Ano arranca com despedimentos coletivos a aumentar. Comércio e indústria destacam-se
No primeiro mês do ano, foram comunicados 47 processos de despedimentos coletivos. Desde 2021 que não havia tantos processos num mês de janeiro. Governo tem descartado alarme quanto ao emprego.
O ano de 2024 arrancou com um aumento dos despedimentos coletivos, tanto face a dezembro, como em comparação com o mesmo período de 2023. Em janeiro, foram, assim, comunicados 47 processos deste tipo, sendo que quase metade diz respeito aos setores das indústrias transformadoras e do comércio.
Os dados são da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT): em janeiro, deram entrada 47 despedimentos coletivos, dos quais 16 relativos a microempresas, 17 relativos a pequenas empresas, três referentes a médias empresas e 11 referentes a grande empresas. Ou seja, foram as empresas mais pequenas a recorrer a estes processos, o que já é “tradição”.
Ora, em dezembro tinham sido comunicados 44 despedimentos coletivos. E há um ano, 42. Tal significa que no arranque do ano houve um aumento de quase 7% e de quase 12%, respetivamente. Aliás, de acordo com a série destacada pela DGERT, é preciso recuar até 2021 para encontrar um janeiro com mais despedimentos coletivos.
Importa explicar que, desses 47 processos comunicados, mais de metade (55%) foi registada em Lisboa e Vale do Tejo. Já no Norte foram contabilizados 24% dos despedimentos coletivos, no Centro 19% e no Algarve 2%.
Já quanto aos setores de atividade onde esses processos foram mais frequentes, a indústria e o comércio estão em destaque. Cerca de 24% dos processos comunicados dizem respeito ao comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis, e motociclos, enquanto 21% são relativos às indústrias transformadoras.
A completar o “pódio” aparecem as atividades de saúde humana e apoio social, que foram responsáveis por 11% do total de despedimentos coletivos registados no arranque deste ano.
Por outro lado, a DGERT avança que até ao final de janeiro havia 676 trabalhadores a despedir, no âmbito de processos deste tipo. E 554 já despedidos. Estes números também correspondem a uma subida homóloga, já que em janeiro de 2024 tinham estado 228 prestes a serem despedidos e 221 já despedidos.
Um outro dado relevante é que, entre os trabalhadores efetivamente despedimentos, a maioria (55%) foram dispensados por motivo de redução de pessoal. Já 39% viram a empresa para a qual trabalhavam encerrar em definitivo. E 6% viram a secção na qual exerciam funções fechar.
De notar ainda que mais de seis em cada dez dos trabalhadores despedidos, em despedimentos coletivos, em janeiro eram do género feminino.
O ano 2023 já tinha sido sinónimo de um disparo dos despedimentos coletivos. Foi registado um salto de quase 31% face ao ano anterior, tendo sido atingido o valor mais alto desde 2020.
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