Têxtil português perde 5,6% das exportações em 2023, mas “veste” quota na Europa
Após bater recorde em 2022, indústria do têxtil e vestuário vende menos 339 milhões no exterior, com Espanha a liderar quedas. Nove dos dez maiores destinos travam encomendas às fábricas nacionais.
Depois de nove anos consecutivos a crescer até 2018, as exportações da indústria portuguesa do têxtil e do vestuário encolheram 1% em 2019 e voltaram a recuar 11% em 2020, no primeiro ano da pandemia. Seguiram-se progressões robustas nos últimos dois anos, que valeram um novo máximo histórico ao setor em 2022, embora já com “sabor amargo” por ter assentado no aumento dos custos de produção. No ano passado, confirma agora o INE, as vendas ao exterior fecharam no vermelho.
Os clientes internacionais encolheram em 5,6% as compras às fábricas portuguesas, para um total de 5.753 milhões de euros, o que equivale a uma quebra de 339 milhões face ao período homólogo. A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) atribui este resultado à performance negativa no vestuário de malha (-8%) e na categoria de têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados (-12%). Sobrou apenas a boa notícia no vestuário em tecido, que registou uma “recuperação assinalável” de 5%.
Com nove dos dez principais mercados externos a travarem as encomendas à indústria nacional – só o Canadá, posicionado em 10.º lugar na lista mais recente, aumentou as compras em 2022 –, foi naquele que é historicamente o principal destino (Espanha) que se verificou o maior recuo em valor (-77 milhões de euros) e em quantidades (-14.580 toneladas).
De resto, além do Canadá, entre os restantes países que integram agora o top 20, só seguiram mais têxteis e peças de vestuário made in Portugal para Marrocos – o que mais cresceu em 2023 –, Polónia, Roménia e Arábia Saudita.
Ainda assim, apesar da “contração acentuada da procura nos mercados ocidentais, que afetou o valor e volume das exportações portuguesas de têxteis e vestuário”, a associação liderada por Mário Jorge Machado reclama um aumento de quota naqueles países que integram o “pódio” para esta indústria durante o ano passado.
Recorrendo aos dados já disponíveis e com os quais é possível fazer uma comparação para os primeiros dez meses do ano passado, a fatia de Portugal nas importações de têxteis subiu de 4,1% para 4,5% em Espanha; de 2,2% para 2,4% em França; e de 0,8% para 0,9% na Alemanha.
Na semana passada, o Instituto Nacional de Estatística (INE) reportou que as exportações portuguesas de mercadorias interromperam em dezembro uma série de oito meses negativos, com um ligeiro crescimento homólogo em dezembro insuficiente para evitar a descida de 1% no total do ano.
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