BE apresenta pacote de 14 propostas para combater crise na habitação

  • Ana Petronilho
  • 19 Junho 2023

Criar o programa “Habitar para Arrendar”, que permite “às famílias que não conseguem pagar a sua prestação vender a sua hipoteca para um fundo público", é uma das propostas apresentadas.

Para combater e travar os atuais preços “exorbitantes” na habitação, que cada vez mais são “inacessíveis para a maioria” dos portugueses que vivem nas cidades, o Bloco de Esquerda apresentou um pacote de 14 medidas que, acredita, iriam permitir “reduzir” os valores das casas.

As propostas dos bloquistas foram apresentadas no mesmo dia em que termina o prazo para que os partidos submetam no Parlamento propostas de alteração ao pacote Mais Habitação do Governo, que foi aprovado na generalidade a 19 de maio.

Desde logo, a coordenadora do partido, Mariana Mortágua, defende que é necessário “garantir que 25% da nova construção seja para arrendamento acessíveis” e “temos de rejeitar a ideia que existe de construir bairros nas periferias das grandes cidades para pessoas pobres, deixando os centros para turistas, para estrangeiros ricos ou para pessoas com mais poder de compra”.

Para “combater a especulação imobiliária e proteger o direito constitucional à habitação”, o BE quer “proibir a venda de casas a não-residentes” à semelhança do que acontece, por exemplo, no Canadá, tendo em conta que os portugueses “estão a competir no mercado com estrangeiros que vivem em Portugal com rendimentos altíssimos”, alerta Mariana Mortágua, que diz que “em média um não residente paga mais 95%” face ao “que um residente consegue pagar”.

Além disso, os bloquistas defendem que o fim dos vistos gold e limites às novas rendas sejam aplicados com efeito retroativo a 16 de fevereiro, quando foram anunciados, e não apenas a partir da data da publicação da lei.

Em linha com estas medidas, os bloquistas querem ainda “acabar com os benefícios e isenções fiscais para residentes não-habituais”, que consideram ser “estapafúrdios”, pondo fim a “uma injustiça face aos restantes residentes e que pressiona os preços do mercado” e que “custam ao país mil milhões de euros por ano”. Neste campo, o BE defende a “eliminação dos benefícios fiscais atribuídos aos fundos de investimento imobiliário” e a “limitação dos benefícios em sede IMI e IMT aos imóveis alvo de reabilitação urbana que se destinem à habitação própria e permanente ou ao arrendamento para habitação própria”.

Para responder à subida da inflação, o BE defende o alargamento para oito anos o prazo de isenção do IMI “sempre que os imóveis sejam destinados à habitação própria permanente”.

Além disso, Mariana Mortágua sugere que seja criado um limite à variação da taxa de esforço no crédito à habitação, limitando “as variações da taxa de esforço a 2 pontos percentuais face à média de 2021, com limite máximo de 50%” e “responsabilizar as instituições financeiras para renegociar os spreads e restantes condições”.

BE propõe programa que converte em inquilinos os proprietários em dificuldades

Os bloquistas querem ainda criar o programa “Habitar para Arrendar” que permite “às famílias que não conseguem pagar a sua prestação vender a sua hipoteca para um fundo público”, que passa a ser “o responsável por pagar a hipoteca e arrenda a casa à família” proprietária, que, desta forma, se mantém na morada. A “aquisição das hipotecas por este fundo de natureza pública, a pedido do devedor, arrendando ao mutuário originário, por prazo indeterminado e por um preço compatível com o seu rendimento”, refere ainda a proposta do BE que frisa que esta medida está a ser aplicada na Escócia e que “tem bons resultados”.

Mariana Mortágua defende ainda que se deve “acabar com as penhoras de primeira habitação, exceto quando a sua execução se destine ao pagamento da hipoteca” sendo que nestes casos, deve ficar garantido “o direito do devedor a optar unilateralmente pela dação em cumprimento, entregando o imóvel ao banco a troco da extinção total da dívida”.

Para o setor no turismo, o Bloco de Esquerda defende uma “moratória a novos empreendimentos turísticos” propondo “que, até setembro de 2030, seja suspensa a emissão de títulos de empreendimentos turísticos”.

Tal como o Governo, os bloquistas também querem aplicar regras para limitar o alojamento local mas defendem que se deve “reduzir o período de licenças de para dois anos”, enquanto que o Governo prevê a renovação das licenças a cada cinco anos. O partido liderado por Mariana Mortágua defende também que neste setor se deve “limitar as renovações de AL a 5% por freguesia em todo o país para cumprir os limites das zonas de contenção”, sendo que os municípios poderiam “regular valores superiores até 15% por zona de contenção” e “dar prioridade às renovações aos pequenos proprietários”.

Para o mercado do arrendamento, os bloquistas querem que os contratos de arrendamento acessível tenham a duração mínima de cinco anos e querem tirar competências aos municípios para “atribuir à AT competência para identificar casas devolutas e agravar o seu IMI para garantir a sua utilização”. O partido quer também “reconhecer os contratos de arrendamento não-escritos” através de um mecanismo que passa por permitir “ao inquilino intimar o senhorio a regularizar a situação de existência do contrato de arrendamento” ou “usar a injunção como meio para reconhecer o contrato de arrendamento”.

