Tribunal considera que impostos adicional sobre a banca é inconstitucional

  • ECO
  • 16 Junho 2023

Em causa estão 343.659,79 euros de imposto (acrescidos de juros indemnizatórios), os quais os árbitros consideram que devem ser devolvidos pela Autoridade Tributária.

O tribunal arbitral considerou como inconstitucional o tributo sobre o setor financeiro, designado Adicional de Solidariedade sobre o Setor Bancário (ASSB), criado em 2020 para acomodar a pandemia da Covid-19 nas contas públicas. A decisão surge após apreciação de um pedido de anulação do imposto pago por uma sucursal de uma instituição financeira estrangeira, refere o Jornal Económico (acesso pago).

Segundo o tribunal, o imposto — que já rendeu aos cofres do Estado mais de 100 milhões de eurosviola os princípios da igualdade e proporcionalidade, considerando ainda o tribunal que “o setor bancário é vítima de uma discriminação negativa face aos restantes setores de atividade económica”.

Esta decisão surge na sequência de um pedido de uma sucursal de uma instituição financeira espanhola que defendeu que “não são constitucionalmente aceitáveis” as razões invocadas para a criação deste tributo que se destina exclusivamente ao financiamento do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social. Em causa estão 343.659,79 euros de imposto (acrescidos de juros indemnizatórios), os quais os árbitros consideram que devem ser devolvidos pela Autoridade Tributária.

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Medidas do Mais Habitação arriscam-se a violar regras do RGPD

  • ECO
  • 16 Junho 2023

A Comissão Nacional de Proteção de Dados recomendou ao Governo a alteração da formulação de duas medidas em específico.

A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) recomendou ao Governo que proceda a algumas alterações ao pacote Mais Habitação, pois há duas medidas que, se não sofrerem ajustes na sua formulação, poderão vir a violar as regras do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). O alerta, relativo às alterações que são propostas ao Balcão Nacional do Arrendamento e à legislação que define o conceito de prédios devolutos, pretende acautelar esse risco, avança esta sexta-feira o Público (acesso condicionado).

A CNPD recomenda que sejam estabelecidas “garantias de segurança” quanto à “integridade” e “confidencialidade” no tratamento automatizado dos dados pessoais, sugerindo ainda que seja elaborado um código de conduta para esta tarefa. Ao mesmo tempo, realça que “teria sido recomendável a realização de uma avaliação de impacto sobre a proteção de dados” antes da elaboração do pacote legislativo que pretende dar resposta à crise habitacional.

O Mais Habitação, apresentado em fevereiro e já aprovado na generalidade na Assembleia da República, tendo também passado por uma consulta pública, vai começar a ser discutido e votado na comissão parlamentar da especialidade em breve.

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Hoje nas notícias: impostos, habitação e PRR

  • ECO
  • 16 Junho 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Adicional sobre a banca é inconstitucional, diz o tribunal arbitral. Em causa está a violação dos princípios da igualdade e proporcionalidade. Já a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) recomendou ao Governo alterar a redação de algumas medidas do pacote Mais Habitação, pois, tal como estão atualmente, podem violar as regras do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). Em dois anos de bazuca, Portugal gastou 81 milhões de euros por mês. Até final de 2026 tem de gastar 482 milhões de euros mensais. Leia estas e outras notícias que marcam a atualidade nacional.

Tribunal considera imposto adicional sobre a banca inconstitucional

O tribunal arbitral considerou o imposto sobre o setor financeiro, designado Adicional de Solidariedade sobre o Setor Bancário (ASSB), criado em 2020 para acomodar a pandemia da Covid-19 nas contas públicas, inconstitucional, após apreciação de um pedido de anulação do imposto pago por uma sucursal de uma instituição financeira estrangeira. Segundo o tribunal, o imposto — que já rendeu aos cofres do Estado mais de 100 milhões de euros — viola os princípios da igualdade e proporcionalidade.

Leia a notícia no Jornal Económico (acesso pago)

Medidas do Mais Habitação podem violar regras da proteção de dados

A Comissão Nacional de Proteção de Dados recomendou ao Governo que faça algumas mudanças ao pacote Mais Habitação, pois há duas medidas em específico que, tal como estão formuladas, arriscam-se a violar as regras do Regulamento Geral de Proteção de Dados. Em causa estão as propostas de alteração ao Balcão Nacional do Arrendamento e à legislação que define o conceito de prédios devolutos. O pacote legislativo lançado para dar resposta à crise habitacional, apresentado em fevereiro e já aprovado na generalidade na Assembleia da República, tendo também passado por uma consulta pública, vai começar, em breve, a ser discutido e votado na comissão parlamentar da especialidade.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Portugal tem de gastar seis vezes mais para não perder fundos do PRR

De forma a não perder os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Portugal terá de acelerar seis vezes mais o seu ritmo de execução. Em dois anos, o país executou, em média, 81 milhões de euros por mês, mas terá de gastar 482 milhões mensais nos próximos três anos e meio para cumprir os compromissos e executar a 100% os 22,2 mil milhões. Embora seja um grande desafio, os especialistas acreditam ser possível cumprir o objetivo.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Castro e Almeida assume liderança do Santander Europa mas fica em Portugal

