Bielorrússia aprova alteração à lei que pode limitar media estrangeira

  • Lusa
  • 1 Julho 2023

Alexander Lukashenko aprovou uma alteração à lei dos meios de comunicação social, que permite ao Governo proibir notícias estrangeiras.

O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, aprovou este sábado uma alteração à lei dos meios de comunicação social que permite ao Governo proibir notícias estrangeiras.

A emenda à lei dos mass media foi aprovada, tendo em vista “melhorar os mecanismos de proteção dos interesses nacionais na esfera mediática”.

A nova disposição também prevê uma “ampliação das ferramentas para responder a ações inimigas”, segundo um texto do executivo.

Esta alteração facilita a proibição das atividades dos meios estrangeiros de comunicação social, se “os estados estrangeiros mostrarem ações de inimizade contra os meios da Bielorrússia”.

Adicionalmente, a emenda redefine as características que determinam a validade dos agregadores de notícias.

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Eleições antecipadas em Espanha “roubam” foco da presidência do Conselho da UE

  • Joana Abrantes Gomes
  • 1 Julho 2023

Pedro Sánchez assume a presidência semestral da UE a poucas semanas das eleições legislativas espanholas. Analistas e eurodeputados rejeitam que vitória da direita altere as prioridades de Madrid.

A Espanha assume, a partir deste sábado, a presidência rotativa semestral do Conselho da União Europeia (UE), apenas três semanas antes das eleições legislativas, que foram antecipadas pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez após a pesada derrota dos partidos da coligação governamental de esquerda, liderada pelo PSOE, nas regionais de maio.

As sondagens mostram fortes probabilidades de o cenário se repetir nas legislativas, o que pode colocar em causa o avanço dos importantes dossiês europeus que Madrid terá em mãos nos próximos seis meses, naquela que é a última presidência em pleno antes do final do atual mandato das instituições da UE.

A democracia nunca é um problema, declarou Sánchez, em meados de junho, defendendo o próximo escrutínio nacional ao mesmo tempo que anunciava os planos da presidência espanhola. “Não é a primeira vez que se realizam eleições durante uma rotação. Também houve mudanças de Governo”, acrescentou o primeiro-ministro espanhol.

De facto, não é a primeira vez que se realizam eleições no país que assume a presidência rotativa. O caso mais recente aconteceu em França, que presidiu ao Conselho da UE durante a primeira metade de 2022 e teve eleições presidenciais e legislativas nesse período. Dois anos antes, fora a Croácia a ir às urnas eleger o próximo Governo. Em nenhuma destas situações houve uma mudança do partido no poder, como agora existe a séria possibilidade de acontecer em Espanha.

“As eleições de julho em Espanha podem ser, obviamente, o início de um novo ciclo. O Partido Popular (PP) está neste momento, aparentemente, à frente nas sondagens. Será uma alternativa de direita com extrema-direita: do PP com o Vox”, afirma, cauteloso, o especialista em assuntos europeus Paulo Sande, em declarações ao ECO.

Embora reconheça que a mudança de Governo complicaria a gestão da presidência espanhola, o também professor no Instituto de Estudos Políticos (IEP) da Universidade Católica identifica algumas vantagens que facilitam as negociações dos vários dossiês europeus diante de um cenário eleitoral no país que lidera as reuniões entre os 27 Estados-membros do bloco.

A primeira é o cargo de presidente do Conselho Europeu — ocupado atualmente pelo belga Charles Michel –, uma alteração implementada desde a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, em 2009. “Acaba por ser o rosto formal do Conselho, portanto dos chefes de Estado e de Governo. Desse aspeto, não é tão grave como seria antes, em que o primeiro-ministro espanhol teria um papel muito mais importante e imprescindível do que agora“, explica.

Não é decisivo, não é dramático para o processo europeu. É obviamente um incómodo, um problema, uma situação que não devia existir. Mas a democracia é assim e a Espanha decidiu fazer eleições agora em vez de dezembro. Mesmo em dezembro, estaríamos a aproximar-nos do fecho do ano e de um Conselho Europeu importantíssimo, que é normalmente o do final do ano, portanto, desse ponto de vista, também acaba por não ser muito diferente.

Paulo Sande

Especialista em Assuntos Europeus

Outra vantagem, segundo Paulo Sande, é o facto de, após as semanas de campanha eleitoral e o dia das eleições espanholas em julho, haver um período de férias: “Agosto é sempre um período morto na Europa – apesar da incerteza da guerra na Ucrânia –, mas depois só em meados de setembro começa mais a sério“. Foi por isso, aliás, que Sánchez adiou o discurso no Parlamento Europeu sobre as prioridades da presidência espanhola, que estava agendado para o dia 13 de julho, para a sessão plenária de setembro.

Apesar de um primeiro mês praticamente perdido, há também o fator do funcionamento por trílogos. “Os programas das presidências funcionam de 18 em 18 meses”, pelo que “há uma continuidade”, nota o especialista em assuntos europeus. Espanha, neste caso, dá início a um novo trio de presidências, do qual fazem parte a Bélgica e a Hungria.

Além disso, “é evidente que a Espanha tem muito treino, tem uma administração forte, tem uma experiência a nível de gestão muito grande, a sua REPER (Representação Permanente de Espanha em Bruxelas) vai continuar a funcionar“, características necessárias para agendar reuniões e gerir os dossiês, aponta.