Durante a apresentação das propostas, Mariana Mortágua exibiu vários exemplos de preços de mercado que estão em sites de imobiliárias, onde se vê que um T0 em Alfama, remodelado com uma área de 48 metros quadrados tem um preço de 850 mil euros. Ou um T1 em Santo António, junto à Avenida da Liberdade, com 37 metros quadrados custa 495 mil euros. “É uma sala vendida por 500 mil euros em Lisboa”, frisa a coordenadora do BE que salienta que “um professou ou um médico não consegue pagar uma casa em Portugal”.

Algumas destas propostas do BE – como o travão a compra de casas por não residentes ou o limite à variação na taxa de esforço no crédito à habitação, por exemplo – já foram discutidas e votadas em plenário, tendo sido chumbadas pelo PS.

Questionada sobre os apoios à renda, Mariana Mortágua diz que apesar de importantes, porque as pessoas estão desesperadas, esta medida “não é suficiente” porque não cria uma resposta estrutural do Governo para baixar os preços para valores “razoáveis” acompanhados por “salários decentes”.

“Os subsídios não são suficientes, mas independentemente disso, o que as pessoas querem, mais do que um subsídio do Estado, é uma casa que possam pagar com o seu salário e isso significa casas a preços razoáveis e salários decentes”, frisou Mariana Mortágua.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal é o terceiro país da União Europeia com mais dívida pública detida pelas famílias

Apesar do interesse dos particulares pelos títulos de dívida pública, Portugal é apenas o 12.º entre 26 países da União Europeia com maior percentagem da sua dívida na posse de residentes.

Há muito tempo que Portugal não agregava na mão dos particulares uma quantia tão avultada da dívida pública. No final do ano passado, as famílias detinham 35,8 mil milhões de euros aplicados em títulos de dívida pública – maioritariamente em Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro.

Trata-se de um valor 8% acima dos 33,1 mil milhões de euros registados em 2021, mas apenas 3,3% superior ao montante contabilizado em 2019.

Segundo dados do Eurostat divulgados esta segunda-feira, as famílias portuguesas detinham 13,1% da dívida pública nacional no final do ano passado. Entre os 26 países da União Europeia (UE) que o gabinete de estatística da UE recolheu dados, apenas a Hungria e Malta registaram uma percentagem maior de dívida pública nas mãos dos particulares.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Para Portugal, esta posição no contexto europeu não é propriamente nova. Desde pelo menos 2019 que é, sistematicamente, o terceiro país da UE com mais dívida nas mãos dos particulares. Em 2019 até apresentava uma percentagem maior: 13,8% da dívida nacional era detida por famílias.

Segundo dados do IGCP, o peso dos particulares no contexto da dívida pública tem inclusive vindo a aumentar no último ano, muito por conta da corrida aos Certificados de Aforro. Os últimos dados divulgados pela Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública apontavam para que, em abril, 15% da dívida direta do Estado estava entre os pequenos aforradores.

Apesar deste interesse por parte das famílias, Portugal é atualmente apenas o 12.º país com maior percentagem da sua dívida pública detida por residentes. Segundo o Eurostat, no final do ano passado, 55,3% dos títulos de dívida eram detidos por particulares e empresas (financeiras e não financeiras) residentes em Portugal, cerca de 1,6 pontos percentuais acima da média dos países da UE.

O líder deste ranking é a Suécia que, dos 351,5 mil milhões de euros de dívida pública, tem 85% deste montante na posse de residentes e apenas 15% da dívida fora de portas. No canto oposto está o Chipre, que tem apenas 6,8% do stock total da sua dívida colocado internamente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BBVA descarta remunerar depósitos enquanto tiver excesso de liquidez

  • ECO
  • 19 Junho 2023

Também a banca espanhola tem sido criticada por não aumentar os juros dos depósitos. Líder do BBVA diz que situação manter-se-á enquanto persistir o excesso de liquidez.

O banco espanhol BBVA não irá melhorar a remuneração dos depósitos enquanto tiver excesso de liquidez, disse esta segunda-feira o presidente da instituição, Carlos Torres.

“Enquanto persistir o excesso de liquidez, a situação atual vai continuar”, declarou Carlos Torres citado pelo Expansión (acesso pago, conteúdo em inglês).

O responsável rejeitou que haja problemas de concorrência no setor bancário espanhol, como tem sido apontado pelo supervisor. Contudo, no que diz respeito às taxas de juro dos depósitos, Torres disse que, enquanto há bancos que já oferecem taxas de juro mais altas, “aqueles que têm excesso de liquidez não precisam” de aumentar a remuneração das poupanças das famílias.

O banqueiro lembrou que o BBVA disponibiliza alternativas “muito atrativas” para os seus clientes através da sua oferta de fundos de investimento, por exemplo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dentsu Creative e Meo vão trazer dois leões do Festival de Cannes para Portugal

A This is Pacifica ganha prata em Design. A Dentsu Creative ganha ainda um bronze com Jardins Sonoros em Design e é provável que traga prémio com o The Everything Book, em colaboração com a DC Dubai.

