulo Caiado

Presidente da APEMIP

Da parte da Confidencial Imobiliário, o CEO Ricardo Guimarães considera a medida “muito bem-vinda”, embora tivesse “sido desejável se fosse tomada mais cedo”. “Vai ajudar, em especial, os jovens“, que têm sido os “grandes prejudicados” pelo “ciclo de desequilíbrios do mercado”, nomeadamente o aumento das rendas e dos juros, acrescido da taxa de esforço, realça.

O responsável de uma das maiores bases de dados do setor destaca a importância da regra definida pelo banco central em 2018, de avaliar o rendimento para o cenário hipotético de aumento das taxas de juro em três pontos percentuais, porque se antecipou “um certo stress das famílias ou incapacidade de cumprimento”.

Atualmente, explica, “esse stress existe, evidentemente, mas o incumprimento é reduzido porque as famílias foram testadas” para o cenário de subida de juros. Agora, a regra “tornou-se obsoleta”, pois não é “muito razoável”, com a Euribor nos 4%, somar mais 3% da taxa de esforço e ainda o spread.

“Tudo o que seja rever esta regra, é reduzir essa tensão e abrir a possibilidade acesso. Diria que é mesmo um imperativo, não só pela situação que o mercado vive de dificuldade de acesso, como porque os pressupostos que estiveram na base da sua implementação hoje não se verificam, com os cenários de médio prazo a perspetivarem o início da redução da tendência de subida da Euribor e à medida também que a inflação estabilize”, conclui Ricardo Guimarães.

Por fim, a RE/MAX Portugal diz que “está ainda a analisar os possíveis impactos diretos e indiretos” que a medida anunciada pelo BdP terá.

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5 coisas que vão marcar o dia

INE divulga números da conta satélite da saúde. Pedro Nuno Santos regressa ao Parlamento no mesmo dia que do debate de urgência sobre a JMJ invocado pela Iniciativa Liberal.

A ministra da Habitação, Marina Gonçalves, é ouvida esta terça-feira no Parlamento no âmbito da Comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Inovação. O acórdão sobre um processo prejudicial alemão, examinado pela Grande Secção do Tribunal de Justiça, relativo à utilização de dados pessoais pela Meta (dona do Facebook) é conhecido. Pedro Nuno Santos regressa ao Parlamento após a sua demissão, no mesmo dia que ocorre um debate de urgência sobre a incerteza de vários assuntos em torno das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ). Gabinete de estatística português divulga ainda um conjunto de dados, entre os quais a Conta Satélite da Saúde.

INE divulga dados da despesa em saúde

O Instituto Nacional de Estatística lança esta terça-feira um conjunto de dados estatísticos, nomeadamente, os números referentes à Conta Satélite da Saúde. Segundos os últimos dados divulgados, em 2021 a despesa corrente em saúde cresceu 12,2%, atingindo 11,2% do PIB, o nível mais elevado da série. O gabinete estatístico português vai lançar ainda os dados provisórios relativos à produção industrial.

Pedro Nuno Santos regressa ao Parlamento

Pedro Nuno Santos regressa esta terça-feira ao Parlamento após a suspensão do seu mandato por razões pessoais. Este regresso levará à saída da deputada Rosa Venâncio, nona eleita pelo círculo de Aveiro. O ex-ministro das Infraestruturas demitiu-se na sequência da polémica indemnização de 500.00 euros paga à ex-administradora da TAP Alexandra Reis, sendo que a 15 de junho, após a sua audição na comissão de inquérito à TAP, garantiu ainda que não será “candidato a nada” aquando do seu regresso.

Ministra da Habitação é ouvida em Parlamento

A ministra da Habitação, Marina Gonçalves, será ouvida em Parlamento no âmbito da Comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Inovação, às 10:30. Recentemente, segundo despacho interno das Finanças assinado em 1 de junho, os serviços da Autoridade Tributária cortaram na fórmula de cálculo do apoio às rendas destinado a inquilinos, alterando os critérios previstos.