Pedro Castro e Almeida, presidente executivo do Santander Portugal, vai acumular funções com a liderança do Santander Europa, mas garantiu que vai continuar a ter Portugal como base de trabalho. Castro e Almeida, nomeado esta quinta-feira, vai substituir a partir de 1 de setembro o também português António Simões, que irá passar a liderar o Grupo Legal & General.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Ex-dirigente da Liga terá tentado pressionar Governo para acelerar vistos de atletas

Mário Costa, o principal suspeito da investigação do SEF por suspeita de tráfico de seres humanos num caso que tem como vítimas 47 futebolistas da sua academia de futebol em Riba d’Ave, Vila Nova de Famalicão, terá tentado “agilizar” os processos de jovens futebolistas da sua academia. O então presidente da assembleia-geral da Liga de Clubes e fundador da Bsports Academy reuniu-se com Ana Catarina Mendes, a ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares com a tutela do desporto.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 16 de junho

  • ECO
  • 16 Junho 2023

Ao longo desta sexta-feira, 16 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Pedro Nuno Santos “passou” o teste da CPI a pensar na liderança do PS

O ex-ministro mostrou humildade, reconhecendo erros, e defendeu o PS e as suas figuras em toda a linha. Por agora "não é candidato a nada", mas quer ser.

Apesar de estar no centro da polémica que levou à criação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à tutela pública da gestão da TAP, Pedro Nuno Santos entrou nela como candidato à sucessão de António Costa na liderança do PS. Durante as oito horas de questionário reconheceu erros, defendeu o seu legado e teve o cuidado de não semear divisões no partido, antes uni-lo. Agora não é “candidato a nada”, como fez questão de dizer, mas mostrou no Parlamento que ainda quer ser.

O ex-ministro das Infraestruturas e Habitação entrou à defesa (que é o melhor ataque). Na sua intervenção inicial, feita sem quaisquer notas, começou por reconhecer que a saída de Alexandra Reis da administração da TAP “é um processo que correu mal”, mas que assumiu as suas responsabilidades demitindo-se, “a punição máxima”, como lhe chamaria mais à frente na audição.

Mais difícil foi explicar o inexplicável. Pedro Nuno Santos reconheceu que reuniu, a sós, com a ex-CEO da TAP, Christine Ourmière-Widener, a 4 de janeiro de 2022, um mês antes do anúncio da saída de Alexandra Reis e que nesse dia anuiu à substituição da antiga administradora executiva, devido ao “mal-estar” entre ambas. Depois, disse aos deputados, só esteve no fim do processo, quando o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, lhe deu conta do valor pretendido por Alexandra Reis e demais regalias. Primeiro 1,5 milhões de euros e por fim 500 mil euros, que considerou um valor “ainda alto”, mas que Hugo Mendes lhe disse que não dava para baixar mais. Autorizou, por WhatsApp.

Quando o caso rebenta com a notícia do valor da indemnização no Correio da Manhã, a 24 de dezembro, Pedro Nuno Santos começa por, em conjunto com Medina, pedir esclarecimentos à TAP sobre o acordo. “O pedido de esclarecimento é sobre aquilo que não sabia: como se chega àquele valor. Mesmo que soubesse, precisávamos sempre de uma resposta formal da TAP para remeter à Inspeção-Geral de Finanças (IGF)”, defende-se.

Cinco dias depois, a 29 de dezembro, demite-se, dizendo que não teve conhecimento do acordo, mas apenas o seu secretário de Estado das Infraestruturas. Três semanas depois, envia um segundo comunicado onde não só admite que sabia como autorizou o acordo de saída e a indemnização. Fustigado pelos deputados da oposição, Pedro Nuno Santos, alegou que “quase um ano depois não tinha memória”, sublinhou que tinha muitos outros assuntos com que lidar — “A indemnização a Alexandra Reis é menos de 1% do trabalho com a TAP e menos de 0,5% do trabalho do Ministério” — e aludiu ao “período de luto” após o anúncio da demissão em que se afastou de todos os assuntos. André Ventura, deputado do Chega disse e repetiu: “como é se esquece uma indemnização de meio milhão de euros”?

O antigo governante também recorreu ao “não sabia”. Não tinha informação sobre o decorrer do processo e “não sabia que não tinha havido contacto entre o secretário de Estado das Infraestruturas e o Secretário de Estado do Tesouro”.

A auditoria da Inspeção-Geral de Finanças haveria de concluir mais tarde que o acordo com Alexandra Reis violava o Estatuto do Gestor Público (EGP) e era ilegal. A administradora foi sondada mês e meio depois de sair da TAP para assumir a presidência da NAV, em junho de 2022, indicada por Pedro Nuno Santos, o que também a obrigava a devolver parte da indemnização, segundo o EGP. O ex-ministro garantiu que não há relação entre os dois processos, mas sobre a questão da indemnização atirou a responsabilidade para a “competentíssima” Alexandra Reis e os seus deveres como “gestora pública”.

Se era indisfarçável que o processo relativo a Alexandra Reis correu mal, Pedro Nuno Santos procurou quase sempre criar pontes com os outros protagonistas do PS em vez de semear discórdia, unindo o partido e não dando pedras para a oposição atirar.

A “solidariedade” de António Costa

As divergências com o primeiro-ministro foram notórias no caso do despacho sobre o novo aeroporto de Lisboa, que António Costa revogou, desautorizando o ministro. Pedro Nuno Santos não mostrou ressentimentos.