A campanha “Não esquecemos os Direitos Humanos”, da Dentsu Creative para a Meo e Amnistia Internacional, vai ganhar (pelo menos) dois leões no Festival de Criatividade de Cannes, sabe o +M.

Ao que o +M apurou, o trabalho lançado antes do Mundial do Qatar e que pretendeu alertar para a violação dos Direitos Humanos na preparação da prova vai ganhar um ouro e também um bronze em Entertainment Lions For Sport.

Nesta categoria, o trabalho “Não esquecemos os Direitos Humanos” chegou à shortlist em Sports Live Experience, Fan Engagement / Distribution Strategy e também em Social Behaviour & Cultural Insight, e vai receber prémio em duas.

No total, e até agora, o trabalho desenvolvido pela agência liderada por Tomás Froes e Lourenço Thomaz para a Meo chegou à shortlist em seis categorias.

Em Design também há dois leões para Portugal, sabe + M. Nesta categoria o The Unimaginable Return, da Dentsu Creative para o Jardim Sonoro, chegou a shortlist em Poster e Brick Book”, da This is Pacifica para a Primosfera, é finalista em Books.

Ao que apurou o +M, o trabalho da This is Pacifica vai ganhar uma prata e o trabalho da Densu Creative ganha um bronze.

Contactados, os responsáveis da Dentsu Creative e da This is Pacifica não confirmaram estes resultados.

Com 184 trabalhos inscritos no festival de criatividade de Cannes, Portugal tem até ao momento 19 trabalhos em shortlist.

Estes resultados vão ser oficializados esta terça-feira, quando forem divulgados os vencedores destas duas categorias.

Para além da Denstu Creative e da This is Pacifica, também a Lola Normajean, a Leo Burnett, a FCB e a Bar Ogilvy têm trabalhos em shortlist.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Buondi organiza talk a 28 de junho sobre benefícios do surf na saúde mental

João Francisco Lima, José Mata, João Kopke, Marta Paço, Wave by Wave e SURFAddict juntam-se numa talk sobre os benefícios do surf para a saúde mental. O evento decorre na Caparica.

A Buondi vai promover pela primeira vez a talk “Buondi Surf é Terapia”, com o objetivo de incentivar a prática deste desporto como um benefício para a saúde mental. O evento acontecerá a 28 de junho, pelas 17h00, no Bar Pé Nu BeachClub, na praia de São João da Caparica.

“Estamos entusiasmados com o evento ‘Buondi Surf é Terapia’, pois acreditamos no poder do surf para ajudar a combater questões ligadas à saúde mental e queremos partilhar essa mensagem importante com a comunidade. É com muito orgulho que assumimos o compromisso com este tema que está na ordem do dia. Enquanto marca, sentimos o dever de dar palco a estas temáticas e de as desmistificar. A saúde mental é uma preocupação crescente na sociedade atual, e podermos fazer a diferença nesse campo é muito gratificante”, afirma Teresa Ferreira, brand manager da marca Buondi.

A talk “Buondi Surf é Terapia” contará com a participação de cinco oradores: José Mata (ator), João Kopke (surfista profissional), Teresa Abraços (presidente da SURFaddict), Marta Paço (bicampeã mundial de surf adaptado) e Ema Shaw Evangelista (psicóloga clínica e fundadora da Wave by Wave). João Francisco Lima, um jovem com um papel ativo na consciencialização e promoção da saúde mental, será o moderador.

O evento é gratuito e aberto ao público, sujeito à disponibilidade de espaço. A talk será também transmitida em live na página de Instagram da Buondi.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vários hotéis do Porto esgotados ou quase completos para as festas do São João

  • Lusa
  • 19 Junho 2023

A festa do São João do Porto, na noite de sexta-feira, está a esgotar vários hotéis na cidade e arredores que registam taxas de ocupação entre 90% e 100%, consolidando valores idênticos ao pré-Covid.

A festa do São João do Porto, na noite de sexta-feira, está a esgotar vários hotéis na cidade e arredores que registam taxas de ocupação entre 90% e 100%, consolidando valores idênticos à pré-pandemia.

A agência Lusa contactou esta segunda-feira algumas unidades hoteleiras do Porto e, no hotel M.ou.co, um quatro estrelas em Bonfim (Campanhã), a noite de São João está esgotada e a ocupação no fim de semana que se segue está acima dos 90%, avançou Patrícia Fernandes. “Em termos de alojamento, estamos completos na noite de S. João”.

Questionada sobre qual a nacionalidade dos hóspedes, Patrícia Fernandes adiantou que os nacionais correspondem a um terço da ocupação para o S. João, enquanto os hóspedes internacionais são, maioritariamente, de nacionalidade inglesa, espanhola e francesa.

O arraial que está a ser preparado no M.ou.co vai oferecer caldo verde com chouriço, sardinha e entrecosto assado na brasa e, para sobremesa, haverá, pudim abade de priscos, pão-de-ló e sericaia.

No Moov Hotel Porto Centro, na praça da Batalha, bem no centro histórico da cidade do Porto, o fim de semana do feriado de São João também está quase a bater nos 100% de ocupação.