Paulo Sande considera, nesse sentido, que as consequências das eleições espanholas “não são assim tão graves como seriam noutras circunstâncias antes do Tratado de Lisboa”. “É obviamente um incómodo, um problema, uma situação que não devia existir, mas a democracia é assim e Espanha decidiu fazer eleições agora em vez de dezembro”, realça, notando que, mesmo em dezembro, há “um conselho europeu importantíssimo”, pelo que “desse ponto de vista também acaba por não ser muito diferente”.

Para o eurodeputado Paulo Rangel, uma mudança no Governo espanhol também “não seria altamente dramático”. O parlamentar do PSD dá o exemplo da presidência sueca, que terminou na sexta-feira e foi preparada pelo Executivo anterior, liderado pela social-democrata Magdalena Andersson, tendo o Governo do liberal-conservador Ulf Kristersson herdado a presidência.

Ao ECO, o eurodeputado do Partido Popular Europeu (PPE), a maior família política em Bruxelas, constata que “a máquina política de Espanha, desde logo a do Governo e a diplomática, está totalmente voltada para as eleições” de julho. Daí que somente a partir de setembro “haverá capacidade de decisão política por parte das autoridades espanholas”, diz.

As instituições europeias têm, por isso, acautelado alguns preparativos para “manter a máquina a funcionar”, independentemente de quem estiver no Governo. “Fizemos um calendário para adiantar o mais possível tudo o que é do ponto de vista técnico“, estando a decorrer “imensas negociações” — até porque não vão haver grandes propostas legislativas novas tendo em conta a existência de eleições europeias em 2024 — e, portanto, “muitas coisas já estão mais do que adiantadas“, conta.

Contudo, o eurodeputado avisa para um aspeto “preocupante” na presidência espanhola. “O PP e o PSOE, que são os partidos que alternam normalmente no poder, têm ambos um problema muito sério: não dialogam. É sabido que o primeiro-ministro Pedro Sánchez não teve uma reunião com (o líder da oposição) Alberto Núñez Feijóo para lhe dar nota da presidência espanhola“.

“Se houver continuidade do PSOE, os objetivos que foram traçados são os mesmos. Senão, o que vai acontecer é que o novo Governo espanhol virá com uma agenda que não será exatamente a que tinha sido anunciada – embora hoje em dia as agendas das presidências semestrais sejam ajustadas em trios”, antecipa Paulo Rangel.

Mas Javier Moreno Sánchez, que preside à delegação socialista espanhola em Estrasburgo, está convencido de que as prioridades espanholas “não estão em perigo”. Em declarações ao ECO, o eurodeputado espanhol do PSOE diz esperar que, a 23 de julho, seja renovada “a maioria progressista que permitiu a Espanha melhorar as condições de vida das classes média e trabalhadora”.

Há, no entanto, um aspeto que é preocupante na presidência espanhola. O PP e o PSOE, que são os partidos que alternam normalmente no poder, têm ambos um problema muito sério: não dialogam. É sabido que o primeiro-ministro Pedro Sánchez não teve uma reunião com o Alberto Núñez Feijóo para lhe dar nota da presidência espanhola.

Paulo Rangel

Eurodeputado (PSD)

Neste âmbito, o consultor de assuntos públicos Javier Garrido escreveu, num artigo publicado no website do SEC Newgate EU, que as eleições espanholas “poderão constituir um problema mais para as posições e interesses de Espanha do que para a própria presidência e para os outros parceiros da UE”.

“Embora o PP e o PSOE tenham posições divergentes sobre algumas questões que serão debatidas durante a presidência espanhola, como a Lei da Restauração da Natureza que foi rejeitada pelos conservadores no Parlamento Europeu, é pouco provável que uma mudança no Executivo espanhol altere a agenda da presidência. O PSOE e o PP estão de acordo sobre as questões fundamentais, pelo que a abordagem da presidência será semelhante”, argumentou Garrido.

Já o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, assume que Portugal tem “plena confiança” de que, independentemente do resultado eleitoral no país vizinho, as autoridades espanholas conduzirão “de forma empenhada, profissional e responsável” os trabalhos da presidência ao longo do próximo semestre.

“Portugal apoia as principais prioridades identificadas pela Espanha para a sua presidência e confia que as autoridades espanholas serão bem-sucedidas na respetiva concretização”, afirma ainda o governante, num comentário enviado ao ECO.

Entre essas prioridades, Tiago Antunes destaca o apoio à Ucrânia, o debate sobre o alargamento e o futuro da UE, o reforço da autonomia estratégica do bloco, as relações com a América Latina e a Vizinhança Sul e a reforma da governação económica.

Um dos momentos altos da presidência espanhola é uma cimeira entre a UE e a América Latina (UE-CELAC), que decorrerá em Bruxelas já nos dias 17 e 18 de julho, no qual se espera que seja dado um sinal significativo quanto à conclusão dos acordos comerciais com o México, com o Chile e também com o Mercosul.

Como primeiro ato oficial da presidência espanhola, Pedro Sánchez desloca-se sozinho a Kiev este sábado. A visita, que pretende simbolizar o apoio político, humanitário, económico e militar da UE à Ucrânia, prevê um encontro do primeiro-ministro espanhol com o Presidente ucraniano e um discurso no Parlamento. Na segunda-feira, o Colégio de Comissários realiza a habitual visita a Madrid para a apresentação das prioridades para o próximo semestre.

