Serrão suspeito de usar fundos europeus para viver em hotel de luxo

Manuel Serrão terá usado 372 mil euros de fundos europeus para pagar uma “residência permanente” no Hotel Sheraton, no Porto, durante cerca de oito anos, avançam o Jornal de Notícias e o Observador.

Segundo o inquérito do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, a que as publicações tiveram acesso, os investigadores suspeitam que o hotel de cinco estrelas recebeu mais de 372 mil euros da Associação Selectiva Moda, entre 2015 e 2023 e que “os encargos com o alojamento e outras despesas relativas à permanência de Manuel Serrão naquela unidade hoteleira” tenham sido imputados aos projetos da Selectiva Moda ou suportados por fundos europeus.

Em causa estão as buscas levadas a cabo esta terça-feira no âmbito da Operação Maestro e que visam, além de Manuel Serrão, o cunhado António Silva, o gestor António Sousa Cardoso e o jornalista Júlio Magalhães. A investigação acredita que os suspeitos recorreram a uma teia de empresas, com o setor têxtil como pano de fundo, para apresentar faturas falsas que terão sido submetidas aos programas de financiamentos de projetos, como o Compete 2020. Entre 2015 e 2023, a Associação Selectiva Moda, que é gerida por Serrão e que está no centro das suspeitas, assim como duas empresas lideradas pelos visados, terão recebido quase 40 milhões de euros.