Montenegro quer salário médio nos 1.750 euros em 2030
O programa económico da AD quer dar um impulso de cerca 300 euros face ao ordenado médio bruto atual que está nos 1.438 euros, segundo o INE.
O líder da AD (Aliança Democrática) e candidato a primeiro-ministro, Luís Montenegro, quer o salário médio a crescer até aos 1.750 euros no final da legislatura, em 2028, segundo o programa económico para as legislativas de 10 de março que está a ser apresentado esta quarta-feira.
“Que o salário mínimo não seja inferior a 1.000 euros e que o médio seja em torno de 1.750 euros nesta década. Há condições para que estes objetivos sejam realizáveis”, defendeu o presidente do PSD.
Isto significa, na prática, um impulso de 312 euros no ordenado médio face ao valor atual que está nos 1.438, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Ou seja, a AD, coligação que junta PSD, CDS e PPM, propõe-se a aumentar o vencimento médio à razão de 52 euros por ano, baseando-se “na soma da inflação à totalidade dos ganhos de produtividade”, de acordo com o programa económico.
Em relação à evolução do salário mínimo, Montenegro até tinha apontado para um cenário mais ambicioso com o valor a chegar aos 1.100 euros em 2028, como noticiou o ECO. Mas agora prefere ser mais prudente e igualar a proposta do PS de Pedro Nuno Santos, que aponta para um aumento para 1.000 euros no final da legislatura.
“Não temos de ser um país de baixos salários, nivelado por baixo, a ganhar o salário mínimo ou pouco acima”, reforçou Montenegro.
Outra das metas para a legislatura passa por “colocar a economia a crescer 3,5%, no final da legislatura”, afirmou Montenegro. “A base é baixa. O crescimento para 2023 e o projetado para 2024 são menos de metade daquilo que pretendo”, sublinhou. Por isso, será necessário “um caminho progressivo ao longo da legislatura”, acrescentando que “este objetivo é possível com a política fiscal e reforma dos principais sistemas públicos”. A meta é, na próxima legislatura, “ter a economia a crescer em velocidade de cruzeiro, em 4%”.
“O objetivo da AD é crescer mais do que os outros países da coesão, é impulsionar a valorização dos salário e que ao rendimento do trabalho não seja subtraída a fatia de leão de impostos seja nas pessoas singulares, seja nas pessoas coletivas“, proclamou.
Ainda no cenário macroeconómico, a AD aponta para uma taxa de desemprego de 5%, em 2028. E uma “carga fiscal inferior a 37% do PIB, o que significa baixar a tendência de todos os anos de batermos todos os recordes de carga fiscal”, indicou.
Em concreto, “o peso da despesa corrente primária no PIB desce de 37,7%, para um valor em torno dos 35%, e o peso da despesa total de 44,5% para um valor próximo de 40% no final da década”, segundo o programa económico.
Neste aspeto, o líder do PSD recordou que o compromisso da AD é reduzir as taxas de IRS, especialmente na classe média, estabelecer uma taxa mínima de 15% para os jovens até aos 35 anos, exceto os que se encontram no último escalão, e isentar de IRS e contribuições sociais o prémio de desempenho até ao montante de um ordenado.
Para além disso, Montenegro lembrou o objetivo de elevar o referencial do complemento solidário de idosos (CSI) para os 820 euros, até ao final da legislatura, valor que passará a ser equiparado ao salário mínimo atualizado na legislatura seguinte. “Significa um verdadeiro rendimento mínimo garantido dos pensionistas”. Ou seja, entre a pensão que o reformado recebe o CSI, é assegurado um valor de 820 euros.
Montenegro quer ainda reduzir a dívida pública para que fique abaixo de 90% do PIB em 2028.
(Notícia atualizada às 18h23)
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