Por sua vez, o PP, que segue à frente nas sondagens para as legislativas de 23 de julho, apelou ao Governo espanhol e às instituições europeias para que todos os eventos da presidência previstos acontecer em território espanhol durante o período de campanha eleitoral sejam alterados para Bruxelas.

A lista de dossiês legislativos para fechar ou “dar passos significativos” na presidência espanhola é longa: a reforma do mercado da eletricidade; o pacto sobre migração e asilo; os acordos comerciais com o Mercosul (Mercado Comum do Sul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), o Chile e o México; a reforma das regras de governação económica da UE; a reforma intercalar do quadro financeiro plurianual; a lei sobre a recuperação da natureza; a diretiva sobre a qualidade do ar; o apoio à Ucrânia; entre outros.

Resta saber se será Pedro Sánchez a assumir a “batuta europeia” durante os próximos seis meses.

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📹 Os destinos de férias preferidos dos portugueses

  • ECO
  • 1 Julho 2023

Quando se trata de viajar para o estrangeiro os portugueses preferem destinos em países próximos como Espanha, França, Itália e Grécia.

O turismo intensificou-se em 2023 e as pesquisas dos hóspedes portugueses no Airbnb para estadias nos meses de junho a agosto tiveram um crescimento superior a 50%. O alojamento local já representa 40% das dormidas em Portugal e o aumento da procura de destinos de férias através de plataformas digitais traduz esse peso acrescida.

Veja o que os portugueses procuram para as férias deste ano.

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Miranda Sarmento avisa deputados que críticas anónimas são “cobardia que só prejudica” PSD

  • Lusa
  • 1 Julho 2023

O líder parlamentar do PSD transmitiu aos deputados que considera que fazer críticas anónimas na comunicação social sob anonimato é uma "profunda cobardia que só prejudica" o partido.

O líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, transmitiu aos deputados que considera que fazer críticas anónimas na comunicação social sob anonimato é uma “profunda cobardia que só prejudica” o partido.

A mensagem de Miranda Sarmento foi enviada aos deputados na sexta-feira à noite, na sequência de uma notícia do Observador que dava conta de que o líder parlamentar do PSD teria travado, na semana passada, um requerimento sobre saúde por ligações profissionais da sua mulher ao visado.

Aos deputados, Miranda Sarmento nega esta versão e reitera que a retirada do requerimento em causa, noticiada pela Lusa,ficou a dever-se apenas a questões processuais” e aproveitou para deixar um recado à bancada.

“Que haja deputados que entendem que eu não sou um bom líder parlamentar, que não tenho perfil político e que outros seriam melhores líderes, é algo que posso aceitar, sem qualquer problema, quando as críticas são diretas e frontais”, referiu, na mensagem noticiada pelo Público e a que Lusa teve acesso.

No entanto, acrescentou, “que o façam nos jornais, a coberto do anonimato, parece-me de uma profunda cobardia que só prejudica o PSD”.

O líder parlamentar do PSD repudiou que, neste caso, tenha sido envolvida a sua mulher, “que nunca teve nada a ver com a política e que é médica em Santa Maria há mais de vinte anos”.

É algo tão baixo, reles e indigno que quem o fez só me merece absoluto desprezo”, concluiu.

Na semana passada, o líder parlamentar do PSD disse à Lusa que a direção da bancada tinha decidido retirar um requerimento — enviado à comunicação social horas antes – em que pedia a audição parlamentar urgente do diretor exonerado do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina de Reprodução do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), Diogo Ayres de Campos, e do Conselho de Administração do mesmo centro.

Miranda Sarmento justificou então a retirada do pedido por ser “extemporâneo” realizar, naquele momento, qualquer audição sobre o tema.

Na sexta-feira, o Observador noticiou um alegado conflito de interesses denunciado por deputados do PSD, sob anonimato, uma vez que a mulher de Miranda Sarmento trabalhava no departamento dirigido por Ayres de Campos.

No esclarecimento enviado ao jornal e que também partilhou com a bancada, Miranda Sarmento refere que a mulher “trabalha no serviço de ginecologia no Hospital de Santa Maria, respondendo apenas diretamente ao diretor do serviço de Ginecologia, Alexandre Valentim Lourenço (e este reporta diretamente ao Conselho de Administração)”, considerando que tais insinuações carecem de qualquer fundamento.

Este é mais um de uma série de episódios de tensão entre a bancada — herdada da anterior direção de Rui Rio — e a liderança parlamentar. Na última reunião do grupo, na quinta-feira, Miranda Sarmento sentiu necessidade de “esclarecer os deputados” face a notícias que têm sido publicadas nas últimas semanas sobre uma eventual saída antecipada, assegurando que não pretende ir para o Parlamento Europeu e tenciona cumprir o mandato até julho do próximo ano.

Também o presidente do PSD, Luís Montenegro, que cumpre na segunda-feira um ano de mandato, reiterou, no semanário Expresso, “confiança máxima” no líder parlamentar que escolheu pouco depois de ser consagrado em Congresso, e que substituiu no cargo Paulo Mota Pinto, eleito três meses antes.

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Mais de 1.300 detidos nos tumultos em França

  • Lusa
  • 1 Julho 2023

O Ministério do Interior francês atualizou de 994 para 1.311 o total de detenções feitas na sexta-feira ligadas aos tumultos desencadeados pela morte de um jovem de 17 anos abatido pela polícia.

