Estado arrasta endividamento da economia para a maior subida em quase um ano
O Estado foi o grande responsável pela subida do endividamento da economia em fevereiro, com o setor público a aumentar a sua dívida em quase 2%, enquanto empresas e famílias reduziram.
O nível de endividamento da economia nacional voltou a aumentar em janeiro em cerca de 5,7 mil milhões de euros (mais 0,71% face a dezembro), colocando assim o fardo da dívida em 808,9 mil milhões de euros, o equivalente a 303,4% do PIB de 2023, segundo cálculos do ECO.
Segundo dados do Banco de Portugal divulgados esta sexta-feira, trata-se da subida mensal da dívida — engloba o endividamento de particulares, setor público e empresas não financeiras — mais acentuada desde fevereiro do ano passado. E também se traduz numa subida homóloga de 1,22%.
Deve-se ao Estado a única responsabilidade do aumento do endividamento da economia nacional em fevereiro, para o valor mais elevado desde setembro. Foi o único agente económico a registar um aumento da dívida, em cerca de 1,94%. “O endividamento do setor público aumentou 6,8 mil milhões de euros, o que foi motivado, em grande medida, pela emissão líquida de obrigações do Tesouro”, refere o Banco de Portugal.
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Em oposição à tendência de crescimento do endividamento do setor público está o setor privado, com as empresas a baixarem em 962 milhões de euros a sua dívida e os particulares a cortarem em 158 milhões de euros o seu endividamento, “essencialmente perante o setor financeiro”, refere o Banco de Portugal.
Nos últimos 12 meses, o Estado foi também o principal responsável pelo aumento de 9,75 mil milhões de euros do endividamento da economia nacional, com a dívida do setor público a aumentar 8,5 mil milhões, que compara com um crescimento de 2 mil milhões de euros da dívida das empresas e com uma redução de 833 milhões de euros da dívida das famílias.
Atualmente, o endividamento do setor público é de quase 361 milhões de euros e das empresas supera os 298 mil milhões. As famílias apresentam um saldo de endividamento de 149,8 mil milhões de euros, que também se traduz no valor mais baixo desde julho de 2022.
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