50 anos, 25 de Abril. 50 Ideias para o futuro. ECO magazine já nas bancas

  • ECO
  • 26 Abril 2024

O ECO é agora também uma edição mensal, premium, em papel, com a assinatura “A ECOnomia nas suas mãos” e o mesmo compromisso com os leitores. A quinta edição já está nas bancas.

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“A Democracia vai fazer 50 anos, não sabemos se vai chegar ao centenário.” O alerta é de Sebastião Bugalho, jornalista e comentador político. Aos 28 anos, o entrevistado nesta edição especial do ECO magazine, sobre o aniversário do 25 de Abril, olha para o futuro do país nos anos que se avizinham.

“Somos um país com medo do futuro. Os jovens têm medo do futuro, têm medo do emprego que não vão ter ou do salário que vão ter, têm medo da casa que não vão conseguir comprar ou do sítio onde vão ter que morar”, diz Sebastião Bugalho, na entrevista.

Uma reflexão sobre o futuro foi o que fizeram 50 empresários, gestores, empreendedores, dirigentes associativos e de organizações representativas de vários setores da economia e sociedade, convidados a apontar quais as prioridades que deve ser implementadas nas próximas cinco décadas em Portugal. O resultado pode ser lido em “25 de Abril, 50 anos. Ideias para o futuro”.

Na opinião, Gonçalo Saraiva Matias e Inês Renda (Fundação Francisco Manuel dos Santos) e Gabriela Figueiredo Dias (IESBA) juntam as suas vozes à reflexão sobre o impacto do 25 de Abril e as prioridades para o futuro de Portugal e Inês Lima (McDonald’s Portugal) fala sobre os desafios do sistema global de alimentação e como valorizar as pessoas e o mercado de trabalho.

Uma reportagem à fábrica da Airbus Atlantic, em Santo Tirso, onde vimos como se fazem peças para dois modelos de avião Airbus e ficamos a saber os planos da multinacional para o mercado nacional, e uma análise à filosofia de investimento de gurus como Warren Buffet (Portefólio Perfeito) são outros dos temas que pode encontrar nesta nova edição. Fomos ainda ouvir os fundos de investimento e startups para perceber se, com a torneira dos VC a apertar, os fundos estão a exigir mais garantias em troca de capital em Saber Fazer. E ‘descodificamos’ ainda as novas regras orçamentais pedidas por Bruxelas.

O ECO magazine traz também os contributos das diversas marcas que fazem parte do universo ECO. “Ampliar em vez de destruir. Como a IA vai mudar o trabalho” é o tema trazido pelo Trabalho by ECO; “Seguros Caução afirmam-se como alternativa a garantias bancárias” é escalpelizado pelo ECO Seguros; enquanto a Advocatus analisou a descida de Portugal no índice de corrupção e se isso reflete, ou não, um aumento da corrupção no país. O resultado pode ser lido em “Portugal está mais corrupto? Casos mediáticos influenciam perceção”.

“Portos agarram ‘oportunidade’ das eólicas no mar” é o tema desta edição que pode ler em Capital Verde enquanto no Fundos Europeus analisamos fraudes: “Graves ou Caricatas: fraudes e e irregularidades com verbas da UE”

No Local Online fomos ver como “Lisboa, Porto e Madeira atraem indústria cinematográfica mundial” e no +M as “Marcas e futebol feminino, uma relação mais do que financeira” é o tema que pode ler nesta edição.

E depois dos negócios, ficam as sugestões de business & leisure da Time Out, parceira editorial do ECO. E nesta edição voltamos à estrada com o Auto ECO onde, todos os meses, testamos algumas das propostas do mundo automóvel.

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Editorial

Os próximos 50 anos serão o que quisermos

“As grandes instituições não são só o Estado, as grandes instituições também são as universidades privadas, são as empresas. Porque são as instituições como um todo, não só as públicas, não só as político-administrativas, não são só aquelas que são estruturais do Estado, que carregam a memória do regime. Como não temos, ou temos poucas e deveríamos ter mais, empresas que se tenham feito instituições, como temos poucos empresários que se tornaram figuras institucionais, como temos poucas universidades não estatais que se transformaram nessas instituições, temos poucos veículos de memória.” A afirmação é de Sebastião Bugalho na entrevista que publicamos nesta edição especial do ECO magazine, sobre os 50 anos do 25 de Abril, os que passaram e os que se seguem.

As datas redondas, e esta por maioria de razão, servem para avaliações do que se fez, das oportunidades ganhas, e as perdidas, das expectativas que se formaram e que ficaram pelo caminho. Olha-se para o 25 de Abril, para os cinquenta anos, e haverá até um sentimento de que já se cumpriu mais do que hoje. Quando a atual geração não tem as mesmas perspetivas de mobilidade social e de prosperidade e bem-estar dos seus pais e avós, alguma coisa está por cumprir. Regredimos. Apesar das qualificações, dos milhares de milhões de fundos europeus, de uma carga fiscal historicamente elevada.

Faltam instituições, falta memória, e falta independência. Falta-nos isto como condição necessária, mas não suficiente, para projetar os próximos 50 anos. As instituições carregam memória e valores que permitem a afirmação de um país, das suas forças, e que garantem a proteção de decisões políticas que são determinadas pelo curto prazo, pelo ciclo eleitoral. Talvez isso explique o que se passou nas últimas duas décadas.

De cinquenta anos, trinta a cumprir Abril, 20 a falhar Abril. Temos Democracia, mas também temos dívida, temos mais jovens qualificados, mas também a emigração dos melhores, temos a moeda única, mas também uma riqueza por habitante a empobrecer comparativamente a outros, temos mais impostos, e piores serviços públicos.

Não é uma fatalidade, não há nenhuma característica intrínseca aos portugueses que nos condene a ‘falhar Abril’. Aliás, como sublinha Sebastião Bugalho nesta entrevista — um jovem de 28 anos a falar do 25 de Abril —, sabemos que estamos a celebrar 50 anos de Democracia, não sabemos se vamos celebrar o centenário. Será o que quisermos.

António Costa

Diretor

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