“O consenso entre os governadores é que é prematuro discutir cortes de taxas”
Além de ter estagnado nos últimos três meses do ano passado, Christine Lagarde refere a existência de sinais de fraqueza da economia da Zona Euro no curto prazo.
A economia da Zona Euro está longe de regozijar de boa saúde. Segundo Christine Lagarde, “a economia da Zona Euro terá estagnado no quarto trimestre de 2023” e “alguns dados sinalizam uma fraqueza no curto prazo”.
Apesar deste quadro pouco promissor, a presidente do Banco Central Europeu referiu esta quinta-feira em conferência de imprensa, após o Conselho do BCE sinalizar a manutenção dos níveis das taxas diretoras, “alguns inquéritos apontam para uma nova retoma do crescimento no futuro”.
Lagarde destaca, por exemplo, os últimos dados do índice Purchasing Managers (PMI), que mostram uma ligeira melhoria da atividade económica pelo desempenho do setor industrial e dos serviços. “O PMI é um pequeno sinal de que as condições de recuperação estão a ser criadas”, destacou a líder do BCE.
Além disso, Lagarde refere que “o mercado de trabalho é robusto” no espaço da moeda única, mas que a “procura por emprego está a abrandar” e que “as novas regras orçamentais devem ser aplicadas sem demora.”
Christine Lagarde confessou ainda que “a recuperação da inflação em dezembro foi mais fraca do que previsto” e que “as pressões internas sobre os preços são elevadas”, apesar de algumas medidas começarem a ter impacto no abrandamento dos preços.
Estas dinâmicas justificaram não só o Conselho do BCE a manter as taxas diretoras inalteradas pela terceira reunião consecutiva, mas que o “consenso em cima da mesa” entre os governadores dos bancos centrais dos países da moeda única aponte para que “seja prematuro falar de cortes nas taxas”, garantiu Christine Lagarde.
Esta mensagem não é nova por parte da presidente do BCE que, recentemente, no Fórum Económico Mundial, em Davos, atirou para o verão a possibilidade de realizar-se os primeiros cortes nas taxas de juro, muito por conta da existência de “um nível de incerteza e alguns indicadores que não estão ancorados no nível em que gostaríamos de os ver”.
A precaução do BCE em iniciar um ciclo de cortes de taxas prende-se com “as tensões geopolíticas geradas pelo conflito no Médio Oriente que constituem um risco ascendente para a inflação”, aliando a um ambiente em que também “os salários e as margens de lucro das empresas podem representar riscos de subida dos preços”, alerta mais uma vez Lagarde.
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