Debate de urgência no Parlamento sobre a JMJ

Pelas 14h haverá lugar a debate de urgência no Parlamento por solicitação da Iniciativa Liberal. Em causa está a incerteza de vários assuntos, entre os quais o facto de ainda não ter sido apresentado o plano de mobilidade, conforme manifestado pelo vice-presidente da Câmara de Lisboa Filipe Anacoreta Correia, do CDS-PP.

Acórdão no processo da utilização de dados pessoais pela Meta

Esta terça-feira é conhecido o acórdão sobre um processo prejudicial alemão, examinado pela Grande Secção do Tribunal de Justiça, relativo à utilização de dados pessoais pela Meta (dona do Facebook). O acórdão surge depois do Tribunal de Justiça da União Europeia rejeitar o recurso interposto pela Meta e pedir documentos à empresa que comprovassem que estava a cumprir a legislação europeia no que toca à proteção de dados.

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Chefe de gabinete de Medina vai para administrador do BERD

José Maria Brandão de Brito, nomeado por Mário Centeno em 2017 para substituir Abel Mateus, já abandonou o cargo, mas a exoneração de Carlos Domingues ainda não foi publicada em Diário da República.

O chefe de gabinete do ministro das Finanças, Carlos Domingues, vai ser o novo administrador, por Portugal, no Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), substituindo José Maria Brandão de Brito que exercia o cargo desde 2017, apurou o ECO.

Portugal é membro fundador do BERD (4 de maio de 1991), detendo 0,42% do capital, que totaliza 30 mil milhões de euros. Desde a sua fundação, o BERD já financiou Investimento Direto Estrangeiro (IDE) de empresas portuguesas no montante de 680 milhões de euros, o que representa um total de cerca de 1,8 mil milhões de IDE (outflows).

Desde 2020 que o número de projetos financiado pelo BERD tem vindo a aumentar, mas os 431 projetos financiados o ano passado estão aquém dos 452 de 2019. De acordo com as estatísticas do GPEARI, 44% dos apoios foram para empresas do setor financeiro e 30% para as infraestruturas.

O banco, liderado pela francesa Odile Renaud-Basso, tem por objetivo financiar projetos de assistência técnica e ações de reforço do relacionamento comercial com empresas portuguesas.

José Maria Brandão de Brito – que foi nomeado por Mário Centeno a 1 de julho de 2017 para substituir Abel Mateus que exercia o cargo desde 2011 – já abandonou o cargo, em Londres, já que o seu segundo mandato terminou a 30 de junho. Mas a exoneração de Carlos Domingues ainda não foi publicada em Diário da República. O ECO questionou o Ministério das Finanças sobre esta nomeação, mas não obteve qualquer resposta até à publicação deste artigo.

O jurista foi chefe de gabinete de João Leão, enquanto secretário de Estado do Orçamento e ministro das Finanças, quando este sucedeu a Mário Centeno. Foi subdiretor-geral da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) e trabalhou como técnico especialista no gabinete de Vieira da Silva, o ministro do Trabalho e Segurança Social “com a função de acompanhamento da legislação laboral e negociação coletiva”.

Foi também jurista e assessor do conselho de administração da MOBI.E e consultor externo/consultor sénior para as questões laborais da Capgemini. É licenciado em Direito pela Universidade Católica do Porto e tem uma pós-graduação em Legística e Ciência da Legislação pelo Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Universidade de Lisboa.

Carlos Domingues foi ainda coordenador do departamento de compliance do INTELI e auditor de Defesa Nacional no Instituto de Defesa Nacional para além de outras passagens pelos governos de José Sócrates como adjunto jurídico/chefe de gabinete em substituição e assessor jurídico de Vieira da Silva, tendo sido um dos membros da equipa redatora do “Acordo Tripartido para um Novo Sistema de Regulação das Relações Laborais, das Políticas de Emprego e da Proteção Social em Portugal em Concertação Social”.

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Sem vontade de fazer oposição interna, mas de olho na liderança. O regresso de Pedro Nuno Santos ao Parlamento

Pedro Nuno Santos volta a ocupar esta terça-feira o cargo de deputado, com a "discrição" e a "calma" de quem tem os olhos postos na sucessão de António Costa à frente do PS.