Tinha e tenho uma boa relação com o primeiro-ministro. Vou vendo muitas leituras sobre a minha relação com o primeiro-ministro e o ministro das Finanças. Nunca senti falta de solidariedade do primeiro-ministro. A decisão de demissão foi minha”, afirmou, respondendo a Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda.

Permitiu-se, ainda assim, discordar do primeiro-ministro quando foi confrontado com as declarações de António Costa sobre o email de Hugo Mendes a sugerir que a CEO da TAP anuísse a um pedido para alterar o voo do Presidente da República, a pedido da agência de viagens. O chefe do Governo afirmou que demitia o secretário de Estado “na hora”. Pedro Nuno Santos afirmou que o trabalho do governante tinha de ser avaliado no seu todo e não apenas por um momento “infeliz”, como o próprio assumiu.

A mesma versão que Medina

O ministro das Finanças é ouvido esta sexta-feira na derradeira audição da CPI. O PSD quis saber se Pedro Nuno Santos tinha falado com Fernando Medina antes de este convidar Alexandra Reis para ocupar a secretaria de Estado do Tesouro.

O ex-ministro confirmou a versão já transmitida pelo antigo colega de Governo há uns meses no Parlamento, garantindo que não falou com Fernando Medina antes deste convidar Alexandra Reis para secretária de Estado do Tesouro, cargo em que tomou posse a 2 de dezembro de 2022. “Ele não pede a minha opinião antes de convidar Alexandra Reis. Soube [que ia para o Governo] no dia em que foi tornado público. Fiquei com pena pela NAV, mas fiquei a achar que o Governo tinha ganho uma excelente secretária de Estado do Tesouro”.

Fazendo suas as palavras do seu ex-secretário de Estado, Hugo Mendes, negou também que tenha dado qualquer instrução à ex-CEO da TAP para que a comunicação no Governo fosse feita apenas com as Infraestruturas, evitando as Finanças.

Caso Galamba? “Não tomo lados”

Os deputados quiseram saber a opinião do ex-ministro sobre os desacatos de dia 26 de abril no Ministério das Infraestruturas que envolveram Frederico Pinheiro, ex-adjunto de João Galamba, e que levaram o ministro a apresentar a demissão, rejeitada por António Costa. Pedro Nuno Santos não quis deitar mais achas para a fogueira.

“Não tomo lados sobre episódios que não presenciei”, respondeu o ex-ministro das Infraestruturas, de quem Frederico Pinheiro disse ter recebido apoio. Pedro Nuno Santos salientou o também seu ex-adjunto referiu o apoio “como amigo”. Depois quis deixar bem claro: “Não vou emitir nenhuma opinião sobre esse caso”.

Não deixou, ainda assim, de elogiar Frederico Pinheiro. “A avaliação que faço do seu trabalho é muito positiva. É inteligente, trabalhador. Do contacto comigo e que vi com os outros, respeitador”, disse.

Em defesa de Pedro Marques

Alinhando com os restantes ex-governantes socialistas, Pedro Nuno Santos fez a defesa da reconfiguração acionista da TAP protagonizada pelo seu antecessor, Pedro Marques. O Governo fechou em 2017 a recompra de parte do capital reprivatizado em 2015 pelo Governo de Passos Coelho, voltando a deter 50% do capital mas ficando apenas com 5% dos direitos de voto.

O ex-ministro assinalou que sem a operação, em 2019 a Atlantic Gateway tinha a opção de ficar com a totalidade da companhia aérea e que a reconfiguração acionista permitiu um controlo sobre a TAP que os acordos anteriores não possibilitavam.

Reconheceu, no entanto, que o acordo parassocial assinado com os privados levou a que o Estado tivesse de pagar 55 milhões a David Neeleman para sair da TAP em 2020, depois da pandemia, apesar da situação de rutura da companhia. Mas apontou responsabilidades ao PSD. “Nós só tivemos que fazer aquele acordo com David Neeleman porque ele é dono da empresa, não porque há acordo parassocial”, disse.

Tal como já tinha feito na Comissão de Economia, uma semana antes, Pedro Nuno Santos puxou pelos galões do trabalho na TAP e na CP. Voltou a lembrar que foi o único ministro a sair com a empresa de comboios e a transportadora aérea a dar lucros. “Entreguei-me de corpo e alma ao dossiê da TAP. Dei o corpo às balas”, atirou.

Confessando saudades do trabalho como ministro — “foi bom enquanto durou” — o “menino de ouro” do PS, como lhe chamou Paulo Moniz, do PSD, deixou claro que não atirou a toalha ao chão. Vai assumir o lugar de deputado no Parlamento a partir dia 4 de julho. André Ventura disse, às tantas, que Pedro Nuno Santos estava “a falar para o eleitorado”, acusação que devolveu. “Não sou candidato a nada”. Pelo menos, por agora.

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80% dos profissionais de TI já tiveram burnout. Maioria das empresas nem sabe

Mesmo entre as organizações que tiveram conhecimento, a maioria dos inquiridos (71,7%) refere que a sua empresa não ofereceu qualquer tipo de apoio.