“Prevíamos que a taxa fosse elevada uma vez que, há um mês, já tínhamos um nível de ocupação muito elevado, com um grande número de quartos preenchidos”, disse à Lusa João Pereira, do departamento Comercial e de Vendas dos hotéis Moov.

Segundo o responsável, a maioria dos hóspedes que vão ali celebrar são de nacionalidade espanhola, francesa, norte-americana e inglesa, enquanto que o mercado nacional interno no período deste feriado portuense tem pouca expressão.

No Neya, um hotel de quatro estrelas localizado junto ao edifício da Alfândega, a taxa de ocupação está perto dos 90% tanto para a noite festiva de 23 de junho, como para o fim de semana, adiantou à Lusa diretora de operações daquela unidade hoteleira, Cláudia Abreu.

O hotel está a preparar um programa especial para oferecer aos seus clientes uma experiência de São João “numa localização privilegiada” com um menu especial de São João.

“Preparámos dois ambientes distintos para as celebrações de São João. Um verdadeiro arraial com música e decoração típica, servido no nosso Claustro com as típicas sardinhas e bifanas grelhadas ao momento”, e “um jantar no restaurante”, ambos com acesso ao bar no último piso do hotel, que apresenta vista rio e onde se poderá apreciar o tradicional fogo-de-artifício à meia-noite.

No hotel The Yeatman, no concelho de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, a taxa de ocupação para os dias 23 e 24 de junho está “elevada”, prevendo-se que aquela unidade hoteleira de cinco estrelas fique completa, embora ainda estejam a aceitar “algumas reservas de última hora”, explicou a diretora-geral, Mónica Gonçalves.

“Comparativamente aos anos anteriores, a ocupação está alinhada e a seguir a sua tendência habitual, uma vez que o São João, a par da época de Fim de Ano, é dos períodos do ano em que contamos com mais hóspedes. A exceção foi apenas em 2020, devido à pandemia e às medidas de confinamento que estavam, na altura, em vigor”, disse.

Segundo Mónica Gonçalves, as principais nacionalidades de hóspedes, no que toca à estadia para o São João, são, sobretudo, norte-americana e britânica.

Tendo em conta os dois jantares que o The Yeatman propõe para a noite de São João, existe uma predominância do mercado nacional, dado que a proposta é a de desfrutar desta efeméride longe da azáfama da cidade, mas no centro da festa.

Também nos hotéis PortoBay Flores e PortoBay Teatro, ambos na Baixa do Porto, as noites de 23 para 24 de junho estão quase completas, com 94% e 93% da taxa de ocupação, respetivamente, avançou Dora Câmara, funcionária daquela cadeia hoteleira.

“Tanto no PortoBay Flores, como no PortoBay Teatro temos clientes estrangeiros nessas datas, sendo que as nacionalidades com maior percentagem são americanos e ingleses”, referiu.

O programa das festividades de São João no Porto inclui concertos a partir das 22h00 de Emanuel e de Cláudia Martins & Minhotos Marotos, no Largo do Amor de Perdição, enquanto nos jardins do Palácio de Cristal atuará Miguel Araújo e o grupo Fogo Fogo. O espetáculo de fogo-de-artifício que marca a noite da maior festa do Porto terá a duração de 16 minutos e será lançado das margens do rio Douro e de barcaças.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa foi a Budapeste convidado pela UEFA. Sentou-se ao lado de Orbán por protocolo

  • Joana Abrantes Gomes
  • 19 Junho 2023

Por ficar na rota de Chisinau, capital da Moldova, o primeiro-ministro fez escala em Budapeste e assistiu ao encontro que opôs Roma e Sevilha a convite do presidente da UEFA.

O primeiro-ministro justificou esta segunda-feira a paragem na Hungria para assistir à final da Liga Europa, que se realizou a 31 de maio, ao lado do homólogo húngaro, Viktor Orbán. Em comunicado, António Costa indica, através do seu gabinete, que fez escala em Budapeste, quando estava a caminho de Chisinau (Moldova) para participar na II Cimeira da Comunidade Política Europeia, aproveitando assim o convite do presidente da UEFA para assistir ao jogo.

Tendo concluído atempadamente os seus compromissos oficiais em Portugal, e situando-se Budapeste na rota para Chisinau, o primeiro-ministro teve oportunidade de fazer uma escala nessa cidade, correspondendo ao convite que lhe tinha sido endereçado pelo presidente da UEFA para assistir ao jogo da final da Liga Europa”, lê-se na nota.

António Costa respondeu ainda às críticas por ter assistido ao jogo na tribuna de honra ao lado do primeiro-ministro da Hungria, apontando que se tratou do “tratamento protocolar” por parte da UEFA e que “mantém, naturalmente, relações de trabalho” com Viktor Orbán.

Como noticiou o Observador na sexta-feira, a deslocação a Budapeste não constava na agenda pública do chefe de Governo. O Presidente da República chegou a confirmar, em declarações à RTP, que teve conhecimento prévio da paragem de António Costa em Budapeste para assistir à final da Liga Europa, mas alegou que o primeiro-ministro queria “dar um abraço a José Mourinho”, treinador português atualmente no Roma.

