Volume de negócios na indústria está em queda há nove meses consecutivos
No conjunto do ano, o volume de negócios na indústria apresentou uma redução média de 3,1%, quando no ano anterior tinha registado um crescimento de 21,7%.
O volume de negócios na indústria caiu 7,9% em dezembro, aprofundado o ritmo de quedas face ao mês anterior, quando contraiu 4,9%, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira. Vendas ao exterior têm queda mais significativa. O indicador está em terreno negativo há nove meses consecutivos.
“O Índice de Volume de Negócios na Indústria apresentou uma variação homóloga nominal”, isto é, sem descontar o impacto da inflação, “de -7,9% em dezembro (-4,9% no mês anterior), resultado que deverá estar influenciado por dezembro de 2023 ter menos dois dias úteis que o mesmo mês de 2022. Sem o agrupamento energia, o volume de negócios contraiu 7,5% (-5,2% em novembro)”, lê-se no destaque do INE.
A quebra das vendas é mais significativa para o exterior. “Os índices relativos ao mercado nacional e ao mercado externo tiveram variações de -3,1% e -14,9%, respetivamente (-0,2% e -11% no mês precedente)”, aponta o INE.
Em termos de grandes agrupamentos os bens intermédios são aqueles que mais contribuíram para o mau desempenho do índice, mas foram os bens de investimento e energia que registaram a queda mais significativa. “Os bens intermédios deram o contributo mais negativo para a variação do índice total, -3,7 p.p., em resultado da variação de -11,5% (-3,8 p.p. e -10,8% em novembro) e os bens de investimento e a energia diminuíram 14,7% e 9,1%, respetivamente (-2,3% e -3,6% no mês anterior), tendo contribuído com -2,4 p.p. e -2,1 p.p. (-0,4 p.p. e -0,7 p.p. no mês precedente)”, especifica o INE. Já os bens de consumo aumentaram 1,2% após uma variação nula em novembro.
No conjunto do ano, o volume de negócios na indústria apresentou uma redução média de 3,1%, quando no ano anterior tinha registado um crescimento de 21,7%. Um desempenho que pode ser explicado pelo facto de os preços na indústria terem aumentado 20,5% em 2022 e diminuído 2,2% em 2023.
Já “no quarto trimestre de 2023, a variação homóloga das vendas na indústria fixou-se em -5,3% (-8,1% no trimestre anterior)”, detalha o instituto de estatística.
Emprego e remunerações ainda em terreno positivo, mas horas trabalhadas já em queda
Apesar do volume de negócios na indústria estar em queda há nove meses, o emprego e as remunerações resistem em terreno positivo, de acordo com os dados do INE. Mas, as horas trabalhadas (que são ajustadas de efeitos de calendário, também já foram afetadas, registando uma redução de 2,2% em dezembro, após o aumento de 0,7% em novembro.
“O índice de emprego registou uma variação mensal nula em dezembro (0,1% em igual mês de 2022)”, sublinha o INE. “As variações mensais dos índices de remunerações e de horas trabalhadas foram de -1,5% e -14,8% (0,5%, e -12,2% em dezembro de 2022), respetivamente”. De sublinhar que as remunerações não apresentavam uma evolução tão baixa há pelo menos um ano, sendo que o pior desempenho foi ao nível dos bens intermédios.
O emprego, as remunerações e as horas trabalhadas apresentaram variações médias anuais de 0,8%, 7,4% e 0,7% (2,5%, 6,7% e 2,5% em 2022), respetivamente.
(Notícia atualizada com mais informações)
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