Pedro Nuno Santos volta a sentar-se na bancada parlamentar do PS, mais de seis meses depois de se ter demitido do Governo. Não vem para fazer oposição interna, mas vai preparar o caminho para liderar o partido quando António Costa sair. Seja em 2024 ou 2026.

O antigo ministro das Infraestruturas e Habitação pediu a suspensão do mandato de deputado a 4 de janeiro, dias depois de se demitir do Governo na sequência do caso da indemnização de 500 mil euros brutos atribuída a Alexandra Reis, antiga administradora executiva da TAP. Regressa seis meses depois, esgotando o prazo máximo de suspensão que um deputado pode usar por legislatura.

Ao que o ECO apurou junto de fonte próxima do antigo governante, Pedro Nuno Santos não irá procurar o protagonismo no Parlamento, preferindo a “discrição”, nem irá “fazer oposição interna ao partido”, apesar de enquanto deputado estar “mais livre” para exprimir as suas opiniões.

Vou vendo muitas leituras sobre a minha relação com o primeiro-ministro e o ministro das Finanças. Nunca senti falta de solidariedade do primeiro-ministro.

Pedro Nuno Santos

ex-ministro das Infraestruturas e Habitação

Foi já essa atitude conciliadora que se viu na audição na CPI à TAP, em que o antigo ministro deu quase sempre cobertura aos colegas de partido envolvidos na polémica e evitou o confronto. Não deu, por exemplo, azo a divergências com António Costa. “Tinha e tenho uma boa relação com o primeiro-ministro. Vou vendo muitas leituras sobre a minha relação com o primeiro-ministro e o ministro das Finanças. Nunca senti falta de solidariedade do primeiro-ministro“, afirmou há pouco mais de duas semanas.

No Parlamento, Pedro Nuno Santos evitará as áreas que tutelou, como noticiou o Observador: habitação, infraestruturas ou temas como a TAP e o novo aeroporto de Lisboa. A responsabilidade anterior nos dossiês desaconselha que seja ele a assumir o protagonismo nestas matérias ou a interpelar o Governo no plenário ou na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.

O Pedro Nuno faz parte da nossa equipa, fazia parte da nossa equipa no Governo e agora faz parte da nossa equipa no Parlamento. Tem as suas opiniões, como outros deputados têm as suas opiniões.

Eurico Brilhante Dias

Líder da bancada parlamentar do PS

Eurico Brilhantes Dias, líder parlamentar do PS, recusou na semana passada, em entrevista à TSF, que Pedro Nuno Santos possa criar problemas à direção da bancada, dizendo que “essas especulações acabam por condicionar a atividade política” do ex-ministro. “O Pedro Nuno faz parte da nossa equipa, fazia parte da nossa equipa no Governo e agora faz parte da nossa equipa no Parlamento. Tem as suas opiniões, como outros deputados têm as suas opiniões. Nunca acreditei que o PS fosse mais forte por ser monotemático e com mono-opinião”, afirmou.

Dado que a sessão legislativa termina no final do mês, a designação de Pedro Nuno Santos para as comissões poderá acontecer só em setembro. Rosa Venâncio, a deputada por Aveiro que ocupou o seu lugar enquanto esteve no Governo e que agora deixa o Parlamento, era efetiva na Comissão de Educação e Ciência e na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão.

De olho em 2026. Ou será 2024?

O palco principal do antigo ministro será outro: o comentário semanal que fará a partir de setembro na SIC Notícias, em data ainda a definir. Será um espaço só seu, à semelhança do que tem José Miguel Júdice no canal da Impresa, onde acabará por ter maior liberdade para expor a sua visão.

Pedro Nuno Santos voltará “com calma” e para cumprir o mandato de deputado até ao fim, afirma a mesma fonte ao ECO, porque a o próximo desafio é uma corrida de fundo: suceder a António Costa na liderança do PS. O calendário normal será 2026, quando termina a atual legislatura, embora na já citada entrevista Eurico Brilhante Dias avise que a vontade de António Costa querer continuar não deva ser excluída.