No sábado, Marcelo Rebelo de Sousa disse não ver qualquer “problema político específico” na escala do primeiro-ministro na Hungria, sublinhando que os dois países são aliados na União Europeia. “A Hungria é um estado da UE. [Viktor Orbán] é um primeiro-ministro da UE. Podemos concordar ou discordar dele nas migrações, na política económica e social e em muita coisa, mas faz parte do grupo de países que são nossos aliados naturais na UE”, afirmou.

(Notícia atualizada às 12h47)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Aicep analisa mais de 100 projetos de investimento que ascendem a 15 mil milhões

Nova administração tem um longo caderno de encargos que passa por preparar a agência para os desafios que terá no próximo triénio, redefinir rede externa e reforçar o modelo de fileiras.

A Aicep está a analisar mais de 100 projetos de investimento que ascendem a 15 mil milhões de euros e com potencial de criação de 33 mil novos postos de trabalho, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros na sessão pública de apresentação dos objetivos para o novo mandato da Aicep.

“Temos hoje mais de 100 projetos de investimento em acompanhamento, estimados em cerca de 15 mil milhões de euros e com um potencial de criação de mais de 33 mil novos postos de trabalho”, disse João Gomes Cravinho, na abertura do encontro.

A nova administração, que está em funções desde o início do mês, tem um longo caderno de encargos que passa por preparar a agência para os desafios que terá no próximo triénio, nomeadamente, através da redefinição da rede externa, lançar um novo ciclo de atração de investimento produtivo e capacitar mais empresas para que possam apostar na internacionalização.

A rede externa da Aicep está bastante concentrada no espaço europeu e a ideia é diversificar para permitir que as empresas possam diversificar os seus mercados”, explicou aos jornalistas o secretário de Estado da Internacionalização. “Isto significa rever a rede para ver onde temos de estar para que as empresas também possam estar. Há mercados que estão fora do UE com o qual a União tem parcerias e que temos de reforçar”, explicou Bernardo Ivo Cruz, dando como exemplo o Canadá ou a Coreia do Sul, “onde é necessário ter mais presença”. “Não pomos de parte fechar ou abrir”, disse o responsável.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho (C-D) acompanhado pelo ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva (D), e pelo novo presidente da AICEP, Filipe Santos Costa (C-E) durante a apresentação dos objetivos para o novo mandato da AICEP, em Lisboa, 19 de junho de 2023.RODRIGO ANTUNES/LUSA 19 junho, 2023

O novo presidente da Aicep explicou, por seu turno, que nos mercados, que por razões políticas se fecharam aos fluxos de investimento e comércio internacional, “é preciso, pelo menos suspender a presença de Portugal, para não despender recursos do erário público sem consequência”. Já o reforço de presença será feito “nos mercados prioritários” — “onde vemos maior potencial para a Aicep angariar investimento produtivo para Portugal”. Filipe Santos Costa enumerou os Estados Unidos, Espanha, França Alemanha, Reino Unido, Itália, países nórdicos e “os mercados cada vez mais relevantes da Ásia”. “Estamos a pensar sobretudo no conjunto dos países da ASEAN, ou seja Sudeste Asiático e alguns países do Médio Oriente”, precisou.

“Temos de ver para onde as empresas querem e precisam ir, por um lado e, por outro, e onde não estando ainda no radar das empresas nos parece útil e importante estar para as empresas terem nos seus modelos de internacionalização”, acrescentou, precisando que este modelo de reestruturação da rede “ainda não está fechado”. Ou seja, está em estudo onde a Aicep tem de estar e onde está mas não faz tanta falta, explicou ainda o secretário de Estado da Internacionalização, recordando que os recursos são finitos e é necessário fazer uma boa gestão dos recursos da agência.

Para atingir uma nova meta, que ainda está em definição, mas que se quer realista (depois de ter atingido o ano passado o objetivo estabelecido para 2026 de as exportações terem um peso de 50% no PIB), Bernardo Ivo Cruz, no seu discurso, sublinhou que Portugal terá de:

  • Aprofundar os mecanismos de atração e retenção de investimento em Portugal, criando as condições necessárias para a atração de investimento produtivo
  • Reorganizar a forma como a Aicep interage as PME exportadores consolidando o modelo das fileiras, que permitirá estabelecer mecanismo de colaboração entre as empresas cuja oferta seja complementar e que possam apoiar de forma integrada reforçando a sua capacidade competitiva em mercado externos. Um objetivo que não significa uma reorganização das funções do IAPMEI e da AICEP, mas apenas um trabalho mais estreito e complementar.
  • Dinamizar a dimensão regional da atração de IDE e da internacionalização, em “articulação estreita” com as CCDR, as CIM e as câmaras municipais para criar as melhores condições para a atração de investimento estruturante, identificando e apoiando os bons projetos;
  • Estabelecer diferentes níveis de serviço tendo em conta o grau de maturidade e a experiência de internacionalização das empresas, incluindo mecanismos de formação para empresas que ainda não tenham presença internacional.
  • Repensar a rede externa da Aicep de acordo com critérios objetivos e de eficiência, identificando os mercados de maior potencial e com maior capacidade de resposta.
  • Reforçar “de forma substantiva” o relacionamento entre a Aicep e as Confederações e Associações Empresariais, Câmaras de Comércio Portuguesas no estrangeiro e Câmaras de Comércio estrangeiras em Portugal, que marcaram uma forte presença na sessão.
  • Assumir que a atração de talento é uma parte integrante da atração de investimento e internacionalização das empresas, “em colaboração com universidades e entidades do sistema científico e tecnológico”.
  • Integrar as questões ambientais e sociais de boa governança na atividade económica das PME exportadoras, nomeadamente as exigências de compliance ESG para acesso a financiamento, integração nas cadeias de valor globais e na relação com os consumidores.
O novo presidente da AICEP, Filipe Santos Costa, discursa durante a apresentação dos objetivos para o novo mandato da AICEP, em Lisboa, 19 de junho de 2023RODRIGO ANTUNES/LUSA

Aicep está a trabalhar em vários dossiers

O novo presidente da Aicep, avançou aos jornalistas que a agência está “a trabalhar um conjunto de grandes dossiers de investimento”. “Temos em curso uma série de investimentos como já há muito tempo não havia em Portugal: a começar pelos gases renováveis, projetos de hidrogénio e amónia verde, metanol e outros produtos derivados. Em cima desses projetos temos outros, derivados de indústria descarbonizada e aí posso destacar indústria metalúrgica, dos plásticos e toda a fileira dos veículos elétricos e um novo tipo de investimento”, acrescentou Filipe Santos Costa.

São investimentos na casa dos dois ou três milhões de euros muito focados na descarbonização, com recurso a energias renováveis, ou quando é necessária uma maior intensidade energética com recursos ao hidrogénio verde, reciclagem e circularidade, uma nova geração de indústria verde”, afirmou.

Nova administração AICEP é composta por Luís Rebelo de Sousa, Isabel Tenreiro, Filipe Santos Costa, Cristina Pucarinho e João Noronha LealRodrigo Marques - AICEP

A Aicep está a trabalhar para “atrair investimentos em estações de cabos submarinos, em data centres e centros de competência, desenvolvimento de software ou outro centos de competências partilhadas das grandes indústrias automóveis, que vêm para Portugal porque oferece as condições do ponto de vista infraestruturais e mão-de-obra muito qualificada”, avançou o sucessor de Luís Castro Henriques, cujo trabalho foi amplamente elogiado por todos os intervenientes numa sessão que contou com mais de cem participantes.

O que temos em cima da mesa em termos de grandes investimentos potenciais são cerca 39 a 40 projetos que, no seu total, somariam um potencial de investimento em torno dos 25 mil milhões de euros”, precisou o responsável.

Filipe Santos Costa considera que com as medidas de simplificação do licenciamento ambiental e empresarial, incluindo a alocação de solos; dar mais apoios financeiros aos investimentos produtivos, quer os desenvolvidos pelas PME quer os desenvolvidos pelas grandes empresas (indústria, economia de dados e de logística); e dar respostas às necessidade de eletrificação da economia “será possível corresponder ao desafio de atrair para Portugal um conjunto de investimentos estratégicos e estruturantes”.

(Notícia atualizada com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Parlamento volta a discutir medidas para o alojamento local

  • Ana Petronilho
  • 19 Junho 2023

Profissionais do AL entregaram uma petição que colheu 21.325 assinaturas, garantindo que o tema volte a ser discutido em plenário. Setor reclama seis alterações as propostas do Governo.

A Assembleia da República vai voltar a discutir propostas que são reclamadas pelos profissionais do alojamento local para alterar as regras previstas no pacote Mais Habitação para o setor.

Os profissionais do setor submeteram, na passada quarta-feira, a petição “Não deixamos matar o AL e a economia local” que colheu 21.325 assinaturas, garantindo que o tema volte a ser discutido em plenário. De acordo com o regimento em vigor, todas as petições que sejam subscritas por mais de 7.500 cidadãos são discutidas obrigatoriamente em plenário e o agendamento da discussão tem um prazo máximo de 30 dias.

No documento da petição que “resulta da preocupação das pessoas que trabalham em alojamento local, bem como das atividades conexas que dele dependem”, constam seis propostas que os peticionários esperam virem a ser acolhidas pelos partidos para que resultem em iniciativas legislativas de forma a serem votadas em plenário.

Desde logo, os peticionários têm como “principal proposta” a “eliminação liminar” da nova contribuição extraordinária sobre o alojamento local, dizendo que esta taxa vai pôr em risco a atividade de cerca de 70 mil operadores e “levará as famílias à ruína”. Os profissionais do AL defendem que se trata de “uma dupla tributação, considerada abusiva e que tornará inviável a manutenção do negócio em todas as zonas, conduzindo ao encerramento, ou até mesmo à falência, de muitos operadores”.