O Ministério do Interior francês atualizou de 994 para 1.311 o total de detenções feitas na sexta-feira ligadas aos tumultos que assolam a França desde terça-feira, desencadeados pela morte de um jovem de 17 anos abatido pela polícia.

Segundo o Ministério do Interior francês, citado pela rádio pública FranceInfo e num balanço atualizado divulgado às 12h00 locais (11h00 em Lisboa), 752 detenções foram feitas pela polícia nacional, 153 pela gendarmeria e 406 pela prefeitura de Paris.

O Governo francês enviou na sexta-feira cerca de 45.000 polícias para todo o país para tentar controlar a violência, mas não conseguiu impedir que, durante a noite, jovens manifestantes entrassem em confronto com a polícia, ateassem cerca de 2.500 fogos, saqueassem lojas e provocassem ferimentos em 79 agentes da polícia.

As cerimónias fúnebres de Nahel, o jovem de ascendência árabe que foi morto pela polícia em Nanterre, nos subúrbios de Paris, começaram este sábado com um velório privado, a que se seguirá uma cerimónia na mesquita e o enterro num cemitério local.

“Sábado, 01 de julho, será um dia de luto para a família de Nahel”, escreveram os advogados da família, apelando aos meios de comunicação social para que não participem na cerimónia, “a fim de dar à família enlutada a privacidade e o respeito de que necessita”.

Segundo o ministério, os protestos e os tumultos urbanos desencadeados terça-feira após a morte, abatido a tiro pela polícia, de um jovem de 17 anos que não respeitou uma “operação stop”, tiveram menos intensidade do que nos dias e noites anteriores.

Segundo o Ministério do Interior, “79 polícias e gendarmes ficaram feridos”, cerca de 1.350 veículos foram incendiados, 234 edifícios foram queimados ou danificados e cerca de 2.560 incêndios foram registados na via pública.

Marselha, a segunda maior cidade do sul de França, teve uma noite agitada, o que levou o Ministro do Interior francês, Gérard Darmanin, a enviar reforços para a cidade.

A polícia já tinha registado 88 detenções por volta das 02h00 (01h00 em Lisboa) desde o início da noite, com grupos de jovens muitas vezes mascarados e “muito móveis”.

Durante uma visita ao noroeste de Paris, Darmanin informou, a meio da noite, que a violência era “menos intensa”, com 471 pessoas já detidas em todo o país e focos de tensão, nomeadamente em Marselha e Lyon, grandes cidades do sudeste.

Na manhã deste sábado, o número de pessoas detidas rondava o milhar, mais do que nas noites anteriores, quando a polícia deteve cerca de 900 pessoas.

Ainda antes do funeral, Darmanin anunciou que sairão para as ruas mais “unidades mais especializadas”, como o RAID (unidade de forças especiais) e o GIGN (Grupo de Intervenção da Gendarmeria Nacional), tropas de elite da polícia e da gendarmaria.

Para as ruas foram também enviados veículos blindados ligeiros da gendarmeria para tentar reduzir a tensão em relação à noite anterior, em que 492 edifícios foram alvo de ataques, 2.000 veículos foram queimados e dezenas de lojas saqueadas.

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Zelensky agradece “visita simbólica” e apoio de Espanha

  • Lusa
  • 1 Julho 2023

O Presidente da Ucrânia agradeceu ao primeiro-ministro espanhol o apoio e a "visita simbólica" a Kiev, quando Espanha inicia a sua presidência da União Europeia.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu ao primeiro-ministro espanhol o apoio e a “visita simbólica” a Kiev, quando Espanha inicia a sua presidência da União Europeia.

“Obrigado pela sua importante visita e pelo apoio ao nosso povo”, afirmou o Presidente da Ucrânia, citado pela Agência France Presse (AFP).

Para Zelensky é “extremamente simbólico” que a visita ocorra no primeiro dia da presidência espanhola da União Europeia.

Durante a sua visita a Kiev, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que o país vai enviar mais quatro tanques Leopard para a Ucrânia.

“Vamos enviar mais material militar pesado muito em breve”, incluindo tanques Leopard e veículos blindados de transporte, adiantou, em conferência de imprensa.

Em fevereiro, Sánchez tinha anunciado o envio de seis tanques Leopard para a Ucrânia, que entretanto já chegaram.

Na altura, o governante espanhol tinha falado na possibilidade de enviar, posteriormente, outros quatro.

O primeiro-ministro espanhol chegou este sábado a Kiev para uma reunião com o Presidente ucraniano, com uma mensagem de apoio às aspirações da Ucrânia.

Queria que o primeiro ato da presidência espanhola do Conselho da UE fosse na Ucrânia, com Volodymyr Zelensky”, escreveu Sánchez na conta pessoal na rede social Twitter, ao anunciar a sua chegada à capital ucraniana, onde irá dar conta da possibilidade de a Ucrânia poder iniciar este ano as negociações de acesso aos 27.

Transmitirei ao Governo e Parlamento [da Ucrânia] toda a solidariedade europeia. Continuaremos a apoiar o povo ucraniano até que a paz regresse à Europa”, acrescentou o primeiro-ministro espanhol, que publicou um vídeo da chegada de comboio à estação de Kiev.

A Ucrânia é palco de um conflito militar com a Rússia, que invadiu o país em 24 de fevereiro de 2022.