A grande maioria dos profissionais que trabalha na área das tecnologias da informação (TI) já passou por uma situação de esgotamento: 80% admite já ter tido um burnout. O elevado volume de trabalho, a falta de sono e de tempo livre são apontadas como as causas mais relevantes para se chegar ao estado de esgotamento, a par da falta de clareza nas funções e objetivos profissionais a atingir. Mais de metade das empresas nem chegou a saber que algum dos seus colaboradores passou pela situação de burnout, conclui o mais recente inquérito da portuguesa Teamlyzer.

“O burnout é um problema real e muito presente na indústria tecnológica, onde talvez por vergonha ou estigma, quem passa pela doença ainda a omite. É importante os RH, líderes de equipa, outros responsáveis e colegas estarem atentos e adotarem estratégias para evitar que os colaboradores cheguem a esse estado de exaustão mental, físico e emocional”, começa por dizer Rui Miranda, CEO da Teamlyzer.

“De forma a conseguir intervir, a identificação destes casos é o primeiro passo, e alguns sinais são o cansaço frequente, desmotivação, ansiedade, redução de produtividade e sentirem-se sobrecarregados“, acrescenta, em comunicado.

Mais de metade das empresas (57%) nem chegou sequer a aperceber-se de que algum dos seus colaboradores estava a passar por uma situação de esgotamento. E, mesmo entre aquelas que se aperceberam, a maioria dos colaboradores não sentiu qualquer ajuda. Cerca de 70% dos inquiridos refere que, tendo tido conhecimento, a sua organização não ofereceu qualquer tipo de apoio.

O burnout é um problema real e muito presente na indústria tecnológica, onde talvez por vergonha ou estigma, quem passa pela doença ainda a omite. É importante os RH, líderes de equipa, outros responsáveis e colegas estarem atentos e adotarem estratégias para evitar que os colaboradores cheguem a esse estado de exaustão mental, físico e emocional.

Rui Miranda

CEO da Teamlyzer

Entre as organizações que tomaram algum tipo de iniciativa para apoiar os colaboradores a superar o burnout (28,3%), as mais comuns foram dias de férias, ajuda médica e a tentativa de aliviar a carga de trabalho do profissional.

Consultoria e outsourcing destaca-se pela negativa

Os dados, que resulta de um inquérito realizado em agosto de 2022 pela Teamlyzer à sua comunidade, com uma amostra de cerca de 150 inquiridos, permitiu também perceber que o burnout profissional é um problema transversal às organizações, independentemente do setor e da sua dimensão.

A consultoria e outsourcing (38,1%) destaca-se, no entanto, como o setor onde mais respondentes que tiveram burnout trabalham. Seguem-se a software house e internet (24,6%) e a tecnologia de informação (11,2%).

Banca e serviços financeiros (8,2%), indústria e serviços (6,7%), telecomunicações e eletrotécnica (5,2%), ciência e investigação (3%), publicidade, multimédia e videojogos (2,2%), bem como hardware & produtos eletrónicos (0,7%) são ainda setores que também reportam problemas de esgotamento.

Impacto do burnout

Os problemas relacionados com stress e saúde mental dos trabalhadores, resultando em absentismo, presentismo e quebras de produtividade, estão a custar às empresas portuguesas até 5,3 mil milhões de euros por ano, uma subida face aos 3,2 mil milhões estimados no ano passado, dava conta o II Relatório “Custo do Stresse e dos Problemas de Saúde Psicológica no Trabalho”, da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), divulgado em fevereiro.

Os custos “representam já um valor equivalente ao que o Governo gastou em 2021 em medidas para mitigar os impactos da pandemia”, lia-se no documento. A aposta em saúde mental nas empresas pode reduzir as perdas em, pelo menos, 30%, concluiu a OPP.

Temas a que os gestores devem estar atentos, sobretudo quando alguns estudos colocam o manager como uma das figuras que mais afeta o bem-estar emocional dos profissionais, com exatamente o mesmo peso que tem o parceiro ou parceira do colaborador e com um impacto maior do que o seu terapeuta. De acordo com o estudo “Mental Health at Work: Managers and Money”, realizado pelo The Workforce Institute, da UKG, 69% das pessoas afirmam que os seus managers afetam a sua saúde mental, mais do que os seus médicos (51%) ou os seus terapeutas (41%).

Liderar para o bem-estar é fundamental, não só pelas razões humanas mais óbvias, mas também porque os próprios negócios beneficiam desse tipo de liderança cuidadora, atenta, empática e voltada para o bem-estar. Quando os profissionais estão sãos, a nível mental e emocional, 63% admite que está também mais empenhado e 80% diz ter mais energia para desempenhar as suas funções no trabalho, conclui o mesmo estudo.

Sinais de alerta e como mitigar

Ser a primeira pessoa a chegar e a última a sair do escritório, trabalhar constantemente durante os fins de semana, não usufruir do direito a férias e verificar compulsivamente os emails de trabalho fora do horário laboral são alguns dos sinais de alerta mencionados pelos especialistas.

Além disso, existem alguns fatores que podem ser considerados de risco, entre os quais o excesso de carga horária laboral e os problemas pessoais dos colaboradores.

Estar atento aos sinais de alerta é uma das formas de mitigar o risco de burnout, mas colaboradores e gestores podem ainda levar a cabo estratégias para evitar esse desfecho. Marcar na agenda momentos para pausa, evitar reuniões de seguida, sem pausas — situação muito comum quando em teletrabalho –, fazer caminhadas ou um exercício que ajude ao relaxamento são algumas das técnicas usadas. Há também aplicações que podem ajudar nesse processo, tal como obviamente, recorrer a um terapeuta.

