Novobanco “está operacionalmente pronto para um IPO”
O CEO do Novobanco considera que os resultados de 2023 mostram que o banco está pronto para ir para bolsa no primeiro semestre deste ano, mas que falta um último passo para isso acontecer.
O presidente executivo do Novobanco considera que, com base nos resultados apresentados em 2023, o banco está pronto para abrir o capital em bolsa. “Acreditamos que estamos agora operacionalmente prontos para um IPO”, referiu Mark Bourke, CEO do Novobanco, na apresentação aos analistas.
O banqueiro refere mesmo que essa operação pode concretizar-se no primeiro semestre deste ano. “O investment grade [conferido recentemente pela Fitch] é uma espécie de reconhecimento externo desse facto”, disse.
No entanto, Bourke refere que, para isso acontecer, falta um último passo: a “construção de um balanço completo e realmente normalizado que envolva um acordo entre todas as partes em relação ao CCA [Acordo de Capital Contingente], ou retiram capital, dividendos ou outra qualquer forma”.
“Isso acontece ou em 2025, naturalmente, quando o contrato termina, ou através de um acordo entre as partes, e, nesse caso, estaríamos em posição para o IPO”, conclui o banqueiro.
O Novobanco está projetar um ano de 2024 com a mesma dinâmica com que fechou 2023, que se traduziu em lucros recorde de 743 milhões de euros e num aumento de 56,6% do produto bancário comercial para 1.438,7 milhões de euros.
Segundo a apresentação realizada esta quinta-feira aos analistas por Mark Bourke e Benjamin Dickgiesser, CEO e CFO do banco, respetivamente, o Novobanco antecipa para 2024 alcançar um produto comercial bancário acima de 1.300 milhões de euros e superar a fasquia dos 650 milhões de euros em lucros.
“São previsões muito conservadores em relação ao crescimento atual do balanço”, referiu Bourke, reforçando também que “o negócio está bem capitalizado, é altamente gerador de capital” e que o Novobanco dispõe de liquidez “que nos permite apoiar os nossos negócios no retalho e junto das PME, e continuar a cumprir a estratégia que definimos”.
Considerando que “o ambiente [macroeconómico] que enfrentamos atualmente para 2024 é bastante favorável”, Bourke destaca ainda que o banco tem sido muito conservador na concessão de crédito pessoal junto das famílias, o que leva o banqueiro a não temer uma subida do incumprimento em 2024.
“Não vemos qualquer aumento significativo de incumprimento ou qualquer aumento na criação de NPL [non-performing loans — que na prática se traduz em crédito mal parado], tanto na carteira de consumo como na carteira de crédito hipotecário”, refere o CEO do banco.
A sustentar essa ideia, Bourke nota, por exemplo, que “as famílias têm demonstrado disciplina financeira, que lhes permite terem atualmente uma situação financeira menos alavancada que a média das famílias da Zona Euro”.
Para alcançar os objetivos definidos em 2024, o banco pretende continuar a desenvolver uma estratégia centrada em “proporcionar retornos orgânicos sustentáveis, a partir de uma atividade doméstica centrada no crescimento e em produtos e serviços de valor acrescentado”, lê-se no documento.
Bourke esclarece ainda que a sua administração tem “alguma ambição adicional em matéria de comissões, nomeadamente no domínio da gestão de ativos e dos pagamentos”. Recorde-se que as contas de 2023 mostraram uma subida ligeira, de 0,9%, do volume de comissões cobradas pelo banco no último ano face a 2022.
Além disso, o Novobanco projeta ainda que o rácio dos custos operacionais face ao produto bancário comercial se mantenha este ano em redor dos 35% (em 2023 fechou nos 33%).
Na estratégia de controlo de custos para este ano, o banco não tem projetada qualquer encerramento de balcões, depois de em 2023 ter fechado duas agências bancárias. “Não esperamos mais reduções significativas no futuro, uma vez que estamos com 290 balcões, sendo que a nossa quota de mercado de balcões em Portugal é de 8,7%, que já é inferior à nossa quota de mercado global de 9,8%”, referiu Benjamin Dickgiesser aos analistas.
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