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Ministério Público investiga contratação de funcionários na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

  • Lusa
  • 1 Julho 2023

O Ministério Público está a investigar contratações externas de funcionários na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, após ter recebido uma queixa de que entravam para o índice remuneratório mais alto

O Ministério Público (MP) está a investigar contratações externas de funcionários na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), após ter recebido uma queixa de que entravam para o índice remuneratório mais alto, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Confirma-se a receção de queixa relacionada com o assunto mencionado. A mesma deu origem a inquérito que se encontra em investigação no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Lisboa“, informou a PGR, em resposta à agência Lusa.

Em causa estão contratações externas de funcionários na SCML, que entraram para a instituição no índice remuneratório mais alto, enquanto os demais trabalhadores permaneciam com as progressões congeladas.

A notícia foi avançada pelo jornal Novo Semanário, na sexta-feira, que indicou que “o MP está a investigar contratações estranhas na instituição“, referindo que, segundo os sindicatos, a situação envolve “funcionários que logo à entrada auferem salários correspondentes ao índice mais elevado das remunerações, ao passo que os demais funcionários permanecem com as progressões das carreiras congeladas”.

No âmbito da intervenção da SCML, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) pediu uma auditoria externa à Santa Casa Global, criada para gerir lotarias e jogos de apostas no mercado externo.

De acordo com fonte do gabinete da ministra Ana Mendes Godinho, estão atualmente a decorrer dois processos distintos, por um lado a reavaliação dos Relatórios de Gestão e Contas da SCML relativos aos anos de 2021 e 2022, e, por outro, uma “avaliação externa e independente à Santa Casa Global, no âmbito do processo de internacionalização de jogos”.

Os dois processos surgem “na sequência da tomada de posse da nova Mesa da SCML”, refere o gabinete da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

A reavaliação dos Relatórios de Gestão e Contas de 2021 e 2022 surge depois da “avaliação profunda” pedida pelo MTSSS para homologar as contas da instituição, e da qual a ministra deu conta em abril numa audição no parlamento, a pedido do PSD, sobre a gestão da SCML.

Fonte do MTSSS explicou que depois de concluída essa “avaliação profunda”, foi pedida à SCML uma reavaliação das contas dos anos de 2021 e 2022, o que está a decorrer.

Em abril, quando a ministra Ana Mendes Godinho foi chamada ao Parlamento para esclarecer as razões por que não tinha homologado as contas da SCML, a governante explicou estar em curso “uma avaliação profunda a todas as rubricas” e justificou a decisão de não homologação com a “grande variação que houve, seja na despesa seja na receita, que implicou uma avaliação e uma análise profunda das contas, até para garantir o futuro […] e garantir a sua sustentabilidade”.

Paralelamente, o MTSSS pediu uma auditoria externa à Santa Casa Global, uma empresa com a participação da SCML, “operadora de lotarias e jogos de apostas orientada para a criação de parcerias internacionais para implementar e gerir operações fora do território português”, cujo despacho data de 12 de junho.

“Com sede em Portugal e apoiada pela vasta experiência dos Jogos Santa Casa, o objetivo da Santa Casa Global é implementar um modelo de negócio socialmente responsável, utilizando tecnologia inovadora para oferecer a melhor experiência aos clientes, adaptando-se às suas necessidades e preferências”, lê-se na página da internet da empresa, que acrescenta que opera atualmente no Peru, Brasil, Moçambique e “a desenvolver o processo de expansão para outros países”.

Em abril, a Santa Casa Global foi escolhida para explorar, em exclusividade, os jogos e as lotarias no estado de Brasília, no Brasil, mas o Tribunal de Contas do Distrito Federal de Brasília suspendeu o acordo com o argumento de que poderia violar a lei local, noticiou a CNN Portugal.

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Transferências para offshores sobem 10% para 7,4 mil milhões em 2022

  • Lusa
  • 1 Julho 2023

As transferências de Portugal para offshores e territórios com tributação especial aumentaram 10% em 2022, para 7,4 mil milhões de euros e mais de um terço deste valor teve por destino a Suíça.

As transferências de Portugal para offshores e territórios com tributação especial aumentaram 10% em 2022, para 7,4 mil milhões de euros e mais de um terço deste valor teve por destino a Suíça, segundo dados publicados pela Autoridade Tributária.

Ao longo do ano passado, e segundo mostram as estatísticas publicadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), um total de 16.141 entidades transferiram dinheiro para países, territórios e regiões que Portugal classifica como tendo um regime de tributação privilegiada mais favorável.

Daquele total, cerca de 8.800 foram efetuadas por pessoas em nome individual e as restantes (cerca de 7.300) por pessoas coletivas.

Em causa estão as transferências e envios de fundos de residentes e não residentes para esta tipologia de territórios e países e que os bancos obrigados a reportar à AT todos os anos através da chamada declaração Modelo 38.

De acordo com estes dados em 2022 o valor das transferências ascendeu a 7.409.492.216 euros, uma subida de 10% face aos 6.698.118.054 reportados em 2021.

À semelhança do que revelavam os dados divulgados há exatamente um ano, também os que hoje foram divulgados indicam que a Suíça é o principal destino destas transferências, tanto por parte de residentes como de não residentes, com os primeiros a terem movimentado para este país 2,54 mil milhões de euros, e os segundos 1,31 mil milhões de euros.

Hong Kong surge — e também sem alterações face ao ano anterior — como o segundo maior destino destas transferências, tendo sido reportados (entre residentes e não residentes) cerca de 1,22 mil milhões de euros.