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Banco Montepio vendeu sete mil imóveis em cinco anos e arrecada 900 milhões

  • Ana Petronilho
  • 16 Junho 2023

Aos cerca de sete mil imóveis vendidos entre 2018 e 2022 somam-se ainda 250 alienados no primeiro trimestre deste ano. A atual carteira do Montepio está avaliada em 400 milhões de euros.

Nos últimos cinco anos, entre 2018 e 2022, o banco Montepio vendeu cerca de sete mil imóveis e com estas transações encaixou 900 milhões de euros. A estes números somam-se ainda 250 imóveis alienados no primeiro trimestre deste ano, adiantou ao ECO a instituição bancária.

Com todas estas transações, no final do primeiro trimestre do ano, o banco Montepio diz ter conseguido “uma forte redução da exposição ao risco imobiliário” para os 363 milhões de euros, menos 8,8% face ao primeiro trimestre de 2022, passando a representar “um peso inferior a 2% ao ativo líquido” do banco.

Entre os cerca de sete mil imóveis vendidos, 76% deste portefólio era propriedade exclusiva do banco, os restantes foram alienados através dos fundos de investimento da periferia do banco Montepio, de acordo com os dados a que o ECO teve acesso.

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No final do ano passado, segundo a instituição bancária, o valor líquido da carteira de imóveis do Banco Montepio, incluindo os que estão nos fundos de investimento, era de cerca de 400 milhões de euros e cerca de 72% dos ativos em carteira estão localizados em cinco distritos: 23% em Lisboa, 13% em Setúbal, 13% no Porto, 12% em Faro e 11% em Coimbra.

Em termos de volume de negócios, 70% dos imóveis vendidos nos últimos cinco anos são alojamentos de habitação e terrenos, tendo sido vendidas, pelo menos, 2.934 casas e 1.072 terrenos. As restantes transações foram nos segmentos de retalho, “o que mais preserva capital e valoriza os imóveis” diz o banco Montepio, que neste período alienou, pelo menos, 138 armazéns, 592 lojas a que se somam 78 escritórios. Há ainda outros 501 imóveis como garagens ou prédios que foram vendidos neste período. Fora desta distribuição estão os imóveis vendidos através dos fundos.

Nestes números cabem algumas das 82 sucursais e outros imóveis de serviço que encerraram entre 2018 e 2022 e que já foram vendidos, permitindo ao banco um encaixe de 18,5 milhões de euros. Já os escritórios e lojas renderam ao banco Montepio 66 milhões de euros.

Mas a maior operação dos últimos cinco anos aconteceu em setembro de 2019 com a venda da carteira Brick à empresa portuguesa Façanha Cristalina, com sede em Lisboa, mas que é detida por um consórcio de investidores estrangeiros. De acordo com a instituição financeira, a carteira, composta por 1.062 imóveis “com uso predominantemente residencial” espalhados pelo território português, tinha um valor bruto contabilístico de 102 milhões de euros e a transação foi fechada por 105 milhões.

Entre os compradores dos imóveis, o banco Montepio diz que são “maioritariamente nacionais” e, excluindo os imóveis vendidos pelos fundos, cerca de 76% estavam localizados em quatro zonas do país: Lisboa (32%), Porto (19%), Setúbal (11%), Aveiro (8%) e Faro (6%).

Sem avançar detalhes sobre as maiores operações do ano passado, o banco Montepio diz ao ECO que se destacou uma operação na zona do Porto que diz respeito à venda de um terreno para o desenvolvimento de um projeto imobiliário a que se soma uma transação nos mesmos moldes em Lisboa. Além disso, sublinha que 2022 “foi o melhor ano de sempre nas vendas de retalho”.

O ECO questionou os maiores bancos a operar em Portugal para recolher os dados dos negócios imobiliários realizados nos últimos cincos anos, mas apenas o Montepio divulgou a informação.

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5 coisas que vão marcar o dia

Medina fecha as audições presenciais na comissão parlamentar de inquérito à TAP. BdP divulga novas previsões para a economia portuguesa. Serão conhecidos dados dos juros do crédito à habitação.

Esta sexta-feira, Fernando Medina é ouvido na comissão parlamentar de inquérito à TAP, marcando o fim das audições presenciais. Serão conhecidas novas previsões da economia portuguesa, bem como dados sobre as taxas de juro implícitas no crédito à habitação e da inflação na Zona Euro. Metsola participa num debate na Assembleia da República e no Conselho de Estado.

Fernando Medina fecha comissão de inquérito à TAP

O ministro das Finanças, Fernando Medina, vai ser ouvido esta sexta-feira pelos deputados na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP. Esta é a última audição presencial da CPI, sendo que o relatório final será redigido pela socialista Ana Paula Bernardo e a sua votação final está prevista para 13 de julho.

Banco de Portugal publica Boletim Económico de junho

Esta sexta-feira, o Banco de Portugal (BdP) vai apresentar o Boletim Económico de junho, numa sessão que vai contar com a presença do governador Mário Centeno. Neste boletim, a instituição vai apresentar as previsões para a economia portuguesa, incluindo a evolução do PIB e da inflação. No Boletim Económico de março, o BdP reviu em alta para 1,8% a estimativa de crescimento da economia para este ano, isto é, 0,3 pontos percentuais acima da anterior previsão e também melhor do que as projeções das outras instituições.

