Putin vende ao mundo vitória eleitoral com número recorde de votos
Comissão Eleitoral Central confirma que quase 76 milhões de eleitores votaram em Putin, um ato eleitoral depois de uma repressão de opositores sem precedentes.
Vladimir Putin obteve o seu quinto mandato com mais de 87% dos votos, um número recorde, nas eleições presidenciais, indicou esta segunda-feira a Comissão Eleitoral Central da Rússia. Os resultados surgiram depois de Putin ter desencadeado a repressão mais dura do país à oposição e à liberdade de expressão desde os tempos soviéticos e poucas semanas depois da morte de Alexei Navalny, um opositor político do Kremlin.
A Comissão Eleitoral Central da Rússia informou que, com quase 100% de todos os distritos eleitorais contados, Putin obteve 87,29% dos votos. A chefe da Comissão Eleitoral Central, Ella Pamfilova, disse que quase 76 milhões de eleitores votaram em Putin, o maior número de votos de todos os tempos.
Com estes resultados, Putin vende ao mundo a sua maior vitória eleitoral desde que chegou ao poder em 2000, apesar da guerra na Ucrânia e das sanções económicas do Ocidente. A eleição deverá mantê-lo no poder até 2030, ano em que completará 77 anos, com a possibilidade de um mandato adicional até 2036, devido a uma alteração constitucional feita em 2020.
Apenas três candidatos simbólicos — e ninguém que se opusesse à sua guerra na Ucrânia — foram autorizados a concorrer contra Putin enquanto este procurava mais seis anos no poder. Putin lidera a Rússia como presidente ou primeiro-ministro desde dezembro de 1999, um mandato marcado pela agressão militar internacional e por uma crescente intolerância à dissidência.
As eleições têm sido marcadas por ataques de ‘drones’ e incursões na fronteira ucraniana, que causaram várias mortes e levaram Putin a acusar Kiev de tentar torpedear a sua reeleição.
O líder norte-coreano Kim Jong Un e os presidentes das Honduras, Nicarágua e Venezuela felicitaram rapidamente Putin pela sua vitória, tal como fizeram os líderes das nações ex-soviéticas da Ásia Central do Tajiquistão e do Uzbequistão, enquanto o Ocidente considerou-a uma farsa.
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