Seguem-se os Emiratos Árabes Unidos, para onde foram transferidos 533 milhões de euros e Singapura, destino de 441 milhões de euros.

O principal motivo destas transferências é o cash management transfer, que totaliza 3,5 mil milhões de euros.

No total, a concretização destas transferências implicou 109.872 operações, segundo a mesma informação.

A publicação destes dados decorre da lei, que obriga a Autoridade Tributária e Aduaneira a tornar estas transferências públicas.

A informação, segundo uma portaria publicada em 2017, “deverá incluir o número e valor das transferências e envio de fundos efetuados para os destinos previstos”.

O portal das Finanças deve detalhar “a tipologia do sujeito passivo ordenante, autonomizando a informação relativa a contribuintes especiais – não residentes com retenção na fonte a título definitivo (NIFs iniciados por 45 ou 71)”, lê-se na portaria.

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Sánchez chega a Kiev no primeiro dia da presidência espanhola da UE

  • Lusa
  • 1 Julho 2023

O primeiro-ministro espanhol chegou a Kiev para uma reunião com Zelensky no primeiro dia da presidência espanhola da UE e com uma mensagem clara de apoio às aspirações da Ucrânia.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, chegou este sábado a Kiev para uma reunião com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no primeiro dia da presidência espanhola da União Europeia (UE) e com uma mensagem clara de apoio às aspirações da Ucrânia.

Queria que o primeiro ato da presidência espanhola do Conselho da UE fosse na Ucrânia, com Volodymyr Zelensky”, escreveu Sánchez na conta pessoal na rede social Twitter, ao anunciar a sua chegada à capital ucraniana, onde irá dar conta da possibilidade de a Ucrânia poder iniciar este ano as negociações de acesso aos 27.

Transmitirei ao Governo e Parlamento [da Ucrânia] toda a solidariedade europeia. Continuaremos a apoiar o povo ucraniano até que a paz regresse à Europa”, acrescentou o primeiro-ministro espanhol, que publicou um vídeo da chegada de comboio à estação de Kiev.

Numa entrevista concedida na sexta-feira em Kiev a órgãos de comunicação social espanhóis, Zelensky destacou a boa sintonia com Sánchez, agradeceu ao povo espanhol a ajuda militar, económica e humanitária e reconheceu a generosidade da Espanha no acolhimento dos refugiados ucranianos, na maioria mulheres e crianças.

Zelensky reafirmou a esperança de que as expectativas europeias da Ucrânia sejam colocadas no bom caminho já este ano, com uma avaliação positiva de Bruxelas, em outubro, sobre o trabalho de Kiev para se alinhar com as normas da UE, o que permitiria o início das negociações de adesão durante a presidência rotativa de Espanha, que termina no final do ano.

Outra das prioridades a curto prazo da Ucrânia é a cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) em Vílnius, na Lituânia, onde Kiev espera receber um convite formal para aderir à Aliança quando a guerra terminar, questão que irá aproveitar para analisar com o presidente do Governo espanhol.

A Ucrânia é palco de um conflito militar com a Rússia, que invadiu o país em 24 de fevereiro de 2022.

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Arranca este mês o programa de apoio à contratação jovem “Avançar”

Em maio, 70.500 jovens portugueses estavam desempregados, o que corresponde a uma taxa de desemprego jovem de 18,6%. É mais do triplo da registada para os adultos.

O programa de apoio à contratação jovem “Avançar” arranca este mês, com o principal objetivo de atingir 25 mil jovens com contrato permanente e salários de, no mínimo, 1.330 euros. Em maio, 70.500 jovens portugueses estavam desempregados, o que corresponde a uma taxa de desemprego jovem de 18,6%. É mais do triplo da registada para os adultos.

O anúncio da data de início do programa foi feito pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, no último dia de maio, durante a audição na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão.

“Temos de garantir as condições necessárias para atrair e fixar talento. Esta tem de ser uma guerra de todos nós, e, por isso, esta é uma medida forte, com o objetivo de apoiar a contratação dos jovens”, afirmou no final de março, à saída da reunião da concertação social, na qual apresentou o programa aos parceiros sociais.

Defendendo que as medidas vão ao encontro daquele que “deve ser um objetivo comum e transversal — o trabalho digno, valorizado e emprego sustentado, não precário” — Ana Mendes Godinho disse ainda que estão “totalmente alinhadas” com as alterações ao Código do Trabalho (CT), no âmbito da Agenda do Trabalho Digno.

O que prevê o programa

O apoio às empresas no âmbito deste programa pressupõe que o jovem profissional tenha um contrato permanente e um salário base igual ou superior a 1.330 euros, sendo ainda atribuída uma bolsa mensal de 150 euros paga pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) durante um ano. As empresas que contratem jovens sem termo podem, assim, receber um financiamento de entre 8,6 mil euros e 12,4 mil euros, acrescidos de descontos às contribuições.

O programa Avançar tem como objetivo atrair e reter o talento dos jovens qualificados, através da promoção de vínculos laborais mais estáveis, de salários mais altos e da criação líquida de postos de trabalho de jovens qualificados.

Desemprego jovem é mais de três vezes superior ao desemprego entre adultos

Em maio, 70.500 jovens estavam desempregados no país, o que corresponde a uma taxa de desemprego jovem de 18,6%. O valor traduz-se numa subida de 0,5 pontos percentuais (p.p.) face a abril e de 0,1 p.p. relativamente ao período homólogo.