Juros do crédito da casa continuam a subir

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica às 11h as taxas de juro implícitas no crédito à habitação referentes a maio. Em abril, a taxa de juro dos créditos à habitação contratualizados nos últimos três meses fixou-se em 3,675%, mais 16,8 pontos base face à taxa registada em março (3,507%). Trata-se do valor mais elevado desde outubro de 2012. Serão ainda divulgados dados sobre as estatísticas vitais.

Eurostat divulga dados da inflação na Zona Euro

O Eurostat dá conta dos dados finais da inflação na Zona Euro em maio. Após uma subida em abril, a inflação na Zona Euro terá voltado a abrandar, de 7% para 6,1% em maio, segundo os dados provisórios divulgados no início do mês. Esta semana, o INE confirmou que a inflação em Portugal abrandou para 4% no mês passado.

Presidente do Parlamento Europeu participa em debate na AR e no Conselho de Estado

A presidente do Parlamento Europeu participa esta sexta-feira de manhã num debate na Assembleia da República. Esta é a primeira vez que um presidente de uma instituição europeia discursa no Parlamento português e responde a questões dos deputados. Da parte da tarde, Roberta Metsola vai participar na reunião do Conselho de Estado.

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BCE só vai parar depois do verão

Analistas esperam mais duas subidas das taxas. Lagarde já anunciou aumento em julho e só um “terramoto económico” evitará novo aperto em setembro. BCE precisa de “matar dragão da inflação”.

Sem pausas e com pressa. Christine Lagarde já anunciou que o Banco Central Europeu (BCE) não vai fazer paragens na subida das taxas de juro para chegar o mais rapidamente possível ao destino de 2% de inflação e, surpreendentemente, antecipou um novo aumento no próximo mês. Mas nem será o último aperto, como esperaria o Presidente Marcelo. Só depois do verão o banco central terminará a caminhada.

Os analistas acreditam que o banco central vai promover outro aumento em setembro, apontando-se a taxa terminal para os 4% neste ciclo que, feitas as contas, terminará com uma subida acumulada de 450 pontos base em pouco mais de um ano.

Para quem tem crédito, isto poderá significar um aumento da prestação mensal que uma família ou empresa paga ao banco. Pelo menos a julgar pelo que espera que venha a ser o comportamento das Euribor, que estão indexadas aos contratos da casa com taxa variável: é expectável que venha a atingir o pico nos 3,85% em setembro no caso da Euribor a 3 meses e nos 3,91% em dezembro no caso da Euribor a 6 meses.

“O BCE simplesmente não se pode dar ao luxo de estar errado sobre a inflação. O banco quer e precisa de ter certeza de que matou o dragão da inflação antes de considerar uma mudança de política”, comentou Carsten Brzeski, economista chefe do ING.

A autoridade monetária da Zona Euro “não mudará sua postura de aperto até que a inflação subjacente mostre sinais claros de um ponto de inflexão”, acrescentou o responsável, para rematar com a sua previsão: “Não veremos isso na reunião de julho e provavelmente também não na de setembro. Na verdade, achamos que seria necessário um terremoto económico para que o BCE não subisse também em setembro”.

O Danske Bank espera que o BCE suba a taxa de juro de depósitos dos atuais 3,5% para os 4% até setembro — sugerindo-se duas subidas de 25 pontos base nas próximas duas reuniões — e considera que o “ónus da prova será revertido após julho” quando forem conhecidos novos dados sobre a inflação. Até agora o discurso oficial tem sido de necessidade de continuar o aperto enquanto a inflação subjacente não der sinais credíveis rumo ao objetivo de 2%.

O staff do banco central reviu em alta as projeções para a inflação, que se manterá acima dos 2% até 2025. Este ano a inflação ficará nos 5,3%, encontrando-se em rota de descida que ainda não descansou o BCE: as pressões inflacionistas “permanecem fortes”, “embora alguns indicadores evidenciem sinais preliminares de abrandamento”.

Enquanto isso, as perspetivas para a economia saíram enfraquecidas, com a Zona Euro a apresentar, ainda assim, crescimentos este ano e nos próximos, o que dá alguma margem para as autoridades monetárias manterem a política monetária em níveis restritivos.

O economista do ZEW Friedrich Heinemann acrescenta outros dois fatores que jogam a favor da subida dos juros: por um lado, o atual governo italiano está a adotar uma política orçamental relativamente cautelosa, evitando que os juros dos títulos do governo italiano fujam do controlo; por outro, “o desastre do Credit Suisse permaneceu um caso isolado na Europa”.

Por tudo isto, todas as atenções estarão viradas para a reunião de 26 de outubro, que está agendada para Atenas, na Grécia. Até lá teremos um verão quente.

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Certificados de Aforro e do Tesouro rendem mais de 24 milhões por ano aos Correios

Nos últimos cinco anos, o Estado pagou mais de 144 milhões de euros aos CTT para vender Certificados de Aforro e do Tesouro. Só este ano, a fatura ascende a mais de 23 milhões de euros.