Também pode ser mais cedo. Nas últimas semanas, voltou a falar-se com insistência da possibilidade de o primeiro-ministro sair após a eleições europeias, agendadas para junho de 2024, para assumir um cargo europeu. O próprio voltou recentemente a rejeitar essa hipótese. “Sou o garante da estabilidade. Já expliquei a todos que não aceitarei uma missão que ponha em causa a estabilidade em Portugal. Alguma vez eu poria em causa a estabilidade que tão dificilmente conquistei?”, respondeu ao Público.

Pedro Nuno Santos, que foi deputado em duas legislaturas antes de integrar o primeiro Governo de António Costa como secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, regressa à Assembleia da República numa altura em que a CPI à TAP voltará a centrar as atenções, com a discussão e votação do relatório final, prevista para 13 de julho. O antigo ministro das Infraestruturas reconheceu na sua audição que a saída de Alexandra Reis da administração da TAP foi “um processo que correu mal”, mas que assumiu as suas responsabilidades demitindo-se, “a punição máxima”.

Segundo a súmula da última reunião da conferência de líderes, noticiada pela Lusa, deverá ser agendada para 19 de julho a apreciação do relatório da CPI no plenário. No dia seguinte, realiza-se o debate do Estado da Nação. Pedro Nuno Santos não deverá intervir em nenhum deles, como manda a “discrição”.

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Conferência APS: É precisa uma ética para reconquistar a confiança nas instituições

  • ECO Seguros
  • 4 Julho 2023

O congresso dos seguradores debateu ética juntando cientistas, políticos e falando das novas fronteiras na medicina, nos comportamentos sociais e na inteligência artificial. Há uma crise de confiança.

A Associação Portuguesa de Seguros realizou esta segunda feira no Porto a sua Conferência Anual sob o tema “Emoção e Razão em tempos de incerteza – O Lugar da Ética no setor segurador”, O encontro decorreu na sede da Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, reunindo membros da comunidade científica e política, para além dos principais dirigentes das seguradoras em Portugal.

José Galamba de Oliveira lembrou ainda o tema fulcral que é a gestão do conflito entre inovação e direito à privacidade.

“A inovação tem de assentar em valores éticos” defendeu José Galamba de Oliveira, presidente da APS que, na sua introdução, orientou o debate na procura de “refletir sobre aqueles que são os dilemas éticos que hoje a sociedade, e também o setor dos seguros, enfrenta, num contexto político e social complexo, em que os populismos ganham espaço e em que a inteligência artificial ganha quotidianamente importância destacada em múltiplas áreas da nossa vida em sociedade”. Isto, acrescentou, “ao mesmo tempo que a sociedade em geral lida com os dilemas éticos associados aos avanços da medicina e da ciência”. Lembrou ainda um tema fulcral que é a gestão do conflito entre inovação e direito à privacidade.

Francisco Assis, Presidente do Conselho Económico e Social, teve a seu cargo a sessão de abertura. Focou bastante a juventude das democracias ocidentais, plenas há apenas 100 anos, e a sua vulnerabilidade a uma crise de confiança nas instituições e entre os membros da sociedade. “Obter confiança não é vender ilusões”, disse, terminando dirigindo-se aos seguradores ao afirmar que “a vossa ação é importante para que os valores éticos se assumam”. Concluiu certo de “que a razão tem de prevalecer”.

Debate moderado por Júlio Machado Vaz reuniu António Maia Gonçalves, Helena Pereira de Melo, Maria João Sales Luís e Ricardo Baptista Leite.

Arlindo Oliveira, Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico e Presidente do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, explicou totalmente o estado da arte quanto a Inteligência Artificial situando-a como uma parte de três componentes da designada machine learning que também inclui analytics e automação e apontou os principais problemas que obrigarão a sociedade a uma adaptação rápida a uma nova realidade.

