Lucro do grupo Pestana desce 4% para 105 milhões em 2023
A descida resulta de uma comparação desfavorável com 2022, quando o grupo vendeu de um hotel no Algarve. Receitas subiram 23%, para 557 milhões. CEO admite aquisições este ano.
O lucro do grupo Pestana desceu 4% para 105 milhões de euros em 2023, face aos 109,5 milhões do ano anterior, afirmou esta terça-feira o presidente executivo (CEO), José Theotónio, explicando que a queda resulta de um lucro extraordinário obtido em 2022 com a venda de um hotel no Algarve.
Em maio de 2022, o grupo vendeu o Pestana Blue Alvor, um resort de cinco estrelas e 500 quartos, à espanhola Azora.
As receitas subiram 23% para 557 milhões de euros em 2023, adiantou o gestor, num encontro com jornalistas, numa das unidades do grupo hoteleiro em Lisboa.
“O crescimento das receitas foi impulsionado pela hotelaria, que representa 67% da receita total do grupo, mas também pela área imobiliária, que opera sob a marca Pestana Residences, e que conta com um peso de 16%”, adiantou a empresa, em comunicado. As outras atividades do grupo, incluindo golfe, Pestana Vacation Club e Empresa de Cervejas da Madeira, contribuíram com 17% da receita.
O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) atingiu os 189 milhões de euros, menos 5% que em 2022.
Em termos recorrentes, o EBITDA subiu 25% em termos homólogos, enquanto o lucro líquido avançou 30%.
O grupo é o maior do setor hoteleiro em Portugal, com 108 hotéis em funcionamento, do quais 76 em território nacional.
A renovação de hotéis ou a aquisição de empreendimentos representou, em 2023, um investimento do grupo de 85 milhões de euros. O grupo adiantou que renovou os hotéis Pestana Vila Lido Madeira e Pestana Blue Alvor Beach, e adquiriu o empreendimento turístico Vila Sol, em Vilamoura, no qual já detinha a gestão operacional do hotel e do respetivo campo de golfe.
Em Lisboa, o grupo concluiu a construção e abriu a Pousada Alfama e o Pestana Rua Augusta. Para este valor de investimento contribuíram ainda vários projetos na área imobiliária nas regiões do Algarve, Costa Alentejana e Madeira.
José Theotónio explicou aos jornalistas que a empresa amortizou de forma antecipada dívida com taxa variável no valor de 120 milhões, reduzindo o rácio de dívida líquida face ao EBITDA para 0,9% no final de 2023, o que compara com 3,9% no final de 2021. “Portanto estamos numa situação em que, se quiséssemos, num ano terminávamos com a nossa dívida financeira”, vincou.
Os resultados permitiram, já no início de 2024, prosseguir com a expansão do Pestana Hotel Group, fortalecendo a presença do grupo nos Estados Unidos, com a aquisição do Pestana Orlando Suites – Lake Buena Vista e prosseguir com o desenvolvimento dos projetos em curso, nomeadamente a construção do eco-resort Pestana Dunas, em Porto Santo e do Pestana CR7 Paris.
Boas perspetivas para 2024
“Os primeiros três meses deste ano – também não era difícil comparado com o ano passado, porque este ano tivemos a Páscoa em março e no ano passado foi em abri – foram superiores aos de 2023, nesse sentido temos aqui boas perspetivas e as reservas que temos nos livros, para os próximos meses, também são superiores às que tínhamos nesta altura no ano passado“, afirmou. “As perspetivas são positivas.”
“Agora, eu desde fevereiro de 2020 que não conto com o ovo no rabo da galinha, porque nessa altura estávamos eufóricos, tínhamos aberto o centésimo hotel e tínhamos perspetivas para ter um ano fabuloso e depois no dia 16 de março fechámos o primeiro hotel e no dia 31 tínhamos os 100 hotéis fechados”, admitiu o CEO.
O grupo não vai abrir hotéis este ano, mas pode vir a expandir através de aquisições. “Temos uma equipa de desenvolvimento liderada pelo José Roquette, à qual chegam todos os dias projetos, alguns deles de vez em quando têm pernas para andar, apesar de haver uma taxa de rejeição grande”.
José Theotónio deu o exemplo da abertura do hotel, em fevereiro deste ano, em Orlando, na Florida, resultado da compra de uma unidade em Lake Buena Vista, que era operada pela rede Comfort Suites, do grupo Choice Hotels, e que pertencia a um investidor americano.
“Aqui há um ano se me dissesse que daqui a um ano tem um hotel em Orlando, diria que era improvável, mas depois apareceu”, referiu, adiantando que a oportunidade surgiu “a um preço muito bom porque tinha sido feito com muito financiamento alheio, capitais alheios, e o promotor, com a subida das taxas de juro nos Estados Unidos estava a começar a ficar atrapalhado, rapidamente precisava de vender e nós tivemos a flexibilidade para rapidamente fazer due diligence e a proposta”.
“Isto pode acontecer, pode aparecer aqui mais alguma oportunidade, mas neste momento em concreto não há nenhuma, mas também não garanto que até ao final do ano não possa aparecer“, acrescentou.
[Notícia atualizada às 14h34]
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