Os Certificados de Aforro e os Certificados do Tesouro Poupança e Crescimento (CTPC) não são produtos menores nas contas dos Correios. Desde 2018 que os Correios faturaram cerca de 144 milhões de euros, ou 24 milhões de euros por ano, a vender Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro nas suas lojas.

Segundo os relatórios e contas dos CTT – Correios de Portugal, entre 2018 e o primeiro trimestre deste ano, os Correios, atuando como intermediários, ajudaram o Estado a financiar-se em mais de 30 mil milhões de euros junto dos pequenos investidores, através destes títulos de dívida.

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Até ao início de 2022, a procura por Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro foi influenciada negativamente por um ambiente de taxa de juro negativas, que tornava estes produtos pouco apelativos. Mas, mesmo assim, houve um crescimento paulatino da procura. Porém, nada se compara à dinâmica registada este ano, com a ocorrência de uma autêntica corrida dos pequenos investidores aos Certificados de Aforro.

Segundo os resultados consolidados dos CTT do primeiro trimestre, os Correios contabilizaram mais de 7,5 mil milhões de euros de subscrições entre janeiro e março, que compara com 8,1 mil milhões de euros subscritos durante todo o ano de 2022. “Estes resultados derivam de uma nova conjuntura de taxas de juro que posiciona melhor a dívida pública enquanto alternativa de investimento”, lê-se no comunicado dos CTT.

Apesar das contas dos CTT não separarem as subscrições e as comissões recebidas por tipo de títulos de dívida, é notório o peso dos Certificados de Aforro nestas contas quando analisados com os dados do IGCP: segundo o boletim de maio, entre janeiro e março foram subscritos 9,4 mil milhões de euros de Certificados de Aforro e apenas 33 milhões de euros de CTPC.

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Estado quer baixar comissões sobre Certificados de Aforro

As lojas dos Correios são de longe o principal local que os aforradores procura para subscrever Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro. Apesar de poderem ser subscritos online, através da plataforma AforroNet, e num dos seis Espaços do Cidadão da AMA, os aforradores ainda preferem deslocar-se aos Correios para aplicarem as suas poupanças.

De acordo com cálculos do ECO, com base nos dados dos CTT e do IGCP, mais de 80% do volume de subscrições de Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro dos últimos cinco anos foram realizados nas lojas dos CTT. É quase como se os Correios tivessem o monopólio de títulos de dívida do retalho.

“É sempre do melhor interesse do Estado português trabalhar num enquadramento concorrencial”, referiu Miguel Martín, presidente do IGCP, na audição da Comissão de Orçamento e Finanças de 8 de fevereiro deste ano, sublinhando que “não podemos dizer que, hoje em dia, exista verdadeiramente.”

O cálculo da comissão que o Estado paga aos Correios pela comercialização de Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro não foi sempre igual. No relatório e contas de 2019 dos CTT é referido que a remuneração paga pelo IGCP aos CTT “irá diminuir em 2020, variando consoante o volume de vendas.”

Através da concorrência [podemos] controlar melhor os custos anuais que pagamos aos CTT pela distribuição dos Certificados de Aforro.

Miguel Martín

Presidente do IGCP, numa audição parlamentar a 8 de fevereiro de 2023

Se até então era aplicada uma comissão fixa, independentemente do volume de subscrições, desde 2020 que foi aplicada uma estrutura de comissionamento repartida, tendo como fasquia um montante de subscrição de 3 mil milhões de euros:

  • 0,585% sobre o montante colocado para valores de subscrição bruta que totalizem, em cada ano de contrato, até 3 mil milhões de euros;
  • 0,260% sobre o montante colocado para valores de subscrição bruta que excedam, em cada de contrato, os 3 mil milhões de euros.

Esta mudança não foi particularmente negativa para os CTT. Em 2020, por exemplo, apesar do volume de subscrições ter baixado 2%, o montante amealhado em comissões com estes títulos de dívida aumentou 8,3% face a 2019.

Com a suspensão da Série E e a criação da Série F de Certificados de Aforro a 2 de junho, o Governo alargou os canais de distribuição dos produtos de dívida. Além dos Correios, da plataforma AforroNet e da rede de Espaços do Cidadão, o Governo permite agora que também os bancos comercializem os títulos de dívida para o retalho.

Em comunicado, o Governo explica que esta medida “visa a melhoria da acessibilidade dos produtos de aforro a todos os cidadãos bem como a melhoria da experiência-cliente dos aforradores na subscrição e gestão destes produtos.” No entanto, o Governo espera também que, com mais concorrência, possa reduzir as comissões pagas atualmente pela comercialização dos produtos aos Correios, tal como confirmou Miguel Martín na audição parlamentar de 8 de fevereiro.

“Através da concorrência [podemos] controlar melhor os custos anuais que pagamos aos CTT pela distribuição dos Certificados de Aforro”, referiu o presidente do IGCP no Parlamento. O mesmo desejo foi partilhado recentemente pelas Finanças.

Apesar deste desejo, é difícil antever uma mudança substancial no modelo atual de comercialização dos Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro. Além de o próprio IGCP reconhecer que o alargamento da base de comercialização dos títulos de dívida pública para o retalho é ainda “um processo que o IGCP está a iniciar”, também não há muito interesse da banca em vender títulos de dívida pública para o retalho, como reconheceu recentemente o Ministério das Finanças.