Ana Sofia Carvalho, Professora Catedrática Convidada de Bioética do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, foi também keynote speaker focando os dilemas impostos pela inteligência artificial e aos desafios éticos nos cuidados de saúde centrados na pessoa. Foi nesta ótica, na pessoa e não apenas na doença, que centrou a sua intervenção.

Já o Médico Psiquiatra e Professor Universitário, Júlio Machado Vaz, moderou uma debate sobre ética que contou com a participação de António Maia Gonçalves, Diretor Médico da Unilabs e Especialista em Medicina Interna e Cuidados Intensivos e Médico na Casa de Saúde da Boavista, Helena Pereira de Melo, Professora de Direito da Saúde e da Bioética da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e Membro da Direção da Associação Portuguesa de Bioética, Ricardo Baptista Leite, CEO na I-DAIR – The International Digital Health and AI Research Collaborative, e Maria João Sales Luís, Administradora da Multicare e Presidente da Comissão Técnica Saúde da Associação Portuguesa de Seguradores.

O encerramento da conferência ficou a cargo da Vereadora da Câmara Municipal do Porto, Catarina Araújo, com o pelouro da Saúde e Qualidade de Vida, Juventude e Desporto e o pelouro dos Recursos Humanos e Serviços Jurídicos e Proteção Civil. Na sua intervenção, defendeu a integridade e a honestidade como fatores essenciais na atividade em todas as áreas da sociedade, destacando entre estas a administração pública como o setor em que “corrupção é a maior ameaça à democracia”, concluiu.

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Fórum Nacional de Seguros começa hoje

  • ECO Seguros
  • 4 Julho 2023

O encontro anual essencial para o setor segurador já começou. Conta novamente com o apoio institucional da APS e da APROSE. Ainda pode visitar a Alfândega do Porto.

Arranca hoje o 2º Fórum Nacional de Seguros, um evento repleto de debates e exposições na Alfândega do Porto. Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da Autoridade Supervisora de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), irá fazer a abertura do evento onde, durante dois dias, os mais influentes protagonistas e empresas do setor segurador em Portugal estarão presentes, proporcionando um ambiente de exposição e debates enriquecedores.

Para encerrar o encontro, na quarta-feira, dia 5 de julho, estará presente João Nuno Mendes, Secretário de Estado das Finanças. O evento contará também com a presença e as intervenções públicas de José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) e de David Pereira, presidente da Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE).

O 2º Fórum Nacional de Seguros, que se consolidou como um encontro anual essencial para o setor segurador, conta novamente com o apoio institucional da APS e da APROSE. Os principais stakeholders e profissionais de todas as áreas relacionadas ao setor segurador, reúnem-se para discutir os desafios mais relevantes da indústria. O tema predominante, tanto para os expositores como para as diversas sessões de debate ao longo dos dois dias, será o papel renovado dos seguros no fortalecimento da proteção das famílias e empresas portuguesas.

Com mais de 40 parceiros presentes em espaços de exposição e mais de 20 debates e intervenções especializadas, o evento reunirá, diariamente, mais de mil profissionais em busca das melhores práticas e tendências do mercado segurador em Portugal.

E, claro, o ECO Seguros estará presente, desempenhando um papel fundamental nesta jornada de conhecimento e networking. Não perca a oportunidade de participar e estar atualizado sobre o que de melhor acontece no mundo dos seguros em Portugal.

Ainda pode fazer parte. Todas as informações no website dedicado ao 2º Fórum Nacional de Seguros.

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NOVA impulsiona debate sobre o futuro do Direito dos Seguros

  • ECO Seguros
  • 3 Julho 2023

A NOVA School of Law e a AIDA Portugal unem-se para lançar a I Conferência Internacional sobre 'Direito dos Seguros na União Europeia: Desafios na Era dos ODS'. O evento reúne especialistas do setor.

A NOVA School of Law e a AIDA Portugal, secção portuguesa da Associação Internacional de Direito dos Seguros, estão a organizar a I Conferência Internacional do Módulo Jean Monnet sobre ‘Direito dos Seguros da União Europeia: Desafios na Era dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável)’. O evento irá decorrer nos dias 13 e 14 de julho.