A petição defende ainda que “em vez de revogar o atual sistema de oposição dos condomínios, criado em 2018 pela Assembleia da República”, este deve ser “melhorado através da introdução de um sistema de mediação ou de arbitragem, ou através da criação da figura do provedor municipal do AL”, por forma a que “possam apenas ser cancelados os registos nas situações em que ocorram, de forma reiterada e comprovada, inconformidades com as regras de utilização do prédio, tendo sempre a decisão final sobre o encerramento de ser tomada pela câmara municipal”.

Os peticionários estão ainda contra a suspensão dos novos registos de alojamento local e apelam a que se mantenham “os mecanismos legais atualmente existentes e que foram criados para esse efeito” defendendo que “as autarquias são, por excelência, as entidades com competências para gerir os seus concelhos e para articular as políticas de habitação com o desenvolvimento das diferentes atividades económicas que partilham o mesmo território”.

Sobre criação do prazo de validade de cinco anos dos registos de AL e de datas para a reapreciação da validade dos registos, os peticionários querem, “a exemplo do que já acontece nos empreendimentos turísticos”, a criação “de um sistema de vistorias periódicas, que até podem ser de cinco em cinco anos, aos estabelecimentos de AL existentes”, para verificar “se estes continuam, ou não, a cumprir os requisitos legais e regulamentares a que estão obrigados”.

Além disso, os peticionários defendem que o regime de “intransmissibilidade da titularidade dos registos de AL passe a ser um mecanismo apenas utilizado em casos excecionais” e sejam criadas “mais exceções a esta regra, nomeadamente para as situações de divórcio ou separação de uniões de facto, de alteração da estrutura societária das empresas, de partilha de bens em vida ou em que a titularidade do registo do AL reverta para o proprietário do imóvel onde a atividade era exercida”.

Estas são algumas das medidas que constam da petição entregue e que os partidos com assento parlamentar podem colher para transformar em iniciativas legislativas que serão submetidas na Assembleia da República.

O setor tem vindo a contestar através de protestos as propostas do Governo que constam do Mais Habitação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Turismo em Coimbra cresceu nos últimos dez anos, mas ainda há muito por fazer

  • Lusa
  • 19 Junho 2023

Entre 2013 e 2023, Coimbra passou de 18 alojamentos locais para 592, com o número a subir de forma constante. No entanto, a média de noites passadas na cidade, passou de 1,5 em 2013 para 1,6 em 2021.

A classificação de Coimbra como património mundial há dez anos, aliada à atratividade do país enquanto destino, fizeram aumentar quase todos os indicadores do turismo na cidade, mas a média de pernoitas permanece quase inalterada.

A 22 de junho de 2013, Universidade de Coimbra, Alta e Rua da Sofia foram declaradas património mundial pela UNESCO, num momento que coincidiu com a afirmação de Portugal como destino turístico.

Ao longo dos últimos dez anos, Coimbra acompanhou esse ritmo e colheu frutos desse crescimento, com a Universidade de Coimbra a passar dos 250 mil visitantes em 2013 para 501 mil em 2017 (melhor ano até agora), estando ainda a recuperar dos efeitos da pandemia (conseguiu mais cerca de 30 mil visitantes entre janeiro e maio deste ano face a 2022), disse à agência Lusa fonte oficial da instituição.

Das capitais de distrito da região Centro, só Aveiro tem mais registos de alojamento local (667) do que Coimbra, que, mesmo assim lidera na capacidade desses mesmos alojamentos (4.519 pessoas), de acordo com o portal da Turismo de Portugal consultado pela Lusa.

Entre 2013 e 2023, Coimbra passou de 18 alojamentos locais para 592, com o número a subir de forma constante, mesmo durante a pandemia.

Em 2019, chegou a ter uma proporção de hóspedes estrangeiros de 61,3% (mais 12 pontos percentuais face a 2013) e os proveitos económicos registados pelos alojamentos turísticos mais do que duplicou entre 2013 e 2019, passando de 15 milhões de euros para 32 milhões de euros, segundo o Instituto Nacional de Estatística.

No entanto, se há dado que permanece praticamente igual é a média de noites passadas na cidade, passando de 1,5 em 2013 para 1,6 em 2021 (último ano com dados disponíveis).

Para o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, a classificação como património mundial impulsionou o crescimento do turismo na cidade, mas admite que a cidade também beneficiou da “moda em que Portugal se tornou na área do turismo”.

“A cidade beneficia do turismo, mas faltam programas adicionais para manter os turistas durante mais noites em Coimbra. Coimbra e a região precisam de programas que retenham turistas mais tempo”, vincou, aclarando que o executivo está a trabalhar na interação com os operadores turísticos.

Já o presidente da delegação de Coimbra da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), José Madeira, apesar de considerar que a classificação deu “reconhecimento internacional” à cidade e permitiu manter Coimbra como “competitiva face a outros destinos nacionais”, falta “muito trabalho”.

“Não há um plano estratégico para a promoção turística da cidade. A grande maioria dos turistas que cá chega não sabe que Coimbra é património mundial, mas sai sempre daqui encantado. O problema é que mesmo que na receção se mostre que Coimbra vale mais do que uma noite, o turista já tem hotel marcado para o dia seguinte em Lisboa ou no Porto”, vincou.

