Bloco desconhece compra de ações dos CTT pela Parpública
Coordenadora do Bloco de Esquerda disse desconhecer a compra de ações dos CTT pela Parpública por ordem do Governo para satisfazer alegadas exigências dos bloquistas para viabilizar o OE para 2021.
A coordenadora do Bloco de Esquerda disse esta quarta-feira desconhecer a compra de ações dos CTT pela Parpública por ordem do Governo para satisfazer alegadas exigências dos bloquistas para viabilizar o Orçamento do Estado para 2021.
“Essa ideia de que o Bloco defende a nacionalização dos CTT é pública, já apresentámos na Assembleia da República, já a levámos a votos. Em particular esta operação de compra, nós desconhecíamo-la, não tinha conhecimento dessa operação de compra”, afirmou aos jornalistas Mariana Mortágua, em Porto de Mós (Leiria).
O Jornal Económico noticiou na terça-feira que a Parpública comprou ações dos CTT por ordem do Governo e que a holding do setor empresarial do Estado mantém participação “secreta” nos CTT, que nunca foi comunicada ao mercado, nem referida nos relatórios anuais. Segundo o jornal, a compra teve lugar após exigências do Bloco para viabilizar o Orçamento do Estado para 2021. O ECO avançou esta quarta-feira que a posição ronda os 0,25% do capital dos Correios.
“Está a dizer-me uma novidade: que é uma promessa que tinham feito ao Bloco de Esquerda. Eu própria não sabia”, assegurou, quando questionada sobre o assunto.
Mariana Mortágua explicou que o Bloco, em 2021, “centrou as suas negociações orçamentais em 12 propostas”, num “último esforço para aprovar um Orçamento do Estado”, propostas “centradas na saúde e no trabalho”. “Essas propostas são públicas, eram conhecidas, nenhuma delas dizia respeito aos CTT”, declarou a dirigente do Bloco.
O Bloco votou contra o orçamento de 2021, que acabaria por ser viabilizado com os votos do PS e as abstenções do PCP, PEV e PAN e das deputados não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.
Reiterando que desconhecia a compra de uma participação dos CTT pela Parpública, Mariana Mortágua destacou que o partido é favorável “à recuperação dos CTT para o povo, para o país”. À pergunta se tal recuperação pode ser através da compra das ações, Mariana Mortágua respondeu que “a melhor forma de recuperar o poder público dessa empresa tem de ser estudada”.
A dirigente bloquista apontou para uma “forma que proteja o erário público e que proteja a empresa que tem sido delapidada pelos seus acionistas privados”.
Para Mariana Mortágua, “uma participação que não chega a 2% não confere ao Estado nem um poder de controlo, nem a recuperação dos CTT para as mãos do país”. “O que era importante era discutirmos como é que setores estratégicos, como o caso dos CTT, podem ser recuperados para as mãos do povo”, frisou, classificando como disparate e erro a privatização dos CTT.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Bloco desconhece compra de ações dos CTT pela Parpública
{{ noCommentsLabel }}