O Módulo Jean Monnet, financiado pelo programa Erasmus+ da Comissão Europeia, é liderado por Margarida Lima Rego, Professora Catedrática e Diretora da NOVA School of Law, bem como Presidente da AIDA Portugal. Esta conferência marca o início de uma série de eventos anuais dedicados aos objetivos de desenvolvimento sustentável. Em 2023, a conferência será dedicada ao ‘ODS 3 – Saúde de Qualidade‘.

Margarida Lima Rego em entrevista ao ECOSeguros - 23JUL19
O Módulo Jean Monnet, financiado pelo programa Erasmus+ da Comissão Europeia, é liderado por Margarida Lima Rego, Professora Catedrática e Diretora da NOVA School of Law, bem como Presidente da AIDA Portugal.Hugo Amaral/ECO

Durante um dia e meio, a conferência receberá oradores de renome internacional, com o objetivo de promover diversos temas relacionados com o desenvolvimento sustentável na área da saúde, assumindo um papel ativo na preparação, discussão e disseminação de recomendações de políticas públicas, com base em dados, que contribuam para o avanço dos ODS. Será explorado o papel desempenhado pelo setor dos seguros na promoção da saúde e do bem-estar nas sociedades contemporâneas.

A mesa de abertura da conferência contará com a presença de Margarida Corrêa de Aguiar, Presidente da ASF, e de Cláudio Soares, Pró-Reitor da Universidade Nova de Lisboa, que coordena a Plataforma Estratégica NOVA Saúde.

Os oradores principais (keynote speakers) do evento serão Pedro Pirra Barros, titular da Cátedra BPI | Fundação “la Caixa” em Economia da Saúde na Nova School of Business and Economics, que apresentará dados sobre o papel dos seguros no setor da saúde; Abel Veiga Copo, Professor Catedrático e Diretor da Faculdade de Direito da Universidade Pontifícia Comillas, em Madrid, que analisará os desafios enfrentados pelos seguros em relação à eutanásia e ao suicídio assistido e Christina S. Ho, Professora Catedrática e Subdiretora da Faculdade de Direito da Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos, que abordará o tema da defesa do resseguro como um direito humano.

No primeiro dia da conferência, também participarão Maria João Sales Luís, CEO da Multicare, Grupo Fidelidade; Carlos Suarez, Administrador da Victoria-Seguros; Ana Mota, Assessora do Conselho de Administração da MDS; Maria Elisabete Ramos, Professora Auxiliar da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Vice-Presidente da AIDA Portugal; Maria Luísa Muñoz Paredes, representante da AIDA Europa; Angélica Carlini, Professora da UNIMES e membro da AIDA Brasil; Marival Bolívar Oñoro, Professora da Universidade de Alcalá e membro da AIDA Espanha e Sónia Dias, Professora Catedrática e Diretora da Escola Nacional de Saúde Pública. Haverá também uma sessão de apresentação por parte de investigadores selecionados através de uma ‘call for papers’.

O segundo dia da conferência será dedicado à apresentação de uma seleção de trabalhos de estudantes de doutoramento e mestrado.

As inscrições para a conferência podem ser feitas por email, enviando uma mensagem para [email protected], dirigida à AIDA Portugal.

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Brasil vai assumir presidência rotativa do Mercosul

  • Lusa
  • 3 Julho 2023

Uma das pastas mais importantes que o Brasil terá em mãos é o acordo comercial do bloco composto por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai com a União Europeia.

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, vai na terça-feira à Argentina para a cimeira dos chefes de Estado do Mercosul e receber do país a presidência do bloco para os próximos seis meses.

“Essa cúpula é particularmente relevante para nós porque, em primeiro lugar, o Brasil assume a presidência ‘pro tempore’ num contexto de retomada de prioridade da integração, então não é uma presidência rotineira, é a prioridade concedida pelo governo aos processos de integração” disse a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em comunicado.

Uma das pastas mais importantes que o Brasil terá em mãos é o acordo comercial do bloco composto por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai com a União Europeia (UE).