Nesse sentido, José Madeira considera que o trabalho mais importante tem de ser feito “longe de casa”, de promoção do destino nos principais mercados.

Para além disso, o presidente da delegação regional da AHRESP sugere que se repense o tipo de turismo que a cidade quer, onde ainda há uma forte presença de grupos de turistas, que apenas passam umas horas na cidade.

“Eles vêm, sujam a cidade, entopem a Universidade, não pagam taxa turística, não dormem e muitas vezes nem comem na cidade. Esses grupos são uma gota de água na economia da cidade e deveriam ser os primeiros a pagar a taxa turística”, defendeu.

Apesar disso, José Madeira reconhece os vários benefícios vividos nos últimos dez anos.

A taxa de ocupação aumentou, assim como o número de quartos disponíveis e os efeitos da sazonalidade já não se notam de forma vincada como se faziam notar há dez anos, constatou.

“Coimbra tem uma história fantástica, mas tem de fazê-la chegar a casa das pessoas, antes de elas decidirem quanto tempo ficam”, disse.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ITSector abre Summer Lab. Tem 15 vagas para estágios de verão

Os jovens selecionados "receberão subsídios de alimentação e transporte durante a duração do programa". O Summer Lab decorre de 3 a 28 de julho.

A ITSector tem a decorrer até 21 de junho as candidaturas para segunda edição do Summer Lab, programa de estágios de verão da tecnológica que decorre em julho. Tem 15 vagas.

“O Summer Lab é uma oportunidade única para os estudantes expandirem os seus conhecimentos e ganharem experiência valiosa num contexto real. O nosso objetivo passa não só por promover o seu desenvolvimento técnico, como também as suas soft skills, que, cada vez mais, são um fator diferenciador no mercado de trabalho”, afirma Sofia Videira, talent acquisition specialist da ITSector, citada em comunicado.

O programa de estágios de verão decorre entre 3 a 28 de julho (exceto à sexta-feira à tarde) num dos seis Centros de Desenvolvimento – localizados em Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Lisboa e Porto –– da ITSector.

A tecnológica procura “candidatos entusiasmados e talentosos” nas áreas de React, iOS, Java, .NET e Design Gráfico.

Será dada “prioridade” a candidatos estudantes nas áreas de “Engenharia Informática, Tecnologias de Informação, Design e áreas afins”, em particular, alunos “no penúltimo ou último ano da sua Licenciatura ou Mestrado”, refere a tecnológica.

“Os estagiários terão a oportunidade de adquirir experiência em diversas áreas e projetos da empresa, enriquecendo, assim, o seu conhecimento nas diferentes tecnologias”, refere a empresa. Além de formação no local de trabalho, relacionada com cada tecnologia, os jovens serão acompanhados (shadowing) de “especialistas na área de competência eleitas” e terão “coaching de carreira, por meio de sessões de apoio à empregabilidade ou tomada de decisões.”

Os jovens selecionados “receberão subsídios de alimentação e transporte durante a duração do programa”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Madeira recebe 270 investigadores de todo o mundo para debater fibras naturais

Universidade do Minho, em parceria com a Fibrenamics e a Sciencentris, organiza a Conferência Internacional sobre Fibras Naturais, que vai reunir mais de 270 investigadores de todo o mundo no Funchal.

Mais de 270 investigadores de cerca de 40 países vão estar na 6.ª conferência internacional sobre Fibras Naturais de 19 a 21 de junho, no VidaMar Resort Hotel, no Funchal (Madeira). O evento, que é um dos principais encontros mundiais sobre fibras naturais, é organizado pela Universidade do Minho (UMinho), em parceria com a Fibrenamics e a Sciencentris.

Com o mote “soluções sustentáveis inspiradas na natureza”, o evento tem como objetivo destacar as fibras naturais na criação de soluções inteligentes e ecológicas para as gerações futuras. O programa inclui mais de 180 apresentações orais, 85 posters e 20 submissões para o “Natural Fibrenamics Award”, que distingue projetos neste âmbito.

Segundo o coordenador da ICNF2023, Raul Fangueiro, também presidente da Fibrenamics e vice-presidente da Escola de Engenharia da UMinho, a dimensão desta iniciativa demonstra a relevância das fibras naturais, considerando a emergência no desenvolvimento de soluções mais sustentáveis, com base em recursos renováveis e com menor impacto ambiental. “Esperamos no final desta conferência avançar decisivamente no conhecimento sobre estes fantásticos materiais, que podem contribuir para um futuro melhor para todos”, afirma, citado em comunicado.

You-Lo Hsieh (Universidade da Califórnia, EUA), M. Auxiliadora Prieto (plataforma SusPlast e conselho nacional de investigação de Espanha) e Nicola M. Pugno (Universidades de Trento, Itália, e Queen Mary de Londres, Reino Unido) são alguns dos oradores. A presença de entidades como o Centro de Investigação Técnica VTT (Finlândia), a Fraunhofer (Alemanha), a Fibrenamics (Portugal) ou as universidades de Tohoku (Japão), Plymouth (Reino Unido) e Deakin (Austrália) sublinha a importância da cooperação internacional no tema.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.