A taxa mais do que triplica a registada para os adultos, que, em maio, se situou nos 5,5%. No caso dos adultos, a taxa compara com os 5,6% de abril e com os 5,2% de maio de 2022. Em maio, havia 268.100 adultos em situação de desemprego.

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Voos em jatos privados começam a pagar taxa de carbono

  • Lusa
  • 1 Julho 2023

Os voos em jatos privados, com capacidade até 19 passageiros, passam a partir deste sábado a pagar uma taxa de carbono de dois euros por passageiro.

Os voos em jatos privados, com capacidade até 19 passageiros, passam a partir deste sábado a pagar uma taxa de carbono de dois euros por passageiro.

De acordo com a portaria publicada em Diário da República em 21 de abril, foi alterado “o âmbito da taxa de carbono por forma a abranger o consumidor de viagens aéreas em aeronaves com capacidade máxima de até 19 lugares“.

Em julho de 2021, o Governo introduziu uma taxa de carbono para os passageiros em viagens aéreas, marítimas e fluviais, no valor de dois euros por pessoa, “como contrapartida pela emissão de gases poluentes e demais externalidades ambientais negativas provocadas por estes meios de transporte”.

Em dezembro do ano passado, foi aprovada uma lei que alargou o âmbito da referida taxa, “determinando a necessidade de o Governo, a partir de julho de 2023, introduzir uma taxa de carbono para o consumidor de viagens aéreas em aeronaves com capacidade máxima de até 19 lugares, com um mecanismo de apuramento baseado na capacidade da aeronave e na distância percorrida pelo voo”.

Trata-se de uma iniciativa apresentada pelo PAN no parlamento, como proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que o Governo acolheu.

Segundo a portaria, a taxa incide sobre o consumidor de viagens aéreas e é cobrada e liquidada “pelo proprietário da aeronave caso esta não esteja a ser operada por outra entidade”, “pelo operador da aeronave nos restantes casos de voos não comerciais” ou “pelas transportadoras aéreas que realizem os voos e procedam à sua comercialização”.

Estão excluídos do pagamento da taxa os voos em aeronaves totalmente elétricas, os serviços de transporte abrangidos por obrigações de serviço público, os voos de Estado, os voos de instrução, os voos de emergência médica realizados no quadro do sistema integrado de emergência médica, os voos de busca e salvamento e as descolagens na sequência de aterragens por motivos de ordem técnica, meteorológica ou contingência similar.

As receitas relativas à taxa de carbono são transferidas pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) para o Fundo Ambiental.

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Novas tarifas de acesso entram hoje em vigor. O que muda na fatura da eletricidade?

O regulador fez uma revisão excecional das tarifas de acesso que não provocará mudanças no mercado regulado, mas que poderá trazer mexidas para os clientes no mercado livre. Saiba o que muda.

Julho vai arrancar sem alterações nos preços da luz no mercado regulado. A decisão acontece depois de a Entidade Regulador dos Serviços Energéticos (ERSE) ter decidido rever, de forma excecional, as tarifas de acesso às redes, uma das componentes da fatura da eletricidade paga por todos os consumidores, quer estejam no mercado livre, quer ou no regulado. Mas mexeu também na tarifa da energia, o que equilibrou, e permitiu que os preços se mantivessem.

Segundo a ERSE, a alteração acontece depois de a entidade ter anunciado, em abril, que verificou um desvio acentuado entre as suas previsões de preço no mercado grossista e os preços reais que foram praticados e que, para evitar um desequilíbrio das contas, iria proceder a uma correção excecional nas tarifas de acesso.

Na nota divulgada naquele mês, o regulador explicava que “face ao preço médio de 2022, os consumidores observam, em 2023, um acréscimo de 1,0% no preço de venda final”, realçando que “este acréscimo é inferior ao previamente anunciado para este ano, de 3,3%, devido à redução que as tarifas de venda a clientes finais observaram em abril de 2023”.

Desta forma, explicou a ERSE, “a presente proposta de fixação excecional das tarifas, que visa adequar a tarifa de energia e as tarifas de acesso às redes às atuais condições de mercado, é fundamental para assegurar a estabilidade tarifária face ao contexto de volatilidade e incerteza na evolução dos preços nos mercados grossistas de eletricidade e de gás natural”, adiantou.

Face a esta decisão, o regulador conclui que o preço da eletricidade, a partir de julho, não iria sofrer alterações. Já no mercado livre, a realidade poderá não ser a mesma uma vez que a tarifa de energia é determinada por cada comercializador.

Desta forma, a fatura média mensal em julho continuará a ser de 36,62 euros para o típico casal sem filhos (com uma potência de 3,45 kVA e um consumo de 1.900 kWh por ano). Para um casal com dois filhos – potência 6,9 kVA, consumo 5.000 kWh por ano –, a fatura deverá ser de 92,43 euros.

Mas o que significa, na prática, esta alteração? No sentido de esclarecer eventuais dúvidas, a ERSE elaborou um conjunto de perguntas e respostas para explicar os efeitos desta decisão e como se irão refletir na fatura preço da eletricidade a partir de hoje.

A que se deve a revisão das Tarifas de Acesso às Redes?

A ERSE fez uma previsão para as tarifas de 2023, que contemplava um benefício para o sistema elétrico, associado à remuneração da produção em regime especial (renováveis) e ao Contrato de Aquisição de Energia (CAE) da Turbogás, e que se traduziu em TAR negativas. Mas nessa altura previu um benefício maior do que aquele que se prevê agora.

