Asgard levanta 30 milhões para criar tratamento personalizados para cancro
A biotech é um spin-off da Universidade de Lund na Suécia, sendo a equipa que a lidera, e criou, portuguesa. Hoje com nove elementos, quer em três anos aumentar equipa para 20.
A Asgard Therapeutics, biotech liderada por três portugueses, anunciou ter fechado um financiamento de 30 milhões de euros para desenvolver uma terapia que “induz uma forte resposta imunitária anti-cancro personalizada para cada doente”. Expandir equipa de I&D e desenvolver a terapia, para ensaios clínicos já em 2026, estão entre os objetivos desta ronda de financiamento, um das maiores de uma empresa de biotecnologia com ciência de base portuguesa.
“A abordagem da Asgard vem superar os desafios enfrentados pelas terapias celulares tradicionais, permitindo recriar as células imunitárias funcionais desejadas diretamente no corpo do doente. Acreditamos que esta estratégia inovadora dará origem à próxima geração de terapias celulares. Este financiamento segue a demonstração da prova de conceito do programa AT-108. Gostaríamos de agradecer aos investidores novos e já existentes pelo seu apoio enquanto descobrimos e desenvolvemos imunoterapias inovadoras, e estamos muito entusiasmados por avançar o nosso programa principal AT-108 para a clínica”, diz a CEO Cristiana Pires, uma de três cientistas portugueses cofundadores da biotech.
A ronda de investimento foi coliderada por dois novos investidores – a RV Invest e a Johnson & Johnson Innovation – JJDC, Inc. –, com a participação de investidores iniciais existentes, Novo Holdings, Boehringer Ingelheim Venture Fund e Industrifonden.
Fundada em 2018, a Asgard Therapeutics é um spin-off da Universidade de Lund na Suécia, sendo a equipa que a lidera e criou portuguesa: Cristiana Pires (CEO), Fábio Rosa (head of research) e Filipe Pereira (head of innovation), cientistas que começaram a desenvolver as linhas de investigação desta terapia na Universidade de Coimbra.
O AT-108 é uma terapia genética que “reprograma diretamente as células tumorais em células dendríticas apresentadoras de antigénios”, com isso as células reprogramadas “apresentam os antigénios tumorais de cada doente induzindo uma resposta anti tumoral personalizada”. O programa AT-108 alcançou, recentemente, “prova de conceito em modelos pré-clínicos, induzindo forte imunidade anti tumoral em monoterapia”, informa comunicado.
“Um dos principais focos deste financiamento é o desenvolvimento do nosso principal programa, o AT-108, e por isso estamos a expandir a nossa equipa de desenvolvimento, em particular para solidificar a experiência no desenvolvimento de programas de imuno-oncologia em fase dos estudos pré-clínicos regulatórios e entrada em ensaios clínicos. Além disso, procuramos aumentar a nossa capacidade interna de investigação para apoiar a expansão da nossa pipeline“, adianta Cristiana Pires ao ECO.
“Atualmente, contamos com 9 colaboradores, apoiados por uma rede de consultores, conselheiros e especialistas. Ao longo dos próximos três anos, planeamos aumentar a equipa para um total de 20 colaboradores“, diz ainda.
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