Essa falta de interesse por parte dos bancos é percebível. Os Certificados de Aforro e os Certificados do Tesouro são produtos diretamente concorrenciais aos depósitos, e isso ficou bem evidente este início do ano: se entre janeiro e março os bancos perderam mais de 7,7 mil milhões de euros de depósitos, o Estado financiou-se em mais de 9 mil milhões de euros em Certificados de Aforro.

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Manchester United mais perto de negociar exclusividade da venda com Qatar

  • Joana Abrantes Gomes
  • 15 Junho 2023

A família Glazer, atual dona do clube inglês, vê com bons olhos a proposta do sheikh Jassim bin Hamad al-Thani, do Qatar. Não se sabe qual a duração do período de exclusividade nas negociações.

O Manchester United está em negociações para conceder exclusividade ao consórcio liderado pelo sheikh Jassim bin Hamad al-Thani, filho do antigo primeiro-ministro do Qatar, nas negociações de venda do clube por mais de 6.000 milhões de dólares, avança a Reuters, citando fontes familiarizadas com o assunto.

O acordo permanece incerto, mas este desenvolvimento das negociações representa um marco importante nos esforços do sheikh qatari, que é um dos homens mais ricos do Estado do Golfo, para assumir o controlo do clube inglês.

A oferta do Qatar é vista pela família Glazer, que é dona do Manchester United desde 2005, de forma mais favorável do que uma proposta do bilionário britânico Jim Ratcliffe, que está à frente do grupo Ineos, segundo as fontes citadas pela Reuters.

Durante o período de exclusividade, o Manchester United não poderá negociar com nenhum outro candidato para além do sheikh Jassim, não sendo conhecida qual a duração deste período. As fontes alertaram para o facto de a situação permanecer fluida e de uma nova proposta de Ratcliffe poder impedir Jassim de garantir a exclusividade.

No entanto, o facto de o pai do sheikh Jassim deter o clube francês PSG poderá dificultar o negócio, na medida em que as regras proíbem dois clubes com o mesmo dono de participarem na Champions League.

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Comissão Europeia apresenta no final de junho proposta “equilibrada” para euro digital

  • Lusa
  • 15 Junho 2023

"Estamos agora na fase final de preparação de uma proposta de regulamento que permita a criação de um euro digital no futuro”, disse o comissário Gentiloni.

A Comissão Europeia vai apresentar, no final de junho, a sua proposta legislativa para criar um quadro jurídico que permita concretizar o euro digital, a forma virtual da moeda única, anunciou esta quinta-feira a instituição, garantindo um regulamento “equilibrado”.

“No último ano e meio, colaborámos intensamente com os Estados-membros e com as partes interessadas, bem como com o Banco Central Europeu [BCE] e estamos agora na fase final de preparação de uma proposta de regulamento que permita a criação de um euro digital no futuro”, revelou o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni.

Falando em conferência de imprensa após uma reunião dos ministros das Finanças do euro, no Luxemburgo, Paolo Gentiloni apontou que o objetivo é “apresentar esta proposta no final deste mês” pelo que se escusou a “entrar agora em pormenores”. Ainda assim, o responsável europeu pela tutela vincou que esta “será uma proposta equilibrada, acompanhada de um regulamento separado sobre o estatuto legal e o acesso ao numerário em euros”.

De acordo com o comissário europeu, a criação do euro digital “consiste em dar mais uma opção aos cidadãos para pagarem com dinheiro”, embora “não se trate de substituir o numerário, mas sim de o complementar”. Também falando à imprensa na ocasião, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, explicou que a criação do euro digital foi um dos assuntos hoje abordados e tem estado a ser “analisado muito ativamente” pelos ministros europeus da área da moeda única.

Segundo Paschal Donohoe, “a discussão de hoje teve lugar no contexto da finalização dos trabalhos da Comissão no que respeita à apresentação de uma proposta legislativa relativa a este projeto”. “Mas para que fique claro o que esse trabalho fará não é criar um euro digital propriamente dito, o que vai fazer é criar o quadro jurídico para a possível emissão de um euro digital numa outra e futura altura”, salvaguardou.

Paschal Donohoe adiantou que, “embora exista um amplo apoio ao projeto em curso, o euro digital, no seio das instituições, os ministros querem apoiar este trabalho, mas também analisar a forma de o desenvolver”. A criação de um euro digital tem vindo a ser estudada há vários meses pelo BCE, sendo que a estrutura ainda não tomou qualquer decisão sobre o assunto.

Um euro digital será uma forma eletrónica de moeda única acessível a todos os cidadãos e empresas – tal como as notas de euro, mas em formato digital –, permitindo por exemplo realizar pagamentos diários. Funcionará, então, como um complemento às notas e moedas de euro sem as substituir.

Uma moeda digital é um ativo semelhante ao dinheiro que é armazenado ou trocado através de sistemas online, sendo que no caso do euro seria gerida pelo banco central. Adotado por 20 Estados-membros da União Europeia, o euro está em circulação há 21 anos e é a segunda moeda mais utilizada ao nível mundial nos pagamentos globais.

Na conferência de imprensa, Paolo Gentiloni disse ainda que, na segunda-feira, irá apresentar em Bruxelas uma “proposta legislativa para tornar os procedimentos de retenção na fonte mais simples e mais rápidos”, sendo esta “uma das questões universalmente consideradas como um grande obstáculo ao investimento transfronteiriço”.

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