Com uma menor subida dos preços da energia no mercado grossista (MIBEL- Mercado Ibérico de Eletricidade) que, entre janeiro e maio de 2023, foi de 88,3 euros por MWh, face ao previsto pela ERSE de 179,3 euros por MWh, perspetiva-se que, em 2023, o benefício para o sistema elétrico seja menor, traduzindo-se em TAR menos negativas.

As TAR, agora fixadas pela ERSE, mantêm-se negativas em Muito Alta Tensão (MAT) e em Alta Tensão (AT), tornando-se ligeiramente positivas nos restantes níveis de tensão. Na Baixa Tensão Normal (BTN), onde se encontram os consumidores domésticos, a TAR passa de – 7,04 cêntimos por kWh, em janeiro, para 0,95 cêntimos por kWh, em julho. Encarecem.

Todos os clientes, em mercado regulado e liberalizado, beneficiaram no primeiro semestre de 2023 de TAR negativas, o que permitiu mitigar o acréscimo de preços no mercado grossista, mas importa repor gradualmente o nível tarifário normal. Felizmente, esta não é a única componente que mexe com os preços, e as tarifas de energia vieram compensar estes aumentos.

O que é a tarifa de Energia e qual a sua importância nesta revisão excecional de tarifas?

A tarifa de Energia está incluída nos preços finais pagos pelos consumidores que se encontram no mercado regulado. Logo, condiciona os preços finais praticados pelo comercializador do mercado regulado, o chamado Comercializador de Último Recurso, como é o caso da SU Eletricidade, cujas tarifas são fixadas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.

“A fixação excecional das tarifas visa adequar a tarifa de Energia às novas condições de mercado, evitando igualmente que haja desvios a pagar por todos os consumidores nos anos seguintes”, explica a ERSE.

Desta forma, para os consumidores domésticos que permaneçam no mercado regulado, ou que, estando no mercado livre, tenham optado por tarifa equiparada, há uma redução da tarifa de Energia em BTN, que permite compensar o acréscimo das tarifas de Acesso às Redes e, por esse motivo, as tarifas de Venda a Clientes Finais em BTN não sofrem qualquer alteração.

O que são as Tarifas de Acesso às Redes e qual a sua importância nesta revisão excecional de tarifas?

As TAR, fixadas pela ERSE, são pagas por todos os consumidores pela utilização das infraestruturas de redes (transporte e distribuição de eletricidade) e tem impacto nos preços finais praticados por todos os comercializadores, quer estes aumentem ou baixem as suas componentes de energia.

O que aconteceria se a ERSE não revisse as tarifas de Acesso às Redes?

A ERSE considera que, caso não tivesse feito a revisão das TAR, “criaria um desvio tarifário a recuperar por todos os consumidores nos exercícios tarifários futuros”.

Que impactos é que esta fixação excecional de tarifas vai ter nos consumidores do mercado regulado?

Para os consumidores domésticos que permaneçam no mercado regulado (969 mil clientes que representavam 6,7% do consumo total em abril) ou que, estando no mercado livre, tenham optado por tarifa equiparada, as tarifas de Venda a Clientes Finais em BTN não sofrem qualquer alteração. “O acréscimo da TAR é compensando por uma redução da tarifa de Energia”, assinala a ERSE.

E os consumidores em mercado livre?

Os preços no mercado grossista de eletricidade têm vindo a descer, pelo que os comercializadores em mercado livre poderão ajustar as suas ofertas no mesmo sentido. Por exemplo, comercializadoras como a Galp ou a Iberdrola já anunciaram descidas nos preços das tarifas da energia (e não do preço final, para o qual não avançaram estimativas) a partir de julho.

E para os que, estando também no mercado livre, optaram por tarifas indexadas?

Os preços das ofertas indexadas estão dependentes dos preços praticados nos mercados grossistas diários (spot), como o OMIE, pelo que podem estar sujeitas a grandes oscilações de preços nas faturas dos consumidores.

Quando os preços em mercado grossista descem, os preços das ofertas indexadas também baixam, com benefício económico para os consumidores. “No entanto, com os preços em mercado grossista a aumentarem, também os preços das ofertas indexadas sobem”, indica o regulador. Assim, a ERSE recomenda que os consumidores com contratos indexados acompanhem a evolução dos preços nos mercados grossistas, e façam as suas escolhas em função disso.

Apesar de alguns comercializadores estarem a anunciar descidas no preço da energia, é possível que a fatura suba? Porquê?

No mercado liberalizado, os preços a pagar pelos clientes dependem da política comercial de cada comercializador.

Desta forma, “caso as anunciadas descidas na componente de Energia não compensem o acréscimo das tarifas de Acesso às Redes, é possível que o preço final a pagar pelos consumidores possa subir a partir de 1 de julho”, explica o regulador.

O que podem fazer os consumidores em mercado livre, caso a sua fatura suba a partir de julho?

O regulador recomenda que os consumidores “estejam atentos às diversas ofertas disponíveis no mercado” e que recorram ao simulador da ERSE para as comparar, seja no mercado regulado ou no liberalizado.

“Se encontrarem uma melhor oferta de mercado devem mudar de comercializador”, sublinha a ERSE, recordando que o processo de mudança de comercializador de eletricidade “é simples e gratuito”, não havendo qualquer número máximo de mudanças estabelecido.

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