“O Governo está traduzindo as instruções do Presidente Lula para um documento que será apresentado primeiro aos parceiros do Mercosul, e depois à União Europeia. É um processo que não é tão rápido porque os acordos são muito delicados e têm exigido um trabalho de coordenação interna muito intenso“, indicou, em comunicado, o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Económicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.

A UE aguarda contrapropostas do Mercosul ao instrumento de garantias ambientais proposto pelos europeus nas novas negociações do acordo comercial que ambos os blocos assinaram em 2019 e que está pendente de ratificação. Enquanto a UE exige garantias de que não importará produtos do Mercosul que contribuam para a desflorestação ou para as alterações climáticas, alguns membros do Mercosul, como o Brasil, pedem para renegociar o que já foi acordado sobre compras governamentais.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a classificar o novo protocolo verde como “inaceitável” e uma “ameaça” durante a viagem a França, no final de junho. Entretanto, esta segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do Mercosul iniciaram uma sessão de deliberações, antes da cimeira semestral do bloco, que será realizada na terça-feira na cidade argentina de Puerto Iguazú.

A reunião ordinária do Conselho do Mercado Comum, órgão de decisão política do bloco, conta com a presença dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – Estados-membros do Mercosul – e da Bolívia, que está em processo de adesão plena.

Pretendemos trabalhar intensamente com os parceiros cujas negociações estão em fase avançada, como a UE, para explorar a oportunidade de alcançar acordos que estejam em sintonia com as exigências do atual contexto global“, disse o responsável máximo pela diplomacia brasileira, Mauro Vieira, na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do Mercosul, em Puerto Iguazú.

À tarde, os representantes dos países associados do bloco (Peru, Chile, Equador, Colômbia, Guiana e Suriname) devem participar da reunião. Paralelamente, realizar-se-á uma reunião dos ministros das Finanças e dos presidentes dos bancos centrais do Mercosul, da Bolívia e dos países associados.

A reunião presidencial de terça-feira também contará com a presença dos chefes de Estado do Uruguai, Luis Lacalle Pou, do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e da Bolívia, Luis Arce, além do Presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, que tomará posse em 15 de agosto.

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Distúrbios em Paris provocam prejuízos de 20 milhões de euros na rede de transportes

Os protestos em Paris, no seguimento da morte de um adolescente às mãos da polícia, já provocaram cerca de 20 milhões de euros em danos na rede de transportes. Detidos ultrapassam os 2 mil.

As revoltas em Paris já provocaram cerca de 20 milhões de euros em danos nos transportes públicos, avança esta segunda-feira a transportadora regional. Seis dias após a polícia francesa balear um jovem de 17 anos em Paris, as revoltas nas ruas parisienses continuam e já resultaram em autocarros e linhas férreas incendiadas e danificadas, além de outras infraestruturas urbanas destruídas, admitiu a rede regional de transportes de Ile-de-France em comunicado à AFP.

Os protestos e distúrbios pela morte do adolescente Nahel M. em Nanterre, na passada terça-feira, levaram o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, a mobilizar 45 mil polícias. Segundo o ministério do Interior francês, mais de 2 mil pessoas já foram detidas desde o início dos protestos, das quais 157 ocorreram durante a noite de domingo para esta segunda-feira, avança a CNN internacional.

O polícia que disparou sobre o jovem foi acusado de homicídio voluntário e colocado em prisão preventiva. Já o presidente francês, Emmanuel Macron, irá reunir com os autarcas franceses de modo a “entender profundamente” a causa dos distúrbios, avançou fonte próxima citada pela CNN. O governo francês irá também gastar cerca de 20 milhões de euros em reparações de câmaras de vigilância ainda antes do final do verão, esclareceu Gérald Darmanin.

Após a morte do jovem, nos arredores de Paris, surgiram protestos em várias cidades francesas, bem como trocas de acusações em relação à forma como as comunidades marginalizadas francesas são policiadas. Segundo Darmanin, muitos dos detidos são menores com uma idade média de 17 anos.

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