Medina garantiu em Bruxelas que Montenegro irá manter política das “contas certas”

Ministro das Finanças passou "mensagem de confiança" aos homólogos europeus de que o líder da AD, depois de indigitado, irá respeitar a política de "contas certas" levada a cabo pelo PS.

O Ministro das Finanças revelou ter transmitido uma “mensagem de confiança” aos homólogos europeus relativamente à continuidade da política orçamental “de contas certas” levada a cabo pelo PS. “O futuro Governo liderado pela Aliança Democrática (AD) e por Luís Montenegro irá dar continuidade à trajetória de contas certas que o país tem seguido“, afirmou Fernando Medina, esta terça-feira, em Bruxelas.

O responsável pela pasta das Finanças explicou ter transmitido essa mensagem por ter sido esse um “compromisso assumido no programa eleitoral da AD”, estando por isso “convicto” de que Montenegro irá “continuar esse trabalho” se for indigitado como primeiro-ministro, na próxima semana, depois do apuramento dos votos do círculo da emigração. Esse momento deverá acontecer no dia 20 de março, altura em que o Presidente da República receberá o líder da AD no Palácio de Belém.

Quis partilhar essa mensagem de continuidade e de confiança aos parceiros europeus de que esse caminho vai ser perseguido. Fi-lo com a convicção de que vai ser feito, tal como está inscrito no programa da AD que foi apresentado nas eleições”, acrescentou em declarações aos jornalistas, não resistindo deixar um recado: “Obviamente, caberá ao futuro Governo fazer prova disso.”

Questionado sobre se o PS está disponível para apoiar uma governação da AD, respondendo ao apelo de “responsabilidade” lançado por Montenegro, Medina voltou a sublinhar que na próxima legislatura o “PS fará e liderará oposição”, argumentando que a formação de um bloco central apenas contribuiria para o crescimento do Chega.

“O resultado das eleições ditou que a AD vai governar o país, e assim vai ser. O PS vai ser oposição. Não é bom que se confundam esses papéis, nem é bom um bloco central“, afirmou, alertando que “no dia em que isso acontecer, a única força de oposição seria o partido de extrema-direita” e que isso resultaria num crescimento no ato eleitoral seguinte. Ainda assim admitiu concordar com a posição assumida por Augusto Santos Silva de que o PS e PSD devem negociar e fazer compromissos entre si em matérias importantes.

Sobre o crescimento da extrema-direita em Portugal, o ainda ministro das Finanças recordou que essa é uma tendência que se verifica, também, no resto da Europa. “Portugal era, de certa forma, um quadro de exceção. Tínhamos uma maioria estável. Agora temos um quadro político diferente, mais espartilhado, com um partido de extrema-direita com uma expressão significativa”, disse.

Apesar deste cenário “desafiante”, no qual o Chega se prepara para arrancar a próxima legislatura com 48 deputados, cimentando a sua posição como terceira força política, Medina garante que “Portugal irá fazer esse caminho”, ainda que admita ser “um desafio para quem vier assumir responsabilidades no Governo“.

Questionado ainda sobre se o PS irá chumbar um eventual orçamento retificativo apresentado pela AD, Fernando Medina não abre o jogo, recordando ser ainda membro do Governo, não sendo por isso o momento para começar a fazer oposição. Esse trabalho, irá reservar para quando assumir um lugar na Assembleia da Republica na bancada do PS. “Asseguro o meu